SP inicia a produção de mais 5 milhões de doses da vacina do Butantan

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) –

Após atraso na entrega de insumos, o Instituto Butantan iniciou, na noite desta terça-feira (20), a produção de mais 5 milhões de doses da vacina Coronavac, que devem ser entregues ao Ministério da Saúde no dia 3 de maio.
Na última segunda-feira (19), vieram da China para São Paulo 3.000 litros do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), ingrediente necessário para a formulação e envase da vacina no país, enviados pela farmacêutica Sinovac. A falta de matéria-prima havia barrado a produção em 7 de abril.
Desde janeiro, o total de unidades da Coronavac repassadas pelo governo de São Paulo ao ministério desde janeiro chega a 41,4 milhões de doses –é a principal vacina aplicada nos brasileiros. As doses são encaminhadas ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) para serem distribuídas proporcionalmente aos estados.
Com a nova produção iniciada nesta terça, o instituto pretende aumentar o total de doses entregues para 46,4 milhões.
Um segundo carregamento de matéria-prima, com mais 3.000 litros –correspondentes a outras 5 milhões de doses–, aguarda autorização para embarque e deve chegar nas próximas semanas ao estado, mas ainda sem data definida.
Segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas, o atraso e o parcelamento da entrega dos insumos em dois lotes não deve alterar o cronograma final.
Este é o segundo atraso na entrega do IFA. Em janeiro, houve episódio semelhante após imbróglio da gestão do presidente Jair Bolsonaro com o governo chinês.
A partir do recebimento da matéria-prima, o primeiro passo é armazená-la em câmara fria e contêiner de aço inox, explica o Butantan. Depois, o contêiner é encaminhado para a sala de tanques para transferência do composto para a bolsa de agitação e, daí, para o tanque pulmão, onde ocorre o processo de envase.
Durante o processo de envase os frascos-ampola são lavados e esterilizados por meio de ar seco quente, passam automaticamente para a entrada da máquina envasadora e, por meio de esteiras automáticas, são posicionados nas agulhas que despejam o produto dentro dos frascos via bomba dosadora.
Os frascos-ampola já com o produto são entregues pela esteira automática à recravadora, para recebimento do selo de alumínio.
Uma terceira fase é a inspeção visual manual, rotulagem e checagem dos rótulos e, por fim, embalagem dos frascos-ampola.
Por último, após o conteúdo envasado, são feitos testes de qualidade por amostragem, incluindo aspecto, pH, volume extraível, volume médio, teor de alumínio, teste de vedação, osmolalidade, identidade, conteúdo antigênico, toxicidade, esterilidade e endotoxina.

Cai para 14 total de capitais com mais de 90% de lotação nos leitos de UTI

JOÃO VALADARES, KATNA BARAN E JÚLIA BARBON
RECIFE, PE, CURITIBA, PR, E RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) –

Ainda enfrentando o período mais crítico da pandemia, o país começa a apresentar uma redução da pressão por vagas de UTI para tratamento da Covid-19 nos grandes centros urbanos.
Catorze capitais e o Distrito Federal estão com mais de 90% de seus leitos de UTI públicos com pacientes graves da doença, segundo levantamento do jornal Folha de S.Paulo com dados de segunda (19). Eram 17 capitais com mais de 90% na semana passada, e situação recorde de 21 na anterior, ambas incluindo a capital federal.
Ao todo, 18 capitais registraram queda no percentual de leitos de UTI ocupados na última semana, sendo que cinco delas estão abaixo do patamar crítico de 80%: Salvador, Macapá, Manaus, João Pessoa e Boa Vista.
O avanço na vacinação das pessoas mais velhas e a adoção de medidas de restrição mais rígidas nas últimas semanas em alguns estados são apontados como os principais fatores para a queda.
Em Salvador, por exemplo, a taxa de ocupação de leitos saiu de 81% na última semana para 76% nesta segunda, queda que acompanha a tendência registrada no estado.
Segundo o secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, a imunização dos idosos resultou na redução do número de solicitações por leitos de UTI entre pessoas com mais de 70 anos. “É uma queda significativa e sustentada”, diz.
Nas últimas quatro semanas, o número de pessoas com mais de 80 anos em leitos de UTI caiu 42% estado da Bahia. Entre os que têm de 70 a 79 anos, a redução foi de 20%.
Em São Paulo, onde também há desaceleração na demanda por leitos, a taxa de ocupação chegou a 83% no estado, 81% na Grande São Paulo e 84% na capital paulista, diz a Secretaria Estadual da Saúde.
Presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, Carlos Magno Fortaleza destaca que as duas semanas que São Paulo ficou na fase vermelha, mais o período em que ficou no vermelho ampliado, fez com que diminuíssem os casos de Covid-19, as internações, a fila de espera e as ocupações em UTI. “Realmente desacelerou a pandemia. Nós descobrimos que medidas restritivas funcionam, mas o que obtivemos até agora ainda é muito pouco”, afirma.
No outro extremo, capitais como Campo Grande e Rio Branco não têm leito disponível para pacientes críticos.
Em Rio Branco, os leitos de terapia intensiva lotaram na segunda-feira. A ocupação passou para 100% nas duas unidades de referência da cidade, e a fila para transferência, que estava zerada, agora tem 14 pessoas.
Na capital de Mato Grosso do Sul, a ocupação das UTIs atingiu taxa de 106%, com 37 pessoas aguardando por leitos.
O cenário também é crítico nos demais estados do Centro-Oeste. Em Mato Grosso, a ocupação segue próxima do limite, com 96% das 608 vagas de UTI ocupadas, ante 98% de sete dias antes. A fila também foi reduzida, de 85 pacientes para 33.
No Distrito Federal, havia 231 pessoas à espera de leito de UTI na terça. A taxa de ocupação de leitos Covid era de 97%. Para ajudar a suprir esse problema, estão sendo construídos três hospitais de campanha. Cada um vai dispor de cem leitos de UTI. “
Em Goiás, a pressão em leitos de UTI teve ligeira redução na última semana, mas, ainda assim, 90% dos leitos estão ocupados e há fila. Na última semana, havia 74 pessoas à espera de uma vaga. Agora, há 37.
Em outros estados, o cenário é de estabilidade com altas taxas de ocupação. É o caso de Pernambuco. Mesmo diante da abertura contínua de novos leitos, a taxa de ocupação permanece em 97%.
No estado, há 1.562 pessoas internadas recebendo cuidados intensivos. É o maior número desde o início da pandemia. Nesta terça, havia 75 pacientes graves esperando para acessar um leito.
Há duas semanas, médicos denunciam desabastecimento de medicamentos como sedativos e bloqueadores neuromusculares em unidades de saúde pública no Recife. O governo estadual nega.
No estado do Rio de Janeiro, a fila por UTIs públicas despencou de 419 para 196 na última semana, mas a ocupação de leitos continua alta, em 86%. Na capital fluminense a situação é estável, com 93% das vagas de terapia intensiva ocupadas e 43 pessoas na espera nesta terça-feira (20).
O prefeito Eduardo Paes (DEM) flexibilizou as restrições na última quinta (15), permitindo que restaurantes e bares funcionem presencialmente até as 21h e que esportes coletivos sejam praticados em praias e parques. Permanecer ou vender produtos na areia, porém, continua proibido.
O Paraná também segue com o quadro de estabilidade, com o índice de ocupação de UTIs girando em torno de 94% e 148 pessoas aguardando por leitos nesta terça-feira.
O quadro é melhor no Rio Grande do Sul, onde a ocupação de UTIs caiu de 87% para 83% em uma semana. Porém, no mesmo período, foram criadas 24 novas vagas, e a fila de espera não diminuiu, permanecendo com 40 pessoas.
Na capital Porto Alegre, a queda na lotação de hospitais foi ainda maior: de 96% para 87% a partir da abertura de 12 novas UTIs. A espera por leitos, no entanto, cresceu de três para seis pacientes.
Em Santa Catarina, o cenário está estável, com 96% das UTIs ocupadas mesmo com a criação de 18 leitos. Mais de cem pacientes ainda aguardavam vagas no sistema público nesta segunda-feira (19).
Em Minas Gerais, a ocupação de leitos de UTIs públicas reservadas para Covid-19 registrou um recuo pequeno, passando de 91% para 89%.
Na quinta-feira (15), o governo do estado anunciou que metade das macrorregiões de saúde passariam à onda vermelha do plano de flexibilização de atividades, uma fase menos restritiva que a onda roxa e onde a adesão fica a critério dos municípios.
“Estamos longe de ter conforto. Ainda temos um sistema hospitalar sobrecarregado, os profissionais de saúde estão cansados e as vagas são poucas”, afirmou o governador Romeu Zema (Novo).
A tendência de queda nos indicadores em Belo Horizonte –até ocupação de UTI– levou o prefeito Alexandre Kalil (PSD) a anunciar a abertura gradual do comércio a partir desta quinta (22), após um mês e meio de fechamento, e a retomada de aulas presenciais.

Acidente mata motociclista na SP-310 entre Santa e Cordeirópolis

Um acidente envolvendo três carros e uma motocicleta, no km 163 da Rodovia Washington Luiz, entre Santa Gertrudes e Cordeirópolis, provocou a morte de uma pessoa na noite desta quarta-feira (21).

De acordo com a Polícia Rodoviária de Rio Claro, o trânsito está parcialmente interditado neste momento para o trabalho da perícia. Informações preliminares dão conta de que o motociclista morreu no local e as outras vítimas foram encaminhadas ao Pronto-Socorro de Santa Gertrudes. 

Até a publicação desta reportagem, às 21h50 de hoje, a vítima não havia sido identificada.

Submarino da Indonésia desaparece com 53 a bordo perto de Bali

IGOR GIELOW
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um submarino da Marinha da Indonésia despareceu nesta quarta (21) no estreito entre as ilhas de Java e de Bali com 53 militares a bordo.


O KRI Nanggala-402, construído na Alemanha e em operação desde 1981, perdeu contato com as autoridades após pedir permissão para mergulhar, à 3h no horário local (16h de terça em Brasília).


Aviões foram enviados para a região e identificaram manchas de óleo na água, indicativo de um naufrágio. Os governos de Singapura e da Austrália, vizinhos do arquipélago indonésio, ofereceram ajuda para as buscas.
Acidentes com submarinos, um dos mais complexos tipo de embarcação à disposição das Marinhas, não são raros. Em 2017, a Argentina perdeu o ARA San Juan, afundado após uma explosão interna não explicada até hoje.


Caso mais clássico ainda é o do Kursk, submarino nuclear russo que afundou após uma explosão no seu compartimento de torpedos em 2000, no alvorecer da era Vladimir Putin no poder.


O Nanggala é um submarino da classe Cakra, encomendado junto à Alemanha em 1977. É uma das inúmeras variantes da bem-sucedida linha de embarcações para exportação IKL-209.

Há outro desses em operação na Marinha indonésia e mais dois de um modelo mais moderno do 209 feito sob licença na Coreia do Sul, a classe Jang Bogo -chamada de Nagapasa por Jacarta.


O Brasil opera 5 embarcações da linha 209, 4 da classe Tupi e 1, da Tikuna. Desde 2009, trocou de parceiro e está construindo 4 submarinos franceses Scorpène. Sua versão brasileira, maior e modificada, é a classe Riachuelo, e há dois deles no mar hoje -um em fase avançada de testes, outro recém-lançado.

O Nanggala havia sido modernizado na Coreia do Sul, parceira militar da Indonésia, em 2012. Mas sua provável perda é mais um sinal das dificuldades pela quais passam as Forças Armadas do país.


Situado no centro das rotas marítimas contestadas por China e pelos EUA e seus aliados, a Indonésia é estrategicamente vital em qualquer configuração política no Indo-Pacífico.


Em 2019, o presidente Joko Widodo buscou avançar o programa de modernização bélica colocando um ex-adversário, o general Prawobo Subianto, como ministro da Defesa.


Na avaliação do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, entidade britânica que é referência na área, até aqui o esforço tem sido lento.

Morrissey acusa ‘Os Simpsons’ de racismo por personagem inspirado nele

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Conhecida por satirizar pessoas e situações, a animação “Os Simpsons” foi alvo de críticas do cantor Morrissey, 61, ex-vocalista da banda The Smiths. Ele afirmou ter se sentido ofendido com o episódio “Panic On The Streets of Springfield”, exibido no último domingo (18).


Na trama, o personagem Quilloughby é o vocalista da banda The Snuffs, que se torna a favorita de Lisa Simpson. Ela rouba o cartão de crédito dos pais para vê-lo em um festival, mas ao conhecê-lo se decepciona ao descobrir que ele atualmente é cínico e abandonou o veganismo.


Segundo os roteiristas da animação, o personagem não foi baseado apenas em Morrissey, mas também em outros vocalistas, como Robert Smith da banda The Cure, e Ian Curtis, do Joy Division. Na animação, ele foi dublado pelo ator britânico Benedict Cumberbatch.


Contudo, Morrissey criticou nas redes sociais, em mensagem assinada por seu empresário, Peter Katsis, a forma como foi retratado e disse que a animação exibiu “contornos racistas”. Vale lembrar que o próprio cantor esteve mais em evidência nos últimos tempos por declarações no mínimo polêmicas, muitas das quais consideradas racistas, algo que foi lembrado no episódio.


“Zombar dos assuntos é uma coisa”, afirmou. “Mas quando um show se rebaixa tanto para usar táticas odiosas, como mostrar o personagem Morrissey com a barriga para fora da camisa (quando ele nunca teve essa aparência em qualquer momento de sua carreira) faz você se perguntar quem é o verdadeiro grupo racista e nocivo aqui.”
“Pior ainda: chamar o personagem de Morrissey de racista, sem apontar nenhum caso específico, não oferece nada”, prosseguiu. “Isso só serve para insultar o artista.”


O texto diz ainda que a animação teve uma “virada para pior” nos últimos anos e acusou os escritores de “tentar capitalizar em controvérsias baratas e expor rumores cruéis”. “Eles deveriam pegar aquele espelho e segurá-lo diante de si”, afirmou, lembrando que o personagem indiano Apu foi criticado por ajudar a manter o “racismo estrutural”.


Ele ainda enumera diferenças entre Morrissey e o personagem. Diz que ele “não processou ninguém por seus ataques, nunca parou de fazer grandes shows e ainda é um vegano sério e um forte defensor dos direitos dos animais”.

Bruno Covas continuará internado sem previsão de alta, mas segue despachando

ISABELA PALHARES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), prosseguirá internado sem previsão de alta para o tratamento de um câncer que se expandiu para o fígado e para os ossos, informou nesta quarta (21) sua equipe médica em entrevista coletiva no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A situação clínica é considerada estável.


O prefeito iniciou uma nova fase com tratamento quimioterápico na semana passada que necessitou também de complementação nutricional, feita por sonda no período de sono. Com o procedimento passou a acumular líquido no pulmão, o que necessitará ser drenado.


Segundo David Uip, que integra a equipe, Covas pretende manter a atividade profissional e continuar despachando do hospital.


Na sexta-feira (16), a equipe médica de Covas, 41, já havia comunicado que exames mostraram o surgimento de novos focos de câncer no fígado e ossos. Ele foi internado para tratamento com quimioterapia e imunoterapia.


O câncer do prefeito originou-se na cárdia, uma válvula no trato digestivo, e depois afetou também o fígado. Ele iniciou tratamento ainda em 2019 e evita, desde então, afastar-se de suas funções na prefeitura, limitando suas licenças médicas. No ano passado, ele foi reeleito para mais quatro anos de mandato.


Entre outubro de 2019 e fevereiro último, o prefeito fez oito sessões de quimioterapia. As lesões cancerígenas regrediram, mas não desapareceram por completo.

Em fevereiro, um novo nódulo no fígado foi descoberto. Na ocasião, a equipe médica disse que o câncer no sistema digestivo que ele trata desde 2019 conseguiu “ganhar terreno”, mas que ainda era menor do que o primeiro encontrado há dois anos atrás.

Rio Claro não registra óbitos nas últimas 24h; índice de ocupação de leitos é de 66%

Rio Claro não registrou óbitos pela Covid-19 nas últimas 24h. Isso foi o que apontou boletim da Vigilância Epidemiológica desta quarta-feira (21). O índice de ocupação de leitos está em 66% depois de muito tempo.

O município tem um total de 12.231 casos positivos da doença com os 14 casos registrados nas últimas 24 horas. 103 pessoas estão hospitalizadas, sendo 52 em UTI (Unidade de Terapia Intensiva).  A cidade tem 360 mortes em decorrência da Covid.

Veja a tabela

Com alta em internação de jovens por Covid, sobe procura por pulmão artificial usado por Paulo Gustavo

KATNA BARAN
CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Era 8 de janeiro quando o professor Robert Gessner Junior, 31, acordou no hospital. Para ele, havia se passado apenas um dia desde que fora intubado para tratar a Covid-19, em 21 de dezembro. Mas, o cuidado excessivo dos médicos o alertou para o que só descobriria mais tarde: a doença se agravou a tal ponto que seu pulmão fora “desligado” por 11 dias.


Assim como o ator Paulo Gustavo, 42, Robert utilizou a ECMO (Membrana de Oxigenação Extracorpórea), espécie de pulmão artificial que oxigena o sangue fora do corpo, substituindo temporariamente o órgão comprometido de maneira severa.


“A primeira coisa que pensei quando acordei foi: passei Natal e Ano Novo longe de todos”, contou o professor que perdeu 32 quilos durante o tratamento. Obeso, pré-diabético e hipertenso, ele ainda guarda sequelas da doença, como dificuldades para caminhar, falta de movimento na mão esquerda e uma síndrome que provoca fraqueza muscular.


“Não reclamo de absolutamente nada, tenho esperanças de que consiga logo me recuperar para trabalhar”, disse Robert, que atribui a cura à ajuda extra da ECMO.


As diferentes cepas do novo coronavírus, algumas mais infecciosas e severas em pacientes jovens e sem comorbidades, têm levado ao aumento da procura pelo aparelho, que ainda continua praticamente inacessível à maioria dos doentes.


O equipamento não é usado no tratamento da Covid-19, mas serve como suporte para que os pulmões “descansem” enquanto o organismo combate a infecção. “É como uma hemodiálise, mas nos pulmões”, explicou o médico Jarbas da Silva Motta Junior, coordenador das UTIs do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba, onde Robert foi tratado.
Segundo Gustavo Calado, diretor da Elso (Organização para Suporte Vital Extracorpóreo), instituição que regulamenta o uso e as diretrizes para a ECMO no mundo, antes da pandemia, eram de 150 a 200 implantes por ano no Brasil, grande parte por problemas cardíacos. Agora, a demanda já passa de 800, sendo que 85% dos procedimentos estão relacionados à Covid-19.


Ele conta que a tecnologia existe há mais de 40 anos, mas só se difundiu no auxílio ao tratamento de problemas respiratórios a partir da pandemia de H1N1, entre 2009 e 2010. Também foi utilizada em vítimas do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em 2013.


Calado ressalta, no entanto, que o doente deve atender a uma série de pré-requisitos para utilizar a máquina. O primeiro é esgotar todas as alternativas para recuperar os pulmões, como uso de ventilação mecânica e da manobra de prona, em que a pessoa é colocada de bruços.


“Em idosos com comorbidades, por exemplo, não há indicação, pois só aumenta o sofrimento”, explicou.
Outro fator que restringe o acesso é o número de centros aptos a operar o equipamento. No Brasil, são apenas 28 credenciados.


Antes da pandemia, o Marcelino Champagnat, uma das unidades de referência, instalava no máximo dois aparelhos por ano. Já entre 2020 e 2021, foram 11.


A demanda também cresceu entre as fabricantes. Em março, a Braile Biomédica se tornou a única empresa do hemisfério Sul a obter a certificação da Anvisa para fornecer ECMOs de tempo prolongado a hospitais do país.
“Existe uma demanda maior do que a oferta de produtos até porque os demais fabricantes são multinacionais que acabam focando no mercado interno, como Japão e Estados Unidos”, contou o CEO da empresa, Rafael Braile. Desde março, a fabricante já instalou 23 equipamentos.


As especificidades da ECMO levaram a Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias) a barrar a cobertura da tecnologia no SUS, em 2015. O comitê se baseou em um estudo que leva em conta o valor de implantação do recurso e o retorno efetivo ao paciente.


Apesar disso, o equipamento pode ser acessado por pacientes internados nos poucos centros de referência credenciados para atender o setor público, como no Incor de São Paulo.


Braile lembra que o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu o uso da ECMO pelo SUS enquanto presidia a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Atualmente, há novas discussões para ressubmissão dos estudos de economia e saúde junto à Conitec.

Já os planos de saúde têm decisões discrepantes sobre a cobertura do uso da ECMO.


Segundo a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), a ECMO “é ainda muito restrita e não consta no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar [ANS]”. Já a ANS afirmou que, quando realizada pela via torácica e com objetivo de prestar assistência mecânica circulatória prolongada, deve haver, sim, pagamento pelos planos.


Diferentemente de Robert, que conseguiu liberação do seguro para usar a máquina, o fisiculturista e empresário curitibano Kaique Barbanti, 28, teve que arcar com os custos do tratamento, que, só com o equipamento, giraram em torno de R$ 150 mil.


Kaique ficou 62 dias internado, sendo 23 deles ligado à ECMO (a média é de sete a dez dias). Ele já estava curado da Covid-19, mas teve que deixar o pulmão “descansando” para curar uma trombose causada pela doença.
“Se a ECMO não me salvou, me deu sobrevida para o corpo reagir e me proporcionou uma recuperação acima da média”, afirmou Barbanti.


Motta, um dos responsáveis pelo atendimento aos dois pacientes, exaltou a função da máquina. “Há possibilidade muito grande de não terem sobrevivido [sem a ECMO] e, se tivessem, teriam bem mais sequelas pulmonares.”
Como explica o médico, além de facilitar o tratamento de casos graves da Covid-19, a ECMO permite melhor resposta a intervenções invasivas às vezes necessárias.

É o que ocorreu com Paulo Gustavo, que passou por procedimentos para corrigir problemas de coagulação e na passagem de ar entre os brônquios e a membrana que reveste os pulmões. Em último boletim médico divulgado pela assessoria do ator, na quinta-feira (15), o estado de saúde dele ainda foi considerado crítico.


A Folha consultou cinco das maiores operadoras de planos de saúde do Brasil, mas todas se recusaram a oferecer dados de pedidos de liberação do uso da tecnologia em pacientes. A ANS informou não possuir essas informações e o Ministério da Saúde não retornou o contato.

Rio Claro teve 14 novos casos de Covid em 24 horas

O município de Rio Claro totaliza 12.231 casos positivos de Covid-19 com os 14 casos registrados nas últimas 24 horas.


O boletim divulgado nesta quarta-feira (21) pela Secretaria Municipal de Saúde aponta que o município permanece com 360 mortes em decorrência da Covid.


Rio Claro tem 103 pessoas hospitalizadas, sendo 52 em unidades de terapia intensiva. O índice de ocupação de leitos é de 66%.


A Secretaria Municipal de Saúde alerta a população para que mantenha os cuidados preventivos, com uso de máscara, distanciamento social e higienização frequente das mãos. 

Setor supermercadista distribuirá cartões de compras de alimentos para famílias vulneráveis

O setor supermercadista lançou, nesta quarta-feira (21), a campanha ‘Doação Super Essencial’, que arrecadará recursos que serão destinados a distribuição de cartões no valor de R$ 100 para a população vulnerável fazer compras em todos os supermercados do país. A iniciativa da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) envolverá suas 27 afiliadas e terá uma ação inicial organizada pela Associação Paulista de Supermercados (APAS).

A operação tem o apoio da ONG Ação Cidadania e do Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) das Nações Unidas. A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) também tem papel importante na campanha, atraindo a participação do setor nas doações.

Para João Galassi, presidente da ABRAS, a ação solidária é fundamental no momento em que uma parcela considerável da população brasileira não tem acesso pleno e permanente a alimentos e itens de primeira necessidade por conta da crise financeira agravada pela pandemia do coronavírus. “Todos os setores da sociedade precisam estar unidos para socorrer as famílias que foram atingidas pela pandemia. A adesão de empresas de todo o país à campanha é uma forma prática de ajudar efetivamente a aplacar a fome que assola milhões de lares brasileiros”, afirma Galassi. Segundo ele, a iniciativa inédita, que une empresas de todo o Brasil e pessoas físicas, reforça o legado de compaixão e solidariedade no combate à fome, causa sempre defendida pelo setor supermercadista.

A distribuição dos cartões se dará de duas formas. Pode ser feita pela própria empresa que fez a doação e quer ajudar alguma comunidade específica, seguindo os critérios de elegibilidade dos programas sociais de estados e municípios. Ou, caso a empresa não queira se responsabilizar pela distribuição, os cartões são entregues pela APAS e ABRAS para programas sociais de governos de estado e prefeituras, que encaminharão a doação aos mais vulneráveis das comunidades carentes mapeadas por seus programas sociais.

O cartão não é recarregável, mas pode ser usado várias vezes em supermercados diferentes, até que todo o valor de 100 reais seja gasto. A produção dos cartões e o envio serão feitos pelas bandeiras Alelo, Ticket e Sodexo, conforme acordado com a Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT). As operadoras prestarão assistência aos usuários no esclarecimento de dúvidas  sobre o saldo e extrato através de telefone impresso no verso dos cartões.

Todo o processo terá auditoria independente e o nome da empresa doadora será impresso no lote de cartões doados, sinalizando a autoria da doação. “Empresas doadoras estarão fortalecendo suas marcas já que neste momento de pandemia os consumidores estão ainda mais atentos aos valores solidários das empresas. Além disso é mais prático participar de uma campanha já estruturada. Isso facilita a vida de quem quer ajudar mas não sabe como”, completa Ronaldo dos Santos, presidente da APAS.

Santos lembra ainda que essa corrente do bem é fundamental para garantir o abastecimento seguro e permanente das famílias mais necessitadas, assegurando que a essencialidade que pauta o setor supermercadista realmente atenda a toda população.

Além de estimular a solidariedade em tempos de pandemia com foco no combate à fome, a doação através de cartões de compras traz uma grande vantagem. Cada família pode escolher como vai gastar os 100 reais, adquirindo nos supermercados os alimentos e itens de primeira necessidade de sua preferência. Essa liberdade de escolha para quem vive em situação de vulnerabilidade representa dignidade e resgate de cidadania.

Interessados em doar devem acessar o site

www.doacaosuperessencial.com.br ou ligar (11) 3838-4525

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