Carine Corrêa

“Reagi à tentativa por instinto de sobrevivência. O que mais me marcou foi a falta de solidariedade das pessoas, que passaram a encarar a violência como algo comum”, relata uma psicóloga rio-clarense que ocupava com o marido o carro que foi alvo de dois ladrões.

A tentativa que ocorreu na manhã de domingo, dia 4, na altura do município de São Vicente no início da Rodovia dos Imigrantes, repercutiu nacionalmente. Isso porque um cinegrafista que ocupava outro automóvel conseguiu flagrar o momento da ação criminosa.

No carro estavam a psicóloga rio-clarense de 57 anos, ocupando o banco do passageiro, e o seu marido, um engenheiro de 54 anos que estava conduzindo o automóvel. Ela diz que toda ação ocorreu em questão de segundos, mas a violência deixa rastros ainda no dia seguinte.

“Fui violentada moralmente e fisicamente. A violência começou a partir do momento da abordagem”, acrescenta a psicóloga.

Ela detalha que dos dois assaltantes, um deles estava portando o que parecia ser uma arma de fogo. Assim que abordaram ela e o marido, deram ordem de descida do carro. “Eles repetiram umas dez vezes: desce, desce do carro”, conta.

O homem que estava com a arma, agrediu o motorista com um soco. Enquanto abordava o engenheiro, o comparsa foi em direção a mulher, que lutou para se defender e impedir que o criminoso levasse sua bolsa. “Meu marido começou a sangrar com o soco. Logo depois ele o agrediu novamente com um tapa. O comparsa pediu minha bolsa, mas resisti e acabei entrando em luta corporal com ele”, relembrou.

Segundo ela, na bolsa estavam quatro celulares e documentos. Os dois estavam vindo de Curitiba onde tinha ido visitar familiares do engenheiro. Depois de passar a virada do ano na Praia do Forte, retornavam para Rio Claro quando foram abordadas. Ela ainda revela que com as imagens foi possível identificar os dois criminosos que já teriam passagem pela polícia.

IDENTIFICAÇÃO

O suspeito que aparece nas imagens com a arma na mão, segundo novas informações divulgadas na manhã desta terça-feira (6), é filho de um sargento do Corpo de Bombeiros. A Polícia Civil ainda informou que o seu comparsa teria saído da prisão no dia 1º de dezembro, e sua passagem pelo sistema carcerário seria por motivos de roubo, furto e tráfico de drogas. As autoridades ainda estão à procura dos criminosos.