Antonio Archangelo

No ano de 2014, Rio Claro contabilizou uma redução de aproximadamente 2.200 postos de trabalho industriais, de acordo com relatório da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp). Em nota divulgada à imprensa, a Ciesp Pesquisas afirma que, no citado ano, “temos um acumulado de -4,21%, representando uma queda de aproximadamente 2.200 postos de trabalho” na indústria na região de Rio Claro.

Ainda de acordo com a Ciesp Pesquisas, “o nível de emprego industrial na Diretoria Regional do Ciesp em Rio Claro (região composta por sete municípios) apresentou resultado negativo no mês de dezembro/2014. A variação ficou em -0,39%, o que significou uma queda de aproximadamente 200 postos de trabalho”.

No ano, os setores que apresentaram maior queda, em relação aos postos de trabalho, são o de “veículos automotores e autopeças”, com queda de 30%, seguido pelo de “Máquinas e Equipamentos” com queda de 22,44% e “Produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos” com redução de 20,04%.

Para o diretor regional do Ciesp e Fiesp, Assed Bittar Filho, em 2015, os índices podem ser piores. “Se pegarmos todos os níveis de desemprego na indústria de todo o Estado de São Paulo, fomos a que teve um menor nível de desemprego, porém nos preocupa, já que é um índice crescente, em todas as regionais. Em 2015 teremos uma situação pior. O índice de desemprego crescerá. Se você analisar, quase todos os segmentos estão registrando perda de postos de trabalho. A causa todo mundo sabe: juros altos, inflação, carga tributária abusiva, isso só piora no país. A nossa esperança é esta nova equipe econômica anunciada pela presidente Dilma, que deve aplicar remédio amargo, mas que trará credibilidade para que o empresário volte a investir, e o mercado externo também”, comentou à reportagem do Jornal Cidade.

DEMISSÕES

A indústria de São Paulo demitiu 128,5 mil funcionários em 2014, o equivalente a uma perda de 4,9% de empregos no setor no ano, segundo pesquisa da Fiesp e Ciesp.

Somente em dezembro de 2014, a indústria paulista demitiu 40 mil funcionários. O número, porém, é menor quando comparado aos de outras demissões ocorridas no mês de dezembro de outros anos. Em dezembro de 2008, por exemplo, o saldo negativo chegou a 121 mil.

A situação do emprego industrial no ano passado – a mais delicada desde 2006, início da pesquisa – foi ainda pior que a de 2009, auge da crise financeira mundial, quando o setor manufatureiro registrou uma queda de 4,5% no índice naquele ano.

O diferencial entre os cenários de 2009 e 2014 é a recuperação dos empregos ocorrida no ano da crise, um movimento que não deve se repetir em 2015, segundo Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e do Ciesp.

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