Hidrômetros continuam sendo trocados em Rio Claro com base em legislação federal

Antonio Archangelo

Hidrômetros continuam sendo trocados em Rio Claro com base em legislação federal
Hidrômetros continuam sendo trocados em Rio Claro com base em legislação federal

A troca de hidrômetros em Rio Claro continua, a informação é da assessoria de imprensa do Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae). Até o fim de 2014, foram substituídos mais de 20 mil hidrômetros. E a autarquia avisa, em caso de negativa durante a troca, que o consumidor poderá ficar sem os serviços de distribuição de água, já que o Daae “poderá suspender a prestação dos serviços de abastecimento de água”.

A autarquia não soube precisar quantos consumidores tiveram os serviços suspensos pelo supracitado motivo. A empresa pública reitera que “as substituições dos hidrômetros mais antigos fazem parte do plano de combate às perdas no fornecimento de água tratada, visando ampliar a eficiência da distribuição de água aos consumidores e, ao mesmo tempo, reduzir as perdas físicas de água”. “Neste sentido, dentro das medidas apontadas pelo estudo técnico, estão as trocas de redes e a substituição de parte dos hidrômetros cuja vida útil já ultrapassou em muito o estabelecido pelas normas técnicas” elenca.”

“Até o fim do ano passado (2014), foram substituídos mais de 20 mil hidrômetros. O Daae continua fazendo as trocas dos equipamentos antigos e desgastados pelo tempo e que vão gradativamente perdendo a capacidade de medição, daí a necessidade de se fazer a troca desses aparelhos de tempos em tempos. Portanto, com a troca de hidrômetros passa a existir maior precisão da medição da água fornecida pelo Daae, e isso, em alguns casos, representa diferença em relação ao consumo medido pelos equipamentos velhos e gastos. Vale lembrar que hidrômetros velhos também favorecem o desperdício de água nos imóveis, já que vazamentos muitas vezes não são percebidos pelos usuários, dificultando o combate às perdas”, citou em nota encaminhada ao Jornal Cidade nessa terça-feira, 6 de janeiro.

A situação, que gerou onda de reclamações no ano passado, ainda desafia moradores que recebem a visita da equipe que está providenciando a troca nos hidrômetros.

Na Vila Alemã, por exemplo, uma consumidora não deixou a equipe trocar o equipamento e enviou uma indagação à equipe jornalística do Grupo JC. “Por gentileza, poderia me informar se a troca do hidrômetro é obrigatória? Um funcionário da Odebrecht esteve em minha residência hoje e eu não permiti a troca. Conhece algum caminho legal para não ser sacaneada mais uma vez?”, indagou.

De acordo com a assessoria do Daae, “os critérios são técnicos e seguem a legislação vigente. A substituição dos hidrômetros com mais de cinco anos de uso está prevista na Lei Federal nº 11.445/2007 – Política Nacional de Saneamento Básico, e na Resolução da ARES-PCJ nº 50 de 28 de fevereiro de 2014. Em seu artigo 108, diz que o prestador de serviços, após aviso ao usuário, com a comprovação do recebimento e antecedência mínima de 30 dias da data prevista para suspensão, poderá suspender a prestação dos serviços de abastecimento de água”, mencionou.

Cabe salientar que a troca dos equipamentos e o aumento nas contas de água são alvos de inquérito no Ministério Público. Em diligências datadas do dia 9 de dezembro, o promotor Gilberto Porto Camargo deu início ao processo para elaboração de laudo pericial para constatação de regularidade na medição dos hidrômetros atuais instalados nas residências de Rio Claro, selecionando, para tanto, de 20 a 30 casas, atendendo aos critérios elencados pelo Centro de Apoio Operacional à Execução.

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