Carine Corrêa

Movimento de replantio foi motivado pelos incêndios que castigaram a floresta nos meses de setembro e outubro deste ano
Movimento de replantio foi motivado pelos incêndios que castigaram a floresta nos meses de setembro e outubro deste ano

Tudo começou com uma mobilização nas redes sociais. O movimento para replantio de mudas em uma área devastada na Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade (Feena) foi motivado pela série de incêndios que castigaram a floresta nos meses de setembro e outubro deste ano.

A partir do apelo pela internet, a intenção de recuperar a área destruída pelo fogo reuniu mais de 600 pessoas interessadas em ajudar a floresta. Atualmente esse número quase dobrou: mais de mil voluntários se colocaram à disposição do mutirão. Em uma reunião que ocorreu nesta última semana no Centro Cultural, foi apresentado um ofício formalizando o encaminhamento do Projeto Técnico de Caracterização do Manejo e Intervenção na área devastada, desenvolvido pelo engenheiro agrônomo Gabriel Ribeiro Castellano. Uma das ações previstas no projeto é promover parceria com um viveiro especializado em replantio, que fará manutenção da área em um período de dois anos.

“O projeto em questão visa à restauração florestal do Talhão 1-R da floresta, através do plantio de mudas e manejo da regeneração natural, controle de gramíneas e demais espécies invasoras. O talhão está inserido na Zona de Manejo Florestal da Feena, na divisa com o Bairro “Bela Vista”, local atingido nos últimos anos por sucessivos incêndios, o que coloca em risco a integridade dos imóveis do entorno (área urbana) e a vida dos moradores da região”, descreve o documento. O projeto ainda traça como objetivo “indicar procedimentos e técnicas de manejo florestal para o talhão, com o intuito de proteger do risco de fogo iminente o patrimônio genético da Feena, os equipamentos urbanos do entorno e a vida das pessoas que ali frequentam, planejando replantios, desbastes quando necessários e o manejo da regeneração natural, além do controle sistemático de gramíneas e espécies invasoras que podem se tornar inflamáveis. Além de produzir material, elaborar ações de cunho educativo para a população local”.

A Fundação Florestal (FF) informou que, quando tomou conhecimento do envolvimento da população a favor de ações de recuperação de áreas degradadas e acometidas por incêndios na Feena, designou uma equipe técnica para acompanhar o projeto de recuperação. “O projeto apresentado pelo grupo de voluntários está sendo analisado e, estando acordo com as normas estabelecidas pelo Plano de Manejo da Unidade e pelas normas vigentes de recuperação ambiental de áreas degradas, deverá ser autorizado pela Fundação Florestal nos próximos dias. Além da adequação ambiental do projeto, deverão constar do projeto os termos de execução e o seu cronograma”, detalha a assessoria da Fundação.

Em relação às datas que serão definidas para o replantio, a FF diz que serão divulgadas quando todas as ações contidas no projeto estiverem aprovadas, mas que os plantios deverão ser efetuados em duas etapas. “O Talhão 1-R é uma área de manejo florestal. A recuperação ocorrerá em uma área de entorno ao talhão, não alterando sua destinação atual como área de manejo florestal”, explicou.

Incêndios

O incêndio do dia 18 de outubro atingiu uma área de cinco hectares da unidade. O fogo causou maior dano à empresa PREMA, atingindo os dormentes tratados e armazenados nos pátios e a vegetação no seu interior. A causa da queimada estava sendo avaliada por peritos.

Em casos de incêndio, o procedimento na floresta é o de fazer a remoção de árvores caídas nos aceiros. Segundo a Fundação Florestal, em alguns casos de áreas devastadas ocorre que muitas vezes as áreas entram em um processo natural de recuperação, seguindo-se processos ecológicos naturais.

“É importante monitorar a regeneração natural e, caso necessário, intervir para o enriquecimento com espécies nativas adaptadas por meio de seus fatores climáticos, edáficos, fisiográficos e biológicos”, especifica.

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