JOÃO GABRIEL – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O secretário de Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares, anunciou nesta segunda-feira (13), que cursos livres, técnicos e profissionalizantes também poderão voltar a ter aulas presenciais, atendendo aos mesmos critérios sanitários já estabelecidos para a educação infantil, ensino médio e universidades.

“Nós temos um gargalo importante na área dos cursos técnicos. A educação à distância não consegue dar conta de tudo. As disciplinas mais teóricas você consegue trabalhar com educação à distância, mas o curso prático, o estágio supervisionado, por exemplo, de um futuro médico, o internato, é fundamental para a formação”, afirmou.

“Se não tivermos esse ciclo funcionando, vamos ter uma menor entrada de futuros médicos e um hiato de formação de profissionais da saúde”, explicou ele em sua primeira aparição no Palácio dos Bandeirantes após se recuperar do novo coronavírus.

As atividades seguem as restrições, como por exemplo limitação de 35% da capacidade total de estudantes do local. A proposta de volta às aulas presenciais prevê ainda que haverá uma combinação de aulas presenciais e a distância.

Para ter a autorização, a instituição de ensino precisa estar em uma cidade que esteja na fase amarela da quarentena de São Paulo por pelo menos 14 dias consecutivos.

Por exemplo, Etecs na cidade de São Paulo podem podem planejar a retomada, enquanto as na Baixada Santista, que flexibilizou sua quarentena recentemente, não.

Caso, por conta das restrições contra aglomeração, a instituição de ensino não tenha espaço para atender toda a demanda de aulas laboratoriais, por exemplo, ela “deverá priorizar aqueles [estudantes] que estão mais perto da formação final”, explicou o secretário.

Além disso, as regras gerais para funcionamento das escolas precisam ser respeitadas. São elas, por exemplo, o uso de máscaras, que serão distribuídas pelo governo, tanto dentro do estabelecimento de ensino, mas também nas vans escolares; não será permitido o uso dos bebedouros compartilhados, e serão disponibilizado canecas e garrafas para estudantes e funcionários.

Soares também afirmou que os cursos livres, como idioma, informática, música e dança, também podem retomar as atividades, porque passam a ser considerados um serviço e, por isso, entram como um setor da economia dentro do plano de reabertura gradual do estado, como academias e bares, por exemplo.

São essas instituições, por exemplo, “as escolas de dança, inglês, onde o conselho estadual ou municipal ou mesmo nacional, não atuam na sua regulamentação, portanto é uma prestação de serviço”.

Estas atividades poderão retornar com 40% da capacidade e também se estiverem em locais categorizados fase amarela da quarentena, e seguindo os protocolos específicos da educação, como o distanciamento de 1,5 metros entre pessoas.

As atividades educacionais presenciais, em São Paulo, tem previsão de retornar a partir de 8 de setembro, mas desde que todo o estado esteja na fase amarela do plano de reabertura econômica -podendo haver exceções e regressões.

O setor seguirá um protocolo próprio, paralelo ao plano de flexibilização das restrições econômicas no estado.

A proposta de volta às aulas presenciais prevê ainda que haverá uma combinação de aulas presenciais e a distância. Soares explicou que a previsão é de que todos os alunos compareçam pelo menos uma vez por semana ao local de ensino.

​A retomada será progressiva. Na primeira etapa, as atividades voltam com 35% dos estudantes em sala.

Depois, numa segunda fase, serão 70%, até chegar a 100% na terceira. Os protocolos englobam distanciamento entre os alunos, monitoramento das condições de saúde e protocolos de higienização dos ambientes escolares.

Ainda, para passar à segunda fase do retorno, 60% das regiões do estado precisam estar na etapa verde da flexibilização da quarentena por mais de 14 dias e, para a última etapa da retomada, 80% das regiões precisam se estar nessa situação. A fase verde é a penúltima da escala.

Além disso, atividades como feiras, congressos e festas ficam suspensas por tempo indeterminado.

Como condição para o início das aulas com 35% dos alunos, o governo do estado estabeleceu que o município deverá estar na fase 3 de flexibilização da quarentena. Para avançar para 75% de alunos presenciais, apenas quando as cidades estiverem na fase 4.

Os municípios e escolas particulares terão liberdade para definir como será a volta de 35% dos alunos, por exemplo, se voltam apenas com alunos da educação infantil ou só com os estudantes do último ano do ensino médio ou alternando os dias entre as turmas.

A suspensão das aulas presenciais, iniciada em março por causa da pandemia do novo coronavírus, atingiu 13,3 milhões de estudantes e 1 milhão de profissionais da educação, o que representa 32% da população do estado, disse o secretário da Educação do estado.

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