Bolsonaro exonera diretor da PF, e Moro anuncia pronunciamento para o final desta manhã

LEANDRO COLON – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) 

O presidente Jair Bolsonaro exonerou o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, em publicação no Diário Oficial da União desta sexta-feira (24).

O ministro da Justiça, Sergio Moro, foi alertado por aliados no fim da noite passada de que a saída de Valeixo, escolhido por ele para comandar a PF, poderia ser oficializada no Diário Oficial desta madrugada, enquanto ainda negocia com o Palácio do Planalto sua permanência como ministro.

Conforme a Folha revelou, Moro pediu demissão a Bolsonaro na manhã desta quinta (23) quando foi informado pelo presidente da decisão de trocar Valeixo. O ministro avisou o presidente que não ficaria no governo com a saída do diretor-geral. Bolsonaro então escalou ministros militares para convencer o ex-juiz da Lava Jato a recuar.

Moro fará um pronunciamento às 11h desta sexta-feira no Ministério da Justiça.

A exoneração foi publicada como “a pedido” de Valdeixo no Diário Oficial, com as assinaturas eletrônicas de Bolsonaro e Moro. Segundo a Folha de S.Paulo apurou, porém, o ministro não assinou a medida formalmente nem foi avisado oficialmente pelo Planalto de sua publicação.

O nome de Moro foi incluído no ato de exoneração pelo fato de o diretor da PF ser subordinado a ele. É uma formalidade do Planalto. Além disso, ao contrário do que informa a medida publicada, Valeixo não teria “pedido” sua exoneração ao Planalto. Não há substituto no comando da polícia, por ora, nomeado.

Moro topou largar a carreira de juiz federal, que lhe deu fama de herói pela condução da Lava Jato, para virar ministro. Ele disse ter aceitado o convite de Bolsonaro, entre outras coisas, por estar “cansado de tomar bola nas costas”.

Tomou posse com o discurso de que teria total autonomia e com status de superministro. Desde que assumiu, porém, acumula recuos e derrotas.

Na avaliação de aliados de Moro, Bolsonaro atropelou de vez o ministro ao ter publicado a demissão de Valeixo durante as discussões que ainda ocorrem nos bastidores sobre a troca na PF e sua permanência no governo.

Diante desse cenário, crescem as expectativas sobre a saída do ministro ainda nesta sexta.

Uma solução para sua permanência vem sendo discutida pelos ministros generais da Casa Civil, Walter Braga Netto, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Segundo assessores presidenciais, uma indicação positiva havia sido dado pelo ministro da Justiça.

Moro havia sinalizado até a noite passada, portanto antes da demissão de Valeixo ser oficializada, que estava disposto a aceitar um acordo desde que tivesse a palavra final na sucessão na Polícia Federal. A dúvida agora é se, com a saída de Valeixo durante as negociações, o ministro topará continuar no governo.

Um nome que conta com a simpatia do ex-juiz da Lava Jato para dirigir a PF, segundo aliados do ministro, é o do diretor do Depen (departamento penitenciário nacional), Fabiano Bordignon.

Já Bolsonaro defende a nomeação para o posto do diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem, ou do secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres.

O ministro também tem se mostrado, nos bastidores, insatisfeito com a condução do combate à pandemia do coronavírus por parte de Bolsonaro. Moro, por exemplo, atuou a favor de Luiz Henrique Mandetta (ex-titular da Saúde) na crise com o presidente.

Com esse novo embate, Moro vê cada vez mais distante a possibilidade de ser indicado pelo presidente para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). Sobre isso, Moro já respondeu que essa é uma “perspectiva interessante” e que seria como ganhar na loteria.

Pelo critério de aposentadoria compulsória aos 75 anos dos ministros do Supremo, as próximas vagas serão as de Celso de Mello, em novembro, e Marco Aurélio Mello, em julho de 2021. A indicação de ministros do Supremo é uma atribuição do presidente que depois precisa ser aprovada pelo Senado.

Esse caminho de Moro ao Supremo já estava enfraquecido especialmente depois da divulgação de mensagens privadas que trocou com procuradores da Lava Jato.

As mensagens obtidas pelo Intercept e divulgadas até este momento pelo site e por outros órgãos de imprensa, como a Folha de S.Paulo, expuseram a proximidade entre Moro e os procuradores da Lava Jato e colocaram em dúvida a imparcialidade como juiz do atual ministro da Justiça no julgamento dos processos da operação.

Quando as primeiras mensagens vieram à tona, em 9 de junho, o Intercept informou que obteve o material de uma fonte anônima, que pediu sigilo. O pacote inclui mensagens privadas e de grupos da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, no aplicativo Telegram, a partir de 2015.

Em resumo, no contato com os procuradores, Moro indicou testemunha que poderia colaborar para a apuração sobre o ex-presidente Lula, orientou a inclusão de prova contra um réu em denúncia que já havia sido oferecida pelo Ministério Público Federal, sugeriu alterar a ordem de fases da operação Lava Jato e antecipou ao menos uma decisão judicial.

Desde que assumiu o cargo, o presidente Bolsonaro ensaiou em mais de uma oportunidade mudar o comando da Polícia Federal, minando a influência de Moro sobre a cúpula da corporação. Tentativas de ingerência se deram com a abertura e o avanço de investigações contra pessoas do entorno do mandatário.

O incômodo de Bolsonaro com o trabalho da PF aumentou recentemente por causa dos inquéritos que apuram um suposto esquema de fake news para atacar autoridades, entre elas alguns de seus adversários políticos, e as manifestações pró-golpe militar promovidas por grupos bolsonaristas –no domingo (19), o presidente participou de uma delas, em Brasília.

Os dois casos, sob relatoria do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, devem ser tocados por uma mesma equipe de policiais federais, o que desagrada ao presidente.

A apuração sobre fake news, aberta pelo próprio STF, envolve a suspeita de que filhos de Bolsonaro, entre eles o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), estejam por trás de um gabinete do ódio supostamente mantido pelo Palácio do Planalto para atacar desafetos políticos.

Essa hipótese também foi levantada em CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) sobre o caso no Congresso.

Já a investigação sobre os atos antidemocráticos, proibidos pela Constituição e a Lei de Segurança Nacional, foi aberta a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras. Ela mira empresários e ao menos dois deputados federais bolsonaristas por, possivelmente, terem organizado e financiado os eventos. Os nomes são mantidos em sigilo pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

Um dos primeiros incômodos do presidente com a PF na gestão Moro se deu no início do mandato, com a instauração de inquérito contra o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, para apurar esquema de candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais, caso revelado pela Folha de S.Paulo.

Em outubro, o ministro foi denunciado à Justiça sob acusação de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa.

Apesar do constrangimento gerado pela situação, o presidente manteve o aliado no cargo. Em mais de uma oportunidade, demonstrou irritação com as conclusões sobre o caso. Ainda em outubro, ele disse que o responsável pela investigação na PF “agiu de má-fé”, que houve “exagero” no inquérito e que a intenção não foi atingir o ministro, mas o presidente da República.

A reação se deu após a Folha de S.Paulo noticiar que um depoimento e uma planilha obtidos pela Superintendência da PF em Minas sugerem que recursos do laranjal foram desviados para abastecer, por meio de caixa dois, a campanha presidencial de Bolsonaro.

Dois meses antes, o presidente havia gerado instabilidade na PF ao anunciar que trocaria o superintendente do órgão no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, por questões de gestão e produtividade.

Foi rebatido por uma nota da própria corporação, que informou que a mudança de comando já vinha sendo debatida internamente e havia sido solicitada pelo próprio policial, não tendo relação com seu desempenho.

Bolsonaro subiu o tom e declarou que quem dava as ordens na polícia era ele próprio. “Se ele resolveu mudar, vai ter que falar comigo. Quem manda sou eu, vou deixar bem claro. Eu dou liberdade para os ministros todos, mas quem manda sou eu”, declarou.

Na ocasião, Moro estava enfraquecido pela divulgação de mensagens que mostraram sua atuação em parceria com os procuradores em diferentes processos da Lava Jato e que colocaram em xeque sua atuação como juiz federal.

Mortes por coronavírus ultrapassam assassinatos em São Paulo

DANIEL MARIANI, DIANA YUKARI E FLÁVIA FARIA – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Mais de 1.300 pessoas morreram pela Covid-19 no estado de São Paulo em um intervalo de 38 dias. É mais que o triplo das ocorrências de homicídios no mesmo período do ano passado (359 casos).

Nesta quinta-feira (23), o número de vítimas do coronavírus para um só dia chegou ao ponto mais alto até o momento, com 211 registros.

O levantamento considera o intervalo entre 17 de março (data da primeira morte pela doença no estado em 2020) e 23 de abril.

O número de vítimas pela doença nestes 38 dias deste ano (1.345) é superior ao de homicídio nos 114 primeiros dias de 2019, quando houve 1.044 casos de assassinatos.

As mortes violentas foram contabilizadas a partir dos boletins de ocorrência da Secretaria da Segurança Pública e incluem casos de homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte.

Os números podem ser ligeiramente maiores, pois em uma ocorrência pode haver mais de uma pessoa assassinada (a média é de 1,05 vítima por registro, o que daria uma estimativa de 1.096 mortos).

Por outro lado, parece haver ainda um atraso na notificação de casos e de mortes por coronavírus, o que, se confirmado, pode deixar a distância ainda maior para as mortes por homicídio.

A comparação foi feita com os assassinatos do ano passado porque ainda não foram divulgadas informações sobre homicídios em março deste ano. Nos primeiros dois meses de 2020, os números eram semelhantes aos de 2019.

Segundo o Governo de São Paulo, o estado tem mais de 16 mil casos confirmados de Covid-19. Ao menos 256 municípios (40%) registram a doença.

Nesta quinta, o índice de ocupação das UTIs paulistas era de 55%. Na capital, onde está a maioria dos doentes, a taxa é de 74%.

O estado concentra quase 40% de todas as mortes registradas no Brasil. Também foi onde a Covid-19 foi detectada pela primeira vez, em 26 de fevereiro.

Por ordem do governador João Doria (PSDB), São Paulo está sob quarentena desde 24 de março, com fechamento do comércio e de serviços não essenciais. A reabertura gradual deve ter início a partir do próximo dia 11.

O estado fará o acompanhamento da disseminação, comparando cenários possíveis da evolução do vírus, e novos protocolos serão definidos dependendo da situação de cada região e de cada setor da economia.

O ritmo de mortes vinha apresentando queda desde o último dia 14. Naquela data foi registrado o pico de óbitos até então, com 85 vítimas. Nesta quinta, porém, houve novo salto, com 211 mortos.

Rio Claro tem sexto óbito por coronavírus e dois em investigação

O município de Rio Claro confirmou nesta quinta-feira (23) mais um óbito causado pelo novo coronavírus (Covid-19) e mais dois casos positivos da doença (o da paciente que morreu e de uma mulher que está internada, ambas idosas).

Com isso, Rio Claro soma seis mortes decorrentes de coronavírus, sendo dois homens e quatro mulheres. Dos seis óbitos registrados em Rio Claro, apenas um homem não tinha mais de 60 anos. Todos os demais eram idosos.

Além das seis mortes, o município tem 16 casos confirmados de Covid-19, e mais 12 casos com diagnóstico feito por teste rápido que ainda precisam de confirmação de laboratório, totalizando 28 casos positivos de coronavírus.

Os dados constam de boletim divulgado no final da tarde desta quinta-feira (23) pela Secretaria Municipal de Saúde. O município também registrou um novo óbito suspeito que está em investigação. Com isso, Rio Claro tem ainda duas mortes suspeitas de coronavírus em investigação.

Desde o início da pandemia, Rio Claro registrou 112 notificações de casos suspeitos do novo coronavírus. Desses, 80 foram descartados. No momento, o município tem 20 pacientes internados com suspeita da doença, sendo oito na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No boletim de quarta-feira (22) eram 21 pacientes internados sendo nove em UTI.

Bolsonaro mantém diretor da PF; Sergio Moro permanece no cargo

A Rádio Jovem Pan informou no fim da tarde desta quinta-feira (23) que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, continuará no governo após o presidente Jair Bolsonaro desistir de tirar o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, do cargo.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, no início da tarde de hoje, Moro pediu demissão mais cedo assim que soube da intenção de Bolsonaro de promover a troca no comando da PF. Valeixo foi escolhido pelo próprio ministro para ocupar o cargo na Polícia Federal e é homem de confiança do ex-juiz.

Após o pedido de demissão, Bolsonaro convocou os ministros Braga Netto, da Casa Civil, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria do Governo, para demover Moro da ideia.

Esta não foi a primeira vez que Jair Bolsonaro falou em trocar o comando da PF. Desde o ano passado, o presidente tem tentado tirar Valeixo do cargo, sempre com a resistência de Moro. Em agosto, o presidente chegou a dizer que o diretor-geral era subordinado a ele, não ao ministro. “Está na lei que eu indico e não o Sergio Moro. E ponto final”, disse na época.

Um dos nomes mais populares do governo Bolsonaro, Sergio Moro assumiu o Ministério da Justiça e Segurança Pública em janeiro de 2019, junto com a posse do presidente.

Em nova medida pró-armas, Bolsonaro amplia limite para compra de munições

RICARDO DELLA COLETTA – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

Em mais uma medida pró-armamentos, o governo Jair Bolsonaro publicou nesta quinta-feira (23) uma portaria que multiplica a quantidade de munições que cidadãos com porte e posse de arma e agentes de segurança podem adquirir.

Publicado pelos ministérios da Defesa e da Justiça, a portaria estabelece quantitativos mensais para a compra de munições e diz que eles podem ser acumulados ao longo do ano.

Pessoas físicas com posse ou porte podem, pelas novas regras, adquirir mensalmente até 300 unidades de munição esportiva calibre 22. O valor vale por cada arma e cai para 200 unidades de munição de caça e esportiva nos calibres 12, 16, 20, 24, 28, 32 e 36, além de 9.1 milímetros.

Para os demais calibres permitidos, o limite é de 50 unidades para cada mês.

As normas para o acesso a munições eram tratadas por uma portaria interministerial de janeiro. Nela, Bolsonaro já havia ampliado o número de munições que uma pessoa poderia adquirir.

Para as pessoas físicas com autorização, o número máximo de munições, por arma de fogo, era de 200 unidades anuais.

A nova portaria expande ainda a quantidade de munições que essas forças de segurança podem acessar. Para os demais calibres permitidos, esses agentes passam a poder comprar 100 unidades mensais, além de 50 de calibres restritos.

Antes, o limite para esses servidores era de 600 (como militares, policiais e guardas municipais) munições por ano.

O presidente Jair Bolsonaro é um crítico do desarmamento e já editou medidas para facilitar o porte e a posse de armas de fogo.

Antes do governo Bolsonaro, o limite para munições para cidadãos era de 50 unidades por ano.

Na semana passada, Bolsonaro revogou três portarias do Exército que estabeleciam regras para rastreamento e identificação de armas de fogo no Brasil. As normas também tratavam da obrigatoriedade de dispositivos de segurança em armas de fogo.

Para Bruno Langeani, gerente do Instituto Sou da Paz, apenas a expansão dos limites é problemática, mas a situação piora com as revogações da semana assada.

“A simples explosão no limite é muito preocupante”, afirma. “Você esá aumentando esse limite, sem discutir quanta munição um cidadão precisaria por arma e sem ter a contrapartida do controle”.

SP registra recorde de novas mortes em um dia e tem 1.345 óbitos por coronavírus

MÔNICA BERGAMO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O estado de São Paulo confirmou, nesta quinta-feira (23), 211 nova mortes por coronavírus em 24 horas –sendo mais de oito vítimas da doença por hora. Trata-se do recorde de óbitos em um dia.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o estado atingiu a marca de 1.345 vítimas fatais da Covid-19 -na quarta (22), esse número era de 1.134.

Ainda segundo a pasta, são 114 cidades com pelo menos uma vítima do coronavírus, e 16.740 casos confirmados da doença, distribuídos em 256 municípios.

No domingo (19), São Paulo ultrapassou o número de mil mortos pela doença. Segundo a pasta, naquele momento havia pelo menos um óbito em 93 cidades, com prevalência na Grande São Paulo.

Moro pede demissão após troca na PF, e Bolsonaro tenta reverter

LEANDRO COLON – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O ministro Sergio Moro (Justiça) pediu demissão a Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (23) ao ser informado pelo presidente da decisão de trocar a diretoria-geral da Polícia Federal, hoje ocupada por Maurício Valeixo.

Bolsonaro informou o ministro, em reunião, que a mudança na PF deve ocorrer nos próximos dias. Moro então pediu demissão do cargo, e Bolsonaro tenta agora reverter a decisão do ex-juiz federal.

Os ministros Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) foram escalados para convencer o ministro a recuar da decisão. Se Valeixo sair, Moro sairá junto, segundo aliados do ministro.

Valeixo foi escolhido por Moro para o cargo. O atual diretor-geral é homem de confiança do ex-juiz da Lava Jato. Desde o ano passado, Bolsonaro tem ameaçado trocar o comando da PF. O presidente quer ter controle sobre a atuação da polícia.

Moro topou largar a carreira de juiz federal, que lhe deu fama de herói pela condução da Lava Jato, para virar ministro. Ele disse ter aceitado o convite de Bolsonaro, entre outras coisas, por estar “cansado de tomar bola nas costas”.

Tomou posse com o discurso de que teria total autonomia e com status de superministro. Desde que assumiu, porém, acumula recuos e derrotas.
Moro se firmou como o ministro mais popular do governo Bolsonaro, com aprovação superior à do próprio presidente, segundo o Datafolha. Pesquisa realizada no início de dezembro de 2019 mostrou que 53% da população avalia como ótima/boa a gestão do ex-juiz no Ministério da Justiça. Outros 23% a consideram regular, e 21% ruim/péssima.

Bolsonaro tinha números mais modestos, com 30% de ótimo/bom, 32% de regular e 36% de ruim/péssimo.

O ministro também tem se mostrado, nos bastidores, insatisfeito com a condução do combate à pandemia do coronavírus por parte de Bolsonaro. Moro, por exemplo, atuou a favor de Luiz Henrique Mandetta (ex-titular da Saúde) na crise com o presidente.

Com esse novo embate, Moro vê cada vez mais distante a promessa de uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). Esse caminho já estava enfraquecido especialmente depois da divulgação de mensagens privadas que trocou com procuradores da Lava Jato.

As mensagens obtidas pelo Intercept e divulgadas até este momento pelo site e por outros órgãos de imprensa expuseram a proximidade entre Moro e os procuradores da Lava Jato e colocaram em dúvida a imparcialidade como juiz do atual ministro da Justiça no julgamento dos processos da operação.

Quando as primeiras mensagens vieram à tona, em 9 de junho, o Intercept informou que obteve o material de uma fonte anônima, que pediu sigilo. O pacote inclui mensagens privadas e de grupos da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, no aplicativo Telegram, a partir de 2015.

Em resumo, no contato com os procuradores, Moro indicou testemunha que poderia colaborar para a apuração sobre o ex-presidente Lula, orientou a inclusão de prova contra um réu em denúncia que já havia sido oferecida pelo Ministério Público Federal, sugeriu alterar a ordem de fases da operação Lava Jato e antecipou ao menos uma decisão judicial.

​Sob o comando de Moro, a Polícia Federal viveu clima de instabilidade no ano passado, quando Bolsonaro anunciou uma troca no comando da superintendência do órgão no Rio e ameaçou trocar o diretor-geral.

No meio da polêmica, o presidente chegou a citar um delegado que assumiria a chefia do Rio, mas foi rebatido pela Polícia Federal, que divulgou outro nome, o de Carlos Henrique de Oliveira, da confiança da atual gestão. Após meses de turbulência, o delegado assumiu o cargo de superintendente, em dezembro.

No fim de janeiro, o presidente colocou de volta o assunto na mesa, quando incentivou um movimento que pedia a recriação do Ministério da Segurança Pública. Isso poderia impactar diretamente a polícia, que poderia ser desligada da pasta da Justiça e ficaria, portanto, sob responsabilidade de outro ministro.

Bolsonaro depois voltou atrás e disse que a chance de uma mudança nesse sentido era zero, ao menos neste momento.

RECUOS E DERROTAS DO ‘SUPERMINISTRO’

Ministério da Segurança Pública – Bolsonaro afirmou que pode recriar a pasta da Segurança Pública, que hoje integra o Ministério da Justiça. Com isso, a área sairia da alçada de Moro. O ministro, contudo, tem usado como principal vitrine da sua gestão a redução de homicídios, que foi iniciada no governo de Michel Temer (MDB).

Prisão após condenação em 2ª instância – Em novembro, o Supremo Tribunal Federal voltou a barrar a prisão de condenados logo após a segunda instância. Decisão permitiu a soltura do ex-presidente Lula, condenado pelo ex-juiz. Ponto muito defendido pelo ministro, a execução antecipada da pena foi tirada do pacote anticrime pela comissão que analisou o texto na Câmara. Por outro lado, Moro tem liderado esforço no Congresso para a elaboração de nova lei que permita a medida.

Pacote anticrime – O projeto aprovado pelo Congresso e sancionado por Bolsonaro foi um tanto diferente daquele apresentado por Moro à Câmara no início de 2019. Para além da prisão após segunda instância, a ampliação das causas excludentes de ilicitude, que poderia isentar de punição policiais que matassem em serviço, também foi removida. Das 38 sugestões de vetos que constavam em parecer do Ministério da Justiça, quatro foram atendidas por Bolsonaro de forma integral e uma de forma parcial. Meses antes, o presidente havia dito que o pacote, considerado prioridade para Moro, não era visto com urgência pelo governo.

Juiz das garantias – Aprovada junto com o pacote anticrime, a medida, que prevê a divisão de processos penais entre dois juízes, foi criticada por Moro. Bolsonaro, contudo, sancionou o projeto e não vetou o instituto.

STF – Bolsonaro havia afirmado que prometeu a Moro uma vaga no STF ao convidá-lo para assumir o ministério da Justiça. Depois, voltou atrás e afirmou que não houve combinado. O presidente também tem afirmado que pretende indicar alguém “terrivelmente evangélico” para uma das duas vagas que devem ser abertas até 2022 e deu a entender que pode nomear o atual ministro da Advocacia-Geral da União, André Luiz Mendonça.

Mensagens da Lava Jato – Mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil e publicadas por diversos veículos revelam que Moro, enquanto juiz da Lava Jato, aconselhou e colaborou com a Procuradoria. Segundo a lei, contudo, um magistrado deve se manter imparcial diante das partes de um processo.

Confiança de Bolsonaro – Após a divulgação das primeiras mensagens, em junho, Bolsonaro deu declarações de apoio ao ministro, mas também disse que não existe 100% de confiança.

Destruição de provas – Logo que a Polícia Federal prendeu quatro suspeitos de hackear autoridades e captar suas mensagens no aplicativo Telegram, Moro disse que o material apreendido seria destruído. Tanto a PF quanto Bolsonaro afirmaram que essa decisão não cabia ao ministro -essa competência é da Justiça.

Polícia Federal – Bolsonaro anunciou que Ricardo Saadi seria substituído por Alexandre Silva Saraiva na Superintendência da PF no RJ. A direção da PF, contudo, havia escolhido o delegado Carlos Henrique Oliveira Sousa, da Superintendência de Pernambuco. O anúncio de Bolsonaro foi malvisto pela corporação como uma interferência do presidente em assuntos internos. Desde então, Bolsonaro deu diversas declarações reforçando a intenção de intervir na Polícia Federal. Também alfinetou Moro ao afirmar que cabe a ele, e não ao ministro, fazer nomeações no órgão.

Perda do Coaf – Criado em 1998, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) é um órgão de inteligência financeira que investiga operações suspeitas. Ao assumir a Presidência, Bolsonaro tirou o Coaf do Ministério da Economia (antiga Fazenda) e o colocou na pasta de Moro, a Justiça.

O ex-juiz acabou derrotado depois que o Congresso devolveu o Coaf à Economia (sob Paulo Guedes) ao analisar a MP da reforma administrativa do governo federal.

Depois, o Coaf foi transferido para o Banco Central. O chefe do órgão e aliado de Moro, Roberto Leonel, foi substituído por Ricardo Liáo, funcionário de carreira do BC.

Decreto das armas – O primeiro revés foi ainda em janeiro. O ministro tentou se desvincular da autoria da ideia de flexibilizar a posse de armas, dizendo nos bastidores estar apenas cumprindo ordens do presidente. Teve ignorada sua sugestão de limitar o registro por pessoa a duas armas -o decreto fixou o número em quatro.

Laranjas – No caso do escândalo de candidaturas de laranjas, enquanto Moro deu declarações evasivas, dizendo que a PF iria investigar se “houvesse necessidade” e que não sabia se havia consistência nas denúncias, Bolsonaro determinou dias depois, de forma enfática, a abertura de investigações para apurar o esquema. Denunciado pelo Ministério Público por envolvimento no caso, Marcelo Álvaro Antônio permanece no cargo de ministro do Turismo.

Ilona Szabó – Moro teve de demitir a especialista em segurança pública por determinação do presidente, após repercussão negativa da nomeação. Ilona Szabó já se disse contrária ao afrouxamento das regras de acesso a armas e criticou a ideia de ampliação do direito à legítima defesa que está no projeto do ministro. Até hoje, Moro não nomeou um substituto.

Governo de São Paulo recomenda uso de máscaras pela população nos 645 municípios do Estado

O Governador João Doria recomendou, nessa quinta-feira (23), que a população do todo Estado utilize máscaras de proteção facial nos momentos em que houver necessidade de sair às ruas. O decreto que prevê a recomendação será publicado amanhã (24) no Diário Oficial do Estado e faz parte de uma série de medidas adotadas pelo Governo de São Paulo para contenção da pandemia do coronavírus.

“É importante que essa recomendação seja seguida pelas pessoas que, em caso de extrema necessidade, precisem sair das suas casas. Isso não retira a recordação de ficar em casa, para salvar vidas. Mas se você tiver que ir a um supermercado, a uma farmácia ou a algum estabelecimento essencial, vá de máscara”, disse o Governador.

A medida atende às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde e abrange todos os 645 municípios do Estado. “A recomendação do Governo de São Paulo é para uso de máscaras em todo Estado. Há alguns municípios onde prefeitas e prefeitos, acertadamente, já promoveram essa recomendação localmente, como fez o prefeito Bruno Covas na capital. Agora estamos estendendo a todos os demais municípios”, pontuou Doria.

Os cidadãos de todo Estado poderão utilizar máscaras caseiras, confeccionadas com tecido, para atender à nova recomendação do Estado. A utilização da proteção facial, associada à orientação de isolamento social, tem objetivo de reduzir os índices de contaminação entre a população.

“Podemos observar que uma parte considerável e majoritária da população já está usando as máscaras. Inclusive as máscaras domésticas, que são aceitáveis pela medicina. Se necessário for, em uma nova etapa, e esperamos que não haja esta necessidade, tornaremos obrigatório. Mas não consigo compreender que alguém não queira usar a máscara e proteger a própria vida”, disse Doria.

Alerta

O Governador João Doria ainda fez um novo alerta para que as pessoas fiquem em casa no período da quarentena, especialmente na capital e Região Metropolitana. “Ontem, a taxa de isolamento na capital e na Região Metropolitana de São Paulo, foi de 48%. Isto é grave, acendendo o sinal amarelo. Nós não podemos baixar de 50%. Esta é a recomendação da medicina e da ciência. Portanto, você, que mora na Região Metropolitana de São Paulo, nos ajude a não disseminar o vírus e a não colocar em risco a sua vida e as vidas de seus familiares”, ponderou o Governador.

“Se não houver isolamento de 50%, podemos rever reabertura”, diz Doria

ARTUR RODRIGUES – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (23) que, se índices de isolamento social não ficarem acima de 50%, isso possa afetar a reabertura econômica prevista para maio.

O tucano fez a declaração em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, onde divulgou índice de isolamento de 48% na quarta-feira (22), abaixo do mínimo esperado de 50%.

“Se nós não tivermos uma taxa superior a 50%, poderemos rever a decisão da etapa que sucede a quarentena que vai até 10 de maio”, disse Doria. “Não poderemos fazer flexibilização se não tivermos um índice mínimo de 50% de pessoas em casa. Ontem esse índice não foi atingido, mas nos quatro dias anteriores superamos os 50%, portanto, é perfeitamente possível”.

Doria vem adotando um discurso mais brando, com uma exigência de isolamento menor do que a inicial, de 70%. Ele afirmou que, com base em avaliação de médicos, esse novo índice, de pelo menos 50%, seria o aceitável.

Na terça (21), feriado em homenagem a Tiradentes, o índice foi de 57%. Nas últimas semanas, o estado só tem conseguido alcancar índices perto de 60% nos feriados e finais de semana.

Doria também anunciou um decreto recomendando o uso de máscaras em locais públicos.

“Dói todos os dias”, diz mãe de jovem morta há 7 anos, em crime sem solução

Era abril de 2013 quando um crime brutal em Araras chocou o Brasil. Beatriz Silva, de 14 anos, foi assassinada e seu corpo encontrado horas depois em um canavial. A perícia apontou 11 perfurações feitas com um instrumento que lembra um espeto de churrasco ou um ferro de construção. O corpo estava de bruços sobre a cana com sinais de violência física e sexual, além de perfurações nas costas e lesões de autodefesa. Sete anos depois, o homicídio continua sem solução. Seria um ‘crime perfeito’?

Rogerio Paulo, de 46 anos, o pai de Bia, contou ao Jornal Cidade que foi à delegacia há duas semanas para saber se o caso de Ana Talita da Silva, de 19 anos, morta em Rio Claro no começo de março, teria alguma semelhança com o que vitimou sua filha. O corpo de Ana Talita também tinha várias perfurações. Os investigadores, no entanto, descartaram qualquer ligação.

Beatriz sumiu na manhã de uma quarta-feira. Ela saiu de casa por volta das 7h para ir à cabeleireira, onde tinha hora marcada. Seu corpo foi encontrado na zona leste da cidade, na Avenida Luiz Carlos Tunes, conhecida como Via Novela, em um canavial – local de difícil acesso – sete horas depois do seu desaparecimento.

Questionada sobre como foi recomeçar após o episódio, a mãe de Beatriz, Andréa Cristina Heydman da Silva, de 39 anos, disse que nem teve ainda um recomeço. “Tudo mudou. A turma fala: ‘passou sete anos, a dor vai diminuindo’. Eu acho que Deus acalenta o coração da gente, mas que a dor não vai passar. É ruim não saber quem fez e o porquê. Isso machuca todos os dias”, contou, emocionada.

O que diz a investigação?

Procurado pelo JC, o chefe dos investigadores da Polícia Civil de Araras, Fernando César Simonetto, disse que o crime ainda não solucionado não é, em hipótese alguma, devido à falta de vontade e, muito menos, ineficiência da Justiça. Os indicativos é que não levam a lugar nenhum. Afirmou, ainda, que a investigação continua aberta. “Colhemos sangue de dezenas de pessoas para DNA, fizemos cruzamentos de centenas de ligações, conferimos muitas informações e denúncias. Porém, infelizmente, ainda não há indícios que levem à pessoa ou pessoas que cometeram o crime. Ninguém viu o carro que a pegou e como a pegou. Muito se falou na época de uma pessoa conhecida, de um suposto relacionamento ou sentimento por ela. Mas a pessoa trabalhou normalmente naquele dia, conforme imagens de câmeras de segurança. Vamos continuar o nosso trabalho”, declarou. Simonetto disse, ainda, com exclusividade ao Jornal Cidade, que na época um parque de diversões estava instalado no município, com vários itinerantes, mas que foram embora quatro dias depois. Também foi testado o DNA de um estuprador de Americana, mas o resultado foi negativo.

Bolsonaro responsabiliza Onyx e diz que antecipação de auxílio foi anunciada sem autorização

RICARDO DELLA COLETTA E FÁBIO PUPO – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

Em uma crítica ao ministro Onyx Lorenzoni (Cidadania), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (23) que a antecipação da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600 foi anunciada sem autorização.

Na segunda-feira (20), Onyx e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, divulgaram em coletiva no Palácio do Planalto que os beneficiários da ajuda destinada a informais impactados pela crise do novo coronavírus receberiam o pagamento antes do previsto. Segundo disseram na ocasião, os depósitos passariam a ser feitos a partir desta quinta (23). Originalmente, o cronograma previa os pagamentos da segunda tranche a partir de 27 de abril.

No entanto, o governo voltou atrás nesta quarta e disse que seguiria o cronograma original. O comunicado da desistência foi feito pelo Ministério da Cidadania, que disse que a decisão foi tomada por causa do alto número de informais cadastrados e por uma recomendação da CGU (Controladoria-Geral da União).

Respondendo a uma internauta no Facebook, que lhe havia perguntado se o auxílio emergencial tinha sido cancelado, Bolsonaro responsabilizou Onyx.
“Nada foi cancelado. Um ministro anunciou sem estar autorizado, que iria antecipar a segunda parcela. Primeiro se deve pagar a todos a primeira parcela, depois o dinheiro depende de crédito suplementar já que ultrapassou em quase 10 milhões o número de requerentes. Tudo será pago no planejado pela Caixa”, respondeu o mandatário.

Ao justificar o cancelamento da antecipação, o Ministério da Cidadania afirma que, com alto número de trabalhadores solicitando apoio, será necessário um crédito suplementar para poder atender a todos. O pedido para a suplementação já foi enviado ao Ministério da Economia, diz a pasta.

“Em virtude disso, por fatores legais e orçamentários, pelo alto número de requerentes que ainda estão em análise, estamos impedidos legalmente de fazer a antecipação da segunda parcela do auxílio emergencial”, afirma o ministério, em nota.

Inicialmente, o governo calculou uma necessidade R$ 98,2 bilhões para pagar o auxílio e uma MP (medida provisória) foi editada com esse valor para criar o crédito adicional. Depois, integrantes do governo passaram a dizer que o valor poderia não ser suficiente.

O Ministério da Cidadania informou que já foram transferidos R$ 31,3 bilhões à Caixa para atender a população, sendo que ainda serão avaliados cerca de 12 milhões de cadastros para a primeira parcela.

“Após a definição da suplementação orçamentária a ser feita pelo Ministério da Economia, iremos completar o atendimento da primeira parcela e anunciar o calendário de pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial no mês de maio”, afirma a Cidadania.

Apesar do anúncio da antecipação, boa parte dos beneficiários não recebeu sequer a primeira parcela e há relatos de trabalhadores esperando pelo depósito mesmo após terem sido aceitos no programa.

Rio Claro recebe 17 resultados de exames de coronavírus e diminui espera

Rio Claro recebeu na quarta-feira (22) liberação de 17 resultados de exames de coronavírus, sendo um caso confirmado e 16 descartados. Essa foi a maior quantidade de resultados liberados em um único dia pelo governo estadual e representa o triplo da média diária de resultados desde o início da pandemia.

“Os exames são fundamentais para que o diagnóstico seja fechado e para que pacientes e famílias tenham uma resposta sobre a contaminação ou não pelo novo coronavírus”, observa o prefeito João Teixeira Junior, que já havia pedido recentemente ao Instituto Adolfo Lutz maior agilidade nos resultados.

A fila de exames que aguardam resultados no município não foi zerada, mas houve avanço bastante significativo a partir de força-tarefa realizada pelo governo estadual. Segundo a Vigilância Epidemiológica de Rio Claro, até quarta-feira (22) a média era de cinco exames liberados por dia, sendo que o município chegou a ficar 12 dias sem receber resultado de exame de coronavírus.

“A nossa expectativa é de que a partir de agora os exames tenham resultados liberados pelos laboratórios mais rapidamente”, observa Maurício Monteiro, secretário de Saúde.

Atualmente em Rio Claro 19 casos suspeitos de Covid-19 estão em investigação, sendo que três ainda são de coletas enviadas para laboratório em março. “O município já entrou em contato com o Instituto Adolfo Lutz para averiguar a situação destes três casos que estão há mais tempo sem resposta”, observa Valeska Hamori Canhamero, gerente da Vigilância Epidemiológica. O município também aguarda resultado de exame de um óbito que está em investigação.

Conforme boletim atualizado no final da tarde de quarta-feira (22), Rio Claro soma 109 notificações de casos suspeitos de coronavírus, sendo 76 casos descartados e 14 confirmados em laboratório e outros 11 confirmados em testes rápidos que ainda irão passar por novos exames. 

Jornal Cidade RC
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