OMS: transmissão de covid-19 a partir de assintomáticos é “muito rara”

Agência Brasil

A infectologista e chefe do departamento de doenças emergentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, afirmou hoje (8) durante a conferência de imprensa diária sobre o novo coronavírus que a propagação de covid-19 a partir de pacientes assintomáticos é “muito rara.”

Segundo a médica, os dados levantados até agora mostram que pessoas que não apresentam os sintomas da doença possuem pouco potencial infectológico para contaminar indivíduos saudáveis. De acordo com a especialista, deve haver esforços dos governos para identificar e isolar pessoas que apresentam sintomas.

“Nós sabemos que existem pessoas que podem ser genuinamente assintomáticas e ter o PCR (teste realizado para detectar a presença do vírus no organismo) positivo. Esses indivíduos precisam ser analisados cuidadosamente para entender a transmissão. Há países que estão fazendo uma análise detalhada desses indivíduos, e eles não estão achando transmissão secundária. É muito rara,”, afirmou a médica ao ser questionada por jornalistas.

Ainda segundo Kerkhove, é necessário traçar todos os contatos que pessoas que desenvolveram a doença tiveram com outros indivíduos. A infectologista afirmou ainda que é necessário realizar mais estudos para chegar a uma “resposta verdadeira” sobre todas as formas de transmissão do novo coronavírus.

Sobe o número de internados por Covid-19 em Rio Claro

Rio Claro confirmou mais nove casos positivos de coronavírus e com isso o município totaliza 190 casos. As informações foram divulgadas na tarde de segunda-feira (8) pela Secretaria de Saúde.

Outro dado preocupante que chama a atenção no boletim é a quantidade de pacientes que estão internados. São 46 pacientes nesta situação, o que representa o número mais alto desde o início da pandemia, sendo que dez estão em UTI. No domingo (7) havia 35 pacientes internados por conta da Covid-19, o que inclui casos suspeitos.

O município tem 16 óbitos confirmados e nenhum em investigação. Até agora 40 pessoas se recuperaram da Covid-19.

Rio Claro confirma um caso positivo de Covid-19 entre pessoas em situação de rua

Como estratégia para conter os casos de coronavírus no município, a prefeitura de Rio Claro realiza testes rápidos em pessoas em situação de rua. Na semana passada, 60 pessoas desta população realizaram os testes e houve um caso positivo.

“Com o resultado, a pessoa foi imediatamente colocada em isolamento, o que impede a transmissão do coronavírus para outras pessoas”, observa o prefeito João Teixeira Junior. “Infelizmente há pessoas em nosso município que estão em situação de rua e que merecem o nosso respeito e nosso cuidado”, acrescenta o prefeito Juninho.

O caso positivo foi registrado entre as pessoas em situação de rua que estão em abrigos oferecidos no município para esta população. Os testes foram feitos em 30 pessoas acolhidas no Centro Dia do Idoso na Vila Operária e na Casa de Passagem. Outras 30 pessoas em situação de rua realizaram o teste rápido no Jardim Público.

“O objetivo da testagem é justamente esse: identificar casos positivos para que medidas sejam adotadas visando evitar novos casos, além de possibilitar o cuidado necessário a quem já está com a doença”, observa Maurício Monteiro, secretário de Saúde.

A pessoa que teve resultado positivo cumpre o isolamento abrigada no Centro Dia do Idoso do Jardim das Palmeiras, local que a prefeitura disponibilizou para isolar pessoas em situação de rua que tenham resultado positivo para Covid-19.

Desde março, quando as atividades para os idosos foram paralisadas, a prefeitura destinou os centros dias para o acolhimento desta população mais vulnerável, o que evita aglomerações, e também ajuda a proteger do frio as pessoas em situação de rua.

Rio Claro amplia número de testes para coronavírus

Em Rio Claro mais pessoas irão realizar testes rápidos para diagnóstico da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. As indicações para exames estão sendo ampliadas a partir de segunda-feira (8) e seguirão critérios estabelecidos pela Secretaria Municipal de Saúde para nortear as ações das equipes de saúde.

“Os números mostram que a doença está em fase crescente no município e a identificação e diagnóstico precoces são fundamentais para evitarmos a transmissão e para que sejam adotados os cuidados necessários com o paciente”, observa o prefeito João Teixeira Junior, lembrando que o município adquiriu 10 mil testes rápidos que já estão sendo utilizados e que serão fundamentais para atender os casos definidos no novo protocolo. Há também quatro mil testes rápidos que foram disponibilizados pelo governo federal. “Estamos investindo e empenhando esforços para atender a população e evitar que o coronavírus faça novas vítimas na cidade”, acrescenta o prefeito Juninho.

Novo protocolo de testagem foi elaborado pelo Comitê de Contingência do Coronavírus da Secretaria Municipal de Saúde. Agora, além dos pacientes com indicação de internação e profissionais de saúde com sintomas, mais pessoas também farão testes. Os exames serão realizados em profissionais da segurança, da limpeza pública, dos transportes públicos e de funerárias, desde que estejam apresentando sintomas. População sintomática com condições de risco para desenvolvimento de complicações também tem indicação de teste. Entre os fatores considerados de risco estão doenças neurológicas, obesidade, diabetes, pneumopatias graves e idade (mais de 60 anos).

“Além de adotar recomendações do governo estadual, o município amplia a testagem além do determinado, preconizando a realização de exames também para pessoas com idade entre 15 e 59 anos, economicamente ativas e com sintomas”, destaca Maurício Monteiro, secretário de Saúde. Nestes casos serão realizados testes rápidos a partir do 14º dia de sintomas.

“O tipo de exame realizado em cada caso, seja teste rápido ou PCR, segue as recomendações do Ministério da Saúde, levando em consideração a data do início dos sintomas”, observa Suzi Berbert, diretora de Vigilância em Saúde. Caberá à equipe de saúde fazer a avaliação e encaminhamento para exames.

Neste momento de flexibilização da quarentena, Rio Claro adota a testagem ampliada com o objetivo de identificar precocemente casos em pessoas com maior risco para complicações, o que permite monitoramento mais ativo e atuação com maior rapidez nos casos. Além disso, é possível identificar os infectados com finalidade de afastamento e isolamento domiciliar rigoroso para impedir a cadeia de transmissão.

Rio Claro terá mais dez novos leitos de UTI

Em entrevista à rádio Excelsior/Jovem Pan News, o prefeito de Rio Claro, João Teixeira Junior, o Juninho da Padaria, fala sobre a compra de respiradores e a implantação de mais dez leitos de Unidade de Terapia Intensiva- UTI para atender pacientes da Covid-19.

Laboratórios privados serão obrigados a informar testes de coronavírus ao estado em SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo de São Paulo determinou que os resultados de testes para coronavírus realizados em laboratórios privados deverão ser informados à Secretaria de Saúde do estado. Os dados passarão a ser contabilizados no portal na internet.

Segundo o governador João Doria (PSDB), a medida ampliará em até quatro vezes a capacidade da gestão de monitorar a evolução da doença.

“O governo do estado ampliou sua capacidade de testagem de mil testes por dia, no início do mês de abril, para oito mil testes neste momento, porém a inclusão de testes realizados pela iniciativa privada ao mesmo cadastro de controle vai elevar o número de testes monitorados em São Paulo para 30 mil testes/dia”, disse Doria nesta segunda-feira (8).

De acordo com o governador, atualmente os laboratórios privados realizam 20 mil testes por dia.

“E a partir de hoje [segunda] serão divulgados também os dados de internações [no portal de coronavírus do estado]. Estamos ampliando o número de informações para permitir uma transparência maior melhor e mais atualizada”, completou Doria.

Economia brasileira deve encolher 8% em 2020 e terá recuperação fraca, projeta Banco Mundial

EDUARDO CUCOLO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) 

A economia brasileira deve encolher 8% em 2020, um dos piores resultados globais, de acordo com estimativas divulgadas nesta segunda-feira (8) pelo Banco Mundial. Em janeiro, a instituição projetava crescimento de 2% para o Brasil neste ano.

Além de ter uma retração superior à média mundial de 5,2%, o país terá uma recuperação mais lenta. A projeção de crescimento para 2021 é de 2,2%, pouco mais da metade do crescimento mundial de 4,2% esperado para o próximo ano.

“A economia global sofrerá contração de 5,2% neste ano. Isso representaria a recessão mais profunda desde a Segunda Guerra Mundial, com a maior proporção de economias desde 1870 a experimentar declínio do produto per capita”, afirma o Banco Mundial em sua publicação “Global Economic Prospects”.

As economias avançadas devem encolher 7%. As emergentes e em desenvolvimento, 2,5%, em sua primeira contração como grupo em pelo menos 60 anos.

“A expectativa de declínio para a renda per capita é de 3,6%, o que levará milhões de pessoas à situação de pobreza extrema neste ano”, afirma a instituição.

As estimativas consideram que a pandemia se atenue o suficiente para permitir a suspensão das medidas de distanciamento social até meados deste ano nas economias avançadas e um pouco mais tarde nas economias emergente e em desenvolvimento.

Se isso não se confirmar, em um cenário mais negativo, a contração do PIB mundial poderia chegar a até 8% neste ano, seguida de uma recuperação de apenas 1% em 2021.

Veículos de comunicação formam parceria para dar transparência a dados de Covid-19

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de Covid-19, os veículos O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e UOL decidiram formar uma parceria e trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias nos 26 estados e no Distrito Federal.

Em uma iniciativa inédita, equipes de todos os veículos vão dividir tarefas e compartilhar as informações obtidas para que os brasileiros possam saber como está a evolução e o total de óbitos provocados pela Covid-19, além dos números consolidados de casos testados e com resultado positivo para o novo coronavírus.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes recentes de autoridades e do próprio presidente colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
Mudanças feitas pelo Ministério da Saúde na publicação de seu balanço da pandemia reduziram a quantidade e a qualidade dos dados.

Primeiro, o horário de divulgação, que era às 17h na gestão do ministro Luiz Henrique Mandetta (até 17 de abril), passou para as 19h e depois para as 22h. Isso dificulta ou inviabiliza a publicação dos dados em telejornais e veículos impressos. “Acabou matéria no Jornal Nacional”, disse o presidente Jair Bolsonaro, em tom de deboche, ao comentar a mudança.

A segunda alteração foi de caráter qualitativo. O portal no qual o ministério divulga o número de mortos e contaminados foi retirado do ar na noite da última quinta-feira. Quando retornou, depois de mais de 19 horas, passou a apresentar apenas informações sobre os casos “novos”, ou seja, registrados no próprio dia. Desapareceram os números consolidados e o histórico da doença desde seu começo. Também foram eliminados do site os links para downloads de dados em formato de tabela, essenciais para análises de pesquisadores e jornalistas, e que alimentavam outras iniciativas de divulgação.

Entre os itens que deixaram de ser publicados estão: curva de casos novos por data de notificação e por semana epidemiológica; casos acumulados por data de notificação e por semana epidemiológica; mortes por data de notificação e por semana epidemiológica; e óbitos acumulados por data de notificação e por semana epidemiológica.

Neste domingo (7), o governo anunciou que voltaria a informar seus balanços sobre a doença. Mas mostrou números conflitantes, divulgados no intervalo de poucas horas.

Em razão das omissões, a parceria entre os veículos de comunicação vai coletar os números diretamente nas secretarias estaduais de Saúde. Cada órgão de imprensa divulgará o resultado desse acompanhamento em seus respectivos canais. O grupo vai chamar a atenção do público se não houver transparência e regularidade na divulgação dos dados pelos estados.

“Numa sociedade organizada como a brasileira, é praticamente impossível omitir ou desfigurar dados tão fundamentais quanto o impacto de uma pandemia. Com essa iniciativa conjunta de levantamento de dados com os estados, deixamos claro que a imprensa não permitirá que nossos leitores fiquem sem saber a extensão da Covid-19 “, afirmou Sérgio Dávila, diretor de Redação da Folha.

“É nossa responsabilidade cotidiana transmitir informações confiáveis para a sociedade. E, agora, no momento mais agudo da pandemia, precisamos assegurar à população o acesso a dados corretos o mais rápido possível, custe o que custar”, disse Murilo Garavello, diretor de Conteúdo do UOL.

“É triste ter que produzir esse levantamento para substituir uma omissão das autoridades federais. Transparência e honestidade deveriam ser valores inabaláveis na gestão dessa pandemia. Vamos continuar cumprindo nossa missão, que é informar a sociedade”, afirmou João Caminoto, diretor de Jornalismo do Grupo Estado.

“O jornalismo tem a missão de levar à população os números mais precisos sobre a pandemia. É fundamental conhecer a real extensão dos fatos. Esses dados são decisivos para que as pessoas saibam como agir nesse momento tão difícil”, destacou Humberto Tziolas, diretor de redação do Extra.

“Neste momento crucial, deixamos nossa concorrência de lado por um bem comum: levar à sociedade o dado mais preciso possível sobre a pandemia. Essas informações orientam as pessoas e as políticas públicas. Sem elas, o país mergulha em um voo cego. O jornalismo cumprirá seu papel”, afirmou Alan Gripp, diretor de redação de O Globo.

“A missão do jornalismo é informar. Em que pese a disputa natural entre veículos, o momento de pandemia exige um esforço para que os brasileiros tenham o número mais correto de infectados e óbitos”, afirmou Ali Kamel, diretor-geral de Jornalismo da Globo (TV Globo, GloboNews e G1). “Face à postura do Ministério da Saúde, a união dos veículos de imprensa tem esse objetivo: dar aos brasileiros um número fiel.”

Jornal Cidade RC
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