Cachaça: a paixão que virou hobby
Aos 61 anos, o rio-clarense Mauricio Antonio Nadim, apaixonado por cachaça, resolveu transformar a paixão em hobby e passou a produzir a bebida de forma artesanal
Fazer a própria cachaça para agradar o paladar de familiares e amigos e deixar os amantes cachaceiros curiosos para provar. É isso que faz o fotógrafo Mauricio Antonio Nadim, de 61 anos.
O processo é minucioso e requer tempo e paciência. Até que a cana-de açúcar seja plantada, colhida, moída e enviada aos caldeirões, o fermento seja acrescentado e a maturação (período em que a bebida fica armazenada até chegar à condição de ser consumida) alcançada, a vontade de apreciar talvez já tenha ido embora.
Não para Nadim, que criou um espaço rústico com tijolos de construções antigas no quintal de casa em Rio Claro para, daqui uns anos, quando se aposentar, se dedicar de vez a essa nova paixão.
“Aqui, cada etapa é importante e tudo é feito com muita atenção. Se nos grandes alambiques a bebida é feita com todo o líquido, aqui não. Usamos apenas o ‘coração’. Isso a torna diferente – e artesanal. O resto é descartado”, disse ele.
De cabelos brancos e compridos, Nadim disse ao JC que, para um sonho se realizar, a idade pouco importa e que o espaço será uma ‘aposentadoria do prazer’.
“A idade não tem limite. Eu tenho um pique de criança. Quero colocar uma rede aqui [no espaço de produção] um dia e ficar observando todo esse processo. Quero que vocês voltem daqui 10 anos e estarei aqui, produzindo minha cachacinha. Isso é vida. Isso é saúde. Isso é viver”, finalizou.
Nome: Mauricio Antonio Pedro Nadim
Idade: 61 anos
Profissão: Fotógrafo
Relacionamento: Casado com a Raquel Krugner
Formação: Formado em Publicidade e Propaganda pela PUC Campinas e Educação Física pela UNIMEP Piracicaba.
Histórico: Trabalha no ramo da fotografia há 42 anos e ama o que faz, por isso leva sempre o ditado: ‘apegue-se no que você acredita’. E ele acredita que a fotografia traz satisfação de trabalho, além de ser uma arte fascinante, criativa e de muita responsabilidade.
JC- A vida renasce depois dos 50?
A vida renasce quando deixamos de agradar a plateia e viver sua própria vida, mantendo a alma jovem, ignorando os padrões e valorizando quem te valoriza e também apostando em sua capacidade de viver e produzir. Sim, a vida renasce aos 50!
JC – Dizem que não há vida boa nessa idade sem três coisas: saúde física, saúde mental e independência financeira. Concorda? A aptidão física pode prevenir diversas doenças além de melhorar o humor e autoestima, e diminuir as chances de desenvolver depressão e ansiedade. Praticar atividade física regularmente é muito importante em qualquer idade Os problemas financeiros afetam negativamente a saúde como um todo, tendo impacto mais profundo na saúde mental.
