Ramon Rossi

Araras contabiliza dois casos importados de sarampo e outras 17 suspeitas notificadas, que aguardam resultados de exames realizados pelo Instituto Adolfo Lutz, de Rio Claro, para diagnóstico. A previsão é que os laudos sejam concluídos em 30 dias. A informação é da Secretaria Municipal de Saúde.

Além de bloqueio vacinal junto a pessoas que tiveram contato direto com esses pacientes, profissionais da pasta também realizam varreduras na região onde estão os casos suspeitos para verificar se há pessoas com a vacina tríplice viral – que protege contra sarampo, caxumba e rubéola – atrasada na vizinhança.

 “Infelizmente, ainda encontramos muitas pessoas sem as doses necessárias da vacina contra o sarampo, que é a única forma eficaz de se proteger da doença. Isso acontece principalmente entre pessoas que têm de 15 e 29 anos e deveriam ter duas doses na carteirinha. Boa parte delas não tem e ainda não foi procurar as unidades de saúde”, comentou a farmacêutica da Vigilância Epidemiológica, Margareth Pagotti.

Para intensificar a vacinação nesta faixa etária, a Vigilância entrou em contato com a direção das escolas da cidade e encaminhou ofícios reforçando a importância dos alunos conferirem se a caderneta está em dia. O retorno, no entanto, ainda está abaixo da expectativa.

Segundo o setor, apenas os estudantes da rede municipal aderiram à ação. A iniciativa contou com apoio da Secretaria Municipal de Educação, que pediu comprovante da vacina tríplice aos pais para a realização da matrícula na rede.

Entre os alunos da rede estadual e particular, a procura por vacinas ainda é considerada baixa. “Temos muitos adolescentes com 15 anos ou mais nessas escolas que ainda não tomaram as duas doses da vacina. Além disso, esse público também frequenta eventos que concentram muitas pessoas, como shows e festas, o que amplia o risco de contaminação, já que várias cidades do Estado de São Paulo estão com surto da doença”, alerta Margareth.

Na última segunda-feira (9), médicos, enfermeiros e técnicos que trabalham em hospitais e unidades da rede municipal de Araras participaram de treinamento sobre sarampo e vacinação. Coordenado pela Secretaria da Saúde, o evento aconteceu na Acia e reuniu mais de 20 profissionais.

Sintomas

Os principais sintomas de sarampo incluem febre alta (acima de 38°C) e exantemas (erupções cutâneas) que têm início no rosto e podem se propagar para outras partes do corpo, combinados com coriza, conjuntivite ou tosse seca. Em caso de aparecimento desses sintomas, a pessoa deve procurar atendimento na unidade de saúde mais próxima de onde mora.

 “O sarampo é altamente contagioso e o vírus pode ficar ativo no ar por até duas horas, contaminando outras pessoas que estiverem no ambiente”, explica o médico da Vigilância, Rodrigo Klein.

A transmissão é similar à gripe, ou seja, de pessoa para pessoa, por meio de tosse e secreções respiratórias. A imunização contra o sarampo é feita tanto pela vacina tríplice viral quanto pela tetra viral (que inclui ainda a varicela), ambas disponíveis na rede pública de saúde e aplicadas, gratuitamente, conforme prevê o calendário vacinal.

Quem perdeu a carteirinha deve procurar o posto onde costumava tomar as doses para verificar se possui histórico de vacinação no local. O arquivo é mantido pela Secretaria da Saúde nas salas de vacina e traz informações sobre moradores da região onde elas estão localizadas.

Quem deve ser vacinado

A vacinação contra o sarampo é feita atualmente aos 12 meses de idade, quando a primeira dose de vacina é aplicada, e aos 15 meses, quando uma segunda é recomendada para reforço.

Mas o calendário vacinal, estabelecido pelo Ministério da Saúde, nem sempre foi assim. Antigamente, a vacina contra o sarampo era aplicada aos 4 anos de idade, com reforço somente aos 15 anos.

“Por isso, muitas pessoas que nasceram entre as décadas de 1990 e 2000 não voltaram para receber esse reforço na idade prevista e precisam se imunizar agora”, explicou Margareth.

Ela recomenda que os ararenses chequem a carteirinha de vacinação para saber se receberam as duas doses da vacina e, em caso de dúvida, procurem uma das unidades de saúde que tenham sala de vacina para verificar a necessidade do reforço.

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