Rio-clarenses lideravam quadrilha de tráfico do óleo de maconha, aponta Polícia do DF

Jovem casal rio-clarense chefiava tráfico internacional de drogas, aponta PC-DF

A organização criminosa contrabandeava óleo de maconha para cigarros eletrônicos (vape) dos Estados Unidos. O insumo chegava ao Brasil pela fronteira com o Paraguai, em potes de cera de depilação. Rio-clarenses estão foragidos

A Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da Coordenação de Repressão às Drogas – Cord, aponta que dois rio-clarenses são líderes de um esquema criminoso que operava lavagem de dinheiro, tráfico internacional de drogas e crimes contra a saúde pública. A reportagem do Jornal Cidade conversou com o delegado Rogério Oliveira, coordenador da Cord, que confirmou a informação exclusiva ao JC e afirmou que esses rio-clarenses, um jovem casal, já são considerados foragidos.

O que fazia a quadrilha?

Os criminosos adquiriam, de fornecedores dos Estados Unidos, óleo de cannabis (maconha), que entrava no Brasil pelo Paraguai. A droga, em grande quantidade, era remetida ao Brasil envasada em potes de cera de depilação. Era enviada de Foz do Iguaçu/PR para a capital paulista, onde parte do bando manipulava a droga, envasando-a em refis de cigarros eletrônicos, frascos de CBD e outros suportes.

O grupo misturava solventes ao óleo de cannabis e aromatizantes. Em websites e redes sociais do grupo, era informada a venda de diferentes genéticas de maconha, sendo que, na verdade, a droga estava misturada a solventes diversos e aromatizantes.

O grupo fazia o comércio eletrônico dos produtos, informando que vendiam remédios para diversos tipos de doenças. Nesses meios de comércio eletrônico, eram usados números internacionais para o contato com os clientes e uso do aplicativo WhatsApp.

Profissionais de T.I. do Rio de Janeiro eram responsáveis pela construção das plataformas de comércio eletrônico do grupo. Eles colaboravam com a lavagem de dinheiro a partir da automatização dos pagamentos e utilização de documentos e dados falsos no contato com a rede bancária.

Para expandir as vendas, contratavam influenciadores digitais, de diversas partes do país, que divulgavam os produtos distribuídos pelo grupo. Três das influenciadoras digitais são do Distrito Federal. Para o DF, a rede criminosa remetia drogas periodicamente.

Parte dos insumos utilizada nos cigarros eletrônicos para o consumo da cannabis vinha da China e do Rio de Janeiro, de forma personalizada e com a logomarca do esquema criminoso.

O bando aproveitava-se do descontrole das redes socais para obter lucros milionários para expandir a rede de contatos em diversos países, websites e redes sociais reservadas, para o caso de queda de algum recurso em virtude da ação policial.

CASAL RIO-CLARENSE

O casal rio-clarense, líder do grupo, não teria contato direto com as drogas que eram enviadas a traficantes e usuários por meio de contrato com empresa privada e postadas pelos correios.

Para garantir que as operações ilícitas ocorressem de forma segura e sem rastreamento, os criminosos operavam remotamente. “Até as mulas que postavam os produtos nos correios conduziam veículos de luxo e chama a atenção a participação ativa de mulheres, não somente atuando como colaboradoras de seus companheiros, mas exercendo também liderança nas ações criminosas”, destaca o delegado Rogério Henrique de Oliveira, coordenador da Cord.

“Além disso, o grupo, para promover a venda das drogas, tentava atingir um público maior, alegando funções terapêuticas para os produtos. Uma falsa propaganda”, completa o delegado.

PRISÕES

Para impedir a continuação das ações criminosas da organização, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e nove mandados de prisão no Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro. Até o momento, as equipes prenderam três pessoas no Distrito Federal, uma no Rio de Janeiro e três em São Paulo.

Vlada Santis: