VÍDEO: Região de Rio Claro fica coberta por nuvem de poeira

Internautas do JC registraram uma nuvem de poeira sobre a região de Rio Claro na tarde desta quarta-feira (8). O fenômeno começou por volta das 13h30 e também foi visto em cidades da nossa região.

Rio Claro enfrenta mais um dia com qualidade de ar baixa, segundo informações da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). O calor e as rajadas de vento também ajudam no aparecimento da poeira, segundo o órgão.

Dados do Climatempo apontam que a massa de ar seco continua atuando e não há previsão de chuva para hoje na cidade. A máxima está prevista para 37º em Rio Claro.

Roubo em Araçatuba custou R$ 600 mil, diz polícia, após prender suspeito de ser ‘diretor financeiro’ da ação

ALFREDO HENRIQUE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A quadrilha envolvida no mega-assalto ocorrido em Araçatuba (521 km de SP), no último dia 30, investiu ao menos R$ 600 mil na ação criminosa, segundo disse à polícia um homem de 33 anos, apontado pelos policiais como “diretor financeiro” do bando envolvido no roubo. Ele foi preso pela Polícia Civil, nesta terça-feira (7), na sua casa, em Sorocaba (99 km de SP).


O valor foi relatado no momento da sua prisão, de acordo com a polícia, que não informou detalhes de como o dinheiro foi usado.


Além dele, na mesma residência uma mulher e outro homem também foram detidos. A defesa do trio não havia sido encontrada até a publicação desta reportagem.


Ao todo, seis já foram presos por suspeita de participação no assalto na cidade do interior paulista.


Três pessoas também morreram durante o roubo, incluindo um criminoso, não identificado. Um homem em situação de rua foi atingido pela explosão de uma das bombas usadas pela quadrilha, deixadas nas ruas, e teve os pés e uma das mãos decepados.


Policiais militares especializados em explosivos encontraram 93 artefatos deixados pelos criminosos na cidade do interior. Os valores levados pela quadrilha não foram informados pela Polícia Federal, que investiga o caso pelo fato de os dois bancos atacados pela quadrilha serem ligados à União.


Na ação desta terça, policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) foram até Sorocaba, com a informação de estaria na cidade o suposto responsável pelas finanças do bando, integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).


Investigadores ficaram de campana em frente à casa do homem, quando o flagraram chegando em uma picape Volkswagen Amarok. Ao ser abordado, de acordo com a polícia, o suspeito deixou que policiais entrassem em sua casa, no bairro Parque São Bento.


Dentro do imóvel, segundo o Deic, policiais também identificaram uma mulher, de 40 anos, procurada pela Justiça por tráfico de drogas. Anotações de altos valores, supostamente de vendas de drogas, foram encontrados no local e, por isso, o casal foi preso em flagrante. Essa “contabilidade” vai ser analisada pela polícia.


“[O tesoureiro] revelou ter financiado a operação para roubar os bancos em Araçatuba. Sua participação nas ações não está descartada”, afirmou trecho de nota do Deic.

Instantes depois, segundo a polícia, um terceiro homem, de 25 anos, chegou em um carro de luxo que, após ser abordado, foi identificado como “funcionário” do suspeito que já estava detido. Os três, ainda segundo o Deic, contam com passagens criminais anteriores por tráfico, no caso do tesoureiro, homicídio.


As denúncias recebidas pelos investigadores indicavam que o trio ostentava veículos de luxo, além de manter um “padrão alto de consumo”.


Os três foram indiciados por organização criminosa. A Polícia Federal da região de Araçatuba foi informada sobre as prisões.


O assalto A ação criminosa levou o terror à cidade de 200 mil habitantes na madrugada do dia 30. Ela é uma das maiores do tipo já realizadas no estado, segundo a polícia.


Nessa modalidade de roubo, conhecida como “novo cangaço”, grupos de criminosos fortemente armados, em geral entre 15 e 30 pessoas, chegam durante a madrugada a cidades de pequeno e médio portes em comboios de veículos para praticar as ações. Araçatuba é o 33º município atacado desta maneira desde 2018.


No caso de Araçatuba, a quadrilha explodiu duas agências bancárias, roubou o dinheiro delas, atirou em uma terceira, fez moradores reféns, disparou bombas e ateou fogo em veículos na fuga.


A Polícia Civil de São Paulo também apura a participação de ao menos outras duas pessoas no caso. Ambas são de Piracicaba (que fica a 380 km de Araçatuba).


Morreram durante o assalto as vítimas Renato Bortolucci da Silva, 38, e Marcio Victor Possa da Silva, 34.

SP não registra intercorrência com doses da Coronavac aplicadas de lotes suspensos pela Anvisa

O Governador João Doria confirmou, nesta quarta-feira (8), que não foram registradas intercorrências com as doses da Coronavac presentes nos lotes suspensos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O Governo de SP, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, monitora a situação dos imunizantes e não registrou, desde o último sábado (4), nenhuma notificação de evento adverso com os lotes que haviam sido distribuídos e aplicados. Cidadãos que receberam as doses, cuja qualidade foi devidamente validada pelo Governo Federal, devem ser observados por 30 dias, como medida preventiva de segurança.

“É uma mensagem tranquilizadora às pessoas que, como eu, tomaram a vacina do Butantan. A qualidade da vacina Coronavac é incontestável, a própria Anvisa já se pronunciou neste sentido. Aguardamos a liberação deste novo lote de vacinas para a aplicação na população”, disse Doria.

Antes da distribuição para a população, as 4 milhões de doses disponibilizadas na rede de saúde estadual passaram por rigoroso controle de qualidade e foram certificadas pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade (INCQS), órgão da Fiocruz do Governo Federal, responsável pela avaliação da qualidade de todos os imunizantes distribuídos no Brasil. As vacinas foram validadas e, portanto, tiveram a qualidade garantida para a utilização na população.

Do total de 4 milhões de doses distribuídas dos lotes bloqueados pela Anvisa, a Secretaria de Saúde identificou 224.737 doses que não estão aplicadas e/ou registradas no sistema de informação oficial para registro de doses (VaciVida). Estes imunizantes, apesar de terem sua qualidade garantida pelo INCQS e pelo controle de qualidade do Instituto Butantan, devem ser reservados e armazenados pelas equipes municipais, mantendo em quarentena na temperatura de +2 °C a +8 °C conforme orientação da Anvisa e até a liberação pelo órgão federal.

A Secretaria de Estado da Saúde também orientou os municípios quanto ao monitoramento por 30 dias de todas as pessoas que tomaram as doses, sendo que todo e qualquer evento adverso deve ser registrado no VaciVida.

“Temos confiança quanto à qualidade, segurança e eficácia da Coronavac. O imunizante passou por rigoroso controle de qualidade e todas as doses distribuídas para a rede de saúde passaram por testes de avaliação e foram certificadas para o uso”, destaca Regiane de Paula, coordenadora do Plano Estadual de Imunização.

Talibã vai proibir mulheres de praticar esportes no Afeganistão

IGOR GIELOW
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em mais um sinal de suas promessas de moderação são para ocidental ver, o Talibã disse nesta quarta (8) que mulheres não poderão praticar esportes “nos quais elas sejam expostas”.


A informação foi dada por um dos chefes da comissão cultural do grupo fundamentalista, que retomou o poder no Afeganistão no dia 15 de agosto e acaba de formar um governo provisório, em entrevista a rede australiana SBS.


“Eu não acho que mulheres poderão jogar críquete porque não há necessidade para isso”, disse Ahmadullah Wasiq.
“No críquete, elas podem enfrentar uma situação em que seu rosto e corpo não estará coberto, e o Islã não permite que mulheres sejam vistas assim. O Emirado [como o grupo chama seu governo] não permite mulheres a jogar críquete ou quaisquer esportes nos quais elas sejam expostas”, completou.


A entrevista versava sobre críquete, que é bastante popular no país –o próprio Talibã permitiu na sexta (3) a realização de um jogo, algo que não fazia quando governava o país com mão de ferro de 1996 a 2001, até ser expulso do poder pela invasão americana encerrada no dia 30 de setembro.


Não houve nenhum decreto formal sobre isso, mas o comentário vai em linha com o anúncio do novo governo afegão, feito pelo Talibã na terça (7): radicais de velha guarda ocupam boa parte dos cargos, sem nenhuma presença feminina.
O Ministério da Promoção da Virtude e da Prevenção do Vício, a temida polícia política dos anos do Talibã 1.0, foi recriado. Não está claro com quais poderes, em especial num momento em que cresce a suspeita externa sobre o discurso dos extremistas de que agora seria tudo diferente e que haveria mais liberdade.


Tudo dentro de um escopo da sharia, a lei islâmica que o Talibã segue de forma literal, como se vivesse na Idade Média.


O fato de que sua face relativamente mais cosmopolita, o mulá Abdul Ghani Baradar, não ficou com a chefia principal do governo do líder supremo Hibatullah Akhundzada, sugere que o grupo enfim não mudou tanto.


Nos anos talibãs, quando o abrigo dado a Osama bin Laden durante a preparação do 11 de Setembro causou a derrubada do grupo pelas mãos ocidentais, mulheres eram relegadas a papéis domésticos –não podiam estudar e raramente tinham atendimento médico.


Agora, o Talibã liberou o estudo, desde que separado de homens. Desde quinta (2), há protestos pontuais de mulheres em Cabul e outras cidades, a maioria sendo dispersado com mais ou menos violência.


O ministro do Interior do novo governo, responsável pela segurança interna, é um terrorista com um prêmio de US$ 10 milhões na cabeça posto pelos EUA, Sirajuddin Haqqani.


Os EUA, que vêm sendo fustigados pelos rivais China e Rússia devido tanto à ocupação quanto pela retirada desastrada do país asiático, seguem tentando encontrar uma resposta coerente à questão acerca de seu relacionamento com o Talibã.


A área militar do governo já disse que poderá cooperar contra inimigos comuns, como o grupo terrorista Estado Islâmico. Nesta quarta, o secretário de Estado, Antony Blinken, chegou à Alemanha para debater com seu colega Heiko Maas o tema.


Ambos querem que as decisões sobre Afeganistão saiam de um colegiado de 20 países com interesses na região, dentro da esfera ocidental. Do lado de lá, China, Rússia, Irã e outros países farão uma reunião nos dias 16 e 17 para debater sua resposta –Pequim lidera o movimento de aceitação dos talibãs.


Ainda assim, ante os movimentos iniciais do grupo no poder, a chancelaria chinesa reiterou nesta quarta que o Talibã precisaria “ouvir mais”, numa sinalização de que seu apoio é condicional –quanto mais um eventual reconhecimento diplomático.


A União Europeia foi na mesma linha, embora ambos mantenham a esperança de que a necessidade por fundos para governar possa moderar os fundamentalistas na prática.


Sem inimigos internos relevantes depois da virtual subjugação do vale rebelde do Panjshir, o Talibã pode até namorar a ideia de se fechar, mas isso parece de fato muito difícil.


Em Abu Dhabi, o ex-presidente afegão Ashraf Ghani pediu desculpas também nesta quarta por ter fugido de Cabul quando as tropas talibãs cercaram a cidade.


“É com profundo pesar que meu próprio capítulo terminou com uma tragédia similar a de meus antecessores, sem garantir a estabilidade ou a prosperidade do Afeganistão. Peço desculpas”, disse.

Meta de entrega de vacinas para Covax em 2021 é reduzida

O esquema de compartilhamento de vacinas Covax – mecanismo internacional criado para garantir acesso global a vacinas contra a covid-19 – deve receber 1,425 bilhão de doses de imunizantes de países doadores neste ano, menos do que os 2 bilhões estimados em julho, informou a Aliança de Vacinas Gavi nesta quarta-feira (8).

Entre as razões do corte estão restrições de exportação do Instituto Serum da Índia (SII), um fornecedor essencial, disse a Gavi em comunicado conjunto com a Coalizão de Inovações para a Prontidão Epidêmica (Cepi), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas (Unicef).

Problemas de fabricação da Johnson & Johnson e da AstraZeneca, assim como atrasos na análise regulatória de vacinas desenvolvidas pela empresa de biotecnologia norte-americana Novavax e pela chinesa Clover Biopharmaceuticals, são outros fatores limitantes, disseram as organizações.

Pandemia causa impactos na alfabetização de crianças

No Brasil, 11 milhões de pessoas são analfabetas. São pessoas de 15 anos ou mais que, pelos critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não são capazes de ler e escrever nem ao menos um bilhete simples. 

Pelo Plano Nacional de Educação (PNE), Lei 13.005/2014, que estabelece o que deve ser feito para melhorar a educação no país até 2024, desde o ensino infantil até a pós-graduação, o Brasil deve zerar a taxa de analfabetismo até 2024. 

No Dia Mundial da Alfabetização, celebrado hoje (8), a Agência Brasil conversou com professores que trabalham com a alfabetização de crianças sobre os impactos da pandemia na etapa de ensino e sobre a rotina desses profissionais. 

Sem tempo para cansaço

O professor do terceiro ano do ensino fundamental da Escola Classe Comunidade de Aprendizagem do Paranoá, no Distrito Federal, Mateus Fernandes de Oliveira diz que ainda não conseguiu parar para sentir o cansaço que todo o período de pandemia causou até aqui. Nos últimos 18 meses, ele precisou lidar com diversas situações, incluindo famílias de estudantes com fome. Foi preciso que a escola se organizasse para distribuir cestas básicas nas casas dos alunos. 

“A gente estava falando de falta de alimentos em casa. Famílias passando por necessidades. Não era possível cobrar de uma família que estava preocupada com alimentação que desenvolvesse um processo de escolarização em um momento como este. A gente entendeu que a escola pública, como parte do Estado, tem responsabilidade social. O Estado deveria cuidar das necessidades básicas, mas não estava dando conta. A escola teve que se mobilizar”. 

Enquanto a escola esteve fechada, o professor chegou até mesmo a visitar os estudantes pessoalmente, levar para eles as atividades e verificar como estavam. A maior parte dos alunos não tinha acesso à internet e acabava não participando das aulas online. Agora a escola voltou em um modelo híbrido, intercalando ensino presencial e ensino remoto. 

Oliveira percebe que as desigualdades se acentuaram. Aqueles alunos que vêm de um contexto familiar em que a leitura faz parte do cotidiano, em que há livros e revistas em casa, chegam agora ao terceiro ano do fundamental sabendo ler e escrever. Aqueles que moram em casas com pouca ou nenhuma leitura, às vezes sem mães e pais alfabetizados, acabam tendo um conhecimento aquém do esperado para crianças com 8 ou 9 anos de idade. 

“Não dá para considerar este ano como só este ano. É pensar este ano e o seguinte como duas coisas contínuas, porque senão a gente se exaspera e atropela os processos. Atropela o tempo de entender o que a gente sentiu e o que está sentindo e de perceber que caminhos pode trilhar. A gente pode acabar até gerando o contrário do que gostaria. Em princípio, é preciso ter calma e, ao mesmo tempo, saber que não temos tempo a perder”. 

Trabalho redobrado 

Em Corumbá (MS), foi com cachorrinhas que a professora da Escola Municipal Almirante Tamandaré, Sonia Bays, conquistou os alunos e conseguiu medir o que eles haviam aprendido em um ano de pandemia. Ela dá aula para o primeiro ano do ensino fundamental, estudantes de 6 anos, que estão começando a ser alfabetizados. “Queria fazer algo mais lúdico. Acredito que as crianças são penalizadas por estar longe da escola. Criança em fase de alfabetização precisa da escola”, diz. 

Diante das dificuldades de ensinar a distância e por meio de tecnologias, ela gravou um vídeo apresentando os próprios animais de estimação e pediu que os pais estimulassem os filhos a fazer o mesmo com seus bichinhos. “Na fase da alfabetização, a criança precisa de oralidade. Ela fala e depois transfere para o papel. É preciso estimular essa espontaneidade, essa fala das crianças”. 

Ao pequeno grupo que estava sendo atendido presencialmente em horários especiais na escola, ela pediu que desenhasse e, se soubesse, escrevesse os nomes dos animais. Foi assim que avaliou o que os alunos sabiam e aquilo em que tinham dificuldades. Com base nas atividades desenvolvidas com as crianças, surgiu o trabalho Alfabetização e Infância em Tempos de Pandemia, apresentado em agosto no 5º Congresso Brasileiro de Alfabetização.

A maior parte dos alunos de Sonia está em situação de vulnerabilidade. Não é raro que as famílias tenham apenas um celular com acesso limitado à internet. A estratégia muitas vezes, durante mais de um ano de pandemia, era mandar vídeos por whatsApp, para que os responsáveis baixassem usando a internet do trabalho e, depois, mostrassem para as crianças.

No ano passado, ela chegou a conhecer os alunos pessoalmente, antes do fechamento das escolas por causa da pandemia. A turma desse ano, no entanto, era uma lista com 23 nomes e contatos. Sonia fez questão de entrar em contato com cada um por ligação e conversar com alunos e famílias. A logística não foi simples, alguns estudantes precisaram ir para uma área com wifi aberto, para receber a videochamada. 

A escola foi retomando aos poucos o ensino presencial. Primeiro, apenas uma vez por semana para atender aos alunos que não tinham acesso a aulas remotas. Agora, a escola voltou às aulas presenciais em esquema de revezamento, com turmas reduzidas. 

“Os professores, cada um de uma série, selecionaram os conteúdos que seriam prioritários, que seriam essenciais. Não vamos ter como dar conta de tudo. Estamos focando em leitura e escrita”, diz e acrescenta: “Os alunos não perderam o ano, eles ganharam a vida. Se antes já tínhamos déficit de aprendizagem, agora também temos, ainda maior. Teremos que redobrar o trabalho para vencer isso”. 

Da sala para a tela 

Depois de oito anos nas salas de aula no Rio de Janeiro, o professor Ricardo Fernandes assumiu, em 2019, o cargo de assistente de Gerência de Alfabetização e Anos Iniciais da Secretaria Municipal de Educação. No ano passado, com a pandemia, Fernandes passou a gravar aulas e podcasts para os estudantes da rede municipal, por meio da prefeitura, para garantir a educação remota. Ele, de repente, passou a alcançar um público muito maior. 

“Acaba que você, que está produzindo uma vídeoaula, você não vira só o professor de uma turma. A sensação que dá é que você vira professor de muitas turmas. Essa foi uma estratégia muito importante para muitas crianças que estavam em casa”, diz. 

Foi preciso, segundo Fernandes, recriar, com tecnologia, espaços alfabetizadores. Além de o formato ser um desafio, foi preciso também repensar o conteúdo de alfabetização, incluindo as famílias. “Todas as vezes que a gente pensa um material agora, a gente pensa que essa família vai assistir junto, vai ajudar na mediação desse conteúdo. Então as aulas agora são pensadas na perspectiva mais coletiva. Quem está escutando o que essa criança fala? Quais as perguntas que essa criança pode fazer para essa pessoa? É esse processo de uma educação coletiva que traz para a alfabetização um novo caráter”. 

O professor conta que, durante a pandemia, as trocas entre os professores da rede de ensino ajudaram a desenvolver novas estratégias para chegar aos alunos e também ajudaram os próprios profissionais a não se sentirem isolados. Fernandes ressalta, no entanto, que mesmo com o esforço, há estudantes que precisarão de mais atenção. “A gente sabe que existe um público que historicamente está alijado do contexto de alfabetização e de educação, e esse contexto foi intensificado com a pandemia”. 

Estudo encomendado ao Datafolha pela Fundação Lemann, o Itaú Social e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), divulgado em junho deste ano, mostra que mais da metade (51%) das crianças em processo de alfabetização na rede pública brasileira ficaram no mesmo estágio de aprendizado, ou seja, não aprenderam nada de novo durante a pandemia. Entre os estudantes brancos, 57% teriam aprendido coisas novas, segundo a percepção dos responsáveis. Entre os estudantes negros, esse índice cai para 41%.

Como responsável pela produção de materiais para a alfabetização, Fernandes diz que um dos objetivos é que os estudantes se sintam representados. “Não se pode alfabetizar sem olhar para a favela, sem olhar para o bairro desse aluno, sem olhar para o ritmo desse aluno, sem entender que é um sujeito que aprende quando está em casa, quando está em contato com outros sujeitos. Não se pode negar os aspectos culturais da cidade”, defende. 

Unindo forças

Para a presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) no Paraná, Marcia Baldini, é necessária a união de forças de gestores, Poder Público, professores e familiares para garantir o ensino e a aprendizagem das crianças brasileiras. Marcia, que coordena o Grupo de Trabalho sobre Alfabetização da Undime, diz que a pandemia causou um prejuízo muito grande à alfabetização. 

“É necessário ter políticas públicas nesse sentido, voltar o olhar para isso, porque se não tivermos nas nossas escolas um olhar focado em relação ao professor alfabetizador, a formação continuada, condições de trabalho, a conscientização das famílias para que esse aluno possa aprender, os prejuízos serão imensuráveis nos anos seguintes na educação fundamental, no ensino médio e até mesmo na educação superior, em que vamos formar os famosos analfabetos funcionais”. 

Marcia explica que a alfabetização exige a mediação do professor. Isso porque gestos, movimentos labiais e materiais didáticos têm impacto na aprendizagem. Esses elementos acabam se perdendo no ensino remoto. “Os alunos que estão retornando [para o ensino presencial] apresentam muitas dificuldades, há alunos que esqueceram até mesmo como se escreve o nome”. Os dados mostram muito claramente, nos primeiros anos da educação infantil e do ensino fundamental, prejuízos sociais, econômicos, educacionais, que vão se estender ao longo da vida. 

Retomada

Neste semestre, as escolas estão, aos poucos, com o avanço da vacinação no país, retomando as aulas presenciais, ainda que mescladas ao ensino remoto, no chamado ensino híbrido. Será preciso ainda, segundo a oficial de educação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Julia Ribeiro, localizar os estudantes que não conseguiram assistir às aulas na pandemia. 

“Fazer busca ativa desses meninos e meninas que não tiveram condição de se manter aprendendo durante a pandemia. Os dados apontam isso, a pandemia atingiu meninos e meninas que já eram mais vulneráveis. Quem já estava fora da escola ficou cada vez mais longe, e quem estava na escola, mas sem condições de aprender em casa, acabou sendo excluído desse direito”. 

Pesquisa divulgada este ano pelo Unicef mostra que o número de crianças e adolescentes sem acesso à educação no Brasil saltou de 1,1 milhão em 2019 para 5,1 milhões em 2020. Desses, 41% têm entre 6 e 10 anos, faixa etária em que ocorre a alfabetização. 

“A alfabetização é fundamental para a manutenção desse menino ou menina na escola. É nessa faixa etária que é criado maior vínculo, inclusive com a escola. Ciclos de alfabetização que são incompletos podem acarretar reprovações e abandonos escolares nas demais etapas, nas etapas subsequentes”, ressalta.

Para Júlia, sobretudo na pandemia, quando as crianças tiveram aprendizagens diferentes, todas as etapas escolares devem se comprometer a garantir o aprendizado dos estudantes, garantir que aprendam a ler e escrever. 

“A gente precisa de uma corresponsabilização de todo o sistema educacional no sentido de garantir que cada criança e adolescente, independentemente de idade, tenha as oportunidades necessárias que lhe garantam alfabetização completa, que lhe possibilite que esses meninos e meninas tenham maior liberdade, maior autonomia, que estejam incluídos na sociedade, que tenham mais acesso a oportunidades profissionais e pessoais, que tenham acesso a seus direitos”.

Ministério da Educação

No dia 30 de junho deste ano, o MEC lançou o Sistema Online de Recursos para a Alfabetização, apelidado de Sora. A plataforma foi desenvolvida para apoiar professores e trabalhadores da educação no planejamento e execução de atividades de ensino para alunos que estão aprendendo a ler e escrever.

O sistema traz estratégias de ensino ou como o conteúdo pode ser ensinado. Elenca também propostas de atividades a serem aplicadas em salas de aula, ferramentas que são utilizadas na consolidação da apreensão dos conteúdos.

A plataforma disponibiliza recursos adicionais diversos que auxiliam os professores. Podem ser acessadas, por exemplo, imagens que ajudam a fixar as letras do alfabeto. Será incluído também um módulo com sugestões de avaliações para verificar a aprendizagem do conteúdo.

VÍDEO: Vazamento de água incomoda moradores do Parque Universitário

Um vazamento de água que passa pela na Rua Jacutinga, entre as Avenidas 50 e 52, no Parque Universitário, em Rio Claro, acabou virando um problema para os moradores da localidade. A denúncia foi feita pela internauta Silvia Regina Bateloche Hebling, de 56 anos, ao JC.

De acordo com a moradora, a sarjeta fica o tempo todo com água e barro, formando um lodo. Com isso, a sujeira é constante. “É muito nojento. É uma rua com muitos comércios e um fluxo grande de pessoas. É preciso de atenção para isso”, disse.

Dona Silvia comentou também que por conta disso, tem que ficar lavando a garagem, coisa que não está fazendo agora por conta do período de estiagem. “Não podemos ficar gastando água, mas é muita sujeira nos pneus dos carros por conta do lodo que se forma”, explicou.

Para piorar, em dias de chuva alguns pontos da rua chegam até a ficar alagados, o que complica a passagem de pedestres.

A moradora informou ao JC que já abriu um protocolo na prefeitura. No entanto, nada foi feito até agora.

A reportagem do JC entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura que informou que o Daae foi ao local e verificou que se trata de um possível escoamento irregular em um dos imóveis daquele trecho e repassou para a secretaria municipal de Obras, que enviará equipe técnica de fiscalização para realizar uma análise aprofundada da situação.

Informou, ainda, que caso seja constatado o escoamento irregular e consequentemente a sua origem, o imóvel será notificado para executar a correção em prazo a ser determinado.

Nestlé abre inscrições para o Programa de Trainee 2022

Trainee da Nestlé é um Programa de Desenvolvimento com duração de dois anos. O participante contará com uma trilha de aprendizado guiada por fases que vão proporcionar crescimento profissional sustentável e sólido. O programa segue o modelo de aprendizagem 70-20-10, com 70% de experiências mão na massa, 20% de mentoria e feedback e 10% de treinamento.

As inscrições podem ser feitas até as 14h do dia 27 de setembro, com a resolução dos testes online até o dia 28 do referido mês. As entrevistas serão realizadas em novembro, com início do programa em janeiro de 2022. Para mais informações, acesse: traineenestle2022.com.br.

As oportunidades são para as áreas de Finanças, TI, Jurídico e Assuntos Públicos, Marketing Corporativo, Marketing de Produto, Vendas, NBS, Supply Chain, Engenharia e Transformação Digital.

PRÉ-REQUISITOS

  • Cursos: todos os cursos superiores (licenciatura/bacharelado/tecnólogo) são bem-vindos;
  • Período de formação: graduação entre dez/2019 a dez/2021;
  • Ter disponibilidade para mudanças;
  • Inglês não é obrigatório.


MARQUE NA AGENDA

  • 03/09 – Início das inscrições;
  • 27/09 às 14h – Encerramento das inscrições;
  • 28/09 – Último dia para realizar os Testes Online;
  • 04/10 – Último dia para finalizar o Desafio em Vídeo;
  • 11/10 – Divulgação dos aprovados no Desafio em Vídeo;
  • 15/10 – Aquecimento – Preparação e momento tira-dúvidas para o Painel Online;
  • 18/10 a 27/10 – Painel com  RH;
  • 03/11 – Painel com Gestores;
  • 04/11 e 05/11 – Entrevistas com Gestores e Diretores;
  • Novembro – Aprovados finais.

Os participantes que mais se destacarem nessa etapa serão convidados para o Painel Online com os Gestores no dia 03/11 e, caso aprovados, participarão da próxima fase: as entrevistas individuais, que acontecerão entre os dias 04/11 e 05/11

Ajude a encontrar a ‘Paçoca’, que foi furtada em invasão à residência

Por volta das 23h de sábado (4), uma casa localizada no bairro Diário Ville, região sul de Rio Claro, foi invadida por assaltantes. No momento da ação, ninguém da família estava no imóvel.

Segundo consta, os invasores pularam o portão principal, arrombaram uma porta e, na oportunidade, subtraíram três televisores, aparelho de som, joias, relógio, bebidas, produtos alimentícios e a chave reserva da casa.

Além dos bens materiais, uma cachorrinha da família foi levada pelos criminosos. A ‘Paçoca’, de dois anos, da raça Pug, foi furtada. Caso alguém a tenha visto ou alguma informação que possa levar ao seu paradeiro, favor entrar em contato pelo (19) 98306-1868 e falar com Silvia. Uma criança está desesperada com o sumiço do animal.

Senai abre inscrições para o Grand Prix de inovação

Agência Brasil

Estão abertas as inscrições para a edição 2021 do Grand Prix Senai de Inovação, competição gratuita em que estudantes do ensino médio, de cursos técnicos, de qualificação e de aprendizagem, tecnólogos e universitários têm até 72 horas para pensarem soluções para desafios da indústria, propostos por empresas parceiras.

Realizada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a competição deste ano será via online, envolvendo projetos relacionados com as tecnologias de informação e comunicação. Nela, times formados por grupos de três a cinco pessoas com idade a partir de 16 anos deverão criar, desenvolver e prototipar sua ideia.

Segundo os organizadores, o GP é uma oportunidade para que estudantes dos ensinos público e privado vivenciem desafios do setor produtivo, de forma a aproximá-los das grandes indústrias. Entre as parcerias do Senai na edição deste ano estão as empresas Google e Cisco.

As inscrições poderão ser feitas até 13 de outubro na página do GP.

Violência: homem tenta sufocar a namorada com o travesseiro

Caso de violência doméstica foi registrado às 14h de terça-feira (7), no Jardim das Palmeiras, região sul de Rio Claro. A vítima foi uma mulher de 45 anos. Segundo consta em Boletim de Ocorrência, o acusado é o seu namorado, que a sufocou com um travesseiro. O casal está junto há 1 ano. A vítima é recém-operada.

Jornal Cidade RC
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