Carine Corrêa

Os pés sujos de cinzas evidenciam a pobreza e miséria na qual vivem as trinta famílias que se instalaram em área verde entre Rio Claro e o Distrito de Batovi. O acampamento é denominado Betel, segundo uma das mulheres que estão em um dos barracos de lona, estruturas que foram erguidas naquela área.

“Faz quase três meses que estamos aqui. Essa área é desativada e pertence à SPU (Secretaria de Patrimônio da União). Nós que estamos acampados já nos conhecíamos, trabalhei no chiqueirão de porco há muitos anos. Esse espaço vivia abandonado e só recebia lixo. O pessoal chegou pra mim e disse que aqui teria mais espaço pra criar os animais. Nossa organização não tem política envolvida. Os homens trabalham na cidade e as mulheres ficam cuidando da casa. A água que conseguimos provém da mina de um sítio, e o rapaz traz a água aqui pra gente”, explica Marilza Luca Santana.

A mulher diz ainda que durante a noite fazem fogueiras e que à noite se revezam para fazer a segurança do acampamento. Crianças também vivem nos barracos. Consultada sobre a invasão das famílias naquela área verde, a Prefeitura de Rio Claro informou que ‘pertence a terceiros, que já foram notificados pela prefeitura para que tomem as medidas cabíveis. A prefeitura aguarda essas deliberações dos proprietários”.

A reportagem do JC tentou contato com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, já que uma das invasoras informou que a área seria da SPU e que as famílias estariam em negociação com a União. No entanto, até o fechamento desta edição, a comunicação do Ministério não encaminhou nota se posicionando sobre o assunto.