Agência Brasil

Estudo apresentado no último dia 24 pelo Ministério da Fazenda mostra que profissionais que participaram do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) não têm mais vantagem em retornar ao mercado de trabalho formal do que aqueles que não chegaram a fazer um curso pelo programa.

O estudo considerou o universo de 160 mil pessoas e a modalidade Bolsa-Formação, cujo objetivo é promover a oferta de cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC), com duração mínima de 160 horas. O período de abrangência é de 2011 a 2013.

O estudo considerou pessoas que foram demitidas ou pediram demissão a partir de 2011 e foram reinseridas no mercado de trabalho formal até o final de 2013. A comparação foi feita entre aqueles que participaram do Pronatec e os que se pré-matricularam no programa, mas não tiveram sua matrícula confirmada posteriormente.

“Os resultados do Bolsa Formação FIC relacionados à reinserção no mercado formal de trabalho em geral não conseguem dar um maior retorno na reinserção do que aqueles indivíduos do grupo de controle. Ou seja, pegando um indivíduo que se matriculou e não teve a matrícula confirmada e um indivíduo que teve a confirmação, os resultados não mostram diferença estatística na probabilidade de reinserção no mercado de trabalho”, explica o secretário adjunto de Políticas Macroeconômicas do Ministério da Fazenda, Fernando de Holanda Barbosa Filho.

Também em relação ao ganho salarial, com exceção de alguns estados, de acordo com Barbosa Filho, o resultado se mostra indiferente considerando esses dois grupos. Os dados serão disponibilizados na íntegra na semana que vem. A apresentação traz algumas ressalvas. As decisões tomadas pelos trabalhadores ao longo do curso podem ter influenciado o resultado da pesquisa. Além disso, o período analisado trata dos egressos da fase inicial do programa, no qual o mercado de trabalho esteve bastante aquecido.

É ainda possível que ganhos salariais obtidos com base no programa somente sejam detectados após maior período no emprego e não apareçam nos salários de admissão.

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome reapresentou dados referentes aos impactos do Pronatec Bolsa Formação para os beneficiários do programa Bolsa Família e inscritos no Cadastro Único. O estudo levou em consideração 2,6 milhões de trabalhadores, entre 2011 e 2014. Os dados podem ser acessados na internet.

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