Favari Filho

O período natalino é um dos mais festejados em todo o mundo e, mal chega o mês de novembro, tem início a organização dos preparativos para o feriado cristão do dia 25 de dezembro. A árvore de Natal é um item essencial e, de acordo com relatos, teve a sua popularização na Alemanha, no século XVI, quando famílias germânicas passaram a enfeitar pinheiros com papéis coloridos, frutas e doces. Há também indícios de que o arbusto foi escolhido como símbolo do Natal devido à forma triangular, que representaria a Santíssima Trindade.

O certo é que, para além da tradição do Natal, o hábito de enfeitar pinheiros foi espalhado pelo mundo, atravessou o oceano e chegou ao Brasil. Na região da Cidade Azul, é comum o seu uso, aliás, o município de Cordeirópolis é um dos expoentes no cultivo e comércio. Para saber um pouco mais sobre o assunto, a reportagem do Jornal Regional esteve no Distrito de Cascalho e conversou com representantes do Spagnhol Plantas Ornamentais, que discorreram acerca das espécies, das formas de produção e, sobretudo, do aumento das vendas no fim de ano que, de acordo com o proprietário, chega a triplicar.

Mauro Spagnhol juntamente com o irmão Murilo Spagnhol herdaram do pai Jades Spagnhol a paixão pela natureza e seguem, juntos, o trabalho iniciado pelo avô, Guilherme Spagnhol, há mais de seis décadas. O sítio com quarenta e sete hectares de área abriga uma infinidade de espécies de pinheiros – também conhecidos como tuias –, árvores frutíferas, plantas e arbustos; o local abriga também, aproximadamente, sete hectares de APP [Áreas de Preservação Permanente]. Aliás, vale lembrar que oitenta por cento de tudo que a empresa comercializa é de produção própria. O engenheiro agrônomo explicou que o cultivo de tuias não é muito fácil, pois o clima tropical não ajuda e apenas algo entre quinze e vinte por cento do todo que é plantado chega ao ponto de ser comercializado.

São várias as espécies de tuias de Natal, as quais Heitor e Wellington, dois dos mais de cento e cinquenta colaboradores da empresa que conta com lojas também nas cidades de Piracicaba, São Carlos e Itu, apresentaram uma a uma à reportagem: há tuia Aurea, a tuia Strickita, a tuia Azul, a tuia Compacta, a tuia Prata, a tuia Macarrão, a tuia Europa, e a tuia Holandesa; têm também as espécies kaizuka; cipreste e buxinhos, que são muito usadas no Natal. Qualquer uma das qualidades pode ser plantada depois do período natalino, tanto em vaso quanto em terra, que não há rejeição; basta apenas que o local tenha muita ventilação e que a planta receba os cuidados mínimos como, por exemplo, água três vezes por semana.

A TRADIÇÃO NATALINA

Originalmente destinado para a celebração do deus Sol, o Natal foi ressignificado pela Igreja Católica no século III, época em que teve início as comemorações do nascimento de Jesus de Nazaré.

Natal: uma tradição de flores e arbustos 

Ainda que iniciado no século XVI, apenas no século XIX com a vinda dos imigrantes à América que o costume de enfeitar pinheiros foi espalhado pelo mundo. A tradição chegou ao continente americano através dos imigrantes alemães durante o período colonial. O dia de montar a árvore de Natal, de acordo com a tradição católica, deve ser a partir do dia 30 de novembro e a desmontagem no dia 6 de janeiro (Dia de Reis).

Outra planta que vem caindo no gosto dos brasileiros e que tem sido bastante utilizada para fins decorativos na época de Natal é o bico-de-papagaio. Originária do México, a poinséttia [forma como também é conhecida] floresce exatamente no solstício de inverno no hemisfério norte – o que explica por que ainda é conhecida e utilizada no Brasil, porém não o bastante quanto o pinheiro. Os símbolos natalinos têm origens diversas, mas, aos poucos, parecem se adequar às intempéries de todo o globo.