Restos do carnaval geram reclamações

Com o crescente número de casos de dengue na cidade de Rio Claro, uma situação tem chamado a atenção no município. A reportagem do JC recebeu uma denúncia do que parecia ser o descarte irregular de restos de alegorias de escolas de samba em uma área localizada na Rua Alfa, ao lado do Centro de Controle de Zoonoses, no Distrito Industrial, mas segundo a assessoria de imprensa da prefeitura municipal, que foi questionada sobre a propriedade do terreno, a autoria do ato e também os cuidados em relação aos criadouros de mosquitos da dengue, “O Centro de Controle de Zoonoses vistoria a área regularmente para que não surjam criadouros do mosquito da dengue no local”.

De acordo com a denúncia, as pessoas que passam pelo local estão preocupadas com a situação, que parece não ser controlada tão facilmente. “Eu fico preocupado com a situação, pois vemos todos os dias os números de casos de dengue subirem no município e não temos como controlar isso fora de nossas casas, temos como pedir a consciência no máximo dos nossos amigos, vizinhos e familiares, mas não tem mais muito o que fazer. A prefeitura precisa ser o exemplo e não pode deixar isso dessa maneira, não foi só eu que vi isso e fiquei preocupado, outras pessoas que passam por aqui todos os dias também se atentaram e estão inseguras com essa situação”, relatou um morador de Rio Claro que fez a denúncia, mas preferiu não se identificar.

BOLETIM

Boletim emitido na sexta-feira (26) pela Vigilância Epidemiológica do município registra 982 casos de dengue em Rio Claro neste ano. O boletim aponta ainda que o município não tem casos confirmados de zika vírus, chikungunya e febre amarela, doenças também transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

De acordo com informações divulgadas pela prefeitura municipal de Rio Claro, a principal medida para evitar essas doenças é acabar com os possíveis criadouros, já que sem o mosquito não há transmissão. A estimativa é de que 80% dos criadouros estejam nos imóveis habitados, como residências, locais de trabalho e comércios.

Ainda segundo o denunciante, o local onde o descarte acontece e fica ao lado do CCZ pode comprometer também os profissionais que atuam no combate à doença. “Fico pensando que, se as pessoas que trabalham diretamente para combater a dengue podem ficar doentes pegando dengue, pois esses carros estão sendo deixados dessa maneira no local, com quem vamos poder contar? É preciso uma providência. Ouvimos constantemente que temos que limpar nossos quintais, deixar nossa casa em ordem, recebemos os profissionais da prefeitura, pedimos a colaboração dos vizinhos. Acredito que lá não seja o local correto do descarte desse material”, finalizou o rio-clarense.

Limpeza

A prefeitura informou que o CCZ vistoria a área regularmente para que não surjam criadouros do mosquito da dengue.

Laura Tesseti: