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Criminosos têm desafiado limites e riscos para movimentar um negócio que tem tirado o sossego de muitos rio-clarenses: o furto de fios. Vítimas procuraram a reportagem do Jornal Cidade para questionar a segurança e também a fiscalização de comércios interessados na compra do material.

Com um imóvel no bairro Bela Vista, o personal Bruno Giusti resolveu investir em uma boa reforma. O que ele não imaginava era que entraria nas estatísticas de vítimas neste ano que tiveram uma visita nada bem-vinda: “Essa casa passou um tempo alugada e quando desocupou eu decidi fazer algumas melhorias, como pintura interna e externa, e alguns outros reparos. Com tudo pronto, a minha surpresa foi quando eu fui ligar a caixa de luz e reparei que nada funcionava. Ao investigar o problema, constatei que havia buracos no telhado. Chamei um eletricista da minha confiança para ver o que tinha acontecido e recebi a notícia de que tinham furtado toda a fiação da casa. Só ficou mesmo a fiação da garagem”, relembra Bruno.

Diante da situação, não teve outra alternativa a não ser gastar um dinheiro que não estava no orçamento: “Tive que desembolsar R$ 1.600,00 para refazer tudo. É um sentimento de impotência e total frustração. Para quem como eu foi alvo, fica o prejuízo que, em proporção de valores, tenho certeza de que é bem maior do que o proveito dos bandidos”.

Já o valor gasto pelo representante comercial Fábio Santana Tomassine para fazer os reparos no imóvel que tem no Jardim Independência passou dos R$ 2 mil: “Em meio à crise econômica ter um prejuízo desses é revoltante. O dinheiro que eu ia investir na reforma tive que fazer uma nova fiação em tudo e até comprar um poste. A casa estava desocupada e eu recebi a notícia de que tinha acontecido algo pela vizinha, que viu vários fios cortados”, relata a vítima que registrou um boletim de ocorrência.

Fábio ainda faz um desabafo: “Se não existisse quem compra, não haveria quem furta. Por causa disso e na minha opinião, as ações da polícia teriam que ter como um dos principais alvos quem faz a receptação”.

A reportagem do Jornal Cidade conversou com Marco Antonio Bellagamba, secretário de Segurança, Defesa Civil, Mobilidade Urbana e Sistema Viário, que comentou o tipo de ação: “Trata-se do chamado crime de oportunidade, muito praticado por pessoas que usam drogas, para consumo rápido. A vítima desse tipo de furto tem que fazer sim um boletim de ocorrência para que a área seja mapeada nas ações da PM e GCM. Geralmente o alvo são imóveis desocupados ou para alugar. Fazer um contato com algum vizinho para que ele também seja um fiscalizador e acionar as autoridades em caso de alguma suspeita também é fundamental. É importante ainda frisar que o comerciante ou a pessoa que comprou esses fios não furtou nada, mas cometeu um outro crime, tão grave quanto o furto: a receptação”.

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