Pai de Yudi Tamashiro sofre infarto e apresentador pede orações

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O pai de Yudi Tamashiro, Nelson, 56, sofreu um infarto na noite de segunda-feira (15) em decorrência de complicações pela Covid-19. Seu estado é estável. O pai, a mãe e a irmã de Yudi estão com diagnóstico positivo para a doença.


Em vídeo publicado nas redes sociais, Yudi, chorando, falou sobre o momento delicado pelo qual passa. “Estado do meu pai está pior. Essa noite ele teve um infarto e está intubado. Só eu que não estou com o vírus e estou fazendo a correria”, começou.


Na sequência, o apresentador pediu por orações. “O que peço a vocês é o que eu pedi quando a minha mãe estava com câncer: é só oração. Aqueles que creiam orem pela minha família por favor. Não sei o que Deus quer de mim, mas é muita batalha, mano”, disse.


O pai do artista tem hipertensão e estava no Hospital Municipal Santa Ana, em Santana de Parnaíba (45 km de SP). De acordo com a assessora de imprensa de Yudi, ele estava sendo transfiro para o Hospital Fernão Dias onde ficará isolado com pacientes com síndrome respiratória.

Em maio de 2020, a avó de Yudi morreu por causa de complicações da Covid-19. Na época, pediu às pessoas que se cuidassem. “Tem gente levando na brincadeira”, disse.

São Paulo quebra marca de 600 óbitos diários por Covid-19 e médico prevê recorde

MÔNICA BERGAMO
SÃO PAULO, SP (FOHAPRESS) – O estado de de São Paulo ultrapassou a marca das 600 mortes diárias por Covid-19 e bateu um novo recorde.
Foram registrados 679 óbitos por causa da doença nas últimas 24 horas.
O recorde anterior tinha sido na sexta (12), com 521 mortes. A escalada de casos tem sido assustadora. No mês passado, o número ficava abaixo dos 400 óbitos.


Os números chocam quando comparados aos do ano passado: no dia 20 de agosto de 2020, exatamente 679 pessoas morreram -mas em todo o Brasil.
Ou seja, só em São Paulo estão morrendo hoje diariamente um número de pessoas equivalente ao de todo o país no ano passado.


O médico João Gabbardo, que coordena o Centro de Contingência do Coronavírus em SP, postou em seu Twitter uma mensagem nesta terça (16) afirmando que o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, “quando assumir vai se deparar com os piores números da pandemia. Recorde de óbitos hoje será em alta escala”. Ele criticou as falas do novo comandante da Saúde, que descartou a possibilidade de lockdown (confinamento) no país.
O salto em São Paulo foi de 28,2% de uma semana para a outra.


A taxa de ocupação hoje de UTIs no estado é de 89%. Na região metropolitana, ela chega a 90%.

A situação segue crítica mesmo depois da abertura de 1.118 novos leitos nos últimos dez dias -cerca de 700 deles destinados às UTIs.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou na segunda (15) que não descarta endurecer ainda mais as restrições no estado para conter o avanço da Covid-19 caso a atual fase emergencial não dê resultados. Segundo Doria, a fase mais aguda de restrições seria um lockdown (confinamento).


O governador não especificou como seria o confinamento em São Paulo e disse que as decisões são tomadas pelo Centro de Contingência do Coronavírus, formado por mais de 20 médicos e cientistas.


“Não hesitaremos em adotar todas as medidas que forem necessárias para proteger a população de São Paulo. A população precisa seguir as orientações dos médicos para se protegerem, ficarem em casa e respeitarem esse período da fase emergencial para que não tenhamos que adotar restrições mais duras se tivermos recrudescimento dos índices de infecção no estado”, afirmou o governador.​

Vereadora de Araras propõe recesso escolar na rede municipal

Com o objetivo de reduzir a circulação do novo coronavírus e desafogar o sistema de saúde, que está perto de colapsar em Araras, a vereadora Regina Noêmia Geromel Corrochel (PTB) protocolou um requerimento, na última semana, para que Araras antecipe o recesso escolar na rede municipal de ensino.

“É muito importante que o município siga a rede estadual de ensino para que consigamos atingir diminuir o contágio do vírus e, consequentemente, as mortes”, disse a parlamentar. 

Atualmente, Araras conta com 47 escolas municipais num total de 10.879 alunos e, segundo a prefeitura, 1.912 profissionais trabalham na área da educação do município.

Sepultada jovem que estava há quatro meses internada após acidente

Foi sepultado na manhã de hoje, terça-feira (16), no cemitério Parque das Palmeiras, o corpo de Bruna Mariellen dos Santos Lacrois, 26 anos.
A jovem, que trabalhava como auxiliar de serviços gerais e era moradora do Jardim Novo Wenzel, estava internada desde o dia 14 de novembro do ano passado quando sofreu um acidente de carro na Estrada do Broa.

De acordo com o boletim de ocorrência ela e mais duas pessoas ocupavam um Corsa quando em determinado momento a motorista perdeu o controle do veículo ao ter a visão ofuscada pelo farol de um outro automóvel não identificado. Diante da situação, a condutora capotou o carro e bateu contra um barranco.

Bruna teve ferimentos graves na coluna e desde então estava internada e lutava pela vida: “Minha filha foi uma verdadeira guerreira nesses quatro meses mas infelizmente não resistiu”, lamentou a mãe Márcia dos Santos à reportagem. Além da mãe, a vítima deixa ainda um irmão e demais familiares.

Ribeirão Preto adota lockdown para tentar frear Covid-19

MARCELO TOLEDO – RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPPRESS) – O crescimento acelerado de casos, internações e óbitos provocados pelo novo coronavírus fez a Prefeitura de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) anunciar nesta terça-feira (16) o fechamento de supermercados, bancos e restrição na operação de postos de combustíveis.

Supermercados, hortifrutis, mercearias e empresas de entrega de gás não poderão operar de forma presencial e, mesmo internamente, haverá restrições. Supermercados só poderão operar com 30% da capacidade, para atender delivery, e restaurantes com 50%, também para atender os pedidos de entrega.

Bancos também não poderão abrir -exceto autoatendimento-, assim como lotéricas. O transporte coletivo e serviços públicos da prefeitura também serão suspensos. Já os postos de combustíveis terão horário de funcionamento reduzido, das 6h às 20h.

Poderão funcionar farmácias, hospitais, unidades e serviços de saúde e haverá, segundo a prefeitura, controle na circulação de pessoas. As regras inicialmente valerão entre esta quarta-feira (17) e domingo (21).

“São medidas difíceis, mas necessárias nesse momento, para superar essa extrema dificuldade, gravíssima, que estamos vivendo”, disse o prefeito de Ribeirão, Duarte Nogueira (PSDB).

Os leitos públicos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) disponíveis para pacientes diagnosticados com Covid-19 alcançaram 100% de ocupação nesta segunda-feira (15) na maioria dos hospitais de Ribeirão e em cidades da região metropolitana. Em três municípios, a ocupação ultrapassa a capacidade de atendimento.

O avanço da pandemia fez com que 7 dos 10 hospitais que disponibilizam vagas exclusivas para contaminados pelo vírus em Ribeirão, incluindo dois da rede privada, ficassem sem nenhum leito disponível no decorrer da tarde desta segunda.

“Com essa ocupação, não conseguimos garantir atendimento a todos. Estamos num limite muito tênue, uma situação muito perigosa […]. Isso significa que, quando não temos recursos para atender todos, temos de fazer opções. Os médicos vão ter de começar a fazer opções sobre quem vai ter acesso ao pouco recurso que tem sobrando”, disse o secretário da Saúde da cidade, Sandro Scarpelini.

Nogueira afirmou que após os cinco dias iniciais de restrições será feita uma avaliação da evolução da doença na cidade para que, na segunda-feira (22), sejam anunciadas outras modificações ou, caso o cenário melhore, algumas atividades sejam retomadas.

Ainda conforme o prefeito, governantes de outros municípios da região metropolitana foram procurados e receberão o decreto local com todas as medidas que estão sendo adotadas em Ribeirão.

“Certamente muitos deles, devido à situação semelhante, deverão nos acompanhar, o que é muito bom. Teremos uma região expandida com medidas de distanciamento e emergenciais até o próximo domingo, que é o tempo que vamos levar para avaliar como é que vai se comportar a doença”, disse o prefeito.

As cidades da região também estão em situação de saturação na rede hospitalar. Nesta segunda-feira, em Monte Alto havia excesso de dois pacientes em UTIs. Com 16 vagas, havia 18 pacientes internados.

Em Mococa, a ocupação em leitos de UTI chegou a 123% nesta segunda, com 16 pacientes, segundo a Vigilância Epidemiológica, para um lugar que comporta 13.

Em Batatais, os 7 leitos na UTI da Santa Casa de Misericórdia também estavam ocupados. Na enfermaria, chegou a 116,6%, com a criação de uma vaga onde não existia.

Já em Sertãozinho, os 10 leitos de UTI também estavam ocupados, mesmo número existente no Hospital Estadual de Serrana, também com índice de 100%.

Mestrinel não é mais secretário de Saúde de Rio Claro

A Fundação/Secretaria Municipal de Saúde de Rio Claro não terá mais o médico Marco Aurélio Mestrinel na sua presidência. O então titular da pasta pediu exoneração do cargo por motivos pessoais, conforme revelado hoje (16) pela coluna Farol, na edição impressa do JC.

Segundo informações, o chefe de gabinete Murylo Müller assume interinamente o comando da Saúde até a nomeação de um novo titular oficial. Na sessão de ontem (15), na Câmara Municipal, Mestrinel foi criticado pela atuação frente ao comando da autarquia.

O prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) deve anunciar ainda hoje a mudança formalmente. Mais informações ao longo desta terça-feira no site do JC e na edição impressa de quarta-feira (17).

Minas proíbe jogos de outros estados, e São Bento x Palmeiras terá de mudar

CARLOS PETROCILO E JOÃO GABRIEL
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) –

O governo de Minas Gerais anunciou nesta terça (16) a proibição de partidas de futebol de outros estados em seu território. A medida, que impede a realização de São Bento x Palmeiras, marcado para quarta (17), em Belo Horizonte, e outras duas partidas, faz parte da “onda roxa”, um pacote de medidas mais restritivas da quarentena para conter o avanço do coronavírus.
“Consideramos, como área técnica, incoerente a manutenção de qualquer tipo de jogo. Iremos discutir hoje [terça], durante o dia, com todas as federações e todos os envolvidos para achar uma conclusão sobre isso, […] temos que avaliar que o jogo não é apenas a estada do jogador dentro do campo, existe tudo o que se envolve e os riscos sanitários com isso”, afirmou Fábio Baccheretti, secretário de Saúde de Minas Gerais.
O confronto válido pelo Campeonato Paulista já havia saído de São Paulo em razão da suspensão das competições esportivas pela gestão João Doria (PSDB), após pressão do Ministério Público. O veto aos campeonatos vai de 15 a pelo menos 30 de março.
No entanto, o governo mineiro também aumentou suas restrições e proibiu jogos de futebol de outras regiões do Brasil no estado -a situação do Campeonato Mineiro ainda está em debate.
“A orientação é para mantermos a rotina de treinos, nos prepararmos para o jogo. Ontem [segunda] à noite, a Federação pediu a listagem da delegação [para comprar passagens] e ficou de confirmar os detalhes da viagem hoje [terça] cedo, mas agora estamos aguardando uma definição. Se for para jogar, precisamos ter uma confirmação até a tarde. Não tem como mudar mais, jogar por exemplo no Espírito Santo já ficou impossível”, afirmou o presidente do São Bento, Almir Laurindo.
O Palmeiras diz não ter sido informado até o momento sobre qualquer nova mudança. O time viajaria a Belo Horizonte nesta terça, às 16h, após treinar. No calendário do site da federação, a partida segue programada para Belo Horizonte nesta quarta.
O aumento das restrições em Minas Gerais deve afetar não só São Bento e Palmeiras, mas também a realização de Marília x Criciúma, ainda nesta quarta, e Palmas x Avaí, na quinta-feira (18), dois confrontos pela Copa do Brasil.
A continuidade ou não do Campeonato Mineiro ainda está em debate.
O veto atrapalha a possibilidade da Federação Paulista de Futebol (FPF) levar todo o Campeonato Paulista para o estado mineiro enquanto durassem as restrições em São Paulo.
A Folha entrou em contato com FPF e CBF (Confederação Brasileira de Futebol), mas não obteve um retorno até a publicação deste texto.
Entre as medidas que fazem parte da fase que passa a valer para todo o estado de Minas a partir desta quarta está o toque de recolher entre 20h e 5h; proibição de circulação de pessoas sem o uso de máscara em qualquer espaço público ou de uso coletivo; proibição de circulação de pessoas com sintomas de gripe, exceto para consultas médicas ou realização de exames; instalação de barreiras sanitárias de vigilância; proibição de eventos públicos ou privados e proibição de reuniões presenciais.
A Federação Paulista e os clubes de São Paulo brigam, desde a última semana, para reverter a suspensão do Campeonato Paulista.
Nesta segunda, a FPF teve reuniões com o governo de SP e com o Ministério Público, mas ouviu que a decisão está mantida e os jogos, proibidos. Na manhã desta terça, respondeu com uma longa nota criticando a medida.
“A FPF esclarece que, embora todas as medidas tenham sido bem recebidas pelo Governo de São Paulo e pelo Ministério Público, o pleito foi rejeitado sob argumentos que fogem de qualquer conceito médico e científico já visto mundialmente no combate à Covid-19”, concluiu.

Ex-prefeito de Cordeirópolis, Féio, é vacinado contra a Covid-19

Na manhã desta terça-feira (16) o ex-prefeito de Cordeirópolis, Carlos César Tamiazo, o Féio, foi vacinado com a primeira dose da Coronavac, aos 73 anos, no posto do Jardim Progresso.

Tamiazo foi prefeito nos anos de 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012.

O próximo que receberá a primeira dose, na faixa etária de 72 anos, será o ex-prefeito José Geraldo Botion, no Posto de Cascalho.

Alemanha, França e Itália também suspendem vacina de Oxford; OMS diz que risco de não imunizar é maior

ANA ESTELA DE SOUSA PINTO E ANA BOTTALLO – BRUXELAS, BÉLGICA, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Alemanha, França, Itália, Espanha, Portugal, Irlanda e Holanda se uniram a outros oito países europeus -Dinamarca, Noruega, Islândia, Áustria, Estônia, Lituânia, Letônia, Romênia, Bulgária e Luxemburgo- e um asiático -Indonésia- e suspenderam temporariamente a aplicação de vacinas Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19 para se certificarem de que elas não têm ligação com efeitos colaterais mais graves.

As suspensões começaram na semana passada, após casos de morte por trombose na Dinamarca e na Áustria, e se ampliaram apesar de recomendações contrárias tanto da OMS (Organização Mundial da Saúde) quanto da EMA (agência regulatória europeia).

As duas entidades afirmam que os dados disponíveis até agora não indicam uma proporção de casos maior que a que ocorre na população em geral -de um caso a cada mil indivíduos, aproximadamente. Grupos de especialistas de ambas as organizações se reúnem nesta terça (16), separadamente, para avaliar as informações disponíveis e emitir novas recomendações.

Segundo a responsável por vacinas da OMS, Mariângela Simão, os lotes sobre os quais foram relatados problemas foram distribuídos apenas na Europa. Não há suspeitas de problemas com os imunizantes fabricados na Índia -que fornece para o Brasil- e na Coreia do Sul -de onde virão as vacinas da AstraZeneca adquiridas pelo país no consórcio Covax.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmou que está acompanhando e buscando informações junto às autoridades internacionais sobre possíveis eventos adversos relacionados ao uso da vacina de Oxford. Por meio de sua área internacional, a agência solicitou informações sobre a investigação promovida na Europa.

Nas bases nacionais que reúnem os eventos ocorridos com vacinas não há registros de embolismo e trombose associados às vacinas contra a Covid-19, segundo a Anvisa.

Nesta segunda (15), a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, afirmou que é esperado que as redes de vigilância acompanhem alertas de efeitos colaterais de medicamentos e vacinas, e que nenhum deles está 100% livre de provocar reações.

O fundamental, segundo ela, é comparar o risco de ter uma complicação por causa da vacina com o de adoecer gravemente ou morrer por não ter sido imunizado.

“Mais de 300 milhões de pessoas já foram vacinadas no mundo até agora e não há nenhum caso documentado de morte relacionado às vacinas. Por outro lado, 2,6 milhões de pessoas já morreram de Covid-19 desde o começo da pandemia”, afirmou Swaminathan.

Esta é a segunda vez neste ano em que diversos países europeus paralisam a administração das vacinas de Oxford/AstraZeneca preventivamente. Em fevereiro, Alemanha e França, entre mais de dez países, bloquearam o uso do produto em idosos, argumentando que faltavam informações sobre seu efeito nessa faixa etária.

Os países voltaram atrás no começo de março, após a publicação de dados que indicavam boa proteção da vacina em idosos no Reino Unido, onde ela tem sido usada sem restrições.

Mais de 10 milhões de doses do imunizante da AstraZeneca já foram aplicados pelo governo britânico e outros 7 milhões de doses, na Europa.

De acordo com a fabricante, foram relatados até agora 15 casos de trombose venosa profunda (TVP) e 22 eventos de embolia pulmonar, índices “muito menores do que seria esperado que ocorressem naturalmente na população em geral”.

Phil Bryan, líder de segurança de vacinas da agência regulatória britânica (MHRA), a primeira a aprovar o imunizante em dezembro do ano passado, afirmou que sua equipe está “revisando os relatórios de perto, mas as evidências disponíveis não sugerem que a vacina seja a causa”.

A trombose é uma doença que leva à formação de coágulos geralmente nas veias das pernas ou da pelve. As principais causas são a chamada estase venosa (diminuição do fluxo venoso), lesões na parede da veia (geralmente devido a traumas) e alterações da coagulação do sangue.

Segundo Jon Gibbins, diretor do Instituto de Pesquisa Cardiovascular e Metabólica da Universidade de Reading (Reino Unido), a trombose venosa é relativamente comum, afetando de uma a duas pessoas em 1.000. Esse número pode aumentar com a idade e por causa de antecedentes como tabagismo, hipertensão arterial, trauma, câncer, uso de contraceptivos orais e terapias de reposição hormonal.

De acordo com Gibbins, a Alemanha está investigando casos de trombose venosa cerebral, um tipo raro de trombose que afeta 5 em 1 milhão de pacientes e causa um acidente vascular cerebral. “Geralmente ocorre em pacientes com plaquetas anormais que podem se tornar hiperativadas em certas circunstâncias.”

O professor afirmou que as circunstâncias específicas na Alemanha ainda não estão claras, e eles aconselham que qualquer pessoa com dores de cabeça graves e persistentes ou sangramento cutâneo por picada de agulha procure atendimento médico com prioridade.

Segundo o Ministério da Saúde da Alemanha, a paralisação foi adotada depois que a autoridade responsável por vacinas no país afirmou que “considera necessárias mais investigações após novos relatos de trombose cerebral em conexão com a vacinação na Alemanha e na Europa”.

O ministro da Saúde, Jens Spahn, afirmou que houve sete casos relatados, um “risco muito baixo” em comparação com o 1,6 milhão de doses já aplicadas no país.

O presidente francês, Emmanuel Macron, também atribuiu a suspensão a “medidas de precaução”. Na Itália, onde a aplicação da vacina já havia sido retomada, por orientação da EMA, na semana passada, o uso foi de novo interrompido nesta segunda, à espera do comunicado desta terça.

Na Espanha, a agência de medicamentos anunciou nesta segunda que pararia a aplicação de vacinas da AstraZeneca por 15 dias, embora não haja registro de casos graves no país.

Segundo o órgão, foram administradas mais de 769.415 doses a vacina no país, e o número de eventos relatados era muito menor do que os casos esperados na população. A interrupção, porém, foi decidida depois de um relato de caso de trombose cerebral.

De acordo com o presidente do comitê de saúde pública da Associação Britânica de Medicina, Peter English, não é incomum que a introdução de uma nova vacina seja interrompida por relatos de eventos adversos.

“É um sinal de que os sistemas de monitoramento de reações adversas estão funcionando; mas, em geral, não indica que as reações estejam sendo causadas pelas vacinas”, afirmou.

Segundo ele, além de comparar as incidências de casos, é preciso entender se há relação causal entre a vacina e os efeitos adversos.

Para a OMS, é preciso tomar cuidado para não causar pânico e criar preconceito indevido na população contra as vacinas.

Na Bélgica, por exemplo, país que decidir continuar normalmente com as aplicações do imunizante da AstraZeneca, o governo afirmou que houve cancelamentos de vacinação após novas notícias sobre suspensões. Os números não foram informados.

Áustria, Romênia, Bulgária e países bálticos suspenderam a aplicação de um lote específico relacionados à morte de uma enfermeira austríaca, e não de todas as vacinas da AstraZeneca. Esse lote, de 1 milhão de doses, foi enviado a 17 países.

No Brasil, o Ministério da Saúde também estima a ocorrência de trombose em uma a cada mil pessoas. Estudo de 2015 do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu estima a incidência de embolia pulmonar, evolução mais grave da trombose, com formação de coágulos no sangue, em 3,9% a 16,6% da população.

Relatos de embolia pulmonar e de eventos tromboembólicos em decorrência da Covid-19 já foram reportados. Por isso, pode ser também que esses eventos estejam relacionados à Covid, e não à vacina. Não há relatos, até o momento, de qualquer vacina que cause o fenômeno.

“Os distúrbios de coagulação, tanto os que causam derrames quanto os que causam sangramento ou trombocitopenia, um número reduzido de plaquetas no sangue, são muito comuns em pacientes com Covid-19”, afirma Stephen Evans, professor de farmacoepidemiologia da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.

Como ainda não há evidência de que as tromboses tenham sido provocadas por vacina, mas já é certeza de que a Covid causa distúrbios de coagulação, “é extremamente provável que o benefício da vacina supere notavelmente qualquer risco de distúrbios de coagulação, até porque ela evita outras consequências da Covid, como a morte”.

Evans considera “inteiramente razoável” que sejam feitos estudos detalhados sobre as vacinas e as tromboses, mas diz que impedir as pessoas de se imunizarem “parece um passo longe demais” com as informações disponíveis.

Para Renato Kfouri, presidente do departamento de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por se tratar de vacinas em uso há pouco tempo, é preciso investigar os casos de maneira cuidadosa, mas nunca houve associação de eventos tromboembólicos com vacinas.

“É importante lembrar que estamos vacinando muita gente, então muitas pessoas vão sofrer infartos, outros problemas de saúde que teriam de qualquer forma”, diz Kfouri. Segundo o pediatra, não há um mecanismo descrito de vacinas alterando a coagulação sanguínea e, consequentemente, aumentando ou favorecendo esse risco.

Reações inflamatórias e até doenças associadas a essas inflamações já foram reportadas como eventos adversos às vacinas, e essa poderia ser uma hipótese para a aparente associação, ainda não comprovada, da vacina com a trombose.

“Mas o que se imagina é que eventualmente a resposta inflamatória que as vacinas levam para produzir a resposta imunológica possa ter algum grau de agressão ao vaso sanguíneo. Mas isso é teórico. Os fenômenos tromboembólicos se dão por alteração na veia ou artéria, e essas estimativas até hoje não foram demonstradas.”

Rio Claro suspende vacinação contra Covid por falta de vacinas

A Secretaria Municipal de Saúde de Rio Claro informou pouco antes das 11 horas desta terça-feira (16) que suspendeu a vacinação contra a Covid-19, pois está com seu estoque de vacinas zerado.

A vacinação será normalizada quando o município receber novas doses de vacinas do governo estadual ou federal. Por enquanto, não há previsão de quando Rio Claro receberá novo lote de vacinas.

As últimas doses foram aplicadas na manhã desta terça-feira (16).

Carreata contra o fechamento do comércio é realizada em RC

Donos de bares, restaurantes e comércio em geral, realizaram na manhã desta terça-feira (16) uma carreata contra o decreto do Governo do Estado de São Paulo que determina o fechamento dos estabelecimentos comerciais do dia 15 até o dia 30 de março.

A carreata que se iniciou por volta das 10 horas, teve o seu ponto de partida a Avenida 3 com a rua 3, defronte ao Paço Municipal, contou com vários adeptos e percorreu diversas ruas da cidade com a Avenida 29, Rua 14, Avenida Visconde do Rio Claro, entre outras.

A cobrança dos empresários é de mais investimentos na saúde pública e a favor da liberdade de trabalhar, com todos os protocolos determinados pela OMS.

Confira abaixo mais fotos da manifestação

Jornal Cidade RC
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