Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

NATÁLIA CANCIAN
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em um momento em que várias cidade apontam UTIs lotadas e falta de leitos a pacientes com Covid, prefeitos enviaram um ofício nesta quinta-feira (18) ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao Ministério da Saúde em que apontam risco de falta de oxigênio e medicamentos usados para intubação de pacientes graves e cobram “providências imediatas” para evitar um agravamento da crise sanitária.


Segundo a Frente Nacional dos Prefeitos, que assina o documento, “já há registros, de Norte a Sul do país, de escassez e iminente falta desses insumos imprescindíveis para enfrentar a Covid-19”.


“O aumento sem precedentes do número de contaminados com o coronavírus e da demanda por atendimento hospitalar aponta para um cenário potencialmente ainda mais trágico já nos próximos dias: a falta de oxigênio e de medicamentos para sedação de paciente intubados”, afirma a entidade, em nota divulgada à imprensa.


No ofício, enviado também em cópia a Marcelo Queiroga, confirmado por Bolsonaro para assumir o comando da Saúde, prefeitos dizem que a União pode “reforçar a aquisição dos medicamentos”, além de “ter prerrogativa de determinar redirecionamento de insumos e produtos”.


“Isso poderia ser feito com a indústria metalúrgica, que também utiliza oxigênio com o mesmo grau de pureza do hospitalar, por exemplo”, sugere o grupo, que cita a tragédia sanitária em Manaus.


“Não é razoável que pessoas, cidadãos brasileiros, sejam levados à desesperadora morte por ‘afogamento’ no seco, ou que sejam amarrados e mantenham a consciência durante o delicado e doloroso processo de intubação e depois na sua longa permanência. Assim, prefeitas e prefeitos reivindicam que o governo federal tome, imediatamente, as medidas cabíveis para que as cenas trágicas e cruéis recentemente presenciadas em Manaus/AM não se repitam em outras cidades brasileiras.”


A reportagem questionou o Ministério da Saúde sobre as ações em andamento para evitar a falta desses insumos, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.

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