Carine Corrêa
Era mais ou menos 20h de sexta-feira (13) quando duas pacientes que esperavam por consulta no Pronto Atendimento do Cervezão se desentenderam. A briga entre as duas mulheres repercutiu nas redes sociais.
Marcela Marcelino também aguardava na unidade e filmou o conflito entre as pacientes. “Publiquei na internet porque é um absurdo o descaso na saúde pública. Todo mundo estava estressado. A briga foi apenas um reflexo do estresse gerado pela demora no atendimento”, diz Marcela.
Ela ainda relata que uma das mulheres envolvidas na briga estava acompanhando o pai de 90 anos, que está com dengue há cerca de uma semana. “Ninguém atendia ele. Fui embora por volta das 22h30 e ele ainda não havia sido atendido. Implantaram a tenda para atender pacientes com sintomas da dengue, mas o barracão fecha às 17h.Tendo em vista o número de pessoas infectadas na cidade, deveriam no mínimo ampliar o funcionamento para 24 horas”, sugeriu.
A reportagem esteve na unidade por volta das 16h30 desta segunda-feira (16). In loco os pacientes também se queixaram da demora. “Cheguei às 9h30 e até agora não fui atendido”, denuncia Roberto Gomes de Oliveira. Ele estava com o rosto inchado em virtude de um problema dentário. Outra senhora esperava pelo atendimento, com muitas dores no corpo. “Estive aqui na semana passada e me ‘entupiram’ de paracetamol. De nada adiantou”, reclama Vilma Evaristo da Silva.
A Fundação Municipal de Saúde foi consultada e por meio do setor de comunicação informou que “por enquanto não há estudo para ampliação do atendimento no CTH Dengue”.
A Fundação ainda confirmou o conflito entre as duas pacientes na sexta-feira. “A equipe médica era formada por quatro clínicos e um pediatra. As unidades de emergência tem atendido, em média, 400 pessoas por dia”, acrescentou.