Uma verdadeira corrente solidária em Rio Claro transformou a vida de Marco Aurélio Ferreira, 26 anos, de Samuel Nascimento Cardoso, 23 anos, e do cãozinho de estimação deles chamado Spyke. Casados, eles embarcaram em um ônibus na semana passada em Imperatriz, município do Maranhão. Junto com Spyke, a primeira parada foi a cidade de Limeira onde na sequência seguiram para uma fazenda entre Campinas e Indaiatuba.

“Através de um aplicativo de classificados nós fizemos contato com um gerente de uma fazenda onde haviam vagas para trabalhadores rurais em uma plantação de tomate. Explicamos que éramos casados e que só iríamos se pudéssemos levar o nosso cachorro. Em nenhum momento houve qualquer tipo de oposição. Juntamos o dinheiro que tínhamos e viemos em busca de uma situação melhor de vida porém foi aí que começou o nosso pesadelo”, conta Marco.

Quando o gerente apresentou o casal para o dono da fazenda, tudo mudou: “O fazendeiro disse que não poderíamos ficar lá porque éramos homossexuais. Fomos humilhados e não tivemos o reembolso do dinheiro”, afirma Samuel.
O casal junto com o cão Spyke voltou para Limeira onde iriam embarcar novamente para o Maranhão com algumas economias que sobraram porém na rodoviária foram informados que o cachorro também teria que pagar R$ 335,00 da passagem: “Só tínhamos dinheiro para a gente e uma assistente social chegou a sugerir que soltássemos o cachorro na rua mas nunca faríamos isso. Ela disse então que talvez em Rio Claro alguma Ong poderia ajudar a gente”, lembra Samuel.

Eles vieram para a rodoviária de Rio Claro e desde segunda-feira (26) estavam no local. Com um cartaz em mãos pediam ajuda para comprar a passagem do cãozinho Spyke. O caso ganhou repercussão assim que voluntárias que cuidam da causa animal ficaram sabendo da situação na tarde de hoje (28) e a corrente do bem logo se estendeu a outros rio-clarenses que foram até o local doar alimentos para o casal, que chegou a passar fome, e ração para Spyke.

Eles também receberam ajuda em dinheiro e no início desta noite conseguiram embarcar de volta para casa: “Só temos a agradecer a todos que nos acolheram aqui em Rio Claro e não mediram esforços para nos ajudar com a passagem do Spyke. Nosso coração agora está em paz depois de dias tão difíceis”, finalizou Marco.