Não estou preocupado com 2022, quero fazer um bom governo, diz Bolsonaro em nova visita ao Nordeste

JOÃO PITOMBO – BARRA DOS COQUEIROS, SE (FOLHAPRESS)

Em sua terceira visita à região Nordeste em menos dois meses, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (17), em Sergipe, que não está em agenda de campanha e que a eleição de 2022 não o preocupa.

“Não estou preocupado com 2022, 2022 é outra história. Quero fazer um governo bom nesses quatro anos”, disse o presidente que ainda deu mostras de que pode ter uma participação mais ativa na eleição municipal de 2020. “Não pretendo [participar], o que não quer dizer que eu não vá”.

Bolsonaro evitou comentar a pesquisa Datafolha que apontou para uma melhora da sua popularidade, inclusive no Nordeste. “Não me baseio em pesquisa nenhuma. Pesquisa é aquilo que a gente com o povo vê nas ruas”.

A pesquisa Datafolha, divulgada na última quinta-feira (13), aponta que 37% dos brasileiros consideram o governo Bolsonaro ótimo ou bom, ante 32% na pesquisa anterior, feita em 23 e 24 de junho. Os eleitores que consideravam o governo ruim ou péssimo caiu de 44% para 34% no mesmo período.

Bolsonaro desembarcou em Aracaju por volta das 10h e foi recebido por uma multidão de apoiadores que se aglomeravam no aeroporto. Sem usar máscara, o presidente cumprimentou e pegou na mão dos militantes, indo contra as orientações das autoridades sanitárias.

Para acenar para o público, ele subiu nos ombros de um segurança e vestiu um chapéu de vaqueiro. Foi saudado pelos eleitores com gritos de “melhor presidente do Brasil” e “eu vim de graça”.

Ao comentar sobre a receptividade no Nordeste, região onde teve menos votos na eleição de 2018, o presidente afirmou que não vê diferença em relação ao que já via campanha eleitoral. “É sinal que nada mudou. A gente continua gozando prestígio e consideração por parte da população e retribuímos com um trabalho, honestidade e sinceridade”, afirmou.

O presidente foi a Sergipe para a inauguração da Usina Termoelétrica Porto Sergipe I, um empreendimento da Celse (Centrais Elétricas de Sergipe) em Barra dos Coqueiros (14 km de Aracaju). O empreendimento é 100% privado e não teve financiamento de bancos públicos.

A usina já está em pleno funcionamento desde março de 2020. O ato também marcou o arrendamento dos dez anos das fábricas de fertilizantes nitrogenados da Petrobras na Bahia e Sergipe para a Proquigel, subsidiária do grupo Unigel.

O evento aconteceu em uma área isolada junto à termoelétrica e foi aberto apenas a autoridades. No local, sentado ao lado de empresários e políticos, o presidente usou máscara.

O presidente trocou elogios com o governador de Sergipe Belivaldo Chagas (PSD), político aliado ao PT localmente que apoiou Fernando Haddad (PT) em 2018 e que tem posição de independência em relação ao governo federal. “O governador sequestrou meu coração”, disse Bolsonaro.

Chagas afirmou que presidente é “um verdadeiro defensor” do estado de Sergipe: “Não tenho do que reclamar do governo federal”. Deputados de partidos do centrão como PP e Republicanos, inclusive de outros estados, também participaram do ato ao lado do presidente.

A visita acontece no momento o governo federal trava uma disputa interna em torno da ampliação dos gastos públicos. Enquanto o ministro Paulo Guedes (Economia) tenta travar novos gastos, ministros como Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) defendem mais investimentos.

A pressão é para que o presidente invista recursos sobretudo na região Nordeste, região que é o principal bastião da oposição e onde o presidente teve menos votos em todos os nove estados em 2018.

Em seu discurso, o presidente disse que a maior parte do orçamento federal é comprometido com gastos obrigatórios, o que lhe dá pouca margem para novos gastos. “Sobra muito pouco e a briga [por recursos] é grande. Temos feito o possível para, com menos fazer muito mais”, afirmou Bolsonaro.

Desde julho, o presidente visitou o Ceará, Piauí, Bahia e Sergipe e inaugurou trechos de obras iniciados em gestões anteriores. Em julho, ele visitou a cidade de São Raimundo Nonato (PI) e inaugurou uma adutora em Campo Alegre de Lourdes (BA).

No mês anterior, ele esteve no Ceará para inaugurar, novamente, um trecho da transposição do rio São Francisco, em Penaforte, no Ceará, obra também iniciada durante os governos petistas.

Caixa informa novo horário de atendimento das agências

A partir desta terça-feira (18), as agências da CAIXA passarão a funcionar em novo horário, das 8h às 13h, para o atendimento a serviços essenciais. O banco reforça que não é preciso madrugar nas filas, pois todas as pessoas que chegarem nas agências durante o horário de funcionamento serão atendidas.

Os recursos do Saque Emergencial do FGTS e do Auxílio Emergencial podem ser movimentados pelo aplicativo CAIXA Tem. Os usuários que precisam atualizar o cadastro no aplicativo, podem enviar a documentação pelo próprio App.

Pagamentos em espécie

Nesta terça-feira, começa o saque em espécie do Auxílio Emergencial para os beneficiários do Bolsa Família com NIS final 1. Já no Saque Emergencial do FGTS, atualmente, podem realizar saque em espécie os trabalhadores nascidos em janeiro e fevereiro.

Os pagamentos do Auxílio Emergencial e do Saque Emergencial do FGTS seguem os calendários já divulgados. Confira nos links abaixo: 

http://www.caixa.gov.br/auxilio/

http://www.caixa.gov.br/beneficios-trabalhador/fgts/saque-FGTS/

Canais digitais

A CAIXA orienta os clientes a acessarem os serviços do banco por meio dos canais digitais. Consulte abaixo os serviços disponíveis no Internet Banking CAIXA – Internet e celular:

Estão disponíveis ainda os serviços em aplicativos para acesso a informações e transações de cartões de crédito, FGTS, benefícios sociais e habitação.

Últimos números

Até o momento, o banco já pagou R$ 156,8 bilhões para 66,2 milhões de pessoas. Foram 223,5 milhões de pagamentos. O site auxilio.caixa.gov.br recebeu 1,62 bilhão de visitas e a central exclusiva 111 registra mais de 441 milhões de ligações. O aplicativo CAIXA | Auxílio Emergencial teve 112,7 milhões de downloads e o aplicativo CAIXA Tem, para movimentação da poupança digital, ultrapassa 202 milhões de downloads.

Ana Maria Braga afasta rumores de suposta briga com Louro José e Fátima Bernardes

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A apresentadora Ana Maria Braga, 71, disse nesta segunda-feira (17) estar feliz com sua participação no Encontro e que sua relação com Louro José, com quem está há 21 anos, continua firme e forte.

“Amo você, amo seu trabalho. Há cinco meses estamos convivendo nessa pandemia e já aconteceu um monte de coisa”, afirmou Ana Maria à Fátima Bernardes, que em resposta disse ter ficado com o “coração quentinho” com a declaração.

Ela também aproveitou o momento para anunciar um novo quadro em sua participação no Encontro. Agora, Louro José recebe “confissões” dos telespectadores sobre o que sentem neste período de isolamento social. “Acho que vai bombar Lourinho”, comentou Ana Maria, que também afirmou considerar o personagem como um filho.

Ana Maria Braga perguntou à Fátima Bernardes sobre o que a apresentadora do Encontro mais sentia falta e ela, por sua vez, não hesitou: “Não aguento mais ficar longe de todo mundo, de não conseguir abraçar, beijar. Estou cansada disso. Cansada de ver a minha equipe há quatro meses com essas roupas brancas, sem poder saber direito quem está atrás das máscaras. É um desgante emocional”, afirmou.

Já a veterana das telinhas, Ana Maria, confessou que não podia reclamar já que estava aproveitando o período para descansar e se cuidar. “Consigo ver os meus netos de longe mas estou ótima, tendo um tempo pra mim na minha casa em São Paulo. Não tem como agradecer com as mortes, mas eu tenho uma dádiva de Deus de poder estar muito bem nessa quarentena, então só tenho a agradecer.”

Desde que a programação da Globo foi alternada em março por conta da pandemia do coronavírus, os programas de Ana Maria Braga, Mais Você, e o Encontro de Fátima Bernardes, passaram por reformulações. No final de abril a emissora decidiu trazer de volta à grade de televisão um pouco de entretenimento, e o “Mais Você”, ficou de fora de espaço exclusivo.

Na última quinta-feira (13), a jornalista Fabíola Reipert do quatro “A Hora da Venenosa” do programa Balanço Geral (Record), afirmou que a parceria entre Ana Maria e o Louro José estaria com os dias contados, já que a apresentadora estaria se recusando a voltar para o Rio de Janeiro, onde o Mais Você é gravado.

Criança que engravidou após ser estuprada no ES passa bem depois de aborto legal

JOÃO VALADARES E DHIEGO MAIA – RECIFE, PE, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A menina capixaba de dez anos que engravidou após ter sido estuprada de forma recorrente no Espírito Santo está fora de perigo após realizar legalmente um aborto. O quadro de saúde dela é bom após o procedimento médico para interromper a gestação.

A lei brasileira prevê o direito ao aborto quando a gestação decorre de estupro e quando há risco de morte para a mãe – o episódio atual se insere em ambos os casos – , além de nos casos de anencefalia do feto.

O procedimento de aborto foi iniciado no domingo (16) em uma maternidade pública do Recife sob protestos de grupos católicos e evangélicos, liderados por parlamentares conservadores. Nesta segunda (17), a menina apresentou contrações. Ainda é preciso fazer a curetagem na criança.

“Ela está bem. Pela manhã, começou a apresentar contrações uterinas e esperamos encerrar todo o processo hoje”, informou o médico Olímpio Moraes, diretor-médico da unidade de saúde onde a menina está internada.

Ainda não há informações precisas sobre quando a menina irá receber alta médica para retornar ao Espírito Santo. O procedimento ocorreu no Cisam (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros), hospital referência no atendimento à saúde da mulher.

Ela precisou sair de seu estado porque o hospital procurado pela família em Vitória se negou a fazer o procedimento legal com urgência.

A violência contra a menina de São Mateus, cidade a 218 km de Vitória, ganhou repercussão nacional. Ela foi abusada sexualmente ao longo de quatro anos pelo marido de uma tia. O homem, de 33 anos, foi indiciado pelos crimes de ameaça e estupro de vulnerável e está foragido desde que o caso veio à tona.

A viagem, realizada em um avião comercial, deveria ter ocorrido de forma sigilosa, mas foi divulgada nas redes sociais de conservadores.

A ativista extremista Sara Giromini, conhecida nas redes como Sara Winter, chegou a publicar o nome da vítima, contrariando o que preconiza o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). A Justiça do Espírito Santo determinou o apagamento de posts que identifiquem a criança direta ou indiretamente, como mostrou a coluna o jornal Folha de S.Paulo.

Em Recife, grupos cristãos foram para a porta da maternidade na tarde de ontem para protestar contra a realização do aborto legal.

Liderados pelos parlamentares Joel da Harpa (PP), Clarisa Tércio (PSC) e Cleiton Collins (PP), os ativistas cristãos fizeram rodas de oração, e médicos do hospital foram chamados de “assassinos”. Feministas também estiveram no local para defender o direito à realização do procedimento legal. O tumulto só terminou por volta das 20h30 de domingo.

A reportagem apurou que a menina esteve no Hucam (Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes), vinculado à Universidade Federal do Espírito Santo após o juiz Antonio Moreira Fernandes, da Vara da Infância e da Juventude de São Mateus, conceder o direito ao aborto na última sexta-feira (14).

No seu despacho, o magistrado reproduziu o desespero da criança quando era atendida por uma assistente social. Ao ser informada pela profissional que estava grávida, a menina “entra em profundo sofrimento, grita, chora e afirma não querer levar a gravidez adiante”, escreve o juiz.

Fernandes disse que respeitou a vontade da menina amparado também por manifestação em favor do direito ao aborto defendida pelo Ministério Público do Espírito Santo.

No hospital escolhido, a menina passou por exames. A equipe médica constatou que ela estava com 22 semanas e quatro dias de gestação -ou seja, uma gestação avançada dentro das 40 semanas de prazo total, mas sem impedimento clínico nem legal no caso de uma vítima de estupro com risco de morte.

O hospital não iniciou os procedimentos para a indução do aborto e pediu que a criança retornasse nesta semana para uma nova reavaliação, mas ela desenvolveu diabetes gestacional e corria risco de morrer. O atraso do procedimento, neste caso, agrava a situação. Se seguisse grávida, a criança poderia desenvolver outras complicações clínicas, como pressão alta e fissuras no útero, que reduziam suas chances de sobreviver.

O Hucam foi questionado pela reportagem sobre a postergação do atendimento dado à criança, mas o hospital não se manifestou. A unidade também deve ser questionada na Justiça, porque é suspeita de vazar informações do prontuário médico da criança.

A Corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) abriu investigação para apurar se a Justiça do Espírito Santo resguardou os direitos da criança durante a condução do processo.

Especialistas em direito afirmam que não há um período limite para se fazer um aborto autorizado pela Justiça, sobretudo quando a gestante corre risco de morrer.

“O que vemos no caso dessa menina é que o hospital pode ter optado por uma prática comum de violência, que é a postergação da gravidez para conseguir salvar o feto. Não se pensou na menina”, disse a advogada Sandra Lia Bazzo Barwinski.

Barwinski coordena no Brasil o Cladem (Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher, entidade que vem denunciando em todo o mundo esse tipo de prática clínica. “Gravidez e maternidade forçadas se equivalem à tortura”, diz a especialista.

Quando procurou pela primeira vez um hospital ainda em São Mateus, no dia 7 deste mês, a menina estava com 21 semanas de gestação, diz Barwinski. “Esse caso começou errado desde o início. A menina deveria ter sido atendida lá mesmo em São Mateus. Qualquer ginecologista e obstetra estão preparados para fazer esse tipo de procedimento.”

Mas a menina, assim que foi liberada do hospital, seguiu para um abrigo de crianças vulneráveis em Vitória.

Segundo a ginecologista Helena Paro, professora da Faculdade de Medicina da UFU (Universidade Federal de Uberlândia), a literatura médica já mostrou que a indução do aborto na idade gestacional em que a menina se encontra é quatro vezes mais segura do que o parto vaginal.

Antes da violência sexual à que foi submetida, a menina já tinha sofrido a morte precoce da mãe e ausência do pai, que está preso.

Família pede ajuda após ter casa atingida por incêndio em Ipeúna

Uma residência de Ipeúna foi atingida por chamas na manhã desta segunda-feira (17). Cinco moradores da casa estavam no local no momento do incêndio e foram encaminhados para atendimento médico. Ainda não há muitos detalhes sobre o estado de saúde da família, mas segundo relatos, eles passam bem.

Não foram revelados detalhes sobre a causa do incêndio, porém parentes dos moradores afirmar que o fogo destruiu boa parte dos bens da família, que agora pede ajuda da população.

Elisabete, irmã de uma das vítimas do incêndio, pede para quem puder e quiser ajudar a família de alguma forma entre em contato com ela através do número (19) 99805-1503.

“Era uma pessoa querida por todos”, diz família de vítima de Covid-19

“Uma mulher que respeitava e tinha amor pelo próximo”. É assim que a família define Maria Helena de Lavor Pinheiro, que morreu de Covid-19.

A dona de casa, que era devota de Nossa Senhora, ficou 14 dias hospitalizada em tratamento contra a doença, sendo oito na UTI, e morreu na última sexta-feira (14).

Casada com Rubens Pinheiro e mãe de Jeferson Luiz e Elinton Aparecido, dona Helena, como era carinhosamente conhecida, deixa um legado de fé e humildade.

Caixa credita hoje auxílio para mais de 4 milhões de pessoas

Agência Brasil

A Caixa credita hoje (14) o auxílio emergencial para 4,097 milhões de beneficiários nascidos em setembro. São 4 milhões de pessoas nascidas em setembro que já tinham a programação de receber nesta data. Os demais, 97 mil, são os beneficiários nascidos em setembro que tiveram o pedido liberado no início deste mês. Eles tiveram o cadastro reavaliado pelo governo.

O auxílio, com parcelas de R$ 600 (R$ 1,2 mil para mães solteiras), foi criado para reduzir os efeitos da crise econômica causada pela pandemia de covid-19.

A Caixa tem disponibilizado o auxílio em uma poupança digital, acessível pelo aplicativo Caixa Tem. Pelo programa é possível fazer compras online em estabelecimentos autorizados e pagar boletos.

O saque em dinheiro do benefício, em uma agência do banco, é autorizado posteriormente, conforme calendário definido pelo governo, considerando o mês de nascimento do beneficiário. As transferências para outros bancos ou para contas na própria Caixa seguem o mesmo calendário de saque. Nesse caso, os recursos são transferidos automaticamente para as contas indicadas pelo beneficiário.

Ciclo 1

O crédito para os beneficiários nascidos em setembro faz parte do Ciclo 1 de pagamentos do auxílio emergencial. Os saques e transferências estarão liberados no dia 5 de setembro para os beneficiários que receberam o crédito na poupança social hoje.

No ciclo 1, o crédito na poupança social da Caixa está agendado para o período de 22 de julho a 26 de agosto, conforme o mês de nascimento. Os saques e transferências estão sendo feitos de 25 de julho a 17 de setembro.

Bolsa Família

Amanhã (18), inicia o pagamento do auxílio emergencial para público beneficiário do Bolsa Família com NIS final 1. O pagamento para esse público é feito conforme o calendário usual do programa Bolsa Família. Os primeiros a receber são os beneficiários com NIS final 1. Na quarta-feira, será a vez daqueles com NIS final 2 e assim por diante, com exceção do final de semana quando não há pagamentos, até o dia 31 de agosto, quando será liberado pagamento para os beneficiários com NIS final 0. Serão 1,9 milhão de beneficiários por dia.

Começa hoje prazo para entrega da declaração de propriedade rural

Agência Brasil

A partir das 8h de hoje (17), os proprietários rurais de todo o país começam a enviar a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) de 2020. O prazo de entrega vai até as 23h59min59s de 30 de setembro.

A Receita Federal espera receber 5,9 milhões de declarações este ano, cerca de 104,5 mil a mais que as 5.795.480 enviadas em 2019. A declaração só pode ser preenchida por meio do programa gerador da declaração, que pode ser baixado na página do órgão na internet a partir desta segunda-feira.

Devem apresentar a declaração pessoas físicas e jurídicas proprietárias, titulares do domínio útil ou que detenham qualquer título do imóvel rural. Apenas os contribuintes imunes ou isentos estão dispensados de entregar o documento. O produtor que perdeu ou transferiu a posse ou o direito de propriedade da terra desde 1º de janeiro também está obrigado a apresentar a declaração.

A DITR deve ser preenchida no computador, por meio do programa gerador. O documento pode ser transmitido pela internet ou entregue em pendrive (mídia removível acessível por porta USB) em qualquer unidade da Receita Federal. Quem perder o prazo pagará multa de 1% ao mês sobre o imposto devido, com valor mínimo de R$ 50. O contribuinte que identificar erros nas informações pode enviar uma declaração retificadora, antes de o Fisco iniciar o lançamento de ofício, sem interromper o pagamento do imposto apurado na declaração original.

O Imposto sobre Propriedade Territorial Rural pode ser pago em até quatro parcelas mensais, mas nenhuma quota pode ser inferior a R$ 50. O imposto inferior a R$ 100 deve ser pago à vista até 30 de setembro, último dia de entrega da declaração. O pagamento pode ser feito por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) em qualquer banco ou por transferência eletrônica de instituições financeiras autorizadas pela Receita.

Menina que engravidou após estupro teve que sair do ES para fazer aborto legal

DHIEGO MAIA- (FOLHAPRESS) –

A menina capixaba de dez anos de idade que engravidou após ter sido estuprada e teve o aborto autorizado pela Justiça precisou sair de seu estado porque o hospital procurado por ela em Vitória se negou a fazer o procedimento legal com urgência.
Acompanhada da avó e de uma assistente social do governo capixaba, a garota saiu de Vitória neste domingo (16) e seguiu para um complexo hospitalar do Recife (PE), onde deve passar por exames para interromper a gestação indesejada.
A violência contra a menina de São Mateus, cidade a 200 km de Vitória, ganhou repercussão nacional. Ela foi abusada sexualmente por quatro anos pelo marido de uma tia. O homem, de 33 anos, foi indiciado pelos crimes de ameaça e estupro de vulnerável e está foragido desde que o caso veio à tona.
A viagem, realizada em um avião comercial, deveria ter ocorrido de forma sigilosa, mas foi divulgada nas redes sociais de conservadores. A bolsonarista Sara Winter chegou a divulgar o nome da vítima, contrariando o que preconiza o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
A chegada da menina causou protestos pró e contra o aborto em frente ao hospital do Recife na tarde deste domingo. Médicos do hospital foram chamados de “assassinos”, e foi necessária intervenção da Polícia Militar para cessar o tumulto.
A reportagem apurou que a menina esteve no Hucam (Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes), vinculado à Universidade Federal do Espírito Santo após o juiz Antonio Moreira Fernandes, da Vara da Infância e da Juventude de São Matheus, conceder o direito ao aborto na última sexta-feira (14).
No seu despacho, o magistrado reproduziu o desespero da garota quando era atendida por uma assistente social. Ao ser informada pela profissional que estava grávida, a menina “entra em profundo sofrimento, grita, chora e afirma não querer levar a gravidez adiante”, escreve o juiz.
Fernandes disse que respeitou a vontade da menina amparado também por manifestação em favor do aborto defendida pelo Ministério Público do Espírito Santo.
No hospital escolhido, a menina passou por exames. A equipe médica detectou que a menina estava com 22 semanas e quatro dias de gestação -um período considerado avançado, mas sem nenhum impedimento clínico ou legal.
O hospital não iniciou os procedimentos para a indução do aborto e simplesmente pediu que a menina retornasse nesta semana para uma nova reavaliação, mas ela desenvolveu diabetes gestacional e corre risco de morrer. Se seguir grávida, ela pode contrair outras complicações clínicas, como pressão alta e fissuras no útero, que colocarão sua vida ainda mais em risco.
O Hucam foi questionado pela reportagem sobre a postergação do atendimento dado à criança, mas o hospital não se manifestou. A unidade também deve ser questionada na Justiça porque é suspeita de vazar informações do prontuário médico da menina.
A Corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) também abriu investigação para apurar se a Justiça do Espírito Santos resguardou os direitos da criança durante a condução do processo.
Especialistas em direito afirmam que não há um período limite para se fazer um aborto autorizado pela Justiça.
No Brasil, a Justiça não pune três tipos de aborto: por estupro, quando o feto é anencéfalo (sem cérebro) e quando a mãe corre risco de morrer. O caso da menina se enquadra em dois desses fatores.
“O que vemos no caso dessa menina é que o hospital optou por uma prática comum de violência, que é a postergação da gravidez para conseguir salvar o feto. Não se pensou na menina”, diz a advogada Sandra Lia Bazzo Barwinski.
Barwinski coordena no Brasil o Cladem (Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher, entidade que vem denunciando em todo o mundo esse tipo de prática clínica. “Gravidez e maternidade forçadas se equivalem à tortura”, diz a especialista.
Quando procurou pela primeira vez um hospital ainda em São Mateus, no dia 7 deste mês, a menina estava com 21 semanas de gestação, diz Barwinski. “Esse caso começou errado desde o início. A menina deveria ter sido atendida lá mesmo em São Mateus. Qualquer ginecologista e obstetra estão preparados para fazer esse tipo de procedimento.”
Segundo a ginecologista Helena Paro, professora da Faculdade de Medicina da UFU (Universidade Federal de Uberlândia), a literatura médica já mostrou que a indução do aborto na idade gestacional em que ela se encontra é quatro vezes mais segura do que o parto vaginal.
A menina começou os procedimentos de aborto neste domingo mesmo no Cisam (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros), hospital referência no atendimento à saúde da mulher.
A reportagem não conseguiu apurar se o procedimento foi concluído. Segundo Paro, o aborto pode durar até 24h horas ou mais dependendo do estado clínico da paciente e dos efeitos da medicação utilizada.
Antes da violência sexual à que foi submetida, a menina já tinha sofrido a morte precoce da mãe e ausência do pai, que está preso.

Jornal Cidade RC
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