Fabíola Cunha

Eram 11h40 de sábado e o Centro de Rio Claro estava inflado de veículos e pedestres, alguns aproveitando a manhã para fazer compras, outros trabalhando.

Angélica Regina Augusto pedalava pela ciclofaixa atrás da bicicleta do marido, que carregava na cadeirinha traseira o filho do casal, de 2 anos e 7 meses.

No cruzamento da Rua 6 com a Avenida 1, a preferencial é para os veículos que sobem a rua, e a sinalização de Pare está implantada para orientar quem vem pela avenida.

Angélica viu um carro passar o Pare e atingir a frente da bicicleta do marido e, horrorizada, assistiu ao filho pequeno ser lançado contra o capô do carro: “Entrei em choque, em desespero. Fui acudir o nenê, não pensei em nada”, relata.

Funcionária de um estabelecimento comercial próximo, ela agora leva o filho às consultas com dentistas – o impacto causou o amolecimento dos dentes de leite do menino, além de corte no queixo.

O motorista parou e ajudou a socorrer o bebê – o marido de Angélica não teve ferimentos. Ele está, também, auxiliando com os prejuízos financeiros, segundo ela.

Em uma breve conversa com as funcionárias que trabalham com Angélica, é possível perceber que o cruzamento, muito movimentado, é motivo de pequenos e grandes sustos. Aparentemente, respeito às leis de trânsito não é o forte de quem passa pelo local.

A ciclofaixa da Rua 6 foi motivo de discórdia entre moradores, comerciantes e usuários de bicicleta, pois o lado da rua onde ela está instalada não pode mais ser usado como estacionamento.

Em nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal informou que o cruzamento da Rua 6 com Avenida 1 está devidamente sinalizado e que “a prefeitura vem estimulando o uso de bicicletas por meio de implantação de ciclofaixas que, a exemplo do trecho citado, também tem a sinalização necessária”.

Quanto à possibilidade de nova sinalização no local, a Secretaria de Mobilidade Urbana e Sistema Viário informou que “segue critérios técnicos para a colocação de semáforos e lombadas eletrônicas, como quantidade de acidentes, volume de tráfego de veículos e de pedestres, características dos imóveis no trecho e características das vias das imediações são alguns itens analisados”.