Justiça de SP proíbe greve de caminhoneiros na Dutra e estipula multa

ANAÍS MOTTA E LETÍCIA LÁZARO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) proibiu nesta sexta-feira (29) a obstrução da Rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, durante a greve de caminhoneiros que vem sendo articulada para a próxima segunda-feira (1º). A decisão estipula multa de R$ 10 mil para pessoas físicas e R$ 100 mil para jurídicas em caso de descumprimento da medida.

“Concedo a medida liminar (…) ordenando a qualquer pessoa que venha a ser identificada que se abstenha de obstruir o tráfego nas pistas de rolamento da Rodovia Federal Presidente Dutra e também nas respectivas vias de acesso e de saída, sob pena de incorrer em crime de desobediência”, escreveu a juíza Cláudia Vilibor Breda na decisão.

O clima entre o governo federal e representantes dos caminhoneiros piorou com o aumento de 4,4% no preço do diesel anunciado nesta semana pela Petrobras. Apesar disso, fontes ouvidas pela colunista Carla Araújo, do UOL, afirmam que o movimento continua “sob controle”.

A avaliação do governo é de que o aumento no diesel elevou o descontentamento da categoria, “mas não gerou engajamento”.

As principais entidades à frente da convocação são a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), a Associação Nacional de Transporte no Brasil (ANTB), e o Conselho Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC).

Feita por uma categoria bastante descentralizada, a mobilização para a realização de uma greve nacional tem encontrado resistência de outras entidades, o que amplia as dúvidas sobre o real tamanho e potencial do movimento. Paralelamente, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sabe que o governo não pode baixar a guarda, nem permitir que a mobilização se torne algo parecido com o que aconteceu em 2018.

Sindicato orienta que caminhoneiros fiquem em casa O Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) encaminhou um documento ao presidente Jair Bolsonaro, informando sobre o início da greve a partir da próxima segunda-feira.

De acordo com o texto, a orientação é que os caminhoneiros fiquem em casa durante os dias de paralisação. Para aqueles que estiverem em trânsito, a recomendação é que todos os protocolos de segurança contra a covid-19 recomendados pela OMS sejam seguidos de forma integral.

No documento, a CNTRC lembra que a paralisação é um direito assegurado e que cabe ao trabalhador “decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”.

A CNTTL, originalmente ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores), afirma reunir cerca de 300 sindicatos. O Conselho reúne 26 entidades, que representam a categoria no país, e atua em 22 unidades federativas do Brasil, unindo cerca de 40 mil caminhoneiros. Já a ANTB, presidida por José Roberto Stringasci, diz que representa cerca de 4,5 mil caminhoneiros.

Butantan negocia exportação de vacinas a países sul-americanos

SYLVIA COLOMBO, CLÁUDIA COLLUCCI E DENISE MOTA
BUENOS AIRES, ARGENTINA, SÃO PAULO, SP, E MONTEVIDÉU, URUGUAI (FOLHAPRESS) – Países do Cone Sul têm avançado em negociações para adquirir a vacina Coronavac por meio do Instituto Butantan. Outros o fazem por via direta com o laboratório chinês Sinovac, como o Chile, que recebeu os primeiros 2 milhões de doses na última quinta-feira (28).

No Uruguai, o presidente Luis Lacalle Pou anunciou, no último sábado (23), que já está encaminhada a compra de 1,75 milhão de vacinas do laboratório chinês. Na estimativa dele, elas começariam a chegar entre o final de fevereiro e março. Faltaria apenas o pagamento.

Na terça-feira (26), porém, o diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou à reportagem que, diferentemente do que disse o mandatário uruguaio, o acordo com esse país não estava fechado e que havia apenas um “pré-acordo em andamento”, sem especificação do número de doses.

As declarações de Covas levantaram polêmica no país vizinho. Na última quarta-feira (27), Lacalle Pou voltou a afirmar que o acordo havia sido feito por meio de “um representante autorizado da Sinovac”. A efetivação da compra por meio de outra empresa descumpriria o acordo entre o Butantan e o laboratório chinês, segundo Covas.

Nesta sexta (29), em entrevista à imprensa, Covas afirmou que as negociações envolvendo o Uruguai continuam a todo vapor e são feitas de forma tripartite.

“O pleito do país é discutido pelo Butantan junto com a Sinovac. Neste momento temos uma sinalização muito positiva da Sinovac de uma liberação de 500 mil doses para esses países, excluindo Uruguai e Colômbia, que estão negociando diretamente com a Sinovac, com a participação do Butantan.” E acrescentou: “Brevemente teremos as assinaturas de contratos, que não estão assinados. Menciono que toda essa negociação é feita sem prejudicar em nenhum momento o que está planejado para o Brasil. São doses adicionais que virão prontas diretamente da China ou que serão produzidas no Butantan, mas que não afetam em nada os quantitativos anunciados para o Programa Nacional de Imunização”.

Na Argentina, de acordo com a agência pública oficial de notícias do país, a Télam, a negociação com o Butantan está em estágio “adiantado”.

Covas reafirmou à reportagem que o acordo com a Argentina é “o mais avançado de todos no processo de possíveis exportações” do Butantan. Por ora, a Argentina vem vacinando profissionais da saúde com a vacina russa Sputnik V. Já foram aplicadas 200 mil doses. Porém, o Instituto Gamaleya, que fabrica a Sputnik V, vem descumprindo as datas da entrega dos primeiros 5 milhões de doses, e a Argentina começa a ficar sem opções, uma vez que recusou a oferta da Pfizer por afirmar que não tem como investir nos ultracongeladores necessários.

Assim, o governo afirma que está correndo para assinar contratos para a compra de doses das chinesas Sinopharm e Sinovac, ainda sem número de doses ou de datas definidas.

O Paraguai divulgou um programa de vacinação que tem como objetivo imunizar seus 7 milhões de habitantes. “A ideia é que 30% da população seja vacinada por meio do mecanismo Covax”, disse à reportagem Guillermo Sequera, diretor-geral de vigilância sanitária do país.

A vacinação no Paraguai está prevista para começar em meados de fevereiro. A reportagem apurou que 2 milhões de vacinas estão sendo negociadas com a Sinovac, por meio do Butantan. Ainda haveria pedidos para oferecer a Coronavac para o Peru e a Colômbia.

O diretor do Butantan afirmou à reportagem que, com relação a outros países da América Latina, “há conversas, mas ainda nenhum contrato foi assinado com os países”. E que, portanto, “não há definição de prazos de entrega nem de valores.”

Em paralelo a essas negociações, o diretor cobrava, por meio de ofício, informações concretas do Ministério da Saúde sobre a intenção de comprar ou não mais doses da vacina Coronavac.

Segundo Covas, o instituto deve cumprir o contrato de entregar 46 milhões de doses ao ministério, mas existia a possibilidade de o governo federal contratar mais 54 milhões.

O Butantan precisava dessa definição para fazer o planejamento da importação de insumos e a produção de novas doses, inclusive para esses futuros acordos com países vizinhos.

Nesta sexta, Covas afirmou que recebeu uma mensagem do governo federal, ainda não oficial, dizendo que comprará as vacinas na próxima terça, e o Ministério da Saúde confirmou a informação.

Até o momento, o Butantan já entregou por volta de 6 milhões de doses ao governo federal. No dia 3 de fevereiro, devem chegar da China insumos para a fabricação de 8,6 milhões de doses.

A expectativa do Butantan é conseguir entregar todas as doses compradas pelo governo federal até abril.

Glória Eterna: Santos e Palmeiras decidem Libertadores no Maracanã

A constelação de craques que Palmeiras e Santos ostentaram entre os anos 50 e 60 fez com que o encontro entre alviverdes e alvinegros ganhasse o apelido de “Clássico da Saudade”. Seis décadas após embates que reuniam gênios como Ademir da Guia e Dudu de um lado, e Pelé e Coutinho de outro, os rivais paulistas irão protagonizar, provavelmente, o principal embate em mais de cem anos de história. Neste sábado (30), Verdão e Peixe decidem, às 17h (horário de Brasília), no Maracanã, no Rio de Janeiro, o campeão da edição 2020 da Libertadores.

O Palmeiras busca o segundo título continental na história. Em 1999, o Verdão superou o Deportivo Cali (Colômbia) na final e levantou a taça. A equipe da capital paulista ainda esteve em outras três finais (1961, 1968 e 2000). O Santos, que também disputa sua quinta decisão, mira o tetracampeonato, podendo se isolar como a equipe brasileira com mais títulos de Libertadores – hoje, o posto é dividido com São Paulo e Grêmio, ambos também tricampeões. O Peixe levou a melhor em 1962, 1963 e 2011, sendo vice em 2003.

A edição de 2019, vencida pelo Flamengo em Lima (Peru), foi a última com jogos de ida e volta. A final da Liberta nesta tarde no Maracanã será a primeira em jogo único. Quis o destino que o novo formato de decisão de título em solo fluminense fosse 100% brasileira. Apesar de não terem times cariocas envolvidos, Palmeiras e Santos estão longe de serem estranhos naquele que outrora foi o maior estádio do mundo. Ambos já tiveram o gostinho de levantar taças no Maracanã, e mais de uma vez.

Foi no “Maraca” que o Verdão conquistou a Copa Rio de 1951 ao superar a Juventus (Itália). Um feito que o clube entende ter sido o primeiro título mundial de clubes da história e cujo reconhecimento, ainda hoje, é motivo de discussão. Já em 1967, o Alviverde paulista foi campeão da Taça Roberto Gomes Pedrosa (equivalente ao Campeonato Brasileiro da época) ao bater o Náutico na final.

Apesar de o rival deste sábado (30) ter dado a volta olímpica primeiro, o Peixe é quem tem currículo mais campeão no estádio. São oito títulos, sendo quatro brasileiros (1962, 1964, 1965 e 1968), três edições do extinto Torneio Rio-São Paulo (1963, 1964 e 1997) e o principal, o título do Mundial de 1963, o segundo do clube, ao vencer o Milan (Itália), mesmo sem Pelé em campo. Com mais uma taça, o Santos se iguala ao Flamengo como maior detentor de conquistas nacionais e internacionais no Maracanã – o Rubro-Negro tem nove.

O Palmeiras é quem chega com a campanha mais positiva. O Verdão ganhou nove jogos, empatou dois e perdeu somente uma vez, justamente a partida de volta da semifinal, contra o River Plate (Argentina), por 2 a 0, em São Paulo – a vitória por 3 a 0 na ida, em Buenos Aires, foi determinante para a classificação dos paulistas. O Peixe também só tem uma derrota, além de três empates e oito vitórias, sendo a mais recente por 3 a 0 sobre o Boca Juniors (Argentina), em Santos (SP), no segundo duelo entre as equipes, na outra semifinal.

Independente do campeão, uma coisa é certa: pela primeira vez, o “Maraca” será palco da conquista da América por um time brasileiro. A primeira (e até então única) vez que uma equipe do país teve a possibilidade de celebrar o mais importante título sul-americano no estádio foi em 2008, quando Fluminense e LDU de Quito (Equador) fizeram a final, com vitória equatoriana nos pênaltis, após os cariocas terem ganhado no tempo normal por 3 a 1 – na partida de ida, em Quito, havia dado LDU por 4 a 2.

Além de se garantir na edição de 2021 da Libertadores, o campeão será o representante da América do Sul no Mundial de Clubes, que será realizado entre 4 e 11 de fevereiro no Catar. Palmeiras ou Santos entrarão direto na semifinal do torneio, tendo pela frente o vencedor entre Tigres (México) ou Ulsan Hyundai (Coreia do Sul) no próximo dia 7, no Education City Stadium, em Doha (Catar), às 15h.

Mistério pré-jogo

Sobre os times que irão à campo neste sábado, mistério total, de ambos os lados. Na sexta-feira (29), em entrevista coletiva promovida pelos organizadores da Libertadores, o técnico palmeirense Abel Ferreira deixou no ar uma dúvida no ataque (William Bigode ou Rony) e outra no meio-campo, sobre a escalação de Felipe Melo. O volante se recuperou de uma lesão no tornozelo esquerdo, mas só participou de dois jogos desde que voltou da fratura.

“Tenho sido honesto com a comunicação que tenho feito com vocês desde que cheguei aqui. O Felipe é o mais titular do Palmeiras, com uma experiência muito grande, uma vibração enorme, ajuda dentro e fora de campo. Ele pode ajudar, se vai ser de início ou entrando, cabe a mim decidir. Ele é um colecionador de títulos. Faremos de tudo para acrescentar mais um aos que já possui”, disse o treinador do Verdão.

Do lado santista, o técnico Cuca também evitou confirmar o time que iniciará a partida. A principal dúvida se a escalação terá o volante Sandry ou o atacante Lucas Braga.

“Tivemos fora o [Yeferson] Soteldo nas duas partidas contra o Grêmio [pelas quartas de final]. Nas duas eu joguei com Sandry e Lucas Braga. Então podemos incluir o Soteldo também [entre as dúvidas]. Você pode mudar a forma de jogar, mas não a maneira com que o time joga. Forma é uma coisa, o sistema tático. Mas mesmo mudando as peças, teremos nosso jeito”, comentou Cuca, também em entrevista coletiva, mencionando a possibilidade de não iniciar com o camisa 10 venezuelano.

Caso não tenha surpresas, o Palmeiras deve atuar com Weverton, Marcos Rocha, Luan, Gustavo Gómez e Matías Viña; Danilo, Zé Rafael, Gabriel Menino e Raphael Veiga; Rony e Luiz Adriano. O Santos, por sua vez, pode ir a campo com: John, Pará, Lucas Veríssimo, Luan Peres e Felipe Jonatan; Alison, Diego Pituca e Yeferson Soteldo; Marinho, Kaio Jorge e Lucas Braga.

Rio Claro registra quatro casos de dengue neste ano

Rio Claro confirmou neste primeiro mês do ano quatro casos de dengue, sendo três deles nesta semana. A orientação é para que a comunidade redobre os cuidados na eliminação de possíveis criadouros do Aedes aegypti, que também transmite zika vírus, chikungunya e febre amarela.

Para evitar a proliferação do mosquito da dengue, a Secretaria Municipal de Saúde realiza ações preventivas que incluem visitas casa a casa, nebulização e vistorias em pontos estratégicos. Para que o trabalho seja efetivo,  a Secretaria de Saúde alerta a população para a importância do envolvimento de todos no combate ao mosquito.

Algumas ações da comunidade são fundamentais no combate ao Aedes, entre elas colocar areia nos pratinhos dos vasos de plantas; tampar baldes e bacias; manter pneus em local coberto; deixar garrafas com a boca virada para baixo; limpar calhas para não acumular água; tratar água de piscina e fontes com produtos adequados; limpar e manter caixas d’água bem fechadas; e lavar regularmente os bebedouros de animais com água e sabão. O descarte correto de materiais é importante na luta contra o mosquito.

Itália prende médico suspeito de matar pacientes com Covid para liberar leitos

MICHELE OLIVEIRA – BRÉSCIA, ITÁLIA (FOLHAPRESS) – A Itália vivia o auge da primeira onda da pandemia do coronavírus quando, em março, enfermeiros do hospital de Montichiari, na província de Bréscia, no norte do país, notaram que o médico responsável pelo pronto-socorro adotava uma prática totalmente fora dos protocolos: a aplicação de doses mortais de remédios inapropriados em pacientes internados com sintomas graves da Covid-19.

O caso se tornou público na última segunda (25), depois que Carlo Angelo Mosca, 47, recebeu ordem de prisão preventiva domiciliar, suspeito de ter matado intencionalmente pacientes com o anestésico propofol e succinilcolina, um bloqueador neuromuscular. Essas substâncias potentes são indicadas para situações de intubação pela traqueia, procedimento a que as vítimas não foram submetidas.

Nesta sexta (29), Mosca foi interrogado por duas horas e meia no Tribunal de Bréscia. Ele negou as acusações e, segundo seus advogados, deu esclarecimentos. Pouco antes das 10h, o médico chegou andando sozinho e foi cercado por jornalistas e câmeras, a quem se limitou a dizer, em voz baixa: “Sou inocente”.

No entanto, a juíza Angela Corvi, que aceitou o pedido do Ministério Público para a prisão domiciliar, justificou sua decisão dizendo reconhecer “graves indícios” de que Mosca cometeu homicídio doloso qualificado em ao menos dois pacientes.

A investigação, que começou em maio, levantou evidências de que as mortes de Natale Bassi, 61, e Angelo Paletti, 79, foram causadas pelas doses fatais aplicadas pelo médico entre 20 e 22 de março.

Naqueles dias, o norte da Itália vivia o auge da primeira onda da pandemia, com números crescentes de novos contaminados e recordes de mortes diárias -em 22 de março, foram registrados 651 óbitos causados pela Covid-19. A província de Bréscia era, então, a segunda mais atingida em todo o país, atrás somente da de Bérgamo, ambas na Lombardia.

Foi a época mais aguda da emergência sanitária na Itália, o primeiro país do Ocidente a identificar casos de contaminação interna e a decretar um rígido lockdown nacional obrigatório, como medida para diminuir a circulação do vírus. Ainda hoje, a Itália está entre os mais atingidos e soma 87 mil mortos, sexto lugar em números absolutos.

Além da falta de conhecimento sobre como se comportavam o vírus e a doença, a primeira onda foi marcada pela escassez de leitos, equipamentos, máscaras cirúrgicas e testes.

Segundo o próprio Mosca declarou em junho, em entrevista ao jornal Corriere della Sera, o hospital de Montichiari, cidade com pouco mais de 25 mil habitantes, chegou a ter 570 pacientes de Covid-19 internados na fase 1, o que exigiu a ocupação de um refeitório com 30 leitos.

No mesmo período, enfermeiros e operadores sanitários começaram a notar que o médico estava adotando um comportamento impróprio. Diante de casos graves que entravam no pronto-socorro, Mosca pedia que alguém buscasse um ou os dois medicamentos e os aplicava quando estava sozinho. No caso do paciente Bassi, ele pediu que a equipe saísse da sala de emergência.
“Poucos minutos depois, a funcionária voltou, percebendo a morte de Bassi, naquele momento desacompanhado de membros da equipe. O óbito foi declarado pela doutora [nome omitido], que indicou no prontuário ‘repentina parada cardio-circulatória'”, diz o documento assinado pela juíza, com base na investigação.

No caso de Paletti, funcionários encontraram e fotografaram embalagens vazias dos fármacos na manhã seguinte à morte do paciente, ocorrida durante o plantão do médico suspeito.

A investigação teve como ponto de partida a denúncia anônima de um dos enfermeiros, no fim de abril. Em princípio, foram alistadas quatro vítimas. Três corpos foram exumados -o quarto paciente foi cremado.

A análise toxicológica dos restos mortais de Paletti é uma das evidências mais contundentes, já que foi comprovada a presença do propofol em órgãos e tecidos, “em quantidade suficiente para causar o óbito”.

O propofol é um anestésico usado para casos de sedação e que tem como um dos efeitos “uma depressão respiratória severa”. Foi esse o medicamento encontrado no corpo do cantor Michael Jackson, morto em 2009. Já a succinilcolina é um relaxante neuromuscular aplicado em anestesia para facilitar a intubação traqueal. Segundo o parecer técnico, “seu efeito paralisante depende da dose”.

A investigação conduzida pelo Ministério Público revela que houve consumo “anômalo” dos dois fármacos entre janeiro e abril do ano passado. Entre novembro de 2019 e abril de 2020, foram realizadas cinco operações de intubação traqueal no PS do Montichiari. No entanto, os pedidos de propofol e succinilcolina à farmácia central cresceram 100% e 70%, respectivamente, entre janeiro e abril.

Em nenhum dos prontuários clínicos dos pacientes a quem o médico teria administrado os remédios consta a comunicação dessas terapias, o que o torna suspeito de outro crime -falsidade ideológica cometida por funcionário público.

Em seu despacho, a juíza afirma que não é possível supor que Mosca tenha agido a pedido ou com o consenso dos dois pacientes. “Ele administrou as substâncias não por uma intolerável leviandade, imprudência ou efeito de uma indesculpável inexperiência, mas sim na plena consciência dos pressupostos de sua conduta e com intenção de matar.”

Mais adiante, a magistrada diz ser “verossímil” que o investigado estivesse “determinado a matar movido pela vontade de ‘liberar’ não só leitos, mas também recursos instrumentais e energias humanas, físicas e emotivas dos colegas médicos, dos enfermeiros e dos outros operadores do pronto-socorro”.

Na mesma entrevista de junho, em que comentava os piores momentos da primeira fase da pandemia, Mosca contou que assim que a circulação do vírus foi identificada na Itália, no fim do fevereiro, ele decidiu se instalar em uma espécie de pousada, para não correr o risco de contaminar a mulher e a filha, então com 7 anos.

Ficou assim até o início de maio, por mais de dois meses sem ver a família, que mora na cidade de Mântova. Sobre essa distância, afirmou: “Foi um erro, agora me dou conta”.

Depois do interrogatório desta sexta, o Ministério Público deve fazer novas apurações de acordo com as respostas dadas pelo médico. Ele ainda não é considerado réu, porque a investigação ainda está em fase preliminar.

Assim que a prisão preventiva foi decretada, Mosca foi suspenso de suas funções. Em nota, a administração do hospital classificou as acusações como graves e disse que está colaborando com as autoridades. A Ordem dos Médicos da Província de Bréscia ressalta que “se trata de uma investigação, não de uma sentença” e que, embora muito grave, é ainda uma “hipótese de crime”.

Homem é morto pelo ex-sogro no Terra Nova

A Polícia Militar de Rio Claro atendeu no final da noite de sexta-feira (29) a uma ocorrência de homicídio pela Rua 16, bairro Terra Nova. Quando a equipe chegou ao local já encontrou a vítima Mateus Júlio Venancio, 20 anos, sem vida. Ele foi golpeado com várias facadas pelo ex-sogro.

De acordo com o boletim de ocorrência, Mateus foi até a casa da ex-companheira e a ameaçou. Diante da situação o pai da jovem tomou a frente da situação e de posse de uma faca cometeu o homicídio fugindo na sequência levando a arma do crime.

Pelo local foi apreendida uma motocicleta que a vítima usou para ir até o endereço onde acabou morto. O corpo está na manhã deste sábado (30) no Instituto Médico Legal (IML de Rio Claro) onde ainda não existe previsão de horário de velório e sepultamento.

Rio Claro registra mais um óbito e chega a 183 mortes pela Covid-19

Rio Claro tem 183 mortes decorrentes da Covid-19 e 7.679 casos confirmados de contaminação pelo novo coronavírus, sendo que 41 casos foram confirmados nas últimas 24 horas.  Os números estão no boletim divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde nesta sexta-feira (29). O mais recente óbito pela doença no município é de um idoso.

O município tem 69 pessoas hospitalizadas, incluindo casos suspeitos, sendo 39 pacientes na rede pública e 30 na rede particular. Deste total, 24 pessoas estão em UTI. Desde que a pandemia teve início, 7.010 pessoas se recuperaram da Covid-19 em Rio Claro.

A Secretaria Municipal de Saúde alerta a população para que mantenha os cuidados preventivos, com uso de máscara, distanciamento social e higienização.

Rio Claro inicia aplicação da vacina contra a Covid-19 em idosos

Os idosos abrigados na Hospedaria do Emaus em Rio Claro foram vacinados contra a COVID-19 nesta sexta-feira. Todos os 87 idosos receberam a vacina, assim como 36 funcionários que tem contato direto com eles. A aplicação da vacina nos idosos ocorreu também no Abrigo da Velhice São Vicente de Paula e Lar Bethel.

Até o momento, o município vacinou quase 3 mil profissionais de saúde que atuam em locais onde se concentra atendimento, como hospitais e unidades de saúde. Na quinta-feira foram vacinados profissionais de saúde das unidades básicas de saúde e unidades de saúde da família, unidade de pronto atendimento da Avenida 29, Santa Casa e Santa Filomena.

Jornal Cidade RC
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