Fundação Casa de Rio Claro nunca registrou fugas

Vivian Guilherme

Do início do ano até o dia 14 de outubro, 487 jovens fugiram de unidades da Fundação Casa no Estado inteiro. Do total do ano, apenas 106 foram recapturados ou retornaram para as unidades. Segundo dados divulgados pelo Ministério Público e o jornal Folha de S. Paulo, este é o maior número em dez anos. Segundo a avaliação, desde a época em que o serviço era chamado Febem, não se registravam tantas fugas de jovens. O pico foi em 2000, quando 1.177 jovens conseguiram escapar de unidades da Febem.

Segundo informações da assessoria de imprensa da Fundação Casa, prestadas ao Grupo JC, todas as situações de fuga estão sob investigação e que não é possível adiantar nenhuma informação. “Se a rotina de funcionamento das unidades teve influência sobre as fugas, não podemos adiantar nada”, informou por telefone a assessoria. Em fiscalização realizada em junho deste ano, em 119 unidades do Estado de São Paulo, a Promotoria da Infância e da Juventude encontrou superlotação em 111 delas.

MEDIDA SOCIOEDUCATIVA

A Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA) tem a missão de aplicar medidas socioeducativas a jovens infratores de 12 a 21 anos incompletos em todo o Estado.

Unidade Rio Claro é a única da região sem registro de fugas

Unidade RC nunca registrou fugas

Na região são quatro unidades da Fundação Casa que atuam: Rio Claro, Limeira, Araraquara e São Carlos. Dessas, apenas a unidade de Rio Claro nunca teve registro de fugas, desde a sua fundação em 2006.

Rio Claro é uma das unidades que funcionam no sistema de gestão compartilhada, com uma ONG. Na cidade a gestão é feita em parceria com a Udam – União de Amigos do Menor. Luiz Lauriano Jardim, da Udam, comenta que não sabe o que pode ter acontecido nas outras unidades, mas comenta que em Rio Claro todo o procedimento-padrão é seguido.

“Não posso dizer como é nas outras unidades, mas sei que são situações que fogem da normalidade, situações fora do controle normal”, comenta Jardim, que faz questão de ressaltar o trabalho realizado em Rio Claro. “Os adolescentes são bem cuidados, as famílias são asseguradas”, diz.

O Grupo JC perguntou à assessoria estadual da Fundação Casa se há ligação entre as fugas e unidades que funcionam em gestão compartilhada. A assessoria destacou que já houve situações que envolviam também unidades compartilhadas e que “cada unidade tem a sua realidade local. Rio Claro tem uma realidade diferente da de Campinas”, informou.

Redação JC: