Ednéia Silva
Um post feito na página do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) de Rio Claro em uma rede social recebeu muitas críticas de internautas. A postagem mostrava um cartaz com uma pessoa tatuada e com piercing com o texto “Fui no PAT, fiz cadastro e não fui chamado até hoje e não sei porquê”. O cartaz foi considerado preconceituoso e discriminatório. Depois das críticas, o post foi deletado, mas o assunto já tinha gerado polêmica. As empresas têm ou não preconceito na hora de contratar um funcionário?
“Trata-se de pessoas que possuem tatuagem, piercings e alargador irem lá e não conseguirem emprego”, disse um internauta. Outro comentou: “Isso para nós é uma falta de respeito e humanidade, principalmente em se tratando de uma instituição pública”. Mas também houve comentários favoráveis. “O PAT tem suas razões em proceder como procedeu e não achei nada de errado nisso… Tem gente que tem de aprender a respeitar a opinião alheia sem dar show”.
Alguns internautas lembraram ainda que o preconceito não acontece somente no PAT. “O preconceito, seja por tatuagem, piercing, alargador, cabelo, o racismo institucional em agências de emprego é real, não só no PAT”, postou um internauta.
O post do PAT gerou protesto também de tatuadores. Em resposta ao post, os profissionais convocaram um manifesto contra a postagem no final da tarde dessa sexta-feira (15) no Jardim Público. Também foi solicitado aos profissionais da tatuagem que gravassem um vídeo com a hashtag # respostaaoPATrioclaro – Discriminação é crime. Preconceito é ignorância.
O superintendente do PAT, Sérgio Santoro, explica que a página reproduziu uma postagem de um site de empregos de São Paulo que enfocava a dificuldade de contratação pelas empresas de pessoas que usam tatuagens e piercings grandes e aparentes. “O post foi ilustrado com uma foto de um rapaz todo exagerado. Era para ser um alerta às pessoas e foi interpretado de forma errada pelas pessoas que gostam de tatuagens. Ficou somente 5 minutos no ar e foi apagado para não criar polêmica, porque a intenção era apenas de alertar os candidatos a vagas de empregos”, esclarece Santoro.
O superintendente lamenta que o post tenha sido mal interpretado e enfatiza que “em nenhum momento foi preconceituoso” nem foi feita qualquer menção a tatuados. “O PAT respeita as pessoas tatuadas e sempre faz normalmente encaminhamentos às empresas de candidatos portadores de tatuagens”, conclui.