Sérgio Guedes fala dos reflexos da pandemia no futebol

Sem previsão de retorno para a disputa dos Campeonatos Paulistas das Séries A-1, A-2 e A-3, treinadores e jogadores seguem apreensivos sobre o futuro da temporada 2020. Muitos deles, como o técnico rio-clarense Sérgio Guedes, que vinha realizando uma boa campanha na divisão de acesso pela Portuguesa Santista, ocupando a terceira colocação, sofreram o reflexo da pandemia e da indefinição de um retorno. De acordo com a diretoria do time de Santos, pela situação financeira complicada devido à pandemia do coronavírus, o time seguirá a disputa da A-2 com a base.

“Estávamos caminhando para o acesso. Porém, a diretoria entendeu que tem que ir com a base e paciência. Eu lamento muito, afinal vendi patrimônio meu para dirigir a Portuguesa Santista, pois não fui remunerado o suficiente para manter a minha família. Uma decepção muito grande, um sentimento muito ruim de não terminar o trabalho. Mas já está superado, pois fiz o que tinha que fazer”, afirmou o treinador.

Guedes acredita que este planejamento adotado pela diretoria pode custar caro ao time da Baixada Santista.

“Só não espero que daqui a dois anos não me chamem para trazer o time de volta, porque vão derrubar a equipe de novo, vão levar pro buraco. Tenho certeza, pois lá começa a virar negociata, ter outros interesses com que eu, particularmente, não lido bem. Mas, isto agora não é problema meu e minha história na Briosa acabou”, disse Sérgio.

Sobre o futuro das competições, o treinador acredita que todas as divisões serão encerradas dentro de campo.

“A pressão de todos os lados para que o Paulistão seja encerrado dentro de campo é muito grande, são muitos interesses em jogo. Acredito que, mesmo que de uma forma rápida, sem público com o mínimo de condições, isso vai acontecer e consequentemente as séries A-2 e A-3 vão ser finalizadas também em disputa”, apontou.

Sérgio Guedes ressalta que a pandemia vem trazendo à tona a falta de planejamento de muitos clubes do futebol brasileiro.

“São dois meses de pandemia, sabemos que a situação está complicada, mas clubes tradicionais com torcida não estão conseguindo se manter e se replanejar. Isso mostra a fragilidade dos dirigentes em administrar os clubes”, finalizou o rio-clarense Sérgio Guedes.

Redação JC: