O município de Rio Claro registrou no mês de outubro o menor número de mortes ocasionadas pela Covid-19 na pandemia este ano. Foram quatro vidas perdidas para a doença no mês que se encerrou no domingo (31). A cidade segue tendência do País, isto porque estudo divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na segunda-feira (1º), aponta que o Brasil registra a menor média móvel de óbitos desde abril do ano passado.
Em termos de comparação, em Rio Claro, a última vez que o menor número de mortes foi notificado ocorreu em novembro de 2020. Naquele mês foram confirmados três óbitos, um a menos que em outubro de 2021. Em setembro a cidade já havia registrado poucas mortes em comparação com os meses anteriores, com nove vidas perdidas.
Os dados ao longo da pandemia mostram que ao longo deste ano, após o pico da segunda onda no mês de março com 94 óbitos, as mortes foram diminuindo. Os dirigentes da Fundação Municipal da Saúde apontam que a redução considerável mostra a eficácia da vacinação contra a Covid-19. Rio Claro já aplicou mais de 325 mil doses do imunizante.
Mais de 166 mil pessoas já estão com a 1ª dose, outras 138 mil já receberam a segunda dose. Pouco mais de 4,8 mil tiveram a dose única aplicada. Já mais de 16 mil pessoas já receberam, também, a dose adicional. Percentualmente, 81,62% da população rio-clarense recebeu ao menos uma dose da vacina contra a Covid.
Até o momento, Rio Claro tem 580 vidas perdidas para a pandemia. Não há registros de óbitos desde o último dia 19 de outubro, de acordo com o levantamento através dos boletins epidemiológicos divulgados pela Prefeitura.
Um casal se exaltou com funcionários da Gol na noite de segunda-feira (1º) e depredou guichês do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. Eles estavam em um voo para Belo Horizonte, que precisou retornar, segundo a companhia, por conta de condições meteorológicas ruins.
Acompanhados de um bebê de cinco meses, eles se revoltaram com funcionários da empresária aérea, exigindo que eles providenciassem hotel e alimentação, para que os passageiros passassem a noite até conseguirem viajar no dia seguinte.
As imagens, que foram reproduzidas nas redes sociais, mostram quando a passageira, aos gritos, exige que a companhia disponibilize um hotel para a família. Ela começa a dar tapas na placa de proteção do guichê. Em desespero, a mulher grita que irá chamar a polícia e passa a bater com mais força na placa de proteção. “Ele só tem cinco meses, ele não tem culpa”, dizia, apontando para o filho.
Em seguida, o homem segura um dos pedestais que organizam as filas e quebra a placa de proteção de outro guichê. Ele começa a bater no balcão, enquanto os funcionários se afastam. Foram quebradas as placas de acrílico do balcão de atendimento e uma impressora.
“Resolve! O meu menino não vai pagar por isso. Eu quero alguém resolvendo isso aqui agora”, disse o marido, enquanto segurava o pedestal.
“Eu demorei 16 anos para ter o meu filho, gastei R$ 50 mil. Se esse menino adoecer, eu juro que mato um por um. Coloca o meu filho em um hotel”, gritou a mulher, para os atendentes da companhia, que não divulgou os nomes dos envolvidos.
Segundo a Gol, ninguém se feriu.
Em casos de voos atrasados ou cancelados, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) obriga a companhia aérea, mesmo quando ela não é responsável pelo ocorrido, a fornecer comunicação (acesso à internet e telefone) a partir de uma hora de atraso.
Quando o atraso passa de duas horas, as empresas são obrigadas a oferecer alimentação; a partir de quatros horas, o passageiro tem direito a receber acomodação ou hospedagem.
Em nota, a Gol reforçou que após a decolagem, o voo G3-1324 (Guarulhos – Confins) precisou retornar por conta das condições meteorológicas adversas em Confins, na Grande Belo Horizonte.
A companhia diz que ofereceu o suporte necessário a todos os clientes e acomodou os passageiros para seguir viagem em voos programados para esta terça-feira (2).
De acordo com a GRU Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, a Polícia Militar foi acionada e os passageiros envolvidos foram conduzidos para a delegacia da Polícia Civil, para registro da ocorrência.
Abastecer carro ficou até R$ 94,55 mais caro entre janeiro e outubro deste ano. Este é o caso de uma pessoa que vai encher o tanque com 55 litros de gasolina comum, cujo custo total foi de R$ 254,21 para R$ 348,76 (37,2%) no período –considerando apenas o litro, o preço passou de R$ 4,622 para R$ 6,341.
Ainda que o combustível derivado do petróleo seja nominalmente mais caro, o etanol teve o maior aumento percentual neste ano, 51,6%. Para abastecer o mesmo veículo do exemplo anterior, o desembolso é de R$ 268,57 neste mês, R$ 91,41 mais do que os R$ 177,16 cobrados em janeiro.
Entre os caminhoneiros, o custo com diesel S-10 ficou 34,9% maior desde o início do ano. Isso porque, considerando um tanque de caminhão com 275 litros, o custo saltou de R$ 1.038,95 em janeiro para R$ 1.401,40 em outubro, diferença de R$ 362,45.
A reportagem considerou a média de preços coletados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) no decorrer de cada um dos meses.
Inclusive, o país tem registrado atos contra os aumentos consecutivos. Nesta terça-feira (26), caminhoneiros protestaram em uma rodovia do Pará pela redução do ICMS sobre o diesel. Na semana passada, motoristas de caminhão-tanque paralisaram por dois dias em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.
Má notícia é que o consumidor pode gastar ainda mais para abastecer nas próximas semanas. Isso porque a Petrobras anunciou, na segunda-feira (25), novos reajustes dos preços nas refinarias. A gasolina fica 7% mais cara e o diesel custa 9,1% mais a partir desta terça.
INFLAÇÃO DO MOTORISTA
O valor gasto nos postos de gasolina estão pesando tanto no bolso que a inflação do motorista, medida pelo Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV, é quase o dobro da inflação do país.
Considerando o preço de carros, manutenção, pedágios e impostos, os condutores gastaram 18,46% mais em outubro em comparação aos 12 meses anteriores. Enquanto isso, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) foi de 9,57% no período.
Matheus Peçanha, pesquisador o Ibre/FGV, explica que o preço doméstico da gasolina segue as variações do dólar e do petróleo no mercado internacional. O barril de petróleo tem subido consecutivamente de preço por causa da política da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que restringe na produção, enquanto o real sofreu desvalorização frente ao dólar desde o início da pandemia.
O etanol, por sua vez, segue o cenário da produção da cana-de-açúcar, que foi prejudicada por questões climáticas, como a estiagem e as geadas, aponta o pesquisador. Tanto que expectativa de quebra na safra 2021/2022 é de 12%, segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).
A alta dos combustíveis afeta, principalmente, os motoristas de aplicativo. Na capital paulista, passageiros têm enfrentado dificuldades para conseguir chamar um carro. Além da longa espera, eles relatam alto índice de cancelamento das viagens.
Em setembro, durante uma campanha de conscientização que comercializou gasolina a R$ 0,40, motoristas relataram à reportagem que há casos de trabalhadores deixando de tomar café da manhã para conseguir arcar com os custos do combustível.
REDUÇÃO DOS PREÇOS
Para tentar combater o encarecimento, a Câmara dos Deputados aprovou, no dia 13 deste mês, o projeto de lei que altera o cálculo do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis. Segundo a proposta, o preço do litro da gasolina pode cair 8% nas bombas, enquanto o etanol pode ficar até 7% mais barato e o diesel, 3,7%.
Caso o projeto seja aprovado, o ICMS será calculado com base no preço médio do combustível nos últimos dois anos e valeria por 12 meses. Atualmente, o percentual é calculado sobre o chamado PMPF, que é preço médio ponderado ao consumidor final, atualizado a cada 15 dias.
Entretanto, especialistas avaliam que a medida irá funcionar apenas a curto prazo, uma vez que a composição do preço da gasolina, do diesel e do etanol inclui outros aspectos, como o mercado internacional.
Além disso, estados e municípios afirmam que a mudança pode prejudicar a arrecadação. Segundo o Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal), a medida causaria desfalque de R$ 24 bilhões nas finanças estaduais, reduzindo R$ 6 bilhões de repasses aos municípios.
Para aprovar o projeto no Senado, o presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD), defende alteração da proposta. Ele sugere modificar os anos de referência de cálculo do tributo com a possibilidade de que cada estado defina sua própria política de alíquota para o imposto.
O PAT de Rio Claro está com diversas vagas abertas nesta quarta-feira (3). Para mais informações sobre as vagas e exigências, o número do PAT é o (19)3524-0504. O e-mail para contato é [email protected], pelo qual você pode enviar o seu currículo. O PAT fica localizado na Rua 6, n°676, entre as Avenidas 9 e 11, no Centro. Confira as vagas de hoje:
O município de Rio Claro não registrou nenhum caso de infecção por coronavírus nas últimas 24 horas e com isso mantém 19.360 casos positivos, de acordo com o boletim da Fundação Municipal de Saúde emitido nesta terça-feira (2). Río Claro tem nove pessoas hospitalizadas e índice de 10% de ocupação de leitos. Dos pacientes internados, dois estão em unidade de terapia intensiva. Há 22 pessoas em isolamento domiciliar. Até agora Rio Claro tem 18.752 pessoas recuperadas da Covid-19.
A Fundação Municipal de Saúde alerta a população para a importância da vacinação e para que mantenha os cuidados preventivos, com uso de máscara, distanciamento social e higienização frequente das mãos.
Publicado em 02/11/2021 – 09:39 Por Karine Melo – Repórter da Agência Brasil – Agência Brasília
Um acervo de 3.567 itens, entre veículos (mais de 2 mil), aviões (16), barcos (18), fazendas e mansões (25) e até sucata, são apenas alguns dos exemplos de bens que renderam aos cofres públicos, nos últimos dez meses, cerca de R$ 105 milhões. Os bens, apreendidos em operações federais, foram leiloados.
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, somente no período de janeiro a outubro de 2021, quando houve um salto no número de leilões, foram realizados 184 pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad). O número deve chegar a 200 até dezembro, mas nem sempre foi assim. Em 2018 foram realizados apenas seis leilões pelo órgão. Em 2019, esse número subiu para 11, que resultaram em R$ 4 milhões. O ano passado fechou com 122 leilões, 11 vezes mais que no ano anterior, e R$ 39,9 milhões arrecadados.
O aumento expressivo nessa modalidade é resultado do redesenho da Senad, que passou a contar com o apoio de leiloeiros cadastrados e comissões com funcionários públicos nas unidades federativas, que ajudaram a agilizar as ações. “A Senad promove uma inovação, ao propor o conceito de círculo virtuoso da política de redução da oferta de drogas: os recursos obtidos são disponibilizados, em sua maioria, para projetos de modernização, capacitação, pesquisa e avaliação voltados ao aperfeiçoamento das atividades dos órgãos de segurança pública, responsáveis pelo combate ao narcotráfico”, explicou à Agência Brasil o secretário nacional de Políticas Sobre Drogas e Gestão de Ativos, Luiz Beggiora.
Como exemplos desses investimentos ele citou a aquisição de viaturas, drones, equipamentos de inteligência, de comunicação e de perícia, além de uniformes e de computadores de alta performance para a Polícia Federal, financiamento de grandes operações policiais, a exemplo da Operação Narco Brasil. No caso de leilões de bens relacionados ao tráfico de entorpecentes, os recursos são direcionados ao Fundo Nacional Antidrogas (Funad), que financia projetos que reforçam a segurança pública e o combate às drogas no país.
“Esse montante vem sendo utilizado para financiar políticas públicas que são prioridades do Ministério da Justiça e Segurança Pública, como o combate ao tráfico de drogas, a modernização e o fortalecimento das polícias, onde já foram investidos mais de R$ 150 milhões”, disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.
Leiloeira pública oficial desde 2010, Poliana Lorga explicou que já fez leilão para a Senad de bens com valores variados: de R$ 200 a R$ 30 milhões. No caso de leilões de ativos mais valiosos, ela destacou que por terem origem em processo-crime, entre as maiores vantagens está o recebimento de lances a partir de 50% da avaliação, o que é uma oportunidade. Outro ponto positivo, acrescentou, é o fato de o comprador ficar livre de débitos anteriores e de os credores permanecem com o direito de cobrar do proprietário anterior. “ A venda não pode prejudicar os credores de boa fé”, observou.
Ainda segundo a leiloeira, o processo é muito fácil e tranquilo. “A maioria dos compradores de veículos, por exemplo, já está acostumada com as regras. E aqueles que não têm familiaridade acabam entendendo o processo, até porque as regras do leilão estão todas descritas no edital, de modo que não há como dizer que não sabiam como funcionava”.
VINICIUS KONCHINSKI CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – As principais rodovias do Paraná, cujas tarifas de pedágio chegam a R$ 26 por automóvel, terão tráfego gratuito por cerca de um ano a partir de 28 de novembro. Isso porque o governo federal adiou, no último dia 10, o cronograma para assinatura dos novos contratos de concessão de estradas do chamado “anel de integração” paranaense. Esses contratos seriam firmados no segundo trimestre do ano que vem. Após o adiamento, divulgado pelo site da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), ele só devem ser assinados no último trimestre de 2022. Já os contratos ainda em vigor, firmados em 1997, durante a gestão do então governador Jaime Lerner, expiram no mês que vem. O atual governador Ratinho Jr. (PSD) já declarou que, assim que eles perderem a validade, as cancelas de pedágio serão abertas. “Esse formato que tanto mal fez ao estado não fica um segundo a mais no Paraná”, afirmou Ratinho Jr., em entrevista à imprensa em maio, lembrando de obras não concluídas pelas concessionárias e de casos de corrupção nos quais as empresas se envolveram. Na ocasião, o governador também informou que o governo estadual realizará a manutenção das estradas até que os novos concessionários as assumam. A nova rodada de concessões de estradas do Paraná é o maior projeto do tipo já anunciado no Brasil. Envolve o leilão de 3,3 mil km de estradas federais e estaduais, divididas em seis lotes, que serão leiloados separadamente no segundo trimestre de 2022. As empresas vencedoras terão que investir R$ 43 bilhões em melhorias em dez anos. Esse valor cobrirá, entre outras coisas, a duplicação de 1,7 mil quilômetros de estradas. Fora o investimento, outros R$ 35 bilhões deverão ser gastos pelas concessionárias para manutenção e operação das rodovias durante os 30 anos de contrato. O modelo do leilão foi definido numa parceria entre governo federal e estadual e visa reduzir as tarifas do pedágio entre 40% e 50%. Por isso, vencerá a concorrência a empresa que se comprometer a administrar cada lote de estradas cobrando o menor valor dos usuários. Contudo, para tentar garantir que as obras previstas sejam mesmo realizadas, empresas terão de fazer uma espécie de depósito caução que varia conforme o percentual de desconto que ele se compromete a conceder no pedágio. Assim, se uma companhia se dispõe a cobrar uma tarifa 10% mais baixa do que o estipulada pelo governo, ela deverá depositar R$ 10 milhões por ponto percentual de desconto. Já se o desconto é de 18% ou mais, o aporte deverá ser de R$ 150 milhões por ponto percentual, por exemplo. As discussões sobre esse modelo envolveram, além de membros do governo, parlamentares e representantes da sociedade civil. A ANTT realizou de fevereiro a abril uma audiência pública virtual para receber contribuições sobre o leilão. Mais de 6.000 manifestações foram enviadas durante a audiência -o maior número de contribuições na história da ANTT. Segundo a própria agência e o Ministério da Infraestrutura, essa foi uma das causas do adiamento do cronograma da concessão. “Esse grande volume de contribuições fez com que a análise e incorporação dessas contribuições tomassem mais tempo do que o previsto inicialmente”, informou uma nota conjunta da agência e do ministério sobre o atraso. Os dois órgãos informaram também que é possível que novos adiamentos ocorram visto que o modelo de concessão ainda precisa ser aprovado pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Até o fim do mês, documentos devem ser enviados pela ANTT à corte de contas. Galeria Rodovias paulistas Concessionárias estão em disputa na Justiça discutindo com o governo sobre o fim dos contratos https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/nova/1604023266639492-rodovias-paulistas * No início do mês, em viagem aos EUA, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, havia informado a investidores que esperava que os contratos de concessão das rodovias do Paraná fossem assinados ainda antes das eleições presidenciais de 2022, marcadas para outubro. De acordo com o novo cronograma, isso não deve ocorrer. O governo do Paraná, inclusive, está se preparando para administrar as rodovias incluídas na rodada de concessão por até dois anos, caso isso seja necessário. Em setembro, o DER (Departamento de Estradas e Rodagem) do estado lançou um edital para contratar serviços de conservação do “anel de integração”. A licitação prevê gastos de até R$ 135 milhões com serviços durante até 730 dias. De acordo com DER, no entanto, assim que as novas concessionárias assumirem o controle das estradas, os contratos serão rescindidos sem multas. Não está definido quem prestará serviços de guincho ou primeiros socorros nas rodovias enquanto elas esperam por novos administradores. O DER informou que há conversas entre o governo do Paraná e federal em busca de uma solução para o assunto. Enquanto isso não se resolve, a expectativa é que o Corpo de Bombeiros realize resgates em rodovias hoje pedagiadas, assim como já faz em estradas não concedidas no Paraná. Já a orientação de tráfego ficaria a cargo das polícias. A Secretaria Estadual de Segurança do Paraná não se pronunciou sobre o assunto.
Estudantes que fizeram as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, aplicadas em janeiro e fevereiro deste ano, e ainda não conseguiram uma vaga no ensino superior, preparam-se para fazer o segundo Enem do ano. A menos de um mês para as provas do Enem 2021, marcadas para os dias 21 e 28 de novembro, eles contam que, apesar da ansiedade, sentem-se um pouco mais preparados para o exame.
O caminho não está sendo fácil. É a primeira vez que o exame é aplicado duas vezes no mesmo ano, por causa da pandemia da covid-19. Será também o segundo Enem de Kailane Kelly da Silva Brito, 18 anos de idade, valendo uma vaga no ensino superior. Antes disso, a estudante participou apenas como treineira, sem o diploma do ensino médio, para testar os conhecimentos.
“Na edição do ano passado, eu não obtive o resultado que eu esperava. Eu até conseguiria entrar em outros cursos, mas que não eram do meu interesse”, disse. A estudante ainda não definiu o curso que pretende cursar, mas busca uma nota alta suficiente para ter opções.
Candidatos participam da primeira aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) Digital, na UniCarioca, no início de 2020. – Fernando Frazão/Agência Brasil
“Tem sido bem complicado. O meu problema, em toda minha preparação, é a questão de ser muito ansiosa. Isso me atrapalha no momento da prova”, disse, acrescentando que “no Enem 2020, eu acredito que fui com uma base de conteúdo boa, mas minha ansiedade me atrapalhou muito. Meu psicológico atrapalhou”.
A estudante de Cocal dos Alves (PI) buscou, então, tratamentos que a ajudasse a lidar com a ansiedade e acredita que está mais preparada este ano. “O Enem virou, para mim, uma grande oportunidade de mudar as coisas, mudar minha vida. É como eu posso ter a possibilidade de mudar as coisas também para minha família. Virou algo muito além da prova”.
O fato de já conhecer como é a prova é uma vantagem, segundo o técnico em informática Franklyn Pinheiro, 29 anos de idade, do Rio de Janeiro. No Enem 2020, ele participou da primeira aplicação no formato digital. Ele tinha muitas dúvidas e se surpreendeu, por exemplo, com o fato da prova de redação ser feita em papel. Ele havia se preparado para digitar o texto no computador.
“Estou tentando de novo para ver se consigo uma nota mais alta”, disse o estudante que, com o Enem, pretende cursar ciências da computação. Na reta final, ele usa a internet para estudar e para refazer provas de anos anteriores do Enem.
Pinheiro está inscrito novamente na modalidade digital. “A diferença do Enem no papel é que não precisa pintar as bolinhas [do cartão de respostas], ficou mais fácil. No digital, você apenas clica na resposta correta”.
Veteranos do Enem
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a porcentagem de estudantes que fazem o Enem mais de uma vez vem caindo ao longo dos anos.
Em 2014, do total de inscritos confirmados no Enem, 16% estavam fazendo o Enem pela primeira vez, o que significa que 84% já tinham feito a prova anteriormente. Em 2019, a porcentagem de novatos subiu para 47%, o que mostra que a porcentagem daqueles que estavam fazendo as provas pelo menos pela segunda vez caiu para 53%.
Os dados foram divulgados em outubro de 2019. Na época, o Inep explicou que os números mostram que está aumentando a participação de novatos. Um dos motivos, segundo a autarquia, é a mudança nas regras da isenção do pagamento da inscrição, que ocorreu em 2017. Desde 2018, os participantes precisam justificar a ausência na edição anterior para estarem aptos a pedir uma nova isenção. Aqueles que não têm a justificativa aceita, precisam pagar a taxa, que atualmente é R$ 85.
Excepcionalmente em 2021, por causa da pandemia da covid-19, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a necessidade de justificativa. O STF entendeu que a exigência de comprovação documental para os ausentes viola diversos preceitos fundamentais, entre eles o do acesso à educação e o de erradicação da pobreza. Além disso, a obrigação imposta pelo edital penaliza os estudantes que fizeram a “difícil escolha” de faltar às provas para atender às recomendações das autoridades sanitárias de evitar aglomerações.
No começo deste ano, Suelen Carvalho, de 23 anos de idade, foi uma das primeiras a chegar à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), local em que fez o Enem 2020, para evitar aglomerações no transporte público e se proteger da covid-19. A estudante disse na época à Agência Brasil que, apesar de considerar arriscado, foi fazer a prova porque temia não conseguir isenção novamente na edição de 2021.
“A prova para mim representa uma oportunidade”, disse a estudante do Rio de Janeiro. Suelen disse que conseguiu se preparar ao longo do ano melhor do que conseguiu em 2020. Ainda assim, foram muitas as dificuldades. Ela precisou conciliar trabalho e estudo. Ela entra no trabalho às 8h, e só quando sai começa a estudar para as provas. As aulas vão até as 22h. Mas só depois desse horário, ela disse que consegue fazer exercícios para fixar o conteúdo.
A estudante quer cursar medicina. “Eu estou focando em passar, porque eu sei que só vou ter uma realidade diferente através da educação. A minha sociedade, o país em que eu vivo, e o meu lugar como mulher negra e favelada, e eu quero muito uma realidade diferente disso. Eu quero ter conhecimento, ocupar outros lugares e quero abrir caminhos para mulheres como eu terem acesso à universidade”, disse.
Sonho realizado
Em 2021, Sergio Manoel Passos Cardoso, 18 anos de idade, pode descansar dos estudos. Ele não vai fazer o segundo Enem do ano, pois conquistou uma vaga em odontologia na Universidade Estadual do Piauí Parnaíba (Uespi), pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O ex-estudante da Escola Augustinho Brandão, em Cocal dos Alves (PI), conversou com a Agência Brasil no início do ano, antes de prestar o Enem 2020.
Na época, disse que estava tendo aulas pelo WhatsApp e com uma série de dificuldades nos estudos.
O sonho de ingressar no ensino superior não era apenas dele, mas também do pai, que faleceu este ano, vítima de câncer. “Passei por um ano bastante conturbado, com a morte do meu pai, e ele sempre quis me ver passando em uma universidade, principalmente em odontologia. E consegui fazer com que ele visse isso acontecendo”, disse o estudante.
As aulas do primeiro período da Uespi começam no próximo dia 9. Aos demais estudantes, ele deixa uma mensagem de esperança: “Buscar sempre se manter focado, e pensar que apesar das dificuldades, tudo é possível”.
A Pfizer iniciou no mês de outubro a condução de estudos clínicos das fases 2 e 3 de um potencial medicamento contra a Covid-19 no Brasil. Trata-se de um antiviral da classe dos inibidores de protease, enzima que o novo coronavírus usa para se multiplicar. O medicamento administrado por via oral mostrou potencial para se tornar um aliado na luta contra o novo coronavírus. O medicamento utiliza a molécula PF-07321332, que demonstrou potente atividade in vitro contra o novo coronavírus nas fases pré-clínicas, realizadas em laboratório. Assim como adequada segurança e tolerabilidade em estudos de fase 1 em humanos. Nesses estudos, o fármaco será administrado com uma baixa dose do ritonavir, um antirretroviral utilizado em tratamento de infecção pelo HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana). No país, são mais de 20 centros de pesquisa que participam desse estudo. Eles estão localizados nos estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. Os interessados em fazer parte da pesquisa devem ter mais de 18 anos e, dependendo de para qual das três vertentes dos estudos sejam elegíveis, podem ou não já estar vacinados contra Covid-19. Serão feitos três estudos. O primeiro é em pacientes não vacinados com suspeita ou diagnóstico de Covid-19 e com baixo risco de desenvolver doença grave. Além do estudo em pacientes vacinados ou não vacinados com suspeita ou diagnóstico de Covid-19 e com alto risco de desenvolver doença grave. Há também estudo para as pessoas não vacinadas cujos contatos domiciliares estão com Covid-19. “Os dois primeiros querem mostrar que o medicamento é capaz de encurtar o tempo dos sintomas. O terceiro é para avaliar se usar o medicamento evita a infecção. A gente não possui ainda tratamento para casos leves da doença que possa ser tomado em casa e via oral”, explicou José Valdez Madruga, médico infectologista e pesquisador de estudos clínicos. Além do Brasil, outros países participam das fases 2 e 3 dos estudos: Estados Unidos, Hungria, Japão, Coreia do Sul, Malásia, México, Polônia, Porto Rico, Tailândia e Turquia. Em março deste ano, a Pfizer iniciou o estudo clínico de fase 1 do antiviral contra a Covid-19 via oral em adultos saudáveis para verificar sua segurança, tolerabilidade e farmacocinética. Ele foi realizado nos Estados Unidos. No Brasil, seis medicamentos já foram aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a Covid-19. O governo Jair Bolsonaro (sem partido) não inseriu no SUS nenhum dos seis tratamentos medicamentosos para a Covid-19 aprovados pela agência reguladora. Para evitar um duro golpe na bandeira negacionista do presidente, o Ministério da Saúde ainda tenta evitar a derrubada de orientações pró-“kit Covid”. Os debates se concentram na Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde), órgão consultivo do ministério para a análise de novas terapias e definição de protocolos da rede pública.
Homens que querem participar ativamente da criação dos filhos e dividir as tarefas com as mães se deparam com dificuldades legais e culturais. A legislação prevê só cinco dias corridos de licença-paternidade remunerada, que podem ser ampliados para 20 se a empresa fizer parte do Programa Empresa Cidadã -para mães, o afastamento é de quatro meses por lei e de seis nas companhias que aderem ao programa. Um homem branco vestido com uma camiseta na cor branca está beijando a bochecha de um bebê. Quem trabalha em uma empresa que oferece licença estendida e opta por ficar fora do trabalho um período maior muitas vezes ouve comentários machistas. “Já escutei: ‘Vai ficar de férias, porque é a sua esposa que vai cuidar'”, conta Felipe Campos, 31, gerente de engenharia de software na SumUp, que tirou 90 dias de licença. O benefício oferecido pela empresa foi um atrativo para ele retornar ao Brasil com a família, em 2021. Na época, eles moravam no México havia três anos e estavam planejando ter um segundo filho. “[A legislação] é fruto de uma sociedade que acredita que a mulher tem a incumbência dos cuidados com os filhos e o pai é o provedor”, diz a advogada trabalhista Eliane Gago, do escritório Duarte Garcia Serra Netto e Terra, em São Paulo. O direito à licença de cinco dias começa a partir do nascimento do filho. Esses dias são custeados pelo INSS, mas o funcionário pode negociar um afastamento maior com a empresa e, nesse caso, o período extra deve ser remunerado pelo empregador. A lei não faz distinção entre pais de filhos biológicos e adotivos. Para Tiago Koch, idealizador do projeto Homem Paterno, que pretende ampliar as discussões sobre paternidade, o período curto atrapalha a criação de um laço afetivo com o bebê, além de sobrecarregar a mãe. “É difícil enxergar um desenvolvimento saudável de uma criança e de uma mãe durante o puerpério sem uma rede de apoio e uma pessoa para oferecer um suporte.” O orientador vocacional Mateus Nani, 33, tirou os cinco dias permitidos por lei para poder ficar com a primeira filha, Giovanna, que nasceu em setembro de 2021. Mas ele queria mais. “Cinco dias de licença paternidade é no mínimo insensível e desigual diante da nova família que está nascendo. Seria muito importante que nós tivéssemos mais tempo juntos”, afirma. De acordo com um levantamento feito pela Catho, em agosto de 2021 apenas 7,5% das vagas anunciadas na plataforma ofereciam licença-paternidade estendida. O estudo mostrou que, no primeiro semestre do ano, as áreas que mais disponibilizam esse tipo de benefício são informática, administração e comércio varejista. Gabriel Lopes, 33, que atua como gerente de engenharia na Loft, startup do setor imobiliário, está prestes a tirar sua licença, que pode ser de até seis meses. A empresa passou a oferecer, em 2020, dois meses de licença-paternidade obrigatória e outros quatro meses opcionais, que o profissional pode negociar com sua equipe. “Eu vou ter tempo para realmente dividir o trabalho. Não vai ser aquilo de ‘eu vou te ajudar'”, afirma Gabriel. Segundo a empresa, 32 homens já usaram o benefício. “[A política] acaba atraindo muitas famílias. É uma forma de o homem exercer o direito de aproveitar esse momento da vida do filho”, explica Gabriela Cañas, gerente de RH da Loft. Apesar de querer passar mais tempo com o bebê, os pais têm os mesmos receios que as mães quando ficam afastados do trabalho por um longo período, como medo de perder o emprego, de serem prejudicados nas carreiras ou de serem substituídos. “A gente pensa: ‘Vou ficar 30 dias fora. Como vai ser quando eu voltar? Será que eu vou ter minha vaga lá ainda?'”, diz Vittor Donato, 27, analista de marketing na Natura, que teve 30 dias de dispensa. Um estudo de dezembro de 2019 sobre licença maternidade/paternidade e seus efeitos no mercado de trabalho, realizado com 721 profissionais de recursos humanos, mostra que 57% deles não veem pontos negativos no fato de uma empresa adotar licença-paternidade de 20 dias. O estudo foi realizado pelo Talenses Group e pela Filhos no Currículo, iniciativa que tenta fazer empresas e pais repensarem como unir família e carreira. A pesquisa também elenca os pontos positivos de ter esse benefício, entre eles retenção e atração de talentos, aumento da produtividade, menos desigualdade de gênero e mais mulheres em posição de liderança. Porém, a ideia de oferecer o benefício ainda encontra resistência em muitas empresas. Segundo o estudo, 39% das companhias que têm ações voltadas para as mães não possuem ações voltadas para os pais. “A preocupação com o desfalque nas equipes, percepção de perda de rentabilidade e custo associado à licença são empecilhos [para não adotar o benefício]. Mas também há uma questão histórica e estrutural de associar os cuidados dos filhos a uma figura materna”, diz Michelle Terni, idealizadora da campanha Filhos no Currículo. “A nossa intenção era de que cada vez mais as pessoas compartilhassem, com seus colegas, com seus empregos, as habilidades que passaram a ter depois dos filhos. Como a chegada dos filhos os transformou enquanto profissional”, explica Terni.
Um autônomo de 29 anos foi preso por guardas municipais após atirar na direção de pessoas em situação de rua na madrugada desta segunda-feira (1º), na rua Quirino de Andrade, perto da estação Anhangabaú da linha 3-vermelha do metrô de São Paulo. Apesar dos tiros, ninguém ficou ferido. Segundo a polícia, ele disse que teve seu celular roubado por pessoas não identificadas e atirou por cima dos moradores de rua, na tentativa de assustar os autores do roubo. Seu alvo, segundo ele, não era as pessoas que estavam deitadas no local. O caso ocorreu por volta das 0h30 desta segunda, de acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública). O homem foi preso após ter sido abordado por agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana). A arma, uma pistola calibre 380, era de propriedade do autor dos disparos, segundo informou a pasta Alvo Ao ser encaminhado para o 2º Distrito Policial (Bom Retiro), o homem disse que efetuou disparos para o alto com o objetivo de assustar os ladrões. Mesmo assim, ele não recuperou o seu aparelho. O que ele conseguiu foi deixar as portas dos estabelecimentos vizinhos com marcas dos disparos. A perícia analisou o local e foram localizadas várias cápsulas deflagradas. Apesar de alegar que não era sua intenção atingir as pessoas em situação de rua, ele responderá por tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, segundo a SSP. Depois de prestar depoimento no 2º DP ele foi encaminhado para o 77º DP (Santa Cecília). Por fim, quem fará a investigação do caso será o 3º DP (Campos Elíseos).