Junho Violeta reforça combate à violência contra a pessoa idosa

Para notificar casos de violência contra a pessoa idosa, pode ser no Disque 100, no Conselho Municipal do Idoso (Rua 8, nº 3131, Alto do Santana - 3533-2507) e no Ministério Público.

Segundo dados do Disque 100, mais de 72.246 mil denúncias de violência contra pessoas idosas foram registradas apenas no 1º semestre de 2025 em todo o Estado de São Paulo

O mês de junho é marcado por uma importante mobilização social: o Junho Violeta, campanha dedicada à conscientização e ao enfrentamento da violência contra a pessoa idosa.

“A violência contra a pessoa idosa tem várias modalidades. A mais visível é a violência física que engloba desde tapas, empurrões e beliscões até o uso de objetos como cinto, madeira, etc. Em alguns casos, precisa de atendimento no serviço de urgência e pode levar a internações. Nos casos mais graves, a agressão chega a ser feita com arma branca ou arma de fogo, podendo levar à morte. Outra forma de violência é o abandono, que se caracteriza pelo fato de deixar o idoso isolado em sua casa ou em um cômodo da casa, muitas vezes um quarto dos fundos. Também pode ser considerado abandono o fato de deixar o idoso sem visita em uma instituição de longa permanência ou abrigo. A negligência é uma forma mais sutil de abandono e pode ser exemplificada por omissões em relação às necessidades do idoso, como deixar de oferecer água, alimentos, atenção, carinho ou respeito. Ou seja, negar à pessoa idosa qualquer coisa que ela espera receber da família ou dos profissionais responsáveis pelo cuidado.”, explica o professor José Luiz Riani Costa.

Dados do Observatório Nacional dos Direitos Humanos apontam que de 2018 a 2022, foram notificadas 121 mil situações de violência cometidas contra pessoas idosas no Ministério da Saúde. As estatísticas também revelam um perfil preocupante das vítimas e agressores. A maioria das vítimas de violência contra idosos são mulheres (58,6%), com filhos e filhas sendo os principais agressores (29,5%).

O local mais comum das agressões é a própria residência da vítima (71,5%), e grande parte dos casos é recorrente (35,8%). Em termos étnicos, quase metade das vítimas são pessoas pretas e pardas (47,8%). Já dados mais recentes, do disque 100, apontam que mais de 72.246 mil denúncias de violência contra pessoas idosas foram registradas apenas no 1º semestre de 2025 em todo o estado de São Paulo.

“Neste contexto temos ainda a violência psicológica que corresponde a toda forma de menosprezo, desprezo, preconceito e discriminação, que provoca tristeza, isolamento, solidão ou sofrimento mental. Às vezes, são usadas expressões agressivas ou que fazem o idoso se sentir mal, como “você já não serve para nada” ou “você só dá trabalho”. Posso citar ainda a violência medicamentosa que pode ser a recusa a fornecer medicamentos necessários ou reduzir a dose indicada, ou ainda utilizar medicamentos em dose maior que a prescrita, com a finalidade de deixar o idoso dopado. Casos frequentes também são da violência financeira ou abuso financeiro e se caracteriza pela tomada dos recursos financeiros do idoso, como pegar o seu cartão de benefício ou de aposentadoria e a senha, gastando os recursos ao bel-prazer. Outras vezes, o abuso financeiro está associado à chantagem para que o idoso contraia crédito consignado, comprometendo fortemente sua renda”, complementa Riani.

Para notificar casos de violência contra a pessoa idosa, pode ser no Disque 100, no Conselho Municipal do Idoso (Rua 8, nº 3131, Alto do Santana – 3533-2507) e no Ministério Público.

Vlada Santis: