Protesto neste sábado (6) inicia no Jardim Público; famílias terão até 29 de setembro para deixar área onde vivem há décadas após ordem judicial
O tradicional Grito dos Excluídos, protesto que sempre acontece junto ao 7 de setembro no Brasil, terá uma nova motivação neste sábado (6), em Rio Claro. O manifesto contra a desigualdade social acontecerá em prol dos moradores da antiga Colônia Fazendinha, que fica dentro da Floresta Estadual ‘Edmundo Navarro de Andrade’ (Feena) há décadas, desde a época da Fepasa, e que serão despejados em reintegração de posse na segunda-feira, 29 de setembro, por determinação da Justiça.
O evento de amanhã, a partir das 8h30 da manhã, terá início no Jardim Público, no Centro. No local estarão as famílias atingidas com a decisão judicial e grupos que os apoiam. Em seguida, farão uma caminhada até a Feena, onde ficam as moradias. O antigo Horto Florestal tornou-se Floresta Estadual em 2002. Em 2006, o Estado de São Paulo iniciou um processo para que a colônia fosse desocupada. Somente agora, de fato, a ordem judicial para reintegrar o local foi publicada.
As famílias seriam despejadas do local no último dia 25 de agosto, mas conseguiram algumas semanas de prazo para a reintegração de posse dos imóveis. O oficial de Justiça responsável pela operação da reintegração acionou o juizado da Comarca de Rio Claro pedindo que o prazo fosse adiado para 29 de setembro.
A alegação é da necessidade de maior atenção já que, no local, constatou-se a presença de muitas crianças, idosos, deficientes e animais domésticos. O pedido foi acatado e o Conselho Tutelar, o CRAS, CREAS e Canil Municipal estão sendo notificados. Inclusive, na segunda-feira (8) uma reunião será realizada na sede do 37º Batalhão da Polícia Militar, em Rio Claro, para se discutir como será a operação para retirada das famílias das moradias.
Depois, na quarta-feira (10), o Conselho Tutelar Região Sul de Rio Claro realizará uma plenária, a partir das 14h, na Câmara Municipal para tratar do assunto junto aos conselheiros tutelares e a Rede Proteca (Rede Intersetorial de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes). O encontro é aberto para toda população.
Nas redes sociais, um abaixo-assinado digital já conta com quase mil assinaturas até a noite de ontem. É reivindicada a garantia da permanência definitiva das famílias da Colônia Fazendinha, com reconhecimento de seus direitos à moradia, à dignidade e à estabilidade fundiária, e a suspensão imediata da reintegração de posse, com revisão do processo judicial. Para assinar, basta acessar ao site peticaopublica.com.br.