O prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) afirmou que seguirá sem tolerância aos “braços curtos” dos comissionados na sua gestão na Prefeitura de Rio Claro para este segundo mandato. O comentário, em entrevista nessa semana na Rádio Jovem Pan News, do Grupo JC de Comunicação, se deu pelo contexto quanto ao pouco serviço prestado por alguns dos ocupantes de cargos de comissão. Esses “braços curtos” são alvo de fogo-amigo dentro da Câmara Municipal em críticas de vereadores, conforme o primeiro mandato mostrou.
“A nossa tolerância é zero. Se você for dar um Google na internet, se você for perceber, nós tivemos uma rotatividade bastante relevante no meu governo. Nós trocamos muitas peças, mudamos pessoas de comissão, inclusive rumo a uma escala hierárquica. Entre esses cargos em comissão, algumas pessoas foram promovidas durante o curso do meu último mandato”, afirmou.
E complementou, Gustavo. “A gente não tem nenhum tipo de tolerância com quem não trabalhar, com quem não vir para trabalhar e agora muito menos porque os espaços são menores. Em relação ao diálogo, à tolerância e ao respeito que a gente deve ter com as pessoas que fazem política, isso, vocês contem comigo”, declarou.
A declaração do prefeito aconteceu no dia seguinte em que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) veio a Rio Claro. Conforme a Farol JC repercutiu essa semana, chamou a atenção a quantidade desses funcionários comissionados “fazendo volume” no evento, ao invés de estarem em seus respectivos departamentos de trabalho, justamente, trabalhando – ainda que acompanhar a visita de um governador talvez possa ser alegado como serviço público. Porém, enquanto estavam lá, demais servidores de carreira estavam trabalhando em seus setores.
Semanas atrás, inclusive, o próprio líder do seu partido, PSD, o vereador Elias Custódio, se queixou durante sessão na Câmara Municipal quanto a atuação dos secretários municipais que ficavam poucas horas por dia trabalhando nas pastas as quais comandam. Segundo ele, alguns ficavam por 3 a 4 horas por dia, apenas.
Relembre
No início do mês de julho, o prefeito executou a nomeação de cerca de 220 cargos comissionados. Ao longo das últimas semanas, mais nomes chegaram à administração municipal e a quantidade está em torno de 240 cargos ocupados na Prefeitura de Rio Claro. Havia uma expectativa dentro da gestão, sobretudo por parte dos partidos da base governista, para que as nomeações ocorressem.
A nova Reforma Administrativa, conforme o JC mostrou anteriormente, ocorreu após a anterior, também executada por ele em 2021, ter sido julgada ilegal pela Justiça. Com isso, em abril, centenas de comissionados ‘puros’, sem vínculo de concurso com a Prefeitura, foram exonerados, assim como os servidores concursados que ocupavam cargos de confiança voltaram para suas funções de origem.
Com apoio da maioria dos vereadores, a nova Reforma foi aprovada e criou quase cargos comissionados puros (20% reservados para servidores de carreira), funções de confiança para concursados, assim como funções gratificadas também exclusivas para funcionários efetivos – que juntos somam-se quase 600 cargos e funções.