Sidney Navas

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Profissionais estão cada vez mais escassos no mercado

Certamente, dependendo de sua idade, você já precisou de um bom e prestativo alfaiate na hora de reformar ou fazer os ajustes necessários em suas roupas. Esta é uma das nobres profissões que persistem ao longo do tempo apesar dos novos hábitos e, em pleno século XXI, achar um alfaiate não é nada fácil, mas não se trata de uma missão impossível. Simpático e muito comunicativo, Jaime Pizzirani, 70 anos, ainda mantém seu ateliê em pleno funcionamento, numa sala de casa simples, mas aconchegante, na Rua 4 entre as avenidas 10 e 12, no Centro da cidade.

Com um ar saudosista ele lembra como tudo começou isso quando tinha onze anos de idade. “São mais de seis décadas de empenho e atendimento aos clientes, mas as coisas já não são mais como antes. Antigamente as pessoas se vestiam melhor e me recordo que por volta dos idos de 1960 os homens só eram sepultados de terno, o que não aconteceu mais”, diz ele. O alfaiate explica que naquela época esse comportamento era muito comum, independente da situação financeira do falecido. “Agora tudo mudou e nem todos mantém essa tradição”, enfatiza.

Jaime acredita que o custo (às vezes elevado) em torno das reformas ou ajustes das vestimentas, aliado à popularização das lojas de confecções, tenham contribuído para o ‘sumiço’ da profissão. Via de regra, confeccionar uma roupa ou calça social sob medida é bem mais caro que comprar peças prontas em lojas de departamento masculino,  “É uma profissão que parece estar acabando. É uma pena”, observa o profissional. Entretanto é bom lembrar que muitos homens, especificamente os mais maduros, entre 50 e 60 anos, felizmente não abrem mão desse tipo de serviço e continuam querendo ternos com estilo único e medidas exatas.

Como todo alfaiate que se preze, Jaime também deu início a sua trajetória vitoriosa como um sendo um simples aprendiz ávido por conhecimento. Com a prática do dia a dia foi ganhando segurança e não demorou muito para ser um dos alfaiates mais requisitados do município. O profissional destaca que ao contrário da atualidade, no passado a quantidade de alfaiatarias era enorme em Rio Claro e mesmo assim havia espaço pra todos. “Eram bem mais de quinze ateliês com uma clientela assídua e vasta. Hoje sobraram poucos, quase nenhum”, lamenta o homem.

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