Paciente Daiza Maria Pinheiro Ferreira, 36 anos, munida de documentos que comprovam a suspensão de cirurgia no dia 20 de julho

Antonio Archangelo

Paciente Daiza Maria Pinheiro Ferreira, 36 anos, munida de documentos que comprovam a suspensão de cirurgia no dia 20 de julho
Paciente Daiza Maria Pinheiro Ferreira, 36 anos, munida de documentos que comprovam a suspensão de cirurgia no dia 20 de julho

Contrariando comunicado oficial da Fundação de Saúde, o provedor da Santa Casa de Rio Claro, professor José Cardoso, confirmou nesse sábado, 16 de julho, que a Fundação pediu o cancelamento de cirurgias para reservar, por precaução, o centro cirúrgico e leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) durante a passagem da tocha olímpica pela cidade no próximo dia 20.

“Esta semana tivemos uma mensagem da Secretaria Municipal de Saúde, por telefone, para deixarmos o Centro Cirúrgico e a UTI com leitos vagos no dia 20. Mas não iremos atender a esta recomendação. A Santa Casa irá fazer todas as cirurgias, nem quando tivemos aquele acidente com estudantes na Rio Claro/Piracicaba precisamos fazer isso. Não vejo motivo e também não vejo perspectiva de que a passagem da tocha propicie algo para que necessitasse esta recomendação. A não ser que venha uma ordem judicial, iremos realizar as cirurgias”, disse Cardoso à reportagem do Jornal Cidade.

Paciente comenta

Ao ler no JC a informação divulgada pela assessoria da Fundação de Saúde de que nenhuma cirurgia teria sido cancelada, a paciente Daiza Maria Pinheiro Ferreira compareceu à Redação para evidenciar, munida de documento e áudio, que sua cirurgia fora cancelada para o dia 24 de agosto devido à passagem da tocha na cidade.

“Na quarta-feira, dia 13, fui até o anestesista e no segundo atendimento para agendar o horário fui informada de que a cirurgia estava adiada do dia 20 de julho para o dia 24 de agosto. A atendente me disse que era uma recomendação para deixar os leitos e o centro cirúrgico de prontidão durante a passagem da tocha em caso de tiroteio ou terrorismo”, citou a paciente.

“Não estou sendo utilizada politicamente, minha cirurgia, após a repercussão da informação, foi remarcada para o dia 20. Mas o senhor Edson, da Fundação, me ligou ameaçando que iria me processar, dizendo que estava mentindo e pediu para que retirasse meu desabafo do Facebook. A vereadora Maria do Carmo ligou para dizer que eu estava sendo usada. Só quero minha cirurgia”, citou.

SILÊNCIO

Procurada na manhã de sábado, 16, para comentar as declarações, a assessoria da prefeitura, à qual a Fundação de Saúde é subordinada, não comentou as afirmações. No entanto, na sexta-feira, 15, ao ser indagada, em nota, disse a Fundação de Saúde que: “Nenhuma cirurgia agendada para o dia 20 de julho foi desmarcada para a passagem da tocha olímpica ou por qualquer outro motivo”.

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