O dólar mais alto pressiona o preço de produtos que utilizam as matérias-primas importadas, a exemplo do pão francês

Ednéia Silva

O dólar comercial emendou a quinta alta consecutiva e fechou a cotação em R$ 3,369 na venda com alta de 0,15%. A moeda americana reduziu o avanço após atingir o patamar de R$ 3,435, superando a marca dos R$ 3,40 pela primeira vez em 12 anos. Com cotação de R$ 3,369, o dólar se mantém no maior valor desde 27 de março de 2003, quando fechou a R$ 3,386. Somente nas últimas cinco sessões, o dólar acumula valorização de 6,17%.

O dólar mais alto pressiona o preço de produtos que utilizam as matérias-primas importadas, a exemplo do pão francês
O dólar mais alto pressiona o preço de produtos que utilizam as matérias-primas importadas, a exemplo do pão francês

O aumento no dólar pressiona o preço de alguns produtos. Os itens mais afetados são os importados ou aqueles que têm insumos comprados do exterior. É o caso de pães, macarrão e biscoitos, que utilizam farinha de trigo importada da Argentina e Estados Unidos.

O economista Léo Renato Carrille, mestre em finanças e mercado de capitais, acredita que a alta do dólar está sendo causada mais por especulação do que pela realidade do mercado. E esse movimento especulativo não é bom para a economia do país. Para o consumidor, o economista alerta que o momento é de cautela, de segurar os gastos e promover economia.

Carrille avalia que o mercado está intranquilo e não demonstra sinal de recuperação a curto prazo. A crise econômica se agrava ainda mais com a crise política gerada pelos acontecimentos recentes no Congresso Nacional. Segundo Carrile, o Brasil não conseguiu recuperar a confiança internacional, o que piora o cenário. O economista afirma que não há previsão de melhora, alguns falam que a crise irá durar até o final de 2015 e outros até o fim de 2016, mas não há garantias.

Carrille observa o crescimento da taxa de desemprego, que gira em torno de 11%. Sem emprego, o trabalhador reduz o consumo, o que causa estagnação da economia. O economista destaca que o índice de confiança do consumidor e do empresário está em nível muito baixo, enquanto o descontentamento com o governo aumenta, podendo causar manifestações sociais.

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