SP: pandemia fez diminuir denúncias de violência sexual contra menores

Agência Brasil

O isolamento provocado pela pandemia do novo coronavírus criou ainda mais dificuldades para que fossem feitas denúncias de crimes de violência sexual contra crianças e adolescentes e pode ter ajudado a aumentar a subnotificação de casos. Foi o que revelou o relatório Análise de Ocorrências de Estupro de Vulnerável do estado de São Paulo, feito pelo Instituto Sou da Paz, o Ministério Público de São Paulo e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e divulgado em dezembro.

“A ideia [do relatório] era entender por que os registros [de denúncias de estupro de vulnerável] diminuíram neste primeiro semestre de 2020. E a gente observou que, na verdade, não houve uma diminuição das ocorrências, mas das denúncias nesse período de isolamento social”, disse Cristina Neme, coordenadora de projetos do Instituto Sou da Paz.

Em entrevista à Agência Brasil, Cristina ressaltou que essas denúncias já são, habitualmente, muito difíceis de serem feitas. E, com o isolamento, a subnotificação desse tipo de crime cresceu. “Já é um crime difícil de ser denunciado pela própria natureza da violência. E, nesse período [de pandemia], isso se tornou ainda mais difícil porque as vítimas ficaram mais isoladas das instituições ou de outros adultos que poderiam observar sinais de violência ou dos canais onde elas poderiam pedir ajuda e denunciar”. 

Relatório

Para elaborar o relatório, os órgãos analisaram dados quantitativos sobre ocorrências de estupro de vulnerável (aqueles que são cometidos contra menores de 14 anos, pessoas com deficiência ou condição de vulnerabilidade), registradas na Polícia Civil de São Paulo entre janeiro de 2016 e junho de 2020.

Segundo o levantamento, esse tipo de crime vinha crescendo ano a ano, mas no primeiro semestre de 2020 apresentou redução significativa de -15,7%, sobretudo nos meses de abril (-36,5%) e maio (-39,3%), quando a quarentena no estado era ainda mais restritiva. Mas a redução não significou que o crime diminuiu. “Apesar da diminuição do número de denúncias, o crime continua ocorrendo porque ele ocorre sobretudo em ambiente doméstico, praticado por pessoa conhecida – parentes, vizinhos ou amigos. E [na pandemia] tivemos aumento da proporção desse tipo de crime ocorrido dentro de casa. Então, isso já é um indicativo de que as ocorrências não diminuíram de fato, apenas as denúncias”, afirmou a coordenadora.

Um dos fatores que dificultou o processo de denúncia durante a pandemia foi o fechamento das escolas, espaço onde muitas eram feitas ou onde o contato da vítima com os canais de proteção era facilitado. “O fechamento das escolas foi mais um fator que prejudicou a possibilidade de denunciar esses casos. Nas escolas, as crianças são observadas, supervisionadas pelos professores e educadores. A escola é um canal importante para levar atendimento a essas crianças, para dar encaminhamento aos casos e fazer o atendimento [das vítimas]”, disse ela.   

A partir do mês de junho, quando o estado de São Paulo começou a reabrir gradualmente o comércio e os serviços, os registros desse tipo de crime voltaram a crescer. E tendem a aumentar. “A gente entende que deve haver aumento das denúncias, refletindo inclusive o acúmulo dos casos acontecidos durante o período de isolamento e que não foram registrados”, observou Cristina. 

Perfil das vítimas e dos autores

Oito em cada dez vítimas (83% do total) de violência sexual contra vulneráveis são do sexo feminino e têm até 13 anos. A maioria delas (60%) é branca e 38%, negras. O pico dos abusos contra meninas ocorre aos 13 anos e contra meninos mais cedo, entre 4 e 5 anos.

Em média, 7% das vítimas têm algum tipo de deficiência ou outra vulnerabilidade, sobressaindo a deficiência intelectual.

Denúncia

Para relatar um crime como esse, a vítima ou qualquer outro denunciante, até mesmo de forma anônima, pode procurar o Disque 100, canal de denúncias e de encaminhamento do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. A denúncia também pode ser feita nos conselhos tutelares ou em delegacias de polícia. A denúncia ajuda não somente a cessar esse tipo de violência, mas também a dar encaminhamento para tratamento das vítimas.

Após três dias em Fase Vermelha, estado de SP volta à Amarela

Agência Brasil

Após três dias na Fase 1-Vermelha do Plano São Paulo, onde somente podiam ser abertos os serviços considerados essenciais, a maior parte do estado de São Paulo volta, a partir de hoje (4), para a Fase 3-Amarela. A exceção é para a região de Presidente Prudente, que vai permanecer na Fase 1-Vermelha.

A medida vale, pelo menos, até o dia 7 de janeiro, quando o governo estadual deve anunciar uma nova classificação do Plano São Paulo. O governo já anunciou que nenhuma região do estado vai evoluir para a Fase 4-Verde em janeiro.

Restrições 

Por causa do grande aumento no número de casos, internações e mortes provocadas pelo novo coronavírus no mês de dezembro, o governo de São Paulo determinou que todos os 645 municípios do estado voltassem para a Fase Vermelha, a mais restritiva, entre os dias 25 e 27 de dezembro e entre os dias 1º e 3 de janeiro. Mas nem todos os municípios do estado respeitaram a determinação, permitindo a abertura do comércio e de serviços considerados não essenciais. Além disso, parte da população do estado também não respeitou a regra e promoveu ou participou de aglomerações em praias e até festas clandestinas no período. 

Na Fase 1-Vermelha do Plano São Paulo só podem funcionar os serviços considerados essenciais nas áreas de abastecimento, segurança, transporte e saúde, como mercados, farmácias, postos de combustível, padarias e lavanderias. Já a Fase Amarela permite a reabertura de shoppings, bares, comércio de rua, academias, restaurantes, concessionárias, escritórios, eventos culturais e salões de beleza, mas com limite de 40% de sua capacidade e com horário de funcionamento restrito.

O Plano São Paulo é dividido em cinco fases, que vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (Vermelho) a etapas identificadas como controle (Laranja), flexibilização (Amarelo), abertura parcial (Verde) e normal controlado (Azul). O plano divide o estado em regiões e cada uma delas é classificada em uma fase, dependendo de fatores como a capacidade do sistema de saúde e a evolução da epidemia.

Dia Mundial do Braile chama atenção para inclusão na escrita e leitura

Agência Brasil

O Dia Mundial do Braile é comemorado hoje (4). A data foi instituída para chamar a atenção da sociedade sobre a importância de assegurar formas de inclusão de deficientes visuais também na escrita e no acesso a livros. 

Os dados oficiais mais recentes sobre a presença de deficientes visuais no Brasil são do Censo de 2010. Segundo o levantamento, cerca de 24% da população tinham algum tipo de deficiência naquele momento, o que correspondia a 46 milhões de brasileiros.  

A visual é a modalidade mais comum. Se consideradas pessoas com qualquer tipo de dificuldade, o número de cidadãos com algum grau de problema para enxergar chega a quase 20%. 

Se considerados aqueles que não conseguem ver de forma alguma ou que têm grande dificuldade, o índice cai para 3,4%, o equivalente a 6,5 milhões de pessoas. Desse total, 582,6 mil são incapazes de enxergar. 

De acordo com o Relatório Mundial sobre Visão 2019, da Organização Mundial da Saúde (OMS), 2,2 bilhões de pessoas têm algum tipo de deficiência visual, sendo 1 bilhão com uma condição que poderia ser prevenida ou tratada.

Ainda conforme a OMS, a incidência de deficiência visual é quatro vezes maior em países de rendas baixa e média do que nas nações mais ricas.   

O Sistema Braile é uma alternativa para que pessoas enquadradas nessas situações possam entrar em contato com a leitura. Assim, o método contribui para a inclusão em uma das principais formas de registro e aquisição de conhecimento, a escrita. 

O Sistema Braile foi criado pelo francês Louis Braille, em 1925. Cego após um acidente na oficina do pai, adaptou métodos utilizados por soldados franceses para comunicação noturna. A versão final foi apresentada por ele em 1837. 

O sistema é baseado em pontos com relevo em papéis, que são apreendidos por meio do contato com a ponta dos dedos. Por meio da combinação de seis pontos, é possível fazer até 63 caracteres diferentes. 

Segundo a União Mundial de Cegos, apenas 5% dos livros em todo o mundo são transcritos para o Braile. Em países mais pobres, esse percentual cai para 1%.

Comerciante de Limeira morre em acidente na SP-310 em Corumbataí

Um capotamento ocorrido por volta das 13h20 deste domingo (3) na Rodovia Washington Luís (SP-310), altura do km 198, sentido capital, terminou com a morte da comerciante de Limeira, Alessandra Aparecida Neves Mendonça, de 43 anos. Ela era irmã do vereador Betinho Neves.

Segundo informações da Polícia Militar Rodoviária, no veículo Cruze de cor branca, estava a mulher como passageira, seu marido e o filho de 8 meses, quando por motivos desconhecidos o carro se descontrolou e vindo a capotar. Alessandra foi projetada para fora do veículo e morreu na hora.

As demais vítimas foram socorridos para Itirapina, sem ferimentos relevantes. Na capotagem, o carro atingiu um outro veículo, que ficou com danos, mas sem causar ferimentos aos ocupantes.

O vereador Betinho Neves do município de Limeira e irmão da vítima fatal foi ao local para reconhecer o corpo e cuidar dos trâmites para o translado do corpo. Ainda não há informações sobre velório e sepultamento.

A comerciante era proprietária de uma sorveteria da rua Pedro Elias e coordenou, por muitos anos, o curso de noivos da Paróquia Santa Luzia.

Colaboração do repórter Carlos Gomide.

Rio Claro tem cinco novos casos de coronavírus

Rio Claro registrou cinco novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas e com isso o município chegou a 6.630 infectados de acordo com o boletim da Secretaria Municipal de Saúde emitido neste domingo (3).

O município tem 54 pessoas hospitalizadas, 21 em leitos públicos e 33 na rede particular. Do total de internados, 18 estão em unidade de terapia intensiva.

Até agora Rio Claro tem 6.068 pessoas recuperadas da Covi-19. Desde o início da pandemia o município registrou 164 óbitos em decorrência da doença.

A Secretaria Municipal de Saúde alerta a população para que mantenha os cuidados preventivos, com uso de máscara, distanciamento social e higienização.

Araras confirma mais duas mortes e chega a 93 óbitos em decorrência da covid-19

A Vigilância Epidemiológica de Araras confirmou mais duas mortes em decorrência da covid-19 e, com ela, a cidade chega a 93 óbitos relacionados à doença desde o início da pandemia, em março de 2020. Os pacientes estavam internados e faleceram neste domingo (3).

Segundo o último balanço epidemiológico, Araras registra 6.108 casos confirmados da doença provocada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Entre os ararenses que testaram positivo, há 7 internados atualmente – 4 deles na UTI e 3 na enfermaria covid, somando dados da Santa Casa de Misericórdia e do Hospital Unimed. Há ainda outros 40 pacientes aguardando resultados de exame para diagnóstico do caso.

O novo coronavírus tem transmissão comunitária em Araras desde abril do ano passado, ou seja, não é mais possível determinar como aconteceu o contágio dos pacientes.

Atacante brasileiro passa mal e deixa campo de ambulância em Portugal

SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – O atacante brasileiro Alex Apolinário passou mal e caiu desacordado neste domingo (3) durante partida do seu time , o Alverca, contra o União FC de Almeirim, pela quarta divisão do Campeonato Português.

O lance aconteceu aos 27 minutos do primeiro tempo e foi percebido em pouco tempo pelos atletas das duas equipes. Uma ambulância entrou no gramado para socorrer o jogador.

Em nota, o Alverca disse suspeitar que o jogador tenha sofrido uma parada cardiorrespiratória em campo. A partida foi suspensa e deve ser retomada em nova data.

“O FC Alverca Futebol SAD informa que o atleta Alex Apolinário aparentemente sofreu, no gramado, aos 27 minutos do jogo diante do UFC Almeirim, uma parada cardiorrespiratória. O atleta foi imediatamente atendido pelos profissionais de saúde do FC Alverca Futebol SAD, devidamente treinados, com desfibrilador, que está sempre presente nos jogos e treinos da equipe”, comunicou a equipe em nota.

“Queremos agradecer em primeiro lugar aos bombeiros e à ambulância que rapidamente chegaram ao gramado do estádio e assumiram o socorro ao nosso jogador. Queremos agradecer também a solidariedade prestada por todos os atletas e staff do UFC Almeirim neste momento tão delicado pelo qual passamos e estamos vivenciando no dia de hoje”, acrescentou.

Segundo o jornal A Bola, Alex Apolinário foi reanimado ainda na ambulância “após várias tentativas por parte dos enfermeiros”.

Estabilizado, foi levado a um hospital em Vila Franca de Xira -cidade vizinha a Alverca do Ribatejo, onde ocorria a partida.

“Foram feitas manobras de reanimação e felizmente o Alverca tinha um desfibrilador. Deram-lhe três ou quatro choques no gramado e mais dois ou três no interior da ambulância”, relatou uma testemunha ao jornal Record.

“No início houve um bate-boca entre os jogadores porque o Almeirim ia para o ataque quando tudo aconteceu, mas assim que perceberam a gravidade da situação, houve muita solidariedade entre todos. Havia jogadores de joelhos, dizendo o nome dele, pedindo a ele que tivesse força, muitas lágrimas, alguns rezando”, acrescentou.

Revelado pelo Botafogo-SP, Alex Apolinário passou por Cruzeiro e Athletico Paranaense entre 2015 e 2018. Em 2019, transferiu-se para o Alverca. O clube chegou a disputar a primeira divisão local entre 1998 e 2004.

Copos, pratos e talheres de plástico estão proibidos na cidade de São Paulo

AGÊNCIA BRASIL – Estabelecimentos comerciais, como bares, hotéis e restaurantes, de São Paulo estão proibidos de fornecer de copos, pratos, talheres e outros utensílios feitos de plástico descartável. A determinação é de lei municipal que entrou em vigor no último dia 1°.

Quem descumprir pode ficar sujeito a multas que variam de R$ 1.000 a R$ 8 mil, e o estabelecimento pode até ser fechado, caso seja reincidente pela sexta vez.

A partir de agora, esses talheres e demais objetos utilizados nas refeições devem ser feitos de materiais biodegradáveis, compostáveis ou reutilizáveis.

A lei que estabelece a proibição foi sancionada em 13 de janeiro de 2020. Ou seja, os estabelecimentos comerciais tiveram um ano para se adequarem a essa norma.

O objetivo da implementação da norma foi incentivar a reciclagem de materiais e impulsionar a transição para uma economia circular.

Comissário da União Europeia critica ‘imagens vergonhosas’ do Brasil em meio a pandemia de Covid-19

BAURU, SP (FOLHAPRESS) – O ex-primeiro-ministro da Itália e atual comissário de Economia da União Europeia, Paolo Gentiloni, criticou neste sábado (2) o que chamou de “imagens vergonhosas do Brasil” em meio à pandemia de coronavírus.

Embora não tenha deixado claro a que imagens estava se referindo, o comentário de Gentiloni ocorre em um momento em que o país registrou aglomerações durante as festividades de fim de ano, como as provocadas pelo presidente Jair Bolsonaro no litoral sul de São Paulo.

“Tenho visto imagens vergonhosas do Brasil. Média da última semana: 36 mil casos e 700 vítimas por dia pela pandemia”, escreveu o italiano em uma publicação no Twitter.

Neste sábado (2), o Brasil registrou 15.957 casos e 301 óbitos pelo coronavírus, de acordo com os dados obtidos pelo consórcio formado por Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1. Os números, entretanto, podem estar subnotificados devido ao atraso na consolidação dos dados relacionado a feriados e fins de semana.

No total, o país registrou mais de 7,7 milhões de casos e 195 mil mortes pela Covid-19, números que o colocam como a terceira nação com mais infectados (atrás de EUA e Índia) e segunda com mais óbitos –os EUA seguem na liderança.

73% querem que país siga usando urnas eletrônicas nas eleições, diz Datafolha

JOELMIR TAVARES – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Para 73% dos brasileiros, o sistema de voto em urna eletrônica deve ser mantido no país, de acordo com pesquisa Datafolha realizada de 8 a 10 de dezembro. Na opinião de 23%, o voto em papel, abandonado nos anos 1990, deveria voltar a ser usado, e 4% responderam não saber.

O questionamento a respeito da segurança das urnas se intensificou após a eleição presidencial de 2014 e ganhou maior proporção a partir do pleito de 2018. Sem apresentar provas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) insinua haver fraudes e coloca o modelo em xeque.

Com a onda de notícias falsas e teorias da conspiração, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tem realizado campanhas de esclarecimento e reafirmado que o formato e a tecnologia são confiáveis.

A pesquisa do Datafolha ouviu 2.016 brasileiros adultos em todas as regiões e estados do país, por telefone, com ligações para aparelhos celulares (usados por 90% da população). A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Do total de entrevistados, 69% disseram que confiam muito ou um pouco no sistema de urnas informatizadas, que passou a ser adotado gradualmente em 1996. Outros 29% responderam que não confiam.

A desconfiança atinge percentuais superiores na faixa de pessoas de 25 a 34 anos. Dentro desse grupo, 26% afirmaram acreditar muito nas urnas (ante 33% na média geral) e 34% declararam não confiar nelas (ante 29% na média).

Essa fatia da população também é a que mais concorda com o retorno ao voto em papel, bandeira que é difundida por Bolsonaro.

A ideia alcança apoio de 26% entre cidadãos de 25 a 34 anos, enquanto a manutenção das urnas digitalizadas é defendida por 69% (os percentuais gerais são, respectivamente, 23% e 73%).

Quando os entrevistados são classificados em relação à renda, os que declaram ganhos de mais de dez salários mínimos tendem a acreditar mais na eleição informatizada, ao passo que os grupos com salários inferiores se inclinam para uma desconfiança maior.

As urnas eletrônicas foram adotadas pela primeira vez em todo o país no ano 2000. O TSE considera que o modelo nacional de votação, contagem e divulgação dos dados é único no mundo.

Rumores sobre a insegurança do processo ganharam impulso na eleição municipal de 2020, com o atraso na divulgação dos resultados de algumas cidades no primeiro turno, em novembro.

A demora motivou a disseminação de mensagens em redes sociais colocando em dúvida a confiabilidade da apuração. Parte delas foi divulgada por políticos que apoiam Bolsonaro, como os deputados federais Bia Kicis (DF), Carla Zambelli (SP) e Filipe Barros (PR), todos do PSL, partido pelo qual o presidente se elegeu.

O TSE atribuiu o problema a uma dificuldade na totalização dos votos em Brasília, mas foi a público informar que a falha não afetava os dados registrados nas urnas nem os números finais.

A organização SaferNet Brasil levou à PGR (Procuradoria-Geral da República) denúncia de uma campanha de desinformação sobre o sistema eletrônico, envolvendo parlamentares e influenciadores digitais. A PGR afirmou à reportagem que o caso está sob análise na assessoria criminal do gabinete do procurador-geral, Augusto Aras, mas não forneceu detalhes porque o caso tramita sob sigilo.

Além disso, tentativas de ataques hackers às plataformas do TSE, ocorridas antes do pleito, são alvo de investigação da Polícia Federal. Um suspeito de liderar a ação foi preso em novembro.

O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, sempre negou que a ofensiva tenha representado risco para a segurança interna. A PF confirmou que o ataque não prejudicou a integridade dos resultados.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo no início de dezembro, Barroso rebateu as suspeitas de vulnerabilidade das urnas e disse que invadi-las é impossível porque elas funcionam sem conexão a uma rede de computadores, como a internet.

“A urna brasileira não é hackeável, se revelou até aqui totalmente segura”, afirmou o magistrado.

Uma cartilha produzida pelo TSE para tirar dúvidas menciona a auditoria pedida pelo PSDB após a derrota do candidato da legenda, Aécio Neves, para a presidente reeleita, Dilma Rousseff (PT), em 2014.

Após ter acesso à base de dados, “a conclusão da equipe do partido foi de que o resultado da eleição correspondia fielmente aos resultados apurados”, afirma o documento.

Três dias antes do Natal, Bolsonaro voltou a defender a aprovação de uma PEC (proposta de emenda à Constituição) apresentada pela aliada Bia Kicis que prevê a impressão de uma cópia do voto registrado na urna eletrônica para eventual checagem posterior.

“Se a gente não tiver voto impresso, pode esquecer a eleição”, respondeu ele a um apoiador que o questionou sobre o pleito de 2022, no qual deve disputar a reeleição.

Já na semana passada Bolsonaro deu informação falsa sobre a eleição na Câmara em nova defesa do voto impresso. Ele disse que as eleições para a presidência da Casa ocorrem no “papelzinho”, quando na verdade o processo de escolha é eletrônico desde 2007.

Em vídeo recente no canal no YouTube do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o presidente afirmou que “70% ou mais da população” não confiam no sistema atual. Ele também reiterou apoio à PEC que institui a cópia impressa.

A medida chegou a ser aprovada pelo Congresso em 2015, mas foi declarada inconstitucional pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em setembro de 2020. A corte entendeu que isso colocaria em risco o sigilo e a liberdade do voto, aumentando a insegurança e favorecendo manipulações.

No dia do segundo turno das eleições municipais, de novo sem exibir evidências, Bolsonaro repetiu a afirmação de que as eleições de 2018 foram fraudadas. Ele diz também, sem apresentar nenhuma prova, que venceu aquele pleito ainda no primeiro turno.

Bolsonaro endossou as infundadas alegações de fraude feitas por Donald Trump nas eleições americanas em 2020. O presidente dos Estados Unidos foi malsucedido em ações judiciais que contestavam a vitória de seu oponente, Joe Biden.

A pesquisa do Datafolha mostrou que a descrença no sistema é maior entre aqueles que avaliam positivamente o governo federal e confiam mais no presidente.

A defesa da volta da cédula física, que na média é expressada por 23%, sobe para 32% entre os entrevistados que consideram a gestão de Bolsonaro ótima ou boa. Entre os que avaliam o governo como ruim ou péssimo, o retorno ao papel é apoiado por apenas 13%.

A manutenção do uso das urnas eletrônicas, aprovada por 73% do total de entrevistados, cai para 62% entre as pessoas que declaram sempre confiar no que Bolsonaro fala e chega a 81% entre quem diz nunca confiar nele.

O voto em papel, na avaliação de Barroso, é um anacronismo. “O tempo que tínhamos voto impresso é que tinha muita fraude”, afirmou o presidente do TSE.

Já a deputada Carla Zambelli, que faz críticas ao atual sistema informatizado, disse à reportagem que “há muita desinformação sobre o que é, realmente, o voto impresso”.

Ela afirma que o comprovante previsto na PEC de Kicis ficaria de posse da Justiça Eleitoral para fins de auditoria. “Seria depositado em uma caixa de acrílico, sem contato manual do eleitor. É absolutamente falsa a alegação de que a pessoa poderia levar o comprovante do voto para casa”, diz Zambelli.

Na visão da deputada, “implementar soluções tecnológicas para que o eleitor confie no sistema eleitoral deveria ser preocupação de todas as correntes políticas, não apenas de um só lado”.

Especializada em privacidade e proteção de dados, a advogada e pesquisadora Maria Cecília Oliveira Gomes diz que a segurança do sistema brasileiro é incontestável. Ela menciona os testes públicos feitos há anos pelo TSE, com hackers convidados para tentar burlar as barreiras.

Para Maria Cecília, que é ligada à FGV e à USP, o movimento para desacreditar as urnas eletrônicas é uma das consequências da “polarização do debate público em relação a várias questões, incluindo os métodos eleitorais”.

“Pode ser positivo o fato de as pessoas buscarem se inteirar, entender o mecanismo e como ele funciona. A transparência deve ser total. O problema é que muita gente questiona a confiabilidade baseada meramente em opiniões políticas, e não em fatos”, afirma a especialista.

Procurado para esta reportagem, o TSE respondeu que sobre o tema “quem se manifesta é o presidente do tribunal” e lembrou a entrevista recente que ele deu ao jornal.

Questionado, o Planalto encaminhou transcrição de falas de Bolsonaro durante entrevista coletiva no Rio, em 29 de novembro.

Na ocasião, ele disse esperar que em 2022 o país tenha “um sistema seguro, que possa dar garantias ao eleitor que, em quem ele votou, o voto foi efetivamente para aquela pessoa”.

Argumentou ainda que, com a alteração, “qualquer um pode pedir a recontagem naquela área. E você vai ter a comprovação do voto eletrônico com o voto no papel. É pedir muito isso?”.

Neymar deixa marcas dos pés para exibição na Calçada da Fama no Maracanã

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Neymar terá os pés marcados na Calçada da Fama do Maracanã, no Rio de Janeiro. Ontem, antes de viajar a Paris e se apresentar ao Paris Saint-Germain, o camisa 10 da seleção brasileira deixou a marca em moldes que serão colocados em exibição no estádio.

O astro se encontrou com uma equipe que contava com o secretário de Esportes do Rio de Janeiro, Leandro Alves, e com o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

No Instagram, vestindo uma camisa da seleção brasileira, Neymar se disse “muito feliz e orgulhoso de poder fazer da história do futebol e me juntar ao lado de tantos craques que deixaram seus pés marcados no Maracanã”.

A Calçada da Fama do Maracanã reúne pegadas de mais de 100 astros do futebol mundial, como Pelé, Garrincha, Zico, Romário, Sócrates, Marta, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo, entre outros. Ainda não há data para a inclusão da homenagem a Neymar no local.

Ninguém acerta Mega-Sena e prêmio sobe para R$ 4 milhões

AGÊNCIA BRASIL – Nenhum apostador acertou as seis dezenas do sorteio da Mega-Sena, realizado neste sábado (2), no Espaço Loterias Caixa, em São Paulo.

Os números sorteados no concurso 2331 foram 11,13, 16, 36, 53 e 57. O prêmio estimado para o próximo sorteio, na quarta-feira (6), é de R$ 4 milhões.

A quina teve dez ganhadores, com prêmio individual de R$ 50.540,79. Foram 808 apostas ganhadoras da quadra e o prêmio para cada uma é R$ 893,57.

As apostas na Mega-Sena podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio em lotéricas ou pela internet. A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 4,50.

Jornal Cidade RC
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