O palco é a rua

Cada pessoa tem uma história, uma realidade. Basta um olhar mais compassivo ao redor para que momentos especiais se revelem e passem a mudar o nosso dia com um simples gesto. Em mais um semáforo, um novo talento transformou segundos num grande espetáculo nesta semana em Rio Claro.

Vasco Amezola, natural de Tucuman, na Argentina, vive no Brasil há dois anos. Na terça-feira (20), desembarcou em Rio Claro para mostrar o que de melhor sabe fazer: a arte circense. O jovem de 23 anos, com sua agilidade e precisão, entreteve, com os seus malabares, motoristas que passavam pela Avenida Tancredo Neves com a rotatória da Rua 14. Usando bolas, argolas e clavas, transformou a rua um grande palco.

Sob o sol e o frio, se apresentou aos seus espectadores com sorriso no rosto e simpáticos ‘Bom dia’ e ‘Boa tarde’. Entre negativas de motoristas e àqueles que contribuíram com o seu show, a disposição e o empenho se mantiveram por todo o período da apresentação.

Amezola estudou e já trabalhou em outras áreas, mas foi na arte de rua que se encontrou. “Faço malabares desde os meus 16 anos. Ao longo da vida, mudei pontos de vista e optei por esse estilo, junto à música e ao artesanato. Na minha família, também, tem pessoas que se dedicam à arte”, explica o artista.

Tendo como destino a capital paulista neste domingo (25), o jovem escolheu Rio Claro porque quis conhecer a cidade. Em suas andanças pelo mundo, leva a liberdade nas costas. “O maior desafio é o trabalho na rua em si. Mas, é disso que eu vivo e gosto. É diferente e acabo conhecendo cidades, outros países e culturas”, comenta.

Seja na vida ou na arte, o malabarismo de Amezola segue encantando e colecionando histórias por onde passa. Aos olhares sensíveis, a oportunidade de ter, mesmo que por alguns segundos, a chance de transformar o cotidiano.

“A grande satisfação do meu trabalho é poder mudar o dia de alguém, de uma pessoa que não esteja bem, em um momento ruim naquele momento”, conclui.

Em mais cruzamentos da cidade, há outros artistas de rua levando a arte ao alcance de todos. Para muitos deles, é a única maneira de começar e poder mostrar um pouco do seu trabalho. E esse número tem aumentado nos últimos meses, ainda mais em meio à pandemia da Covid-19. Assim como no semáforo, pare, preste atenção e depois passe.

Mudanças

“Faço malabares desde os meus 16 anos de idade. Ao longo da vida, mudei pontos de vista e optei por esse estilo, junto à música e ao artesanato.

Adriel Arvolea: