Feminicídios: Mortes de mulheres em casa dobram no estado de SP durante quarentena

DANIEL MARIANI, DIANA YUKARI E THIAGO AMÂNCIO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O número de mulheres assassinadas dentro de casa quase dobrou no estado de São Paulo durante a quarentena para combate à pandemia do novo coronavírus em comparação com o mesmo período do ano passado.

De 24 de março –data em que passou a valer o fechamento de comércios, bares e restaurantes no estado– a 13 de abril, 16 mulheres foram assassinadas dentro de casa. No mesmo período de 2019, foram contabilizadas 9 mortes nessa mesma condição, segundo análise feita pela reportagem dos boletins de ocorrência registrados no estado.

No acumulado do ano até agora foram 55 mulheres assassinadas em casa até 13 de abril, contra 48 no ano passado, um aumento de 15%.

A análise leva em conta boletins de ocorrência cujo registro diz que o assassinato ocorreu em casa, mas, como por vezes o campo não é preenchido pelas autoridades, o índice pode ser ainda maior. Os dados são preliminares e podem sofrer alterações.

Além disso, os boletins mostram que, das 55 mulheres mortas, 8 foram assassinadas pelo próprio parceiro no período da quarentena, contra apenas 3 no ano passado –mas o número tende a ser maior porque a relação da vítima com o autor não é registrada em 95% dos boletins.

Os números apontam um aumento da violência contra a mulher neste período de isolamento, na opinião de especialistas consultados pela reportagem. Pesquisa do Ministério Público de São Paulo mostra que 66% dos feminicídios consumados ou tentados foram praticados na casa da vítima.

“As mulheres já viviam numa situação de violência, isso não é uma novidade trazida pelo coronavírus. O confinamento faz com que o conflito se escale, e as mulheres sejam assassinadas. Infelizmente, é provável que haja um aumento ainda maior nos próximos meses”, afirma Samira Bueno, diretora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pesquisadora do tema.

Alguns fatores que contribuem para esse crescimento durante a quarentena, segundo a pesquisadora, são o aumento do consumo de bebidas alcoólicas e problemas socioeconômicos decorrentes da perda de renda familiar.

Ela lembra que em 2019 já havia acontecido um aumento da violência doméstica em relação ao ano anterior, número que, com o confinamento provocado pelo coronavírus, pode crescer ainda mais.

Um levantamento do Ministério Público de São Paulo publicado nesta semana mostra que os pedidos de medidas protetivas de urgência feitos por mulheres cresceram 29% em março em comparação com fevereiro. O número saltou de 1.934 para 2.500 de um mês para o outro.

O número de prisões em flagrante por violência contra a mulher (homicídio, ameaça, constrangimento ilegal, cárcere privado, lesão, estupro etc.) também cresceu: foram 177 em fevereiro e 268 em março.

“Já houve uma redução no número de inquéritos policiais e processos, não porque a violência diminuiu, mas porque os prazos na Justiça estão suspensos até o fim de abril. Então optamos por levantar procedimentos urgentes, como as medidas cautelares e prisões em flagrante, que não pararam neste período”, afirma a promotora de justiça Valéria Scarance, uma das responsáveis pelo estudo.

“A pandemia não transforma o homem em uma pessoa violenta. Mas os fatores de estresse podem fazer com que um homem que já carrega dentro de si esses padrões pratiquem o ato ou o intensifiquem”, diz Scarance.
Samira Bueno afirma que o aumento nas mortes durante a quarentena era esperado pela experiência de outros países, como China, Itália e França, onde também se viu crescer a violência doméstica.

Autoridades mundiais se manifestaram contra a escalada na violência, como o secretário-geral da ONU, António Guterres. “Eu rogo a todos os governos que coloquem a segurança das mulheres em primeiro lugar nas respostas à pandemia”, escreveu o português em uma rede social.

Os países traçaram diferentes estratégias para combater o problema. O governo francês, por exemplo, decidiu pagar quartos de hotel para vítimas de violência doméstica e abrir centros de aconselhamento. ONGs na Itália lançaram campanhas para que as mulheres fizessem denúncias quando fossem ao mercado ou colocar o lixo para fora, por exemplo, lembrando-as de apagar o registro da chamada no celular.

Scarance diz que a responsabilidade pelo fim da violência doméstica não é só da vítima, mas que a comunidade também deve se atentar a isso.

“Nesse período de isolamento, é muito importante que as pessoas fiquem atentas e não se calem. Se qualquer pessoa escutar atos de violência e de agressão, a recomendação é que acionem imediatamente o 190”, afirma a promotora. “E, para as mulheres, a recomendação é não desistir. Existe um isolamento físico, mas as redes não estão isoladas. A mulher pode acionar os serviços de proteção, as pessoas de confiança, e cuidar para sair dessa situação.”

Vítimas de violência doméstica podem denunciar o abuso à Polícia Militar, pelo telefone 190; pelo disque-denúncia do governo federal, o 180; numa delegacia da mulher; ou indo à promotoria ou defensoria pública. Na capital paulista, pode-se procurar também a Casa da Mulher Brasileira (rua Vieira Ravasco, 26, Cambuci), que funciona 24 horas por dia e encaminha à vítima ao serviço mais indicado.

As denúncias também podem ser feitas pelos aplicativos SOS Mulher, do Governo de São Paulo, e Direitos Humanos Brasil, do governo federal.

Com debandada de auxiliares de Mandetta, Bolsonaro acelera escolha por substituto

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em meio à debandada de secretários do Ministério da Saúde, a equipe do presidente Jair Bolsonaro acelerou a busca por um substituto do ministro Luiz Henrique Mandetta, que já avisou auxiliares de sua demissão nos próximos dias.

Entre os cotados estão médicos de fora da pasta e o número 2 do ministério, João Gabbardo.

Um dos médicos sugeridos a Bolsonaro é Carlos Lottenberg, que conta com apoio de Fabio Wajngarten, Secretário Especial de Comunicação Social.

Bolsonaro também tem simpatia pelo cardiologista Otávio Berwanger, que, no início do mês, participou de reunião com um grupo de médicos no Planalto. O entorno do presidente, no entanto, avalia que ele dificilmente aceitaria.

Uma parte da ala militar, preocupada com uma política de continuidade, tenta emplacar o nome de Gabbardo, secretário-executivo, como possibilidade de solução temporária.

Ainda numa solução caseira, a oncologista Maria Inez Gadelha, que atua na Secretaria de Atenção à Saúde, também está na bolsa de apostas. A servidora conta com apoio sobretudo na bancada federal da Saúde.

Com a piora na relação com o ministro, que perdeu apoio substancial no Palácio do Planalto, o presidente foi aconselhado a efetuar uma troca nesta semana, antes que Mandetta volte a ganhar força.

A equipe do ministro ligada ao combate da pandemia começou um movimento para deixar a pasta.

Principal nome à frente das ações de controle do coronavírus, o secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, pediu demissão na manhã desta quarta-feira (15).

A informação foi confirmada pela pasta. Mais cedo, Oliveira já tinha divulgado uma carta à equipe, como revelou a coluna da Mônica Bergamo.

Além de Oliveira, o secretário Denizar Vianna (Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos), também deu sinais de que deve sair caso a exoneração do ministro se confirme.

Com receio de ver os trabalhos descontinuados, auxiliares de Mandetta deram ordens à equipe para que acelerem a publicação de trabalhos técnicos que já estejam em fase de finalização para no máximo quinta-feira (16).

Mais cedo, Oliveira pediu a diretores que fizessem um balanço das ações de suas áreas para uma eventual troca de gestão.

Pedido semelhante foi reforçado por Mandetta em reunião nesta quarta. Na ocasião, o ministro orientou a equipe a acelerar ações para mostrar que a pasta cumpriu o que havia prometido fazer.

Aliados do presidente buscam um nome que traga confiabilidade e não provoque mais estrecimentos ao governo em meio à pandemia, que se aproxima de seu período mais crítico.

Inicialmente, Bolsonaro fazia questão de nomear alguém que fosse alinhado a ele na defesa do isolamento vertical, que preserva os grupos de risco, e na utilização da hidroxicloroquina em pacientes em fase inicial da doença.

No entanto, ele passou, de acordo com aliados, a aceitar uma alternativa que, embora tenha uma visão diferente da dele no combate à doença, não adote posição de confronto ou o desautorize em público.

A ideia principal, como reafirmou um ministro do governo, é escalar alguém que ajude a reduzir um eventual desgaste público com a saída de Mandetta.

Por outro lado, há uma preocupação com a transição na Saúde, para que a saída do atual ministro não se dê sem que haja memória do trabalho produzido até aqui, com mais de um mês de crise.

Conta a favor de Gabbardo o fato de o secretário ter cortado perguntas em entrevistas que pudessem contrapor Bolsonaro às recomendações do ministério, como saídas para pontos de comércio de Brasília.

Há, porém, quem veja nele um forte aliado de Mandetta por ter se mostrado fiel ao ministro em algumas aparições públicas.

De acordo com relatos feitos à Folha, Gabbardo não chegou a ser convidado e ainda há dúvidas de que aceitaria a missão.

Nesta quarta (15), o de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, pediu demissão do cargo, se antecipando à saída de Mandetta.

Aliados de Bolsonaro se esforçam para construir um grupo de indicações. Há uma ala que defende que Mandetta seja substituído por um médico de renome, afastado de polêmicas.

Há uma preferência para profissionais de hospitais de referência, como Albert Einstein, onde Bolsonaro foi tratado após facada sofrida em 2018.

Alinhados a Bolsonaro, o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) e o diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional da Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, chegaram a ser inicialmente favoritos para o posto.

O perfil político e a amizade de ambos com o presidente, no entanto, são apontados como empecilhos para uma indicação. Segundo deputados bolsonaristas, eles só serão efetivados caso o presidente não encontre alguém de peso.

Convidada para participar do comitê de crise, a médica Nise Yamaguchi, que defende o uso de hidroxicloroquina, chegou a ser sondada, mas ela não teria demonstrado disposição em assumir o cargo.

Desde a semana retrasada, o presidente já havia decidido trocar o comando da pasta, mas tinha receio da repercussão de uma mudança em meio à pandemia de coronavírus.

Bebê de seis meses é o segundo caso confirmado de Covid-19 em Santa Gertrudes

A Prefeitura de Santa Gertrudes, por meio da Secretaria de Saúde, informa que o 2° caso de Coronavírus foi confirmado no município.

Um bebê de 6 meses apresentou os sintomas e, após passar pelo serviço de saúde foi encaminhado para a Santa Casa de Rio Claro, onde permaneceu internado. Neste período foram coletadas amostras e enviadas para análises.

O bebê já teve alta e passa bem. A família cumpre o isolamento social e segue sendo monitorada pela Secretaria de Saúde de Santa Gertrudes.

A prefeitura reforça que as medidas de prevenção sejam seguidas. Esse caso mostra que não é somente adultos e idosos que podem contrair o vírus, o esforço cabe a cada um de nós. Cuidem de suas famílias.

Novidades que chegam nesta semana à Netflix

Quem está em casa, sem colocar os pés na rua, colaborando com a luta contra a pandemia do coronavírus, tem passado horas na frente da TV, buscando atrações para preencher seu tempo. Para os que gostam de acompanhar a Netflix, aqui vão as novidades, que chegam entre quarta, 15, e sexta-feira, 17, ao catálogo da operadora.

Começando pelas atrações desta quarta, 15, com a estreia da nona temporada da série The Walking Dead. Com o fim da guerra, Rick espera que os sobreviventes consigam superar as diferenças. Mas o perigo vem de todos os lados e ameaça a paz recém-conquistada. Tem a nova Outer Banks, que traz a história de um grupo de adolescentes que descobre um antigo segredo e embarca em uma aventura inesquecível. E estreia também o documentário O DNA da Justiça, que revela as injustiças cometidas, que resultam em condenações criminais equivocadas, baseadas em erros. Na quinta, 16, será a vez da terceira temporada de Fauda, que mostra um jovem pugilista em busca de um líder do Hamas.

Na sexta, 17, destaque para o filme Sergio, que traz o ator Wagner Moura interpretando o diplomata brasileiro Sergio Vieira de Mello da ONU, que foi morto em um atentado no Iraque, em 2003 A direção é de Greg Barker.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Relaxar quarentena exige capacidade de testar todos os casos suspeitos, diz OMS

ANA ESTELA DE SOUSA PINTO – BRUXELAS, EUA (FOLHAPRESS) 

Países que decidirem relaxar a quarentena precisam ter capacidade para testar e isolar todos os casos suspeitos e seus contatos, afirma a OMS (Organização Mundial da Saúde) nas recomendações técnicas de combate à pandemia de coronavírus, atualizadas na noite de terça (14).

Gerenciar a transição para um nível de contágio baixo e estável pode ser “a melhor saída em curto e médio prazo, na ausência de vacina segura e eficaz”, segundo a organização.

Para evitar um repique dos contágios, porém, as decisões devem ser baseadas em evidências, monitorada por dados de qualidade e implementadas de forma gradual.

“É essencial ter dados acurados em tempo real sobre os testes dos suspeitos, o isolamento e rastreamento dos contatos e a capacidade de atendimento dos serviços de saúde”, dizem as diretrizes.

A cada novo relaxamento, os governos devem verificar esses indicadores por um prazo mínimo de duas semanas.

A retirada de medidas mais duras também deve levar em conta características e riscos específicos de diferentes setores da economia, locais de convívio e atividades sociais. Quanto maior a chance de contágio, menos amplo deve ser o relaxamento.

Testes de anticorpos podem ajudar a calibrar as medidas “quando alternativas confiáveis estiverem disponíveis”.

O documento detalhou as seis condições que devem ser atendidas para levantar as quarentenas:

1. Transmissão controlada – para um “nível de casos esporádicos ou clusters”, com rastreamento dos contatos, do surgimento de novos casos e de importações. A OMS não fornece um número específico: os casos devem ser mantidos em um nível que permita ao sistema de saúde “administrar com substancial capacidade de atendimento clínico”;

2. Capacidade de atendimento do sistema de saúde – que permita detectar, isolar e tratar todos os casos, independentemente da severidade;

Detecção deve ser feita por registro de sintomas, triagem em hospitais, procura espontânea ou outros métodos

Testagem deve ser feita em todos os casos suspeitos em no máximo 24 horas após a identificação e coleta do material; deve haver capacidade suficiente para testar a ausência do vírus em pacientes recuperados

Isolamento deve ser aplicado a todos os casos confirmados, em hospitais ou locais apropriados até que tenha passado a fase de transmissão

Quarentena – todos os contatos próximos devem ser rastreados, isolados e monitorados por 14 dias, em local especial ou em autoisolamento

3. Riscos de surto em locais críticos (como asilos) minimizados – com identificação dos principais vetores de contágio e a aplicação de medidas como reforço da higiene, testagem e uso de equipamentos de segurança;

4. Medidas preventivas em locais de frequência pública, como escolas e escritórios, devem estar implantadas – incluindo distanciamento social, higiene das mãos, etiqueta em caso de espirros e tosse e monitoramento da temperatura;

5. Risco de importação de casos deve ser administrado – com análise das possíveis rotas de entrada, meios para detectar casos suspeitos e capacidade de impor quarentenas, principalmente para quem chega de áreas com alto nível de infecção;

6. Comunidades devem estar informadas e engajadas nas medidas de prevenção de contágio, o que inclui a detecção e o isolamento de todas as pessoas contaminadas. Medidas de higiene e distanciamento devem ser mantidas e reforçadas.

Mundo passa dos 2 milhões de casos confirmados de coronavírus

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O mundo passou dos 2 milhões de infectados confirmados com o novo coronavírus. Os dados são da Universidade Johns Hopkins, dos EUA, que faz o monitoramento dos números da pandemia. Na segunda (13), a plataforma da universidade chegou a mostrar que a marca havia sido alcançada, mas corrigiu o número para 1,92 milhão.

Os EUA, com mais de 600 mil casos confirmados, continuam sendo o epicentro mundial da doença. O país é seguido pela Espanha (mais de 177 mil casos), Itália (mais de 162 mil), Alemanha (mais de 132 mil), França (mais de 131 mil) e Reino Unido (mais de 94 mil).

A China, o primeiro epicentro mundial da doença e que hoje tem 83 mil casos confirmados, identificou a Covid-19 no final de dezembro de 2019.

Foram cerca de três meses para que 1 milhão fossem infectados ao redor do mundo, marca atingida no último dia 2. Para o número dobrar e chegar aos 2 milhões observados hoje, passaram-se 13 dias.

O número de mortos pela doença supera 127 mil no mundo.

Mandetta avisa equipe que será demitido e que Bolsonaro procura substituto

CAMILA MATTOSO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, avisou sua equipe na noite desta terça-feira (14) que Jair Bolsonaro já procura um nome para o seu lugar e que deve ser demitido ainda nesta semana.

Ele conversou com integrantes da pasta em clima de despedida após a entrevista coletiva da qual participou no Palácio do Planalto.

De acordo com relatos, Mandetta avisou que combinou de esperar a escolha do substituto e de ficar até a exoneração de fato ocorrer.

Alguns membros da equipe sugeriram que ele pedisse demissão imediatamente, mas a ideia foi rejeitada pelo ministro.

Antes da coletiva, Mandetta esteve presente na reunião do conselho, com Bolsonaro e os demais ministros. Segundo relatos, o chefe da Saúde ficou em silêncio durante todo o encontro.

Desde que a guerra fria envolvendo os dois teve início, Bolsonaro já ameaçou algumas vezes demitir o ministro, mas até agora não concretizou o plano.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, o apoio que Mandetta (Saúde) tinha no núcleo militar do Palácio do Planalto para continuar no cargo perdeu força na noite de domingo (13), após a entrevista dada por ele no Fantástico.

O tom adotado foi avaliado pela cúpula fardada como uma provocação desnecessária.

Fábio Assunção deve receber R$ 30 mil de colunista que fez comentário ofensivo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ator Fábio Assunção, 48, venceu um processo contra o colunista e escritor Rodrigo Constantino, que deve pagar uma indenização de R$ 30 mil ao ator por danos morais. Em seu blog O Boletim e em seu site pessoal, ele criticou Assunção pelo ator ter se declarado contra o impeachment de Dilma Roussef, em 2016.

Colunista de diversos jornais pelo Brasil, Constantino escreveu em 2016 uma matéria com o título: “Assunção da idiotice política”, que usava o problema do ator com drogas para ofendê-lo. “Fábio Assunção, aquele que andou tendo problemas com drogas, parece ter tido uma baita recaída, e com drogas bem pesadas: o petismo!”, escreveu Constantino.

A Justiça pediu, ainda, que ao Google e ao proprietário do site que excluísse a nota da internet sob pena de multa.

Em sua defesa, o colunista afirmou que “valeu-se de seu direito constitucional à livre manifestação do pensamento e, no exercício da atividade jornalística” com a intenção de “provocar reflexão no leitor, dizendo que a notória dependência química do autor [Assunção] foi abordada apenas de modo periférico e sem intenção de ofender sua honra, mas sim de comparar o ‘petismo’ a uma ‘droga’.”

Na visão do juiz da 4ª Vara Cível de São Paulo, mesmo Assunção sendo uma figura pública e que seja de conhecimento do “público em geral tenha conhecimento de seus problemas com dependência química, o réu não está autorizado, por isso, a combater ideias de Fábio com referências a tais problemas. A opinião política de Fábio Assunção pode ser criticada, mas não com menção à sua intimidade”.

Cabe recurso.

Aos 99 anos, ele sobreviveu a duas guerras e à covid-19

O dia 13 de abril passou a significar uma dupla vitória para as Forças Armadas. Além de marcar o início da Tomada de Montese, em 1945, batalha ocorrida na Itália em que a tropa brasileira enviada à 2ª Guerra foi decisiva na vitória dos aliados sobre os nazistas, a data agora representa o dia em que um dos ex-combatentes brasileiros venceu a própria guerra, contra a covid-19.

Aos 99 anos, Ermando Piveta recebeu alta médica, após oito dias internado no Hospital das Forças Armadas (HFA) em virtude de complicações causadas pelo novo coronavírus – e é um dos pacientes mais velhos a serem curados da doença no Brasil. “Essa guerra não foi fácil”, resumiu a filha, Vivian Piveta.

Para celebrar o momento, o Exército providenciou honras militares. Em uma cadeira de rodas e com a mão direita apontada para a cabeça, em gesto de continência, Piveta deixou o hospital de boina e com o brasão da Força Expedicionária Brasileira (FEB) sobre o colo.

Com braços erguidos em comemoração, emocionou-se ao ouvir da corneta de um militar o toque dedicado a ex-combatentes e aplausos da equipe médica. O praça havia chegado à unidade com febre e falta de ar.

Para vencer a covid-19, no entanto, Piveta não foi munido com a arma preferida do presidente Jair Bolsonaro contra a doença, a cloroquina. A equipe do HFA concluiu que a medicação poderia criar efeito reverso no paciente, dadas as complicações de saúde que ele apresentava. Durante o período hospitalizado, o ex-combatente também acabou tendo uma infecção pulmonar. Em outros três pacientes com coronavírus que receberam a alta no mesmo dia a substância foi administrada e os resultados foram satisfatórios.

O uso do medicamento é um dos motivos da desavença entre Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O presidente faz propaganda da cloroquina e da hidroxicloroquina como drogas essenciais no tratamento de pacientes. O ministro, por sua vez, fala desses produtos com cautela.

Missões

Ermando Piveta, que hoje é segundo-tenente do Exército, é de Laranjal Paulista, em São Paulo, mas vive em Brasília. Ele tornou-se militar em 1940, quando se incorporou ao Batalhão de Itu (SP). Durante a guerra, participou de treinamentos em Dacar, no Senegal, e atuou em missões de guarda na costa brasileira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Professor da Unesp Rio Claro apresenta cenários possíveis do avanço da Covid-19

O Prof. Dr. Rodrigo Moruzzi, docente do IGCE da Unesp de Rio Claro, desenvolveu uma pesquisa em que apresenta possíveis cenários do avanço do novo Coronavírus em Rio Claro.

“Vendo o problema da evolução da doença, a situação em outros países, e a chegada ao Brasil, principalmente por São Paulo, me vi motivado e, de certa maneira, comprometido a dar uma ferramenta, na medida do possível, para contribuir para que o município possa usar de auxílio nas decisões tomadas contra a Covid-19”, explica o professor, ressaltando o motivo para que ele desenvolvesse o trabalho.

Na pesquisa, Moruzzi se utilizou de um modelo de simulação para cruzar dados oficiais do município sobre o novo Coronavírus e apresentar cinco possíveis cenários da doença em Rio Claro.

Segundo o professor, o desenvolvimento do estudo visa demonstrar como as ações que estão sendo tomadas podem impactar no grau de evolução da doença e, com isso, ajudar no combate ao Coronavírus: “Eu utilizei uma modelagem matemática bastante aceita pela comunidade científica e a calibrei para as velocidades de infecção detectadas em São Paulo. Isso significa que utilizei a dinâmica da infecção na cidade de São Paulo para expandir para o estudo do que pode acontecer em Rio Claro”.

Com base nas pequisas feitas e nos resultados apresentados, Rodrigo Moruzzi analisa como positivas as atitudes tomadas pelos governantes neste momento: “Pode-se discutir se é algo radical, ou se algo adicional poderia ser feito, mas é uma situação muito complicada. Ninguém viveu isso ainda, então é muito difícil julgar as atitudes dos poderes públicos. Entretanto, o que tenho visto, e que me preocupa, é a baixa aderência da população em aderir ao recomendado. Tenho visto o prefeito de Rio Claro e o governador do Estado sendo bastante veementes com relação à segurança, mas infelizmente não vejo a população com essa aderência necessária. Da janela de meu apartamento, já que estou cumprindo o isolamento social, percebo que o movimento pouco se reduziu e isso é bastante preocupante. A experiência internacional e os resultados matemáticos do estudo mostram que o crescimento exponencial ocorre de uma hora para a outra e é por isso que temos que tomar os cuidados”.

A partir do estudo, o professor espera ter contribuído para que a situação, por mais que seja delicada, possa ser enfrentada de maneira mais eficaz e que as consequências para a população sejam as menores possíveis: “Fiquei bastante assustado com as projeções que a pesquisa apresentou, mas é evidente que podemos mudar esta situação se respeitarmos as medidas protetivas”.

Estudo

Confira o relatório completo da pesquisa abaixo:

Jornal Cidade RC
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