Uma família acusa a Fundação Municipal de Saúde de uma sucessão de erros após uma paciente de 72 anos passar por atendimento na UPA da Avenida 29 e ter remédio gratuito trocado na Farmácia do Cervezão.

Como aconteceu

No último dia 16 de agosto, a aposentada Vera Lucia Vieira Gomes, 72 anos, sofreu uma queda e foi levada pelas filhas até a UPA da Avenida 29: “O médico tirou Raio-X do pé e afirmou que não estava quebrado, que era apenas uma luxação, liberou minha mãe para ir para casa e disse para fazer compressa de água quente”, conta a filha Ana Lucia Fachini.

A família atendeu à recomendação, porém a aposentada a cada dia reclamava mais de dor. Uma semana depois, além do problema no pé, a idosa passou a apresentar um quadro de insuficiência cardíaca. Foi nesse momento que ela foi levada novamente para a UPA da 29: “Voltamos e a médica, ao ver a situação, além de avaliar a questão do coração, refez o Raio-X e constatou que o pé estava quebrado em dois lugares. Aí já aconteceu o primeiro erro”, afirma a outra filha Elza de Souza.

Como naquele momento o coração inspirava mais cuidados, foi decidido que a paciente ficaria internada: “Foi nesta hora que vimos o segundo descaso. Minha mãe precisava ser colocada na maca e as enfermeiras não quiseram me ajudar. Minha mãe é pesada e, se não fosse minha outra irmã e mais uma médica, que vendo a situação se solidarizou, não iríamos conseguir”, relata Ana.

De mal a pior

No mesmo dia em que descobriram o erro médico e que a mãe estava com o pé quebrado, as filhas tiveram mais uma surpresa: “Como o estado da minha mãe só piorava, transferiram ela para o PSMI da Avenida 15 em busca de uma estrutura melhor. Sobre isso não posso falar nada, porque foi rápido e eficiente. Acontece que no local os médicos fizeram uma avaliação, viram que havia algo de errado e pediram para ver o remédio de uso contínuo que ela tomava. Foi quando veio a notícia de que há 20 dias ela estava tomando medicamento errado que foi entregue na farmácia da prefeitura no bairro Cervezão. Foi um choque para todo mundo”, conta a filha Elza.

O medicamento que a família foi buscar na farmácia no início do mês tem receita controlada e era ordem médica que dona Vera Lúcia tomasse todos os dias: “Chegamos até a funcionária que deu o remédio errado para minha mãe através do carimbo na receita. Ela entregou um medicamento para Mal de Parkinson ao invés de um para convulsão. Isso foi decisivo para o estado de saúde da minha mãe estar como está hoje: grave. É um descaso”, conclui a filha Ana.

O que diz a Prefeitura

A reportagem do Jornal Cidade entrou em contato com a Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro, que afirmou que tomará todas as medidas necessárias para rigorosa apuração dos fatos e que, se for o caso, vai responsabilizar os culpados. No texto, a Fundação ainda ressalta que está à disposição da família, que inclusive já relatou o caso na Ouvidoria, para esclarecimentos. A paciente segue recebendo toda a assistência no PSMI da 15.

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