O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes é lembrado hoje, 18 de maio, e a data vem como um alerta para a realidade que precisa ser combatida.

Em Rio Claro, dados do Conselho Tutelar apontam que, em relação à violência sexual que envolve os casos de estupro, exploração sexual e assédio, 97 casos foram registrados no período de 1º de junho de 2021 até ontem (17/05/2022). Em média, em menos de um ano, a cidade registrou dois casos por semana.

“É muito importante ressaltar que os últimos dados do Disque 100 apontam que 72% dos casos de abusos sexuais aconteceram dentro de casa, no núcleo familiar. Isso nos traz um despertar para as orientações das famílias. Por isso eu acho importante tocar em um tema que gera polêmica mas é importante, que é a educação sexual. É a gente ensinar a criança para a autonomia do corpo. Para ela entender que outra pessoa não pode tocar no corpo dela e para isso existem maneiras pedagógicas e educativas de se falar. E exatamente por 72% dos casos acontecerem dentro de casa esse assunto não pode ser deixado só para a família. Ressalto que não é ensinar sexo nem sexualizar a criança, é orientá-la sobre limites e mostrar o respeito que merecem”, explica o conselheiro tutelar Leonardo Alves.

Programação

A prefeitura de Rio Claro dá continuidade hoje, quarta-feira (18), a uma ampla programação nos centros de referência de assistência social (Cras), com a campanha Faça Bonito, que tem o objetivo de abordar o combate ao abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes. A palestra será às 9 horas no Cras Terra Nova (Avenida Antônio Marco Padula, 1.043, no Terra Nova).

“Este trabalho de conscientização nos territórios desenvolvido pelos Cras é de extrema importância para levar informação até a população”, afirma Vilma Sprícigo, secretária municipal do Desenvolvimento Social.

A campanha Faça Bonito terá ainda as seguintes atividades: quinta-feira (19) às 9 horas no Cras Panorama (Avenida 60-PA, 2.180, Jardim Panorama), e dia 26 (quinta-feira) às 14 horas no Cras Brasília (Avenida 30, 290, no Jardim Brasília).

Entenda a data

A data foi determinada oficialmente pela Lei 9.970/2000, em memória à menina capixaba Araceli Cabrera Sanches Crespo, de apenas oito anos. Ela foi sequestrada, drogada, espancada, estuprada e morta em um crime que ficou impune. Araceli foi vista pela última vez no dia 18 de maio de 1973. O corpo foi encontrado seis dias depois, desfigurado por ácido, em estado de decomposição, em uma mata nos fundos de um hospital infantil. Os réus eram membros de tradicionais e influentes famílias do Espírito Santo na época.

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