PF detém Bolsonaro após alerta de risco em vigília e ordem preventiva do STF

Ex-presidente Jair Bolsonaro aparece na porta de sua casa, em Brasília, nessa sexta (21), um dia antes de ter sido preso preventivamente (Reuters/Mateus Bonomi/Folhapress)

A Polícia Federal prendeu na manhã deste sábado (22) o ex-presidente Jair Bolsonaro, em cumprimento a uma ordem de prisão preventiva autorizada pelo Supremo Tribunal Federal. A medida é cautelar e não tem relação com a condenação pela tentativa de golpe de Estado. A decisão foi tomada após a PF avaliar que a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro para a noite de ontem (21), em frente ao condomínio onde o ex-presidente reside, poderia representar risco para participantes e agentes.

Bolsonaro foi detido por volta das 06h00, sem resistência, e levado à Superintendência da PF, onde permanecerá em sala de Estado. Michelle Bolsonaro não estava no local. Ele passou por exame de corpo de delito na própria sede da PF, realizado por equipes do Instituto Médico-Legal para evitar exposição. Segundo a corporação, o mandado foi expedido pelo STF. A defesa afirmou que, até 06h40, ainda não havia sido comunicada oficialmente da prisão.

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde quatro de agosto, imposta pelo ministro Alexandre de Moraes por descumprimento de medidas cautelares, entre elas o uso de redes de aliados para divulgar mensagens consideradas de incentivo a ataques ao Supremo e apoio à intervenção estrangeira no Judiciário. Em setembro, o ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses de prisão pela tentativa de golpe, sentença ainda sob recursos.

A detenção deste sábado não está vinculada a esse processo. Ontem, os advogados solicitaram que o ministro autorize prisão domiciliar humanitária, alegando quadro clínico grave, com múltiplas comorbidades, e risco à vida caso ele seja encaminhado ao sistema prisional. A defesa informou que vai recorrer e pediu urgência na análise.

Redação JC: