Prefeitura de RC decide adiar cortes de água anunciados na segunda-feira

Em entrevista à rádio Jovem Pan News nesta terça-feira (24), o prefeito de Rio Claro, Juninho da Padaria, explica a decisão do governo municipal de adiar para 2021 a retomada dos cortes de água em imóveis com contas em atraso. Na tarde de ontem, a prefeitura havia divulgado comunicado avisando que o Departamento Autônomo de Água e Esgoto- Daae voltaria a fazer os cortes. No mesmo material, foi informado que cerca de oito mil contribuintes estão com contas em atraso.

Serviços de saúde na Av. 2 terão alterações para reforma de prédio

A Secretaria Municipal de Saúde confirmou para esta terça-feira (24) o início da reforma estrutural na cobertura de prédio na Avenida 2, entre as ruas 3 e 4, onde funcionam vários serviços municipais de saúde. O prédio, localizado na região central de Rio Claro e que há anos sofre com infiltrações, terá obras no telhado para solucionar o problema. Atualmente funcionam no local dispensário de medicamentos de alto custo, coordenação da rede de atenção básica, Vigilância Sanitária e Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (Sesmt).

“Estamos solucionando um problema de anos, dando aos servidores públicos melhores condições de trabalho e de atendimento à população”, observa o prefeito João Teixeira Junior.

A reforma inclui a substituição de telhas e de calhas de todo o prédio. Serão instaladas telhas termo acústicas, que são mais leves e apropriadas para a estrutura do prédio. “Com isso o prédio terá melhores condições de drenagem das águas das chuvas, o que irá eliminar os problemas de infiltrações”, destaca Maurício Monteiro, secretário de Saúde.

Por conta das obras, haverá alterações no atendimento ao público a partir desta terça-feira (24) na Vigilância Sanitária, Sesmt e coordenação de atenção básica. “Isso é necessário para garantir a segurança dos colaboradores e também da comunidade”, ressalta o secretário Maurício.

Os documentos direcionados à Visa deverão ser protocolados no dispensário de medicamentos de alto custo, onde haverá funcionário para receber os papéis. No caso do Sesmt, os atendimentos serão realizados no Departamento Municipal de Saúde Ocupacional, que funciona na Avenida 40, 737, Vila Operária. A equipe de coordenação de atenção básica estará instalada em unidades de saúde.

Pai de Zezé di Camargo e Luciano morre aos 83 anos

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pai da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, Francisco José de Camargo morreu na noite desta segunda-feira (23), aos 83 anos, após dias internado em um hospital particular em Goiânia. A informação foi confirmada pela assessoria dos cantores nesta terça-feira (24).

O corpo de Seu Francisco será velado às 10h no Jardim das Palmeiras, em Goiânia, e o sepultamento acontecerá no final da tarde, às 17h. A causa da morte não foi divulgada.

Nascido em Sítio Novo, no interior de Goiás, Seu Francisco estava internado desde o dia 10 de novembro, quando começou a sentir dores no intestino. Quatro dias depois, ele passou por uma cirurgia de emergência após ser diagnosticado com sangramento intestinal.

Na época, em uma série de vídeos publicados no Instagram, Graciele Lacerda, esposa de Zezé di Camargo, explicou que os dois saíram correndo da fazenda onde vivem, em Araguapaz, interior de Goiás, em direção à capital do estado, Goiânia, onde Francisco fez o procedimento.

Francisco Camargo deixa a mulher, Helena Siqueira de Camargo, 75, e oito filhos: Mirosmar José de Camargo (Zezé), Emmanoel José, Marlene José de Camargo, Wellintgton Camargo, Walter José de Camargo, Welson David de Camargo (Luciano), Werley José de Camargo e Luciele de Camargo.

O outro filho, Emival Camargo, com quem Zezé formou a dupla-mirim Camargo e Camarguinho, morreu em 1975. Seu Francisco também tinha dez netos, entre eles a cantora Wanessa Camargo, e dois bisnetos, filhos dela.

DOIS FILHOS DE FRANCISCO
A história de vida de Francisco José de Camargo se tornou conhecida com o filme “Dois Filhos de Francisco – A Hiistória de Zezé di Camargo & Luciano”, que contou a história da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, em 2005.

Primeiro longa-metragem do cineasta de Breno Silveira, a cinebiografia atingiu 5,6 milhões de espectadores e se tornou a maior bilheteria do cinema nacional até então.

Comunicado da assessoria de Zezé di Camargo e Luciano sobre morte de Francisco.

“‘Seu’ Francisco se despede com a certeza de missão cumprida
Nascido em Sítio Novo, no interior de Goiás, o homem que um dia presenteou os colegas de trabalho da obra, na construção civil, com fichas telefônicas, sob a condição de que eles usassem as moedas para ligar na principal rádio de Goiânia pedindo pela canção chamada “É o Amor”), despediu-se de nós, nesta segunda feira (23), aos 83 anos, com a sensação de dever mais do que cumprido.
Desde que começou a multiplicar filhos com Dona Helena, “seu Francisco” preparava com afinco a dupla sertaneja com que tanto sonhava. Primeiro fez de Emival, o segundo filho, par de Mirosmar, o primogênito, mas, quis o destino que Emival saísse de cena precocemente. Só muitos anos depois, o Seu Francisco foi ver Mirosmar alinhado com o Welson David, ambos atendendo já como Zezé Di Camargo e Luciano.
A essa altura, o amor já era algo que mexia com a nossa cabeça e o nosso coração, e fazia a gente “entender que a vida é nada sem você”. Neste momento, diante da partida do pai, os filhos todos de Francisco – Mirosmar José, Emmanoel José, Marlene, Wellington, Walter, Welson David, Werlei e Luciele entoam justamente esse verso, certos de que a vida não seria nada sem ele e a parceria da mãe, a guerreira dona Helena, que tem amparado os filhos e netos com uma força descomunal.
De origem extremamente humilde, Seu Francisco viveu bem e o bastante para experimentar a maior das dores -a perda de um filho- e a mais gratificante das vitórias, que é o alcance do êxito absoluto dos filhos. Teve sua história contada em filme visto por a grande consagração dos filhos. Ainda há poucos dias, contabilizaram-lhe, em uma mesa, os quase 7 milhões de pessoas que foram assistir a esse enredo só no cinema. Salve!
O pai do Seu Francisco chamava-se Onofre Francisco. Ele pensava que Francisco fosse sobrenome e foi batizando todos os filhos com Francisco: Vicente Francisco, Liberato Francisco… O impasse se deu quando quis batizar um deles justamente com o nome de Francisco. Não podia ser Francisco Francisco. E então ficou Francisco José, acrescido de Camargo. E assim ele formou com honra o clã que todos amam.
Foi embora um homem simples, que deixou um grande exemplo de superação com um legado de honestidade!
Arleyde”

Carretas colidem na WL e causam congestionamento

Duas carretas colidiram lateralmente no início da tarde desta segunda-feira (23) na altura do quilômetro 164 , da Rodovia Washington Luís, em Santa Gertrudes.

De acordo com informações do Policiamento Rodoviário, que atendeu a ocorrência, uma das carretas estava vazia e a outra carregada com 48 bags de cloreto de potássio. O material acabou caindo na pista e se espalhando. Não houve vítimas, segundo o registro da ocorrência.

A Concessionária Eixo SP também atuou no socorro prestando todo auxílio necessário para desviar o trânsito que foi liberado por volta das 16h45, de acordo com a Polícia. As duas faixas da rodovia precisaram ser interditadas.

VÍDEO: Incêndio atinge canavial na região do bairro Bonsucesso

Um incêndio em um canavial nas proximidades do Bonsucesso gerou uma alta coluna de fumaça que chamou a atenção da população de Rio Claro na tarde desta segunda (23).

Após tomarem conhecimento da ocorrência, equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros se deslocaram para o local para atuarem no combate às chamas.

De acordo com informações, o incêndio não atingiu nenhuma área urbana.

Rio Claro registra óbito por coronavírus

Rio Claro teve um óbito por coronavírus confirmado em boletim divulgado na segunda-feira (23) pela Secretaria Municipal de Saúde. A vítima é um homem que estava hospitalizado e faleceu em decorrência da Covid-19.

O boletim também aponta 20 novos casos positivos de coronavírus, com total de 5.289 casos desde o início da pandemia.  Dos novos casos, uma pessoa tem de 10 a 20 anos, 11 de 21 a 40 anos, seis de 41 a 60 anos, uma de 61 a 80 anos e uma pessoa tem mais de 81 anos.

O número de internados é 13, sendo sete na rede pública e seis na rede privada. Deste total, quatro estão em unidades de terapia intensiva. Até o momento, em Rio Claro, 5.064 pessoas se recuperaram da doença. 

R$ 4 milhões: Vereadores votam nesta segunda-feira relatório final da CPI que apurou qualidade dos EPIs

A Câmara Municipal deve votar nesta segunda-feira (23) o projeto que aprova ou reprova o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) – não confundir com a CP – que apurou a qualidade dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) comprados por R$ 4 milhões pela Prefeitura de Rio Claro.

O documento foi aprovado na última audiência da CPI, em outubro, no entanto, para ter efeitos práticos, foi transformado em Projeto de Resolução. Com isso, tal projeto foi incluído na Ordem do Dia para votação geral em sessão. Se aprovado desta forma, deverá ser encaminhada a remessa às autoridades para providências cabíveis.

A CPI coletou depoimentos do presidente do Sindicato dos Servidores Municipais Tu Reginato, do presidente da Fundação de Saúde Maurício Monteiro, do chefe de gabinete do prefeito Silvio Martins, do chefe de seção do almoxarifado André Filipe, do médico Dr. Ezequiel dos Santos e do ex-diretor da Central de Compras Neto Naidhig.

Diante da fundamentação da investigação, o relatório recomenda a devolução imediata dos EPIs, com seu ressarcimento financeiro, ou sua troca por produtos compatíveis com as normas técnicas e legislação. Também, a CPI requer abertura de processo administrativo interno na Prefeitura, fato que já está em andamento há alguns meses. Ao Ministério Público, a Comissão sugere apuração sobre eventuais atos de improbidade.

Estudo da Coronavac no Brasil chega à fase final com número mínimo de infectados

IGOR GIELOW – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O estudo da fase 3 da Coronavac, o imunizante chinês trazido ao país pelo governo de São Paulo, atingiu o número mínimo de voluntários infectados para poder ter a análise de sua eficácia realizada.

A expectativa do Instituto Butantan, patrocinador da pesquisa no país, é de que o Comitê Internacional Independente que acompanha o ensaios divulgue o quão efetiva é a vacina na primeira semana de dezembro.

Se tudo correr bem e ela funcionar, os dados serão enviado imediatamente para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Se aprovado no prazo expresso esperado pela emergência sanitária, em janeiro haverá 46 milhões de doses compradas da China prontas para serem aplicadas a partir de janeiro.

Se todas forem aplicadas, metade da população do estado pode estar vacinada logo no começo do ano.

Contraíram o novo coronavírus 74 dos 10.800 voluntários até aqui, acima do mínimo de 61 necessários para a chamada abertura do estudo. Agora será feito o cotejamento da evolução da infecção com o fato de eles terem tomado a vacina contra a Covid-19 ou um placebo, algo que nem os pacientes, nem os pesquisadores sabem de antemão.

A partir daí será estipulada a eficácia da vacina em regime preliminar, que permitirá o pedido de registro para uso emergencial na pandemia à Anvisa, que exige no mínimo 50% de cobertura do imunizante.

Nos estudos das fases 1 e 2, feitos com 50 mil pessoas no país de origem da Coronavac, a China, a eficácia superou os 90% – índice semelhante foi divulgado nesta segunda (23) pela sueco-britânica farmacêutica AstraZeneca em seus resultados preliminares da fase 3 no Reino Unido e no Brasil.

Outras duas vacinas, das americanas Pfizer e Moderna, também se mostram altamente eficazes contra a doença, que no Brasil matou quase 170 mil pessoas este ano.

A fase 3 dos estudos da Coronavac na China está prevista para acabar até o fim deste mês, segundo o laboratório Sinovac, que criou o imunizante.

A questão do registro da Coronavac é contenciosa. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem criticado o imunizante chinês, que ele vê como um trampolim de popularidade para seu rival João Doria (PSDB), o governador paulista que manda no Butantan.

Na semana retrasada, a suspensão dos estudos da fase 3 da Coronavac gerou polêmica, porque não foi avisada pela Anvisa ao Butantan e dizia respeito a uma morte não relacionada com a vacina em si. Os testes foram retomados em seguida, mas o mal-estar permanece.

No domingo, o Ministério da Saúde relacionou cinco imunizantes que poderá vir a comprar para distribuir no pais – o governo já tem um acordo para a aquisição de 100 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, para produção local na Fiocruz. A Coronavac não estava na lista.

Isso gerou contrariedade entre membros do governo paulista, que veem perseguição política contra o imunizante de origem chinesa, que será feito a partir do ano que vem, se for eficaz, no Butantan.

Doria conta agora com o sucesso dos ensaios no Brasil e o registro na China, se a vacina se mostrar mesmo eficiente, para criar um fato consumado e driblar o que considera pressão política de Bolsonaro contra a Coronavac.

Brasil é único país onde fake news sobre cloroquina ainda circulam com frequência

PATRÍCIA CAMPOS MELLO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O Brasil é o único país do mundo onde continuam a circular com frequência notícias falsas sobre cloroquina, ivermectina e azitromicina como curas para a Covid-19, que já foram desmentidas por diversos estudos científicos. E, ao contrário da maioria dos países, apenas no Brasil, na Índia e nos EUA as disputas políticas internas são o principal motor para a desinformação sobre a pandemia.

Isso é o que mostra o levantamento “Political (self) isolation” (Auto-isolamento político), realizado pelo LAUT, INCT.DD e o laboratório de pesquisa forense digital do Atlantic Council. “Como nenhum desses medicamentos se provou eficaz (contra a Covid-19), a discussão esfriou na maioria dos países. No Brasil, no entanto, esses tópicos persistiram, a ponto de tornar o ambiente de discussão diferente do resto do mundo”, diz o levantamento.

Fake news ou boatos sobre hidroxicloroquina e cloroquina apareceram 176 vezes na base de dados (são 176 versões de informações falsas, que podem ter sido compartilhadas milhões de vezes). O campeão é o Brasil, com 75 casos, seguido da Índia (29), França (26) e EUA (24).

As motivações para a desinformação variam. Na França, há circulação de informações enganosas sobre cloroquina porque Didier Raoult, microbiologista que é um dos maiores defensores do uso da substância contra Covid-19, é francês. Ele realizou um estudo indicando que a combinação de hidroxicloroquina e azitromicina teria curado alguns pacientes de Covid-19. O estudo foi apontado como falho do ponto de vista científico e pouco transparente, uma vez que os dados brutos não foram compartilhados, e não teve os resultados corroborados por outros levantamentos.

Na Índia, há também o motivo comercial, pois o país é um grande produtor e exportador de cloroquina. Já no Brasil e nos EUA, o motivo é político. Os presidentes dos dois países, Jair Bolsonaro e Donald Trump, além de vários partidários e integrantes dos governos, encamparam as drogas e ajudaram a espalhar a desinformação.

O estudo se baseou nas bases de dados CoronaVirusFacts Alliance, na Rede Internacional de Checagem de Fatos, e do Latam Chequea em português e espanhol, que reuniu checagens feitas por 100 agências sobre desinformação relacionada à Covid em 134 países, de janeiro a agosto de 2020. As checagens de cerca de 8,6 mil notícias ou postagens falsas ou rumores foram traduzidas para o inglês e foi realizada uma análise quantitativa e hipergeométrica.

A partir de maio, estudos científicos passaram a contestar a eficácia da cloroquina contra a Covid-19. Em 15 de junho, a Agência de Medicamentos e Alimentos dos EUA, a FDA, revogou a autorização para uso de emergência da cloroquina de seu estoque estratégico, ao determinar, com base em evidências científicas, que cloroquina e hidroxicloroquina não eram efetivos no tratamento da doença viral. Em 17 de junho, foi a vez de a OMS (Organização Mundial de Saúde) anunciar que iria parar com os testes clínicos usando a substância, pelo mesmo motivo.

Após essas declarações de entidades científicas e estudos, a disseminação de declarações falsas sobre cloroquina caiu na Índia, França e nos EUA, mas não no Brasil. Das 60 checagens sobre cloroquina feitas a partir do dia 19 de maio, 43 vieram do Brasil.

Boatos e fake news sobre a ivermectina ser uma cura para Covid-19 também são muito concentrados no Brasil, onde ocorreram dois terços das checagens sobre o assunto (23 de 36 vezes). Depois, veio a Colômbia, com 7, e o México, com 3 checagens – mas só no Brasil o tema continuou circulando até agosto, mesmo após inúmeros estudos apontando a ineficácia da substância. Para autores do estudo, isso mostra que a ciência e a checagem de fatos não estão conseguindo combater com a presença dessas mentiras no debate público.

“O que está influenciando o discurso das pessoas sobre a doença são posições políticas; isso dificulta incorporar informações científicas e o Brasil fica isolado”, diz uma das autoras do estudo, Nina Santos, pesquisadora do INCT-DD. Esse espaço ocupado por desinformação sobre cloroquina, ivermectina e outros poderia estar sendo usado para circular novas descobertas científicas, conscientizar o público sobre medidas de prevenção e discutir políticas públicas.

O tipo de fake news que circula no Brasil e na Índia é muito diferente do resto do mundo. Em vários países, repetem-se temas como chás caseiros, métodos artesanais para evitar a Covid-19, a não necessidade de isolamento ou uso de máscara, origem do vírus e teorias da conspiração envolvendo a China. Mas Índia, Brasil e EUA são os países onde a desinformação está diretamente ligada à política interna desses países.

Na Índia, além de falarem de chás, mostarda e cloroquina, os boatos eram muito ligados a acusações falsas de muçulmanos e migrantes serem disseminadores da doença. Nos EUA, circulam acusações contra rivais do governo Trump como o ex-presidente Barack Obama, o presidente-eleito Joe Biden, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, Anthony Fauci, autoridade de doenças infecciosas, e governadores democratas, além de denúncias sobre o vírus supostamente ser arma biológica feita na China.

Outra “jabuticaba” brasileira, que também demonstra a motivação política da desinformação no país, é a frequência das notícias falsas referentes a “governador”, normalmente o governador de São Paulo, João Dória, mas também os governadores da Bahia, Rui Costa, e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. “A palavra ‘governador’ não aparece nessa frequência em nenhum país; no Brasil, além de tudo, aparece duas vezes mais do que ‘presidente’.

O Brasil destoa até dos países vizinhos, onde predomina desinformação que propagandeia curas caseiras para o vírus – gargarejo com vinagre, gengibre, chás. “Em outros países, essa desinformação tem como lastro ‘autoridades’ tradicionais, cultura local; no Brasil, vem de políticos”, diz João Guilherme Santos, pesquisador do INCT-DD e do Laboratório de Dados e co-autor do estudo.

Luiza Bandeira, pesquisadora do DFRLab, explica que existe informação falsa disseminada sem intenção, o que se chama em inglês de “misinformation”. Segundo ela, que é co-autora do estudo, os boatos sobre curas caseiras se encaixam nessa categoria. “Também é difícil de combater esse tipo de desinformação, mas é diferente do que predomina no Brasil”, diz.

Aqui, há a chamada “disinformation”, a informação falsa distribuída com intenção. “Vemos atores ligados ao bolsonarismo encampando essas notícias sobre medicamentos, porque há interesse político de dizer que existe cura para a Covid-19 e não é preciso tomar outras medidas de saúde pública, e disseminar a narrativa se que há um complô contra o presidente e querem arruinar a economia.”

Para Caio Vieira Machado, co-autor do estudo e pesquisador do LAUT, “o mais preocupante é que os dados evidenciam como a disputa política, por meio da desinformação, está capturando as políticas públicas e blindando a entrada de informação científica.”

Jornal Cidade RC
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.