Rio Claro tem 87 internados em UTI Covid, novo recorde na pandemia

Em Rio Claro, 87 pacientes estão hospitalizados em unidades de terapia intensiva para tratamento de Covid, conforme boletim divulgado neste sábado (12) pela Secretaria Municipal de Saúde.

O número é o maior no município desde o início da pandemia e registra o quarto dia consecutivo com aumento de pacientes em UTI: 71, 76, 80 e 87. O total de internados por Covid é 170, com índice de ocupação de leitos de 97%.

O hospital de campanha do Cervezão atende acima de seu limite de capacidade. Lá são 113% de ocupação.O boletim também aponta 101 novos casos de infecção pelo coronavírus, totalizando 15.704, e mais dois óbitos. As vítimas fatais são um homem e uma idosa.

Nesta pandemia 464 pessoas perderam a vida em Rio Claro. Diante do cenário alarmante, a Secretaria de Saúde reforça o apelo para que as pessoas tenham um comportamento responsável no enfrentamento à doença.

É fundamental que todos utilizem máscara, façam a correta higienização das mãos e evitem aglomerações. Para que o município consiga conter o avanço da Covid todos devem fazer a sua parte, inclusive para que a rede de saúde consiga continuar atendendo aqueles que vierem a precisar.

VÍDEO: Bolsonaro agradece aos presentes e fala em luta pela democracia

 Milhares de motociclistas participaram em São Paulo neste sábado (12) de mais uma motociata com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Com o presidente à frente, a manifestação intitulada “Acelera para Cristo” começou às 10h, na região de Santana, zona norte da capital, e terminou no obelisco do Ibirapuera, às 13h30. O trajeto, que incluiu um bate-volta a Jundiaí, foi de cerca de 130 km.


Ao longo do trajeto, gritos de “aqui é Bolsonaro”, “viva, Bolsonaro” e “isso está gigante” se misturaram com barulho de buzinas e ronco dos motores das motocicletas. Veja o agradecimento do presidente.

Com acordo de R$ 115 milhões, Carrefour evita processos pelo caso Beto Freitas

FERNANDA CANOFRE
PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – Oito dias antes de completar sete meses da morte de João Alberto Silveira Freitas, morto por asfixia depois de ser agredido por seguranças em uma unidade do Carrefour em Porto Alegre, em novembro do ano passado, a rede de supermercados fechou um acordo de R$ 115 milhões com instituições de justiça.
O valor do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado no final da noite desta sexta-feira (11) será encaminhado a ações de combate ao racismo e deverá ser investido no prazo de três anos. O acordo evita que o Carrefour seja demandado judicialmente pelo caso.


No documento, ao qual a reportagem teve acesso, o Carrefour se compromete a estabelecer um plano antirracista e reforçar seus canais de denúncias –a efetividade do canal será verificada anualmente por auditores independentes.
A empresa se compromete também a implementar uma política prevendo que empregados próprios terão perfil e treinamento com ênfase no acolhimento de clientes e valorização de direitos humanos, além de, com essa mesma política, fomentar e priorizar a representatividade da população brasileira em gênero e raça em suas contratações -o termo cita a contratação de pelo menos 30.000 trabalhadores negros em três anos.


A rede também promete tolerância zero a práticas discriminatórias envolvendo trabalhadores seus ou de fornecedores. Além disso, estabelecimentos da rede que ainda tenham serviços terceirizados de segurança exigirão que essas empresas apliquem aos seus funcionários treinamento contra práticas discriminatórias e políticas que combatam a violência e a discriminação racial. ??


A rede ainda declara não haver salas ou ambientes para onde seriam destinadas pessoas consideradas suspeitas e se obriga a não criar tais espaços – denúncias que vieram à tona na época da morte de Beto Freitas apontavam para isso. E promete se abster de proibir filmagens de abordagens por seus funcionários.


O documento define que R$ 68 milhões serão encaminhados para bolsas de estudo de gradução e pós-graduação para alunos negros, em universidades públicas e privadas, R$ 6 milhões para bolsas para cursos de idiomas, inovação e tecnologia e R$ 8 milhões para projetos de inclusão social e empreendedorismo negro.


Um montante de R$ 2 milhões deve ser encaminhado à elaboração de projetos de museu ou centro de interpretação do Cais do Valongo, localizado na zona portuária do Rio de Janeiro, principal porta de entrada de africanos escravizados no Brasil e nas Américas e reconhecido como Patrimônio Mundial da Unesco em 2017. Outros R$ 7,5 milhões serão destinados a editais a serem definidos pelas instituições de justiça e entidades.


O TAC tem assinatura da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul, dos ministérios públicos Estadual, Federal e do Trabalho, da Defensoria Pública da União e das entidades Educafro (Educação e Cidadania de Afrodescentes e Carentes) e Centro Santos Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo.


“Como a questão ainda não foi devidamente apurada como um ato de racismo, mas só um ato de violência ocorrido dentro da loja, por parte de um terceiro, um funcionário da Vector [empresa de segurança], no TAC não há nenhum reconhecimento de responsabilidade. O Carrefour fez isso como uma medida social e como integrante importante do varejo e da sociedade, um empregador muito relevante, fazendo isso para que o quadro social dos seus funcionários e da sociedade em geral melhorasse no aspecto de racismo e no combate ao racismo”, afirma o advogado do Carrefour, Caetano Berenguer.


O presidente do grupo, Noël Prioux, disse que “o termo assinado não reduz a perda irreparável de uma vida, mas é mais uma medida tomada com o objetivo de ajudar a evitar que novas tragédias se repitam”.


Beto Freitas era um homem negro de 40 anos que, como mostram registros em vídeo da agressão sofrida por ele, foi espancado e mantido no chão por seguranças de uma unidade do Carrefour na capital gaúcha, na véspera do Dia da Consciência Negra do ano passado. O laudo apontou morte por asfixia.


O valor firmado no termo é pouco mais que a metade do que foi pedido pela Defensoria Pública do RS, em uma ação civil pública, em novembro do ano passado. A ação inicial demandava R$ 200 milhões por danos morais coletivos, que seriam encaminhados a fundos de combate à discriminação e defesa do consumidor, entre outros.


A previsão inicial era de que o TAC fosse assinado ainda no meio da semana, em uma reunião que adentrou a madrugada de quinta, mas divergências e discussões suspenderam as negociações, segundo a reportagem apurou.
Entre elas, estava o pedido da Educafro para que a rede voltasse ao valor de R$ 120 milhões -cifra anunciada em fato relevante aos acionistas do Carrefour no último dia 9- e que cobrisse os honorários dos advogados das entidades civis.
A Defensoria também pediu, em novembro, custeio para o aparelhamento da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, com criação prevista ainda antes do crime e instalada em 10 de dezembro de 2020 na capital gaúcha. Segundo a rede, isso foi encaminhado fora do TAC.


A ação da Defensoria se estendia ainda ao Grupo Vector Segurança Patrimonial, com quem os seguranças tinham contrato. Segundo a instituição, isso segue em tratativas. A reportagem não conseguiu contato com a empresa até esta publicação.


“O acordo, geralmente, feito nessa fase, inclui uma cláusula onde a empresa não está assumindo a culpa, está fazendo uma transação para a não realização de ação. A regra geral nos acordos extrajudiciais é essa”, explica o professor do Departamento de Direito Civil da USP, Eneas Matos, especialista em responsabilidade civil e danos morais.


“Entretanto, um acordo desse tipo, mesmo constando uma cláusula dessa, qualquer intérprete do Direito vai considerar isso como uma declaração de responsabilidade civil. Pelo que a imprensa divulgou, pelo vídeo, não há dúvida da responsabilidade do Carrefour e de todos os envolvidos, o que chamamos de dano pelo próprio fato”, diz.
No final de maio, foram concluídos os últimos acordos extrajudiciais do Carrefour com nove familiares de João Alberto por danos morais e materiais.


Segundo o representante do Carrefour, os valores pagos como indenização a eles variam entre 300 e 500 salários mínimos, calculados com base na proximidade que cada um tinha com a vítima e o apoio financeiro que recebiam dele.


A viúva de Beto Freitas, Milena Borges Alves, que estava com ele havia mais de nove anos e testemunhou sua morte, foi quem recebeu o valor mais alto, mais de R$ 1 milhão.


O valor foi calculado de acordo com o teto do STJ (Superior Tribunal de Justiça), explica o advogado dela. O acordo também prevê auxílio psicológico por um ano, que pode ter continuidade revista.


“A minha vida não é a mais a mesma, eu não consigo sair sozinha na rua porque tenho muito medo ainda. Pelo fato de eu estar no local e ter visto tudo. Estou vivendo como dá, no Carrefour não entro mais”, conta ela.


A loja onde Beto Freitas foi morto, diz ela, era onde faziam as compras todas as semanas. Depois da morte dele, Milena também não conseguiu seguir com o trabalho como cuidadora de idosos.

“Quando vejo um segurança em algum lugar, fico meio assustada”, afirma. “Nada justifica. Nada. Só estou esperando a Justiça agora das pessoas envolvidas. É muito importante.”


A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou seis pessoas por homicídio triplamente qualificado na morte de Freitas.
O Ministério Público estadual recorre para que todos os denunciados sejam presos. Atualmente, dois estão no sistema prisional, uma pessoa está em prisão domiciliar e três estão em liberdade, de acordo com a Promotoria.

Covid-19: Fiocruz recebe insumo para 6 milhões de vacinas neste sábado

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) deverá receber, neste sábado (12), mais um lote de ingrediente farmacêutico ativo (IFA), suficiente para a produção de cerca de seis milhões de doses da vacina contra a covid-19. 

O insumo deverá ser desembarcado no Aeroporto Internacional Tom Jobim no fim da tarde. A informação foi divulgada pela Fiocruz.

A aceleração da entrega dessa remessa permitirá a continuidade da produção da vacina e garantirá entregas semanais ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) até 10 de julho, segundo a Fiocruz. 

Nesta sexta-feira (11), a Fiocruz, por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), também fez a sua entrega semanal de doses da vacina, com 2,7 milhões de doses sendo disponibilizadas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), das quais 137 mil são para o estado do Rio de Janeiro.

Com essa remessa, a fundação atinge 53,8 milhões de doses entregues ao PNI. A pedido da Coordenação de Logística do Ministério da Saúde, as entregas semanais se manterão às sextas-feiras.

VÍDEO: Rio-clarense marca presença em ato pró-Bolsonaro

O rio-clarense Robson C. Secco, de 44 anos, participou neste sábado (12) de um passeio de moto com outros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro pelas ruas da capital paulista. Na ocasião, o presidente também esteve presente.

Ao falar com o JC, Robson disse que o evento foi cinematográfico. “Fizemos um passeio para entrar para a história do motociclismo mundial.  Acredito que esse tenha sido o maior evento do mundo envolvendo motos, podendo até parar no Guinness Book”, disse.

Robson comentou que não apoia uma pessoa ou um presidente, mas que apoia quem o representa. “Apoio quem governa pelo povo e para o povo e não para  um sistema. E esse é o nosso presidente Bolsonaro”, finalizou.

Covid-19: pessoas com mais de 18 anos serão vacinadas até dezembro

Todos os brasileiros com mais de 18 anos deverão estar vacinados contra a covid-19 até o fim do ano, segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Ele participou, neste sábado (12), de evento médico, no Rio de Janeiro, sobre o Dia de Conscientização da Cardiopatia Congênita, e reforçou aos profissionais o que já havia adiantado durante sessão no Senado no último dia 8.

“Este ano, a despeito das condições ainda complexas na assistência à saúde, o Ministério da Saúde já contratou 600 milhões de doses de vacina, de tal maneira que a população acima de 18 anos será vacinada até o fim do ano. Isto eu posso assegurar. Somente em junho, nós vamos distribuir mais de 40 milhões de doses de vacina. Nós estamos antecipando doses”, disse Queiroga, que participou do evento por videoconferência.

O ministro da Saúde lembrou também que o acordo de transferência de tecnologia da AstraZeneca para a Fiocruz já foi firmado, o que permitirá, em breve, vacinas produzidas a partir do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) nacional.

“Nós já temos 200 milhões de doses da Pfizer contratadas e 100 milhões dessas doses estarão disponíveis até setembro. Outros 100 milhões de doses estarão disponíveis até dezembro. E avança o contrato para mais 100 milhões de doses da [vacina da empresa] Moderna. Então, isso é a certeza que nós vamos vacinar a nossa população e por fim ao caráter pandêmico dessa doença”, finalizou Queiroga.

Agência Brasil

Bolsonaro participa de ato com motociclistas pelas ruas de São Paulo

O presidente Jair Bolsonaro participa hoje (12) de um passeio de moto com apoiadores pelas ruas da capital paulista. Pela manhã, os motociclistas se concentraram na região da Praça Campo de Bagatele, na zona norte paulistana.

Bolsonaro foi ao encontro após participar da cerimônia de entrega de boinas aos estudantes do Colégio Militar de São Paulo. Ao chegar à concentração, foi recebido com gritos de “mito” e posou para fotos com os participantes.

Trajeto

O trajeto passa por grandes avenidas da cidade, como as marginais Tietê e Pinheiros, até ser encerrado no Parque Ibirapuera, na zona sul paulistana. O grupo passou ainda pela Rodovia dos Bandeirantes até a altura do município de Jundiaí, na Grande São Paulo.

A Secretaria de Segurança Pública de Estado de São Paulo informou que 6,3 mil policiais fazem a segurança durante o ato. Segundo a pasta, estão sendo usados viaturas, motocicletas, drones e helicópteros.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) interrompeu a circulação de veículos em alguns pontos para facilitar o trânsito dos motociclistas. Linhas de ônibus foram desviadas.

Multa

No início da tarde, o governo do estado de São Paulo informou que multou o presidente Bolsonaro em R$ 552,71 por não usar máscara durante a manifestação. Também foram autuados o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, que também participam do ato.

Morre ex-jogador do Rio Claro Basquete

O ex-atleta do Rio Claro Basquete, Guilherme Firmino, de 26 anos, morreu na última sexta-feira (11) em Americana, vítima de Leucemia Linfoide Aguda.

O atleta e educador físico lutava contra a doença desde o ano passado e diversas campanhas foram feitas para encontrar um doador de medula compatível, mas Guilherme não resistiu.

No Rio Claro Basquete, Firmino atuou nas categorias de base em 2012 e integrou o elenco adulto na Liga Ouro.

Vacinação contra a Covid nesta 2ª-f inclui motoristas profissionais

Quem trabalha como motorista profissional de caminhão ou de transporte de passageiros a partir de segunda-feira (14) poderá se vacinar contra a Covid em Rio Claro.

O grupo inclui taxistas (apresentar certificado de registro municipal de taxista); motoristas e cobradores de ônibus municipal e intermunicipal (apresentar carteira de trabalho comprovando a função); motoristas do transporte escolar (apresentar certificado de registro municipal de transporte escolar); caminhoneiros (apresentar certificado de registro nacional de transportadores rodoviários de carga); e motoristas de aplicativo (apresentar o perfil de motorista do aplicativo, comprovando as últimas viagens). 

O atendimento será das 8 às 15 horas no Centro Cultural e na Faculdade Anhanguera e, em horários diferenciados, nos três pontos de drive-thru. Todos que forem ser vacinados devem levar documento de identidade com foto, CPF e comprovante de residência em Rio Claro.

O atendimento continua para pessoas com deficiência permanente, que devem apresentar também laudo médico ou resultado de perícia médica, e para os profissionais da educação é obrigatório comprovante com QRCode.Antes de procurar o posto de vacinação, o profissional de educação acessa o site https://vacinaja.sp.gov.br/educacao para ter o seu pré-cadastro, que passa por um processo de análise da Secretaria Municipal da Educação e precisa ser validado pela escola onde trabalha, conforme critérios definidos pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

O profissional recebe, então, em seu email o Comprovante Vacina Já Educação. Este documento comprova a elegibilidade para a vacinação e terá um QRCode para verificação de autenticidade. Gestantes e puérperas com 18 anos ou mais também podem ser vacinadas. Para as puérperas é necessário apresentar certidão de nascimento da criança, comprovando parto em até 45 dias, e para as gestantes o cartão de pré-natal.

A vacinação contra a Covid continua para pessoas com 52 anos ou mais; pessoas a partir de 18 anos que tenham comorbidade ou síndrome de Down ou que estejam em terapia renal substitutiva (diálise) e também para transplantados imunossuprimidos.

Os transplantados devem apresentar declaração médica ou comprovante de que foram atendidos em ambulatório de transplantados. Quem faz diálise deve apresentar relatório do centro de diálise e quem tem comorbidade declaração/relatório médico comprovando e indicando a comorbidade ou receituário de uso contínuo.

A aplicação de segundas doses nesta segunda-feira (14) será para as pessoas que tomaram a vacina Oxford/AstraZeneca até 22 de março e em quem recebeu a Coronavac/Butantan até 17 de maio. Para a segunda dose, além dos documentos pessoais, é necessário apresentar o comprovante da primeira dose.Das 8 ao meio-dia, a equipe do Santa Filomena atende em drive-thru no Shopping Rio Claro, na Av. Conde Francisco Matarazzo Junior.

No mesmo horário, os profissionais do São Rafael estão no pronto atendimento, na Rua 1 entre as avenidas 15 e 19. Já a equipe da Unimed atende das 8 às 13 horas na Rua 12 entre as avenidas 14 e 12 (prédio da antiga empresa Alexandre Junior).Para agilizar o atendimento, é importante que as pessoas, antes de irem ao posto de vacinação façam o cadastro no site www.vacinaja.sp.gov.br.

Dia de Santo Antônio será celebrado com carreata em Rio Claro

Neste domingo(13) às 9h, 12h e 15h serão celebradas missas com bênçãos dos pães. Às 13h30 com saída do aeroclube acontece a carreata. O tradicional bolo será comercializado a partir das 8h30 no valor de R$20,00. Confira a programação na entrevista do voluntário João Paoli da Capela de Santo Antônio na Vila Paulista.

Presidente argentino pede desculpas por frase “brasileiros vieram da selva”

SYLVIA COLOMBO BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Depois das reações negativas à sua frase racista, o presidente argentino, Alberto Fernández, pediu desculpas em uma carta ao órgão que combate a discriminação no país. Em resposta, a diretora do Inadi (Instituto Nacional Contra a Discriminação, a Xenofobia e o Racismo), Victoria Donda, 43, disse nesta sexta (11) considerar “exageradas as críticas de uma parte da dirigência política” à declaração do mandatário.

Durante visita do premiê espanhol, Pedro Sánchez, Fernández disse que “os mexicanos vieram dos indígenas, os brasileiros, da selva, e nós [argentinos] chegamos em barcos”. A frase, equivocadamente atribuída ao Nobel mexicano Octavio Paz, na verdade é de uma canção de Litto Nebbia.

Depois de pedir desculpas “a quem se sentiu ofendido”, pelo Twitter, ele encaminhou uma carta ao Inadi -vinculado ao ministério da Justiça, o órgão foi criado em 1994 para reconhecer denúncias de pessoas que afirmam ter sofrido discriminação. A entidade, no entanto, tem autonomia limitada e pode apenas advertir os eventuais agressores. Os casos mais graves são encaminhados à Justiça.

Na carta enviada ao órgão, o presidente afirmou que a frase “foi interpretada de um modo que contradiz minhas ações e nossas decisões de governo” e ressaltou que possui “convicções profundas sobre a identidade da população argentina e latino-americana”.

Fernández disse ainda que não ignora “as situações de violência e genocídio que ocorreram em nossa história contra os povos originários que habitavam essas terras”, mas que o povo argentino é o “resultado de um diálogo de culturas, entre a imigração europeia, a ascendência indígena e as migrações mais recentes dos países latino-americanos”. Também fez referência à “presença muito importante das tradições africanas”. Na tarde desta sexta, Donda declarou que era “histórico e destacável” que Fernández tenha tomado a iniciativa de encaminhar a carta, “desculpando-se por algo que disse e que ofendeu muitas comunidades”.

E acrescentou: “O Inadi pode apenas estimular quem faz afirmações como essas a refletir e, neste caso em particular, o presidente já refletiu e nos mandou essa carta”. “É importante que um presidente tenha a coragem de dizer que há muitas coisas que devem mudar”, completou.

Pedir desculpas ao Inadi também é uma forma de o presidente acalmar as críticas de organizações que defendem os direitos de minorias e que fazem parte da base de apoio do governo. A própria Donda, que já havia estado com os peronistas, passou um tempo num partido de esquerda dissidente, por conta do conservadorismo da então ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015) em relação ao aborto, por exemplo.

Donda, que é uma figura popular entre a juventude militante de esquerda, foi das ex-kirchneristas que voltaram a formar parte da aliança que hoje apoia o governo. Na Argentina, haverá eleições legislativas em novembro, e o peronismo tentará se apresentar, assim como em 2015, como um bloco coeso, para continuar tendo maioria no Congresso. A oposição já está em campanha para enxugar o poder peronista no legislativo, principalmente com as críticas à administração da pandemia e da economia.

Morre aos 80 anos Marco Maciel, vice-presidente do Brasil nos dois mandatos de FHC

OSCAR PILAGALLO E DANIEL CARVALHO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Morreu na madrugada neste sábado (12), aos 80 anos, em Brasília, Marco Maciel, vice-presidente da República durante os oito anos de mandato de Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 2002 e ex-senador.

A informação foi confirmada à reportagem por familiares. Ele estava internado em um hospital da capital federal.
Políticos, como o ex-ministros Ciro Gomes (PDT-CE) e Mendonça Filho (DEM-PE), lamentaram a morte do político.
“Homem decente e de espírito publico, dignificou as melhores tradições pernambucanas na política brasileira. Meus sentimentos à família e amigos”, disse Ciro.

“Falar de Marco Maciel é falar de uma história de honradez, de trabalho em defesa do país e dos valores democráticos. Conciliador, foi um homem público que simboliza a seriedade, a honestidade, o trabalho, a integridade e a simplicidade”, afirmou Mendonça Filho.

Desde 2014, Maciel sofria do mal de Alzheimer. Segundo familiares, ele recuperou-se da Covid-19 após período de internação em março, mas retornou ao hospital em decorrência de uma infecção. Morreu de falência múltipla dos órgãos. Maciel deixa mulher e três filhos. O enterro está previsto para a tarde deste sábado, em Brasília.

Maciel fez parte da geração de políticos conservadores que se projetaram nacionalmente sob a ditadura militar.
Governista desde o golpe de 1964, o político filiado ao DEM só passaria à oposição em 2003, com a posse do presidente Lula. Nascido em 1940, no Recife, Maciel defendeu desde a juventude um ideário liberal que o colocava na contramão da política estudantil.

Em 1963, aluno de direito, presidiu a União dos Estudantes de Pernambuco, que lhe deu uma tribuna de onde criticava o governo do presidente João Goulart e do governador de seu estado natal, Miguel Arraes, ambos apoiados por forças de esquerda.Nesse ano, perdeu a disputa pela presidência da UNE (União Nacional dos Estudantes) para José Serra, dirigente da UEE (União Estadual dos Estudantes de São Paulo).

Depois do golpe, Serra deixaria o Brasil exilado e Maciel daria início a uma bem-sucedida carreira política. Antes de testar sua popularidade nas urnas, Maciel foi secretário-assistente do governador Paulo Guerra, nomeado pelo novo regime para substituir Arraes.

Com a experiência acumulada no executivo, elegeu-se deputado estadual em 1966, pela Arena (Aliança Renovadora Nacional), o partido que dava sustentação à ditadura.Na legislatura seguinte, Maciel já estava em Brasília, para exercer o mandato de deputado federal. Reeleito em 1974, se tornaria, três anos depois, presidente da Câmara dos Deputados, posição em que viveria um episódio desabonador para sua biografia.

Em abril de 1977, pouco mais de um mês após a posse de Maciel no cargo, o presidente Ernesto Geisel fechou provisoriamente o Congresso com o objetivo de implementar reformas que vinham sendo barradas pela oposição consentida, o MDB (Movimento Democrático Brasileiro).O objetivo das medidas, que ficaram conhecidas como o “pacote de abril”, foi garantir a hegemonia da Arena e, assim, na perspectiva do governo, dar prosseguimento ao projeto de distensão política.

O Congresso ficou fechado por duas semanas e, nesse período, o Executivo legislou com a colaboração do presidente da Câmara. Em declaração posterior, Maciel diria em sua defesa que “poderia ter sido pior” se ele e o então presidente do Senado, Petrônio Portela, também da Arena, não tivessem negociado com os militares. Em depoimento aos historiadores Maria Celina D’Araujo e Celso Castro para o livro “Ernesto Geisel”, o general cita Maciel como um dos que cooperaram com o governo. “Nós nos reunimos nos dias da Semana Semana Santa no Riacho Fundo, tivemos muitos debates e por fim fomos redigindo a lei.”

Em “A Ditadura Encurralada”, Elio Gaspari diz que, enquanto o Congresso estava com as atividades suspensas, Maciel “despachava no Gabinete Civil e cruzava suas salas carregando pastas de papelão de cujo interior transbordavam tiras de documentos com pedaços da legislação estripada na produção da nova ordem política e eleitoral”.
A recompensa pela fidelidade ao governo veio no ano seguinte, quando Geisel o nomeou governador de Pernambuco, posto que assumiu em 1978. Com o fim do bipartidarismo, em 1979, foi um dos articuladores do PDS (Partido Democrático Social), herdeiro da base arenista.

Nessa legenda elegeu-se senador no pleito de 1982 e, já a partir do ano seguinte, passou a articular sua pré-candidatura à sucessão do presidente João Baptista Figueiredo. Como o PDS tinha maioria absoluta no Colégio Eleitoral, acreditava-se que quem vencesse a disputa interna no partido seria presidente.

Depois da derrota da emenda constitucional que reintroduzia a eleição direta, no entanto, Paulo Maluf emergiu como candidato, rachando o partido, e Maciel aderiu ao grupo dissidente Frente Liberal, que ajudou a eleger Tancredo Neves, do PMDB, no Colégio Eleitoral. No governo José Sarney, o vice que assumiu com a morte de Tancredo antes da posse, Maciel foi ministro da Educação e, em 1986, chefe do Gabinete Civil, de onde fez a ponte entre o governo e o Congresso.

Em 1987 voltou ao Senado e se dedicou a defender uma pauta conservadora na Assembleia Nacional Constituinte. Sem chance de se firmar como pré-candidato à Presidência em 1989, Maciel apoiou o correligionário Aureliano Chaves no primeiro turno e fez campanha para Fernando Collor no segundo. No início de 1991, assumiu a liderança do governo Collor no Senado, posição onde ficaria até setembro do ano seguinte, quando já estava evidente que o presidente seria afastado devido ao processo de impeachment. Após um hiato de poucos dias na oposição, Maciel voltaria às hostes do governo, agora apoiando Itamar Franco, o vice que foi catapultado à chefia do Executivo depois do afastamento de Collor.

Em 1994, ao defender que seu partido não lançasse candidato na eleição presidencial, desempenhou papel importante na costura do acordo entre o PFL e o PSDB, que resultou na eleição do tucano FHC. O acordo pressupunha que o PFL indicaria o nome do vice na chapa. Maciel, que seria uma opção natural, foi vetado pelo PSDB pelo temor de que seu forte vínculo com a ditadura fosse explorado na campanha. Maciel só foi admitido na chapa depois que o escolhido, o senador alagoano Guilherme Palmeira, foi envolvido em denúncias de favorecimento a uma empreiteira.

O passado governista de Maciel foi efetivamente usado pelo candidato Lula contra a chapa encabeçada por FHC, que acusou o golpe, escondendo Maciel nos programas do horário eleitoral gratuito na televisão. No governo, a partir de 1995, Marco Maciel conferiu importância à vice-presidência, posto que usava, com eficiência, para fazer articulações políticas. Em 2002 voltou ao Senado, mas em 2010, já filiado ao DEM, não conseguiu se reeleger naquela que seria a sua primeira derrota eleitoral desde que perdeu a UNE para Serra.

Deixou a vida pública com um patrimônio declarado tão magro quanto sua figura longilínea (pouco mais de 60 quilos distribuídos em 1,87 m). Autor de obras sobre a política brasileira contemporânea, Maciel foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 2003 para integrar o chamado “grupamento dos expoentes”, formado por personalidades que não se destacam necessariamente por seus escritos.

Jornal Cidade RC
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