Prédio da antiga estação ferroviária na Rua 1, região central da cidade, foi tombado pelo Condephaat

Ednéia Silva

Prédio da antiga estação ferroviária na Rua 1, região central da cidade, foi tombado pelo Condephaat
Prédio da antiga estação ferroviária na Rua 1, região central da cidade, foi tombado pelo Condephaat

A preservação do patrimônio histórico e cultural da cidade foi tema do programa Jornal da Manhã, da Rádio Excelsior Jovem Pan, nessa quinta-feira. O assunto foi discutido pelo secretário municipal de Cultura, Sérgio Desiderá, e pelo diretor do Departamento de Patrimônio Histórico e Cultura, Ivo Reseck. Eles destacaram a importância de manter viva a memória da cidade através da preservação dos imóveis históricos, sejam eles tombados ou não.

Rio Claro tem 14 elementos tombados pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo). O mais recente tombamento foi o traçado urbano do núcleo original da cidade que compreende os trechos da Rua 4 com Avenida 4, segue pela Rua 4 até a Avenida 5, segue pela Avenida 5 até a Rua 7, segue pela Rua 7 até a Avenida 7, segue pela Avenida 7 até a Rua 8, segue pela Rua 8 até a Avenida 4 e segue pela Avenida 4 até o ponto inicial.

Também foram tombados a antiga residência do Barão de Porto Feliz e do Visconde de Rio Claro (atual Escola Marcello Schmidt), Escola Irineu Penteado, antiga residência da família Siqueira Campos (atual Casarão da Cultura), antigo solar da dona Luiza Botão (Etec Armando Bayeux da Silva), Obelisco comemorativo à República, na Praça da Liberdade, e Jardim Público. Esses elementos estão dentro do traçado original e foram tombados no ano passado em processo iniciado em 2006.

Os demais tombamentos na área urbana são o prédio da antiga estação ferroviária, edifício do Gabinete de Leitura, Sobrado do Barão de Dourados (atual sede do Museu Histórico), Usina Hidrelétrica de Corumbataí, casarão do Barão de Brão Mogol e Horto Florestal e Museu “Edmundo Navarro de Andrade”.

O secretário municipal de Cultura, Sérgio Desiderá, disse que o Brasil tem pouco mais de 500 anos de história, o patrimônio é novo na comparação com a Europa, mas precisa ser preservado porque é o nosso patrimônio.

Segundo ele, a secretaria vem trabalhando nesse sentido através do Departamento de Patrimônio Histórico. A equipe está fazendo um levantamento sobre os elementos tombados e outros sem tombamento, mas que precisam ser preservados pelo seu valor histórico-cultural.

Ivo Reseck, diretor de Patrimônio Histórico e Cultural, informa que a secretaria, juntamento com o Arquivo Público, está preparando dois catálogos com elementos de valor histórico do município. Um será sobre praças e jardins e outro sobre os imóveis, tombados ou não. De acordo com ele, as publicações pretendem contar um pouco do histórico desses patrimônios para estimular mais pesquisas sobre a história da urbanização da cidade.

O diretor ressalta ainda que o tombamento não significa a imobilização da cidade. Pelo contrário, o tombamento mais recente do Condephaat mostra um olhar mais contemporâneo. São imóveis que foram tombados e estão sendo utilizados inclusive para fins comerciais. Alguns imóveis residenciais hoje têm uso público. Reseck lembrou também de alguns prédios que não foram tombados, mas que foram preservados pelos proprietários. É o caso do prédio do Shopping Center que teve a fachada preservada. Desiderá lembrou dos prédios históricos que foram demolidos como o casarão da Rua 4, entre as Avenidas 5 e 7. A demolição gerou muita discussão no ano passado. Para o secretário, preservar a história faz parte da vida social e se for pensar apenas no aspecto econômico perde-se a história. “Povo sem passado não tem futuro”, conclui.

O áudio completo com a entrevista pode ser conferido no player abaixo.

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