Lucas Calore

Na última semana, o Centro de Ressocialização Masculino “Dr. Luiz Gonzaga de Arruda Campos”, em Rio Claro, promoveu mais uma Jornada de Cidadania e Empregabilidade para os 216 reeducandos que atualmente cumprem pena na unidade prisional. O projeto, em sua segunda edição, oferece aos internos um conjunto de serviços que poderão auxiliá-los na sua recuperação e reintegração após a retomada da liberdade.

As ações aconteceram diariamente e contaram com ciclos de palestras motivacionais e de socialização, além de outros conteúdos a respeito de doenças sexualmente transmissíveis e ainda sobre doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti. Os reeducandos também receberam corte de cabelo, realizaram exames de saúde, e tiveram atendimento jurídico.

Cidadania

Para Márcio M. dos Santos, que está à frente da diretoria-geral do CRM desde 2008, além de um forte trabalho realizado por uma equipe de mais de 30 pessoas todos os dias, a Jornada é uma ocasião para motivá-los à socialização quando acabarem a pena.

“Foi bastante produtiva, mas não são apenas palavras de incentivo. Conseguimos trazer informações para os reeducandos e orientá-los de uma forma mais ampla. A oportunidade é única para eles”, afirma.

O diretor lembra que todos os internos trabalham atualmente, fora e dentro da unidade. Ainda, cerca de 150 deles estudam internamente com professores do estado. No ano de 2016, 91 reeducandos prestaram o Enem e cinco atingiram a nota máxima.

O preconceito que a sociedade tem com homens na situação de reeducandos é um alvo a ser combatido: “Os tratamos com respeito. Usamos suas habilidades para desenvolver os trabalhos”, conta Márcio.

A cada 12 horas estudadas, um dia da pena é remido. A cada três dias de trabalho, também um dia é remido no total da pena. São, atualmente, 79 internos em regime fechado, sendo que outros 39 estão cumprindo pena provisória neste regime, e 98 reeducandos no semiaberto.

Oportunidade

Um reeducando de 50 anos, que terá a identidade preservada, avalia a Jornada como muito positiva: “Nos ajuda muito. Vemos que, mesmo presos, temos auxílio para saber como prosseguir lá fora, que será muito mais difícil. Nos dão conhecimento para voltarmos à vida social”, opinou.