Em depoimento à reportagem do JC, o músico Junior Hartung fala sobre a parceria e o acidente que tirou a vida do “violeiro” Fernando Basso. No sábado, os dois músicos seguiam com suas motos num passeio quando na SP-304, no trecho entre Piracicaba e São Pedro, Hartung acabou presenciando o acidente que levou à morte de Basso, muito conhecido por integrar projetos musicais e também ser policial civil aposentado. Nas redes sociais, Hartung também prestou homenagem ao amigo, que aparece na foto abastecendo a moto momentos antes do acidente.

“Obrigado meu amigo Fernando Basso por ter tido a honra de ser seu amigo e me dar a oportunidade de passar os últimos momentos felizes de sua vida a seu lado. Se estou vivo hoje, pela Graça de Deus e por você ter me protegido na hora do acidente. Que Deus o receba em festa para alegrar a todos no céu com sua alegria sincera e contagiante. Até um dia meu estimado amigo. Uma simples homenagem a um grande amigo”.

Basso deixa legado cultural no Brasil

O fim de semana foi marcado por tristeza, dor e lembranças de muitos rio-clarenses envolvidos nas áreas de cultura e segurança. Um acidente trágico na Rodovia Geraldo de Barros (SP-304), no trecho entre Piracicaba/São Pedro, tirou a vida do músico e policial civil aposentado Fernando Basso.

Ele seguia de motocicleta quando foi atingido por um caminhão que ia no mesmo sentido. O veículo teria tido um problema na barra da direção, fazendo com que o condutor perdesse o controle do caminhão.


Em mais de três décadas de convivência e parceria, o amigo Neto Mello disse: “Você foi um irmão, uma pessoa sensível, amorosa, de um coração gigante, um homem íntegro, honesto, trabalhador, enfim um ser humano admirável. Meu querido Fernando Basso, obrigado por nos ensinar tanto nestes 35 anos de amizade, de música, de parceria e de amor fraterno”.

Um pouco da sua trajetória

Luis Fernando Basso nasceu em Rio Claro no dia 10 de fevereiro de 1968 dentro de uma família de músicos. Estimulado por esse ambiente, desde criança dedicou-se à música e começou a dançar catira com aproximadamente 10 anos, quando passou a participar de grandes eventos culturais.

Foi integrante de vários grupos e bandas. De 1993 a 1996 cursou a Faculdade de Direito de São Carlos, onde diplomou-se Bacharel em Ciências Jurídicas, mas o gosto pela cultura, em especial a música e a catira, a proximidade da família e a preocupação em preservar as características folclóricas não permitiram que Fernando se afastasse de seu lado artístico. Em 1997, com o apoio do secretário da Cultura e vice-prefeito municipal, Dr. Claudio Zerbo, passou a representar Rio Claro em várias regiões do estado de São Paulo e do Brasil através de um grupo de catira integrado por seus familiares, surgindo assim os Catireiros de Rio Claro.

No final de 1998, com a saída de alguns componentes, e ainda sob a liderança de Fernando, passou a denominar-se Grupo Catira Brasil. No dia 14 de setembro de 2017 recebeu uma homenagem através da Câmara Municipal de São Paulo que realizou sessão solene em comemoração ao Dia da Música de Raiz. Em edições anteriores nomes consagrados como Inezita Barroso, As Galvão, Nalva Aguiar e Tinoco da dupla Tonico e Tinoco já haviam sido homenageados.

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