Invasão a conjunto habitacional completa dois meses

Carine Corrêa

Conjunto habitacional Santa Lúcia

Foi no dia 31 de agosto que um grupo composto por mais de 60 pessoas invadiu imóveis do Conjunto Habitacional Santa Lúcia, no bairro Boa Vista II. Na época da invasão, foi questionado aos ocupantes como foi planejada a ação. Na oportunidade, alguns dos invasores revelaram que o movimento foi articulado por meio de mensagem de celular. O sonho da casa própria moveu as dezenas de pessoas em um só grito logo no início da invasão: “Queremos moradia”.

Dias depois, uma determinação concedida pelo juiz autorizou a ordem de reintegração de posse. Desde então, o clima de tensão predomina no residencial. Sem saber a data exata do cumprimento da reintegração, uma dinâmica de entrada de novos invasores e saída de antigos ocorre diariamente no conjunto. Durante esse tempo, reuniões entre a Polícia Militar e a empresa RPS – responsável pelo empreendimento – estudaram estratégias que viabilizassem uma remoção pacífica das famílias dessas residências.

“Por questão estratégica, a data da reintegração não será revelada. Mas podemos afirmar que a projeção revela que poucas famílias estarão no conjunto nesse dia. Atualmente, de um total de 320 imóveis, cerca de 80 estão ocupados. A Polícia Militar irá cumprir a decisão judicial independente de os reais beneficiados pelo programa estarem nas casas”, informou nessa sexta-feira (7) o coronel da reserva da Polícia Militar, João Donizete Scozzafave, que atua como encarregado da Segurança Patrimonial da construtora.

Scozzafave ainda informou que a empresa está fazendo a cotação com três empresas para a compra dos materiais que serão necessários para a finalização das obras, que ficaram comprometidas com os atos de depredação. “A previsão é de que a entrega do Santa Lúcia seja feita dentro de 60 dias. Somente os trâmites burocráticos da licitação devem levar em torno de 30”, acrescenta o encarregado da RPS.

Sobre o assunto, a redação do JC procurou a Secretaria Municipal de Habitação, que no início da ocupação emitiu alguns posicionamentos, mas que agora prefere não se manifestar.

Redação JC: