Justiça cassa mandato de prefeita e vice de Analândia

Silvana Perin e Valdemir Mascia, eleitos, respectivamente, para os cargos de Prefeita e Vice-Prefeito de Analândia

Justiça Eleitoral condena Silvana Perin e Valdemir Mascia por abuso de poder nas eleições do ano passado. Ela nega a acusação e vai recorrer

A Justiça Eleitoral cassou nessa terça-feira (30) o mandato da prefeita Silvana Perin (Partido Solidariedade) e do vice-prefeito Valdemir Mascia (União Brasil), de Analândia, por abuso de poder político e econômico durante a eleição do ano passado através de “compra de votos” com a distribuição de cestas básicas e outras irregularidades como concessão de serviços gratuitos de limpeza de calçadas a dezenas ou centenas de imóveis, e a criação de dezenas de postos de trabalho através de empresas terceirizadas.

A denúncia foi ajuizada pela Coligação Analândia do Bem, composta pelos partidos MDB, PP, PSD e PSB – que teve como candidato a prefeito Leandro Santarpio (MDB). A investigação apurou em provas que durante o período eleitoral do ano passado, a prefeita e o vice fizeram o uso da máquina pública para a prestação de serviços com nítido propósito eleitoreiro. Foi comprovado o aumento expressivo na aquisição de cestas básicas no período pré-eleitoral – o que é proibido por lei.

Houve um salto de uma média de 50 cestas mensais, custeadas com recursos próprios do município, para 120 cestas em julho de 2024 — mês que marca o início do período vedado —, seguido por 70 cestas em setembro. “O aumento de 140% em julho em relação à média, concentrado exatamente no mês mais sensível do calendário eleitoral, revela um padrão inequívoco de uso político do programa social”, afirma o juiz eleitoral Leonardo Christiano Melo.

Também foi constatado um crescimento vertiginoso nos pagamentos às empresas AZ Arroyo e Raj Brasil, que evidencia aumentos entre 158% e 256% nos pagamentos realizados em setembro e outubro de 2024, em comparação com os mesmos períodos do ano anterior. A gestão Perin-Mascia teria realizado uma reunião com 40 funcionários da AZ Arroyo. O objetivo do encontro, segundo diz a Justiça Eleitoral, foi um explícito ato político de pedido de voto, apoio e engajamento na reta final da campanha.

A investigação aponta também que Silvana ofereceu dinheiro para custear o transporte de eleitores. No total, foram aplicados R$ 546.113,90 em benefícios e serviços gratuitos na cidade com cerca de 5 mil habitantes. O que, segundo o juiz, teve “um poder de influência desproporcional sobre o eleitorado, criando um desequilíbrio insuperável na disputa”.

O QUE DIZ SILVANA

“Recebo com tranquilidade a decisão de primeira instância, pois estou certa de que não houve qualquer irregularidade nas eleições. Aqueles que perderam nas urnas tentam abafar a voz do eleitor que optou pela mudança. Recorreremos ao Tribunal Regional Eleitoral com a confiança de que essa decisão será revista, uma vez que apenas cumprimos o orçamento elaborado pelos mesmos opositores que nos acusam. A legislação assegura a continuidade do mandato até a decisão final da Justiça Eleitoral e seguimos determinados na nossa missão de transformar Analândia”, comunica Silvana Perin.

Lucas Calore: