Marcado para esta quinta-feira (7), o julgamento dos réus que respondem por tentativa de homicídio contra o jovem rio-clarense Rafael Bandeira foi adiado.

O pedido partiu da defesa de um dos acusados e acabou acatado pela Justiça. A reportagem entrou em contato com o advogado Ariovaldo Vitzel Júnior, que por telefone apenas confirmou o que foi apurado pela reportagem do Jornal Cidade, porém preferiu não se manifestar neste momento por conta do andamento do processo: “Sim conseguimos adiar. Entrei com um pedido de desaforamento e a juíza assim entendeu que era o melhor para o momento”, resumiu o profissional.

O desaforamento consiste no deslocamento da competência de uma comarca para outra, para que nesta seja realizado o julgamento pelo Tribunal do Júri. Solicitações como esta são pedidas em casos de interesse da ordem pública ou havendo dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado.

A decisão pegou a vítima, Rafael Bandeira, de surpresa: “Já são mais de dois anos de espera por isso e, quando chegamos à semana do julgamento, ele é desmarcado. Eu queria que tudo isso acabasse o quanto antes. As lembranças, a dor e o trauma jamais irão serão apagados e por isso eu queria uma resposta da Justiça para tentar amenizar um pouco isso”, disse Bandeira.

Ele ainda afirma que até hoje não voltou a ter uma vida normal: “Ainda tenho medo de sair na rua, sinto que preciso me superar a todo momento e trabalhar o meu psicológico”, alegou o jovem que, por conta da agressão, ficou com sequelas e perdeu 100% da audição do ouvido esquerdo.

Como aconteceu

Na madrugada do dia 30 de abril de 2017, Rafael Bandeira voltava com dois amigos de um pub quando foram abordados na Rua 1 com Avenida 29, no bairro Cidade Jardim, por indivíduos que estavam em um carro. O passageiro teria perguntado ao trio se eles tinham um isqueiro. Os jovens disseram que não e continuaram andando. Foi neste momento que um dos ocupantes desceu do veículo e atingiu Rafael na cabeça, utilizando um bastão de madeira. Na sequência eles fugiram. A vítima ficou 12 dias internada na UTI, passou por cirurgias e teve uma recuperação difícil.

Um dos réus está preso em Piracicaba aguardando o julgamento. Já o segundo acusado segue foragido, porém tem toda a defesa sendo apresentada nos autos. Uma nova data para o julgamento ainda não foi definida. 

A sua assinatura é fundamental para continuarmos a oferecer informação de qualidade e credibilidade. Apoie o jornalismo do Jornal Cidade. Clique aqui.