Rio Claro teve papel de destaque na repercussão da Proclamação da República em 1889, figurando entre os primeiros municípios brasileiros a se mobilizar politicamente para celebrar a mudança de regime. As comemorações se estenderam por dois dias e transformaram a cidade em ponto de encontro regional.
Trinta dias após a Proclamação da República, uma árvore foi plantada na Praça da Liberdade para simbolizar a nova fase. “A iniciativa simbólica de plantar uma árvore em homenagem à Liberdade partiu dos republicanos locais Roberto de Almeida Leme e Paulino Carlos de Arruda Botelho. A muda foi trazida de Santa Catarina por Bruno Meyer, natural de Blumenau, que havia se mudado para Rio Claro um ano antes”, conta o jornalista e historiador rio-clarense José Roberto Santana.
No ano de 2019, um clone da Árvore da Liberdade foi plantado ao lado da original, que após mais de 130 anos, está condenada por exaustação e completamente seca. O seu tronco ainda resiste no local até hoje junto uma placa comemorativa.
No entanto, na véspera deste feriado, a reportagem do JC flagrou que nem mesmo um galho da muda que havia sido plantada seis anos atrás restou na Praça da Liberdade, em frente ao Fórum. Apesar de uma estrutura ter sido implantada anos atrás para proteger o crescimento da árvore, nada sobrou por ali da vida verde, somente a tela de arame que a protegeu por algum tempo.
História
Dados do jornalista e historiador rio-clarense José Roberto Santana apontam que trens especiais chegaram de Limeira e Campinas, enquanto carruagens traziam lideranças políticas de diversas localidades para a cidade de Rio Claro para a festa da Proclamação da República. As ruas centrais receberam decoração especial.
Durante as celebrações, a Bandeira Nacional republicana foi hasteada pela primeira vez em Rio Claro, em um mastro instalado no Jardim Público. Desfiles completaram o clima de entusiasmo, percorrendo o trajeto entre a Estação Ferroviária, o Jardim Público e a então Praça da Matriz, que naquele momento passou a se chamar Praça da Liberdade, em referência aos ideais democráticos.
A programação naquela época incluiu ainda um baile de gala na Filarmônica e uma noite de gala com apresentações no antigo Teatro Fênix, em frente ao Jardim Público. Diversas autoridades discursaram, entre elas o presidente da Câmara Municipal, Gualter Martins.
A primeira Bandeira Nacional republicana usada na cidade chegou por mãos de Fileto Pereira, que a adquiriu no Rio de Janeiro uma semana após a Proclamação. Assim, Rio Claro consolidou sua participação marcante nesse momento histórico, registrando uma das mais expressivas celebrações republicanas do interior paulista.