Desde a última semana, os noticiários internacionais vêm repercutindo a crise e os protestos que estão ocorrendo no Chile. O país enfrenta críticas a um modelo econômico em que o acesso à saúde e à educação é praticamente privado, com elevada desigualdade social, valores de pensões reduzidos e alta do preço dos serviços básicos.

Um grupo de rio-clarenses, em viagem ao país da América do Sul, presenciou boa parte dos protestos na capital Santiago e relatou momentos de tensão na capital chilena.

“A gente chegou na quinta-feira e ainda estava tudo normal, na sexta curtimos o dia normalmente, mas no fim da tarde, quando voltamos para o hotel, começamos a escutar barulhos. Como é no Centro, achamos que estava tudo tranquilo, mas vimos que já estava difícil de sair para jantar. O motorista de aplicativo falou pra gente que começou uma manifestação, mas achamos que era coisa boba e fomos jantar mesmo assim. Na volta, gente, senti um pouco de dificuldade de voltar pro hotel”, conta Bia Branco, que foi com um grupo de amigos conhecer o Chile.

A jovem rio-clarense ainda comentou que houve outros momentos de medo e preocupação durante a viagem: “Está perigoso, né? É muita bomba de fumaça, polícia jogando água, muita confusão. Já tiveram mortes, tudo muito tenso. Mercados fechados, lojas saqueadas. O prédio da companhia elétrica que atearam fogo fica em frente ao hotel, dava medo. Está tudo muito pesado e o povo chileno está cansado, pois a vida aqui é muito difícil pra eles, é tudo muito caro. Então, eu até entendo, só não concordo com saquear as coisas, porque isso atrapalha bastante”.

O grupo, que tinha reservado essa segunda-feira (21) para passear pelas ruas da capital, teve dificuldades para cumprir o programado. “Não tem nada aberto. Todo mundo fechando porque está muito perigoso, as pessoas estão saqueando tudo o que tem pela frente e está tendo toque de recolher também às sete da noite. Está bem perigoso mesmo, tem um exército na rua, o que não acontecia aqui há pelo menos 15 anos. De tudo que aparece na TV, não dá pra ver o quão perigoso está”, relata Bia.

A jovem e os amigos têm a volta para o Brasil marcada para esta terça-feira (22), porém estão preocupados se conseguirão pegar o voo: “Esperamos que dê certo pra voltar, porque uns amigos nossos estavam sentindo dificuldades para ir embora. O voo deles teve que ser cancelado, tiveram que dormir no aeroporto e não tinha nada aberto. Esperamos que não aconteça isso com a gente, porque até para ficar em Santiago está bem difícil e perigoso”.

A sua assinatura é fundamental para continuarmos a oferecer informação de qualidade e credibilidade. Apoie o jornalismo do Jornal Cidade. Clique aqui.